Banana
comunitária
Transição
alargada
Na sequência da aprovação de um relatório pelo Parlamento Europeu, os produtores comunitários de banana podem respirar de alívio, pelo menos por algum tempo.
O relatório aprovado na passada semana pelo Parlamento Europeu
contraria a proposta da comissão de instaurar um regime
exclusivamente tarifário para as importações de banana até
2006. Com o regime de tarifa única, afirmou a deputada Ilda
Figueiredo, «provocar-se-ia a falência dos produtores das
regiões ultraperiféricas da União Europeia, como é o caso da
Madeira, e dos países ACP (África, Caraíbas e Pacífico)».
A proposta da Comissão visava resolver o conflito com a
Organização Mundial do Comércio, mas, como fez sublinhou a
deputada do PCP «o fracasso da última reunião da OMC
demonstrou que esta organização não está em condições de
corresponder às expectativas e exigências da opinião pública
e dos consumidores em determinados domínios, como os da
qualidade dos produtos, da protecção do ambiente, da
formação, das condições sociais e da protecção dos
trabalhadores».
Ilda Figueiredo frisou ainda que em coerência com as
declarações de apoio aos países ACP e ao desenvolvimento das
regiões ultraperiféricas da União Europeia «não se pode
deixar que a agricultura, em que a produção de banana tem
grande importância, seja esmagada por vagas de banana dólar
provenientes das grandes plantações que as multinacionais do
sector possuem na América Latina»
Os deputados do PCP apoiam a generalidade das propostas contidas
no relatório, paras as quais também contribuíram, nomeadamente
defendendo um período de transição, que não poderá ser
inferior a 10 anos, nem implicar a passagem a um regime
unicamente pautal. Ainda em resultado de uma proposta do PCP, a
Comissão deverá avaliar o impacto da nova situação nos
preços e nos rendimentos dos produtores de bananas destas
regiões, garantindo em caso de quebras ajudas compensatórias
aos agricultores.
Identificar
bovinos
Ainda na sessão da
passada semana foi aprovado um relatório sobre a criação de um
regime de identificação e rotulagem da carne de bovino. na
opinião da deputada Ilda Figueiredo, trata-se de uma medida
positiva que, embora só deva entrar em vigor no próximo mês de
Setembro, permite que o consumidor seja esclarecido sobre a
origem da carne que adquire, podendo seguir o historial do
animal.
A medida, que vem reduzir os riscos potenciais para a saúde
pública, é também aplicada á carne de bovino importada a
qual, caso não disponha de todas as informações exigidas, deve
ter um menção indicando «origem não comunitária».
O relatório do PE propõe ainda a carne picada, cortada ou
aparas de bovino esteja igualmente sujeita ao regime de rotulagem
obrigatória e não beneficiem das derrogações que a Comissão
propõe, dado que isso equivaleria a isentar da rotolagem entre
30 a 50 por cento da carne.
O PCP apoiou ainda um outro relatório que visa incluir na
directiva comunitária sobre bio segurança a proibição da
libertação no ambiente de organismos geneticamente modificados
contendo marcadores resistentes aos antibióticos, ainda que para
fins de investigação. O Parlamento exige igualmente que a
Comissão e os Estados-membros impeçam a saída do território
da União de OGMs ou de produtos derivados sem informação
e consentimento prévio do país importador.