Para exigir resposta política às reivindicações dos professores
Fenprof marca «romaria»



Dirigentes da federação vão deslocar-se todos os dias, a partir de 2 de Maio, ao Ministério da Educação, reclamando a concretização de uma audiência com o ministro.


Um responsável da Fenprof salientou que o encontro terá de ser de carácter político, recusando-se a federação a manter mais reuniões com técnicos. A acção, decidida sexta-feira numa reunião extraordinária do Secretariado Nacional, deve-se à falta de resposta de Oliveira Martins a um pedido de audiência apresentado na semana anterior. A federação repudia esta atitude do ministro, reafirmando a disponibilidade para avançar com a convocação de uma greve.
A 5 de Abril, numa reunião do Conselho Nacional, a federação aprovou um conjunto de sete reivindicações exigindo, simultaneamente, a marcação de uma audiência, dando o dia 14 como data limite para uma resposta.
Agora, o Secretariado anunciou a intenção dos docentes de participarem na greve da Administração Pública, no dia 9 de Maio, convocada pela Frente Comum de Sindicatos. No final da reunião, o dirigente sindical Luís Lobo disse à Agência Lusa que, depois das férias da Páscoa, serão marcados plenários por todo o País, mobilizando assim os professores para a greve de 9 de Maio.
O Secretariado Nacional reforçou a intenção de realizar uma greve de docentes a 29 de Maio e de intensificar a luta, com outra paralisação na semana de 19 a 23 de Junho, período que coincide com a realização dos exames nacionais do 12.º ano.
A Fenprof exige estabilidade de emprego, condições para o exercício da profissão, a regulamentação do estatuto da carreira docente do ensino superior e do não superior e a redução do período de aposentação dos docentes. Reivindica ainda um complemento de formação, até 2003, para os professores bacharéis, a consulta às escolas para a formação de agrupamentos de escolas, e a aprovação de uma lei de financiamento do ensino público não superior.

 

Açores


A Direcção Regional do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores apela à participação na greve geral da Administração Pública, a 9 de Maio, como forma de protestar também contra o atraso no pagamento da remuneração complementar. A posição foi anunciada sexta-feira, em conferência de imprensa, na cidade da Horta, por João Decq Mota, na sequência de uma reunião da Direcção do sindicato, passados mais de três meses da publicação do Decreto Legislativo Regional sobre o subsídio de insularidade. O sindicalista acusou o Executivo do PS de, em ano de eleições regionais, pretender pagar o mais tarde possível, para que os trabalhadores recebam retroactivos perto do acto eleitoral.


«Avante!» Nº 1377 - 20.Abril.2000