Contra o aumento dos transportes públicos
O anúncio de um novo aumento do preço dos transportes públicos - uma média de 2,0% nos passes sociais de Lisboa e Porto - foi prontamente denunciado, pela Associação Transportes 2000, como uma inadmissível cedência do Governo aos lobbys empresariais.
Em comunicado de
imprensa, a Associação sublinha que se trata de uma medida que
faz recair sobre os utilizadores dos transportes públicos «o
custo de uma política económica que, ao invés de servir os
cidadãos, agrava as suas condições de vida» e relembra que
«o gasto com transportes é superior a um sexto do orçamento
familiar, o mais elevado (a seguir à Áustria) entre os países
da União Europeia».
Também a Deco Associação Portuguesa para a Defesa do
Consumidor, denuncia o aumento dos custos dos transportes como
«excessivo» e «oportunista». Um termo igualmente utilizado
pela CGTP-IN, que considera este aumento como «um escândalo» e
salienta que esta decisão irá favorecer «uma alta generalizada
de aumentos de preços».
Em véspera do anúncio deste aumento, a Assembleia Municipal do
Barreiro aprovara uma moção de protesto contra «o aumento
brutal dos combustíveis», exigindo designadamente a
actualização dos aumentos salariais, o controle governamental
das repercussões do aumento dos combustíveis no preço de
outros produtos, bens e serviços e a firma contenção de novos
aumentos de preços nos transportes públicos.
Entretanto, por iniciativa da Associação Transportes 2000,
está em circulação um abaixo-assinado de protesto contra os
aumentos de transportes que já conta com milhares de assinaturas
e deverá ser entregue ao Primeiro Ministro no dia 27 de Abril.