JCP
Balanço negativo do ensino em Trofa



O colectivo de Trofa da JCP exige a aposta urgente na formação da população do concelho e uma educação pública gratuita e de qualidade.

Numa nota imprensa, os jovens comunistas consideram que a formação tem de ser pensada desde o início, pelo que defendem uma rede pública de infantários e jardins de infância que abranja todas as freguesias do concelho e que colmate as necessidades existentes. E dão o exemplo de Santiago de Bougado, localidade com centenas de crianças em idade pré-escolar, onde não há nenhuma escola pré-primária pública.
No primeiro ciclo coloca-se outro problema: a maioria das escolas primárias são antigas e há falta de espaços cobertos para o recreio e para a prática de desporto. Regista-se ainda a degradação das instalações e a falta de aquecimentos.
Para a JCP, os segundo e terceiro ciclo são os que oferecem melhores condições. Isto deve-se principalmente à recente construção de duas escolas em Alvarelos e S. Romão. «No entanto, resta-nos saber se a EB 2+3 da Trofa não irá rebentar pelas costuras, caso a Escola Secundária da Trofa deixe de leccionar os 7.º, 8.º e 9.º ano», afirma.


Mais uma escola secundária

A situação do ensino secundário é preocupante: só existe uma escola secundária, que se encontra sobrelotada e que oferece um leque reduzido de áreas a escolher, o que obriga muitos jovens a deslocarem-se para outro concelho. Por isso, a JCP exige a construção de mais uma escola secundária no concelho, oferecendo mais opções na escolha das áreas.
«É comum em dias de chuva vermos uma centena de estudantes a praticar educação física dentro do pavilhão gimnodesportivo, o que dificulta o trabalho dos professores e prejudica o rendimento dos alunos», afirmam os jovens comunistas.
A não aplicação da lei de educação sexual é outra questão que preocupa a JCP, que classifica esta situação como grave e que «em nada contribui para uma justa e eficaz educação e que se vem reflectir na transmissão de doenças, no desconhecimento do planeamento familiar, em gravidezes indesejadas e em outros flagelos que poderiam ser evitados com aplicação correcta da lei».
Um outro problema não menos preocupante é o do Diploma de Autonomia e Gestão das Escolas, que está a ser posto em prática sem conhecimento prévio dos alunos e encarregados de educação.
«Este triste diploma torna as escolas públicas cada vez menos públicas e cada vez mais dispendiosas, permitindo por exemplo a privatização de cantinas, bufetes e papelarias», diz a JCP, recordando que, com o previsível aumento dos preços dessa privatização, uma refeição que custa 210$00 poderá passar a custar 500$00.


Comissão Instaladora populista

«Para completar este triste panorama temos uma Comissão Instaladora do concelho populista, que segue uma política despesista e de desresponsabilização, cujas obras de melhoramento nas escolas se limitaram a ser meras "operações de cosmética"», denuncia a JCP de Trofa.
«Porque é que, em vez de gastar dinheiro num concerto para assinalar o Dia do Estudante, a comissão não o usou para começar a colmatar os problemas dos jovens trofenses?», interroga. «Apesar do concerto ter sido agradável, os jovens precisam de melhores condições de ensino e a comissão não se pode alhear disso.»

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Jota

Já saiu o primeiro número do «Jota», o boletim do colectivo da Chamusca da JCP. Destaque especial para as reportagens sobre o 5.º Encontro Regional de Santarém e os debates sobre educação sexual e o 25 de Abril.


«Avante!» Nº 1376 - 13.Abril.2000