Tutela não
tem tempo para reunir com LNEC
Trabalhadores
têm uma palavra a dizer
O processo de reestruturação do LNEC está a ser prejudicado pela ausência da participação dos trabalhadores, diz a célula do PCP, acusando a Direcção de pretender substituir essa participação por «simples audição».
A verdade é que, depois da aprovação, há cerca de nove meses,
da nova lei orgânica do LNEC, que prevê a saída de três
diplomas complementares respeitantes ao quadro de pessoal, ao
regime de gestão financeira patrimonial e à reestruturação
dos serviços operativos e de apoio, a Direcção do LNEC em
Julho e Setembro nomeou grupos de trabalho respeitantes aos três
diplomas e estabeleceu prazos para a apresentação de propostas,
o último dos quais fixado para 15 de Dezembro do ano passado.
Porém, quase seis meses passados sobre esses prazos, e face à
fixação de novas de datas, os comunistas concluem que a
Direcção «na falta de reuniões com o poder político
instituído, tem vindo a protelar a apresentação das propostas
enquanto procura obter prévia autorização da tutela».
De facto, a tutela (MES) não encontrou tempo, até agora, para
receber a Direcção do LNEC - uma das mais prestigiadas
instituições portuguesas de Investigação Científica -, e
esta, para além de aceitar passivamente a situação, procura
fazer crer que o processo decorre com normalidade, emitindo um
comunicado que, pretendendo substituir a «verdadeira
participação por simples audição, apenas confirma o facto de
estar a ser negada aos trabalhadores a discussão, cada vez mais
fora de tempo, dos referidos projectos de diploma.
«Uma democracia de fachada», denunciam os comunistas, lembrando
que nenhuma das várias dezenas de propostas feitas pelas
organizações sindicais, pelo Plenário de Trabalhadores e pelos
próprios trabalhadores foram aceites, no sentido de melhorar o
Diploma Orgânico que veio a ser aprovado pelo Governo em
Julho/99.
Arrepiar caminho
O PCP teme que em
relação à reestruturação dos serviços o mesmo se venha a
passar pois a verdade é que, apesar de a Comissão Internacional
de avaliação ter considerado que «um dos males do LNEC era o
elevado número de Departamentos, a exagerada subdivisão em
Núcleos e o excessivo número de chefias», o que parece é que
nada vai mudar, «para não molestar» qualquer chefia.
Entretanto, com o chamado «Quadro intermédio», a Direcção do
LNEC prepara-se para dar «uma machadada final nas justas
expectativas dos trabalhadores» em relação às carreiras e
categorias, indiferente ao preâmbulo da Nova Lei Orgânica que
reconhece que «as pessoas são a componente mais decisiva para o
eficaz funcionamento de uma instituição».
A melhor forma de garantir o futuro da instituição é responder
rapidamente à necessidade de uma justa dignificação do
estatuto sócio-profissional dos trabalhadores do LNEC, garante a
célula do PCP. E prossegue: «ainda é possível arrepiar
caminho», o futuro do LNEC passa pelas atitudes da Direcção
mas está também nas mãos dos trabalhadores contribuírem para
esse futuro».