Grécia
Vitória de Pirro



O presidente grego, Constantin Stefanopulos, encarregou Costas Simitis de formar um novo Governo depois da vitória tangencial do Movimento Socialista Pan-helénico (PASOK) nas eleições de domingo. O PASOK obteve 158 assentos parlamentares (contra 162 em 1996), enquanto os conservadores da Nova Democracia (ND) conseguiram 125 (contra 108 nas anteriores eleições).

De acordo com o sistema eleitoral grego, o PASOK, com 43,79 por cento dos votos, governará com maioria absoluta, não obstante o ND ter ficado a escassos 1,05 pontos de diferença ( 42,74 por cento).
Nesta eleições, fortemente polarizadas, é de realçar os resultados obtidos pelo Partido Comunista da Grécia (KKE), que com 5,5 por cento dos votos será a terceira força no parlamento, com 11 deputados, número idêntico ao obtido em 1996. Por seu turno, o Synapismos (SYN) conseguiu seis assentos com 3,2 por cento da votação, o que traduz uma perda de quatro lugares em relação ao parlamento anterior. O Movimento do Socialismo Democrático (DIKKI), que dispunha de nove lugares, não conseguiu desta vez eleger nenhum deputado.
A generalidade da imprensa grega considerou que os resultados eleitorais obrigam o governo de Costas Simitis a rever a sua política, e apelou ao PASOK para ter em conta a mensagem de descontentamento reflectido nas urnas com a forte subida da direita.
«O PASOK conseguiu uma vitória de Pirro», que expressa «o descontentamento dos gregos», refere o Exusia. Para o Ta Néa, os gregos demonstraram que «pretendem ver o rosto social» do governo, isto é, «a luta contra o desemprego, a redução das desigualdades e a solução dos problemas diários». Já o Elefthérotypia refere que «com o sopro da Nova Democracia na nuca», o PASOK deve instaurar «antes de mais, um Estado social».


«Avante!» Nº 1376 - 13.Abril.2000