Entusiasmo e
confiança marcam comemorações do aniversário do PCP em
Azeitão
Transformar
o presente com os olhos no futuro
Culminado um vasto conjunto de iniciativas comemorativas do 79.º aniversário do PCP, a DORS promoveu, no passado domingo, em Azeitão, um almoço-convívio que juntou cerca de 2300 pessoas e contou com a presença de Carlos Carvalhas.
A participação da juventude e de muitos democratas não
filiados no PCP foi a nota dominante desta grande iniciativa que
contou ainda com a actuação da Orquestra Ligeira da Banda
Municipal do Barreiro.
Carlos Carvalhas, ladeado de vários dirigentes nacionais e
regionais, interveio a seguir a Jorge Pires, da Comissão
Política, e a Ana Rita, da JCP, começando por considerar que
«muito mais que uma efeméride», se estava a celebrar um
«difícil» e «apaixonante» combate pela liberdade e pela
democracia, «pelo socialismo e os seus nobres ideais e valores
humanistas», onde a intervenção do PCP se insere «como grande
marca da nossa história».
É assim, «com os olhos posto no futuro e na transformação do
presente» mas sem desertar «do lugar e das causas que deram
sentido a estes 79 anos», que os comunistas continuam a
combater, procurando agregar vontades e energias para contar mais
e pesar mais e prosseguir a «luta pelo aprofundamento da
democracia, pelo socialismo, por Portugal».
Aos que querem apagar a intervenção do PCP, Carlos Carvalhas
responde com a «obra ímpar» do PCP nas autarquias e a
circunstância de ser «o grande Partido de oposição de
esquerda» na Assembleia da República «face a uma política
neoliberal, de concentração de riqueza e ao serviço do capital
financeiro», como mostra «a recente venda do Banco Pinto Sotto
Mayor pela Caixa Geral de Depósitos ao BCP».
É um «fartar vilanagem», diz o secretário-geral do PCP,
interrogando-se sobre se os casos do Totta, do Crédito Predial
Português e da Petrogal não serão já «exemplos
suficientemente claros dos erros cometidos com a privatização
de alavancas fundamentais da economia portuguesa».
Reflexão e resposta
Cresce o domínio do
capital estrangeiro sobre a economia portuguesa e do poder
económico sobre o poder político, prossegue Carlos Carvalhas,
enquanto, em consequência disso, a produção estrangeira
substitui a nacional e aumentam a precarização, os baixos
salários e o desemprego. No entanto, se «se questionar sobre
isto o Primeiro-Ministro ou o Ministro das Finanças ambos
dirão, em coro e candidamente, que tudo é feito "com muita
consciência social"...»
Mas «os recursos não são elásticos» e a política de
concentração de riqueza tem depois a outra face da medalha, no
subfinanciamento do ensino superior público, no não
enfrentamento dos lobbies e na crise da saúde ou na não
construção de habitação social.
Assim, ao celebrar os 79 anos de vida e de luta do Partido
Comunista Português, os comunistas afirmam-se «profundamente
vinculados» à sua identidade e ao seu património político e
ideológico e, por isso mesmo, «não paralisados em discussões
estéreis», «focalizadas em obsessões sobre
"perigos"» ou «condicionados pelos truques e
fantasias de alguma comunicação social». Pelo contrário, eles
estão voltados «para a reflexão e resposta aos novos
problemas, para o reforço da organização, para a dinamização
da iniciativa política, para a acção que a vida e a realidade
constantemente exigem», como mostram as campanhas recentemente
desenvolvidas por menos impostos, mais justiça social e junto
dos trabalhadores; a participação na manifestação da CGTP-IN;
o apoio activo ao recente buzinão e às várias lutas dos
trabalhadores, dos estudantes, dos agricultores, dos pescadores;
ou a «rica e qualificada intervenção» do Grupo Parlamentar do
PCP na Assembleia da República.