Geórgia
A
caminho da Nato
Eduard Chevardnaze foi reeleito no passado domingo presidente da Geórgia com uns retumbantes 80 por cento dos votos que deixaram toda a gente surpreendida.
O seu mais directo
adversário, Djumber Patiachvili, a que os resultados oficiais
atribuíram 17 por cento dos votos, fala de «fraude
generalizada», enquanto os observadores internacionais, sem
contestarem a vitória de Chevardnaze, apontam numerosas
irregularidades no processo eleitoral.
O Conselho da Europa, num comunicado divulgado em Estrasburgo,
qualificou as eleições de como «um exercício de democracia
trabalhoso e (...) difícil», e sublinhou a necessidade de um
aprofundamento da democracia no país. O comunicado refere factos
«particularmente preocupantes», como «a composição
desequilibrada das comissões eleitorais» ou «a forte presença
policial em algumas assembleias de voto», concluindo que as
eleições «puseram em evidência, de forma impressionante, a
necessidade da Geórgia se empenhar, com determinação, a
implementar uma democracia que funcione».
O gabinete de campanha eleitoral de Patiachvili, por seu turno,
denunciou fraudes maciças no escrutínio e recusou reconhecer os
resultados. Segundo o chefe daquele gabinete, Mamuka Gueorgadzé,
várias urnas desapareceram durante o escrutínio pelo que,
afirmou, será entregue uma queixa na justiça.
Indiferente às acusações, Chevardnaze, de 72 anos, anunciou as
duas prioridades para o seu governo: combater a pobreza e a
corrupção (desde a independência, mais de 70 por cento da
população do país vive na miséria), e pedir a adesão à Nato
em 2005.