Professores
promovem iniciativas
Por
um ensino público de qualidade
Por uma escola pública de qualidade é o lema que mobiliza professores e pessoas empenhadas na luta por uma radical melhoria do ensino em Portugal.
Um manifesto em
defesa da escola pública com 50 mil assinaturas foi entregue a
semana passada no Ministério da Educação por uma delegação
da Fenprof Federação Nacional dos Professores.
Os signatários do documento, intitulado «Unir vozes em defesa
da Escola Pública», lançam um apelo no sentido de que cada um
contribua, por todas as formas adequadas, para que o poder
político assuma por inteiro a responsabilidade de dotar um país
de um sistema educativo público da mais alta qualidade.
Os subscritores defendem um sistema educativo público de
qualidade desde a educação pré-escolar ao ensino superior,
«instrumento indispensável à formação de mulheres e homens
capazes de serem sujeitos activos do processo de desenvolvimento,
reforço e aprofundamento da democracia nas diversas vertentes».
Menos alunos por turma
Reduzir o número
médio de alunos por turma é a exigência apresentada a semana
passada pelo Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC),
que a considera como condição para a elevação da qualidade
educativa, condição de sucesso dois alunos e garantia de
emprego para os professores.
O Sindicato sublinha que a legislação vigente (datada de 1991)
não reflecte as necessidades actuais de ensino e denuncia o
carácter economicista da política do Ministério da Educação.
Em documento elaborado com base num levantamento da situação em
toda a região centro, refere-se que «só nos 2º e 3º ciclos
do Ensino Básico e no Ensino Secundário, o SPRC calcula que
cerca de 70 000 tenham aulas em turmas com mais de 25 alunos».
Uma situação que o ME sabe não favorecer a elevação da
qualidade educativa. «E tanto é assim», comenta-se no estudo,
«que nas escolas em que se pretende promover a qualidade como
factor de sucesso (como é o caso das que estão integradas em
território Educativos de Intervenção Prioritárias
TEIP) as turmas raramente ultrapassam os 20 alunos».
Neste quadro, os professores defendem a necessidade de abandonar
a política economicista e apresentam algumas propostas com vista
à concretização de uma escola pública, democrática,
inclusiva e de qualidade. De par da alteração da
legislação actual, o SPRC defende que o número de alunos por
turma seja, em média, de 20, não podendo nunca ultrapassar os
30, que às escolas seja reconhecido o direito de constituírem
turmas mais reduzidas e que desde já sejam criadas condições
para, «já a partir do próximo ano, as escolas se organizarem
de acordo com estas novas orientações, designadamente a nível
da colocação de professores e da contratação de pessoal
auxiliar».