Estacionamento
em Chaves
Reavaliar
necessidades
A Câmara Municipal de Chaves está a menorizar o papel da Assembleia Municipal, acusa a Comissão Concelhia do PCP, em nota à população.
Segundo o PCP, essa atitude de menorização é visível no facto
de, com frequência, a Câmara, pela voz do seu Presidente,
divulgar nos órgãos de comunicação social decisões do
Executivo, antes de a Assembleia se ter pronunciado sobre as
mesmas, de não concretizar decisões aprovadas na Assembleia e,
ainda, pelos escassos recursos materiais, logísticos e de
pessoal de que a Assembleia dispõe.
Numa reunião para análise de questões da situação política
e institucional local, a Concelhia do PCP apreciou ainda a
construção e exploração de um parque de estacionamento
subterrâneo para viaturas no Largo das Freiras por entidades
particulares.
Lembrando o aumento da poluição e o estrangulamento da
circulação de veículos automóveis à entrada e à saída do
parque na Escola Fernão de Magalhães, o PCP considera que o
local para o novo parque, ainda que subterrâneo, fica dentro da
zona histórica, sendo, por isso, «o mais inadequado» para os
fins em vista - retirar trânsito automóvel, animar
comercialmente a zona histórica e restituir o prazer pedonal.
Critérios duvidosos
Por outro lado, os
argumentos de natureza técnica apresentados pela Câmara para
substituir a opção apontada pelo Gabinete da cidade - o Largo
da Lapa -, são «inconsistentes», mostrando que, afinal, o
critério determinante da escolha do local é, como consta da
própria proposta da Câmara, o da «atracção financeira de
potenciais investidores particulares». «Inacreditável» é
também que o prazo de duração do direito de superfície do
investidor privado seja de 50 anos!
Assim, as necessidades verificadas de um ou mais parques de
estacionamento «deveriam ser reavaliadas à luz de uma visão
urbanística mais racional», podendo enquadrar nomeadamente as
hipóteses de um estacionamento à superfície ou misto, pelo que
o PCP vai pedir a intervenção do IPPAR no acompanhamento das
escavações já iniciadas no Largo das Freiras.
A contra-ordenação instaurada pela Direcção de Agricultura a
propósito da instalação de uma unidade da gaseificação numa
Área de Reserva Agrícola foi outra questão analisada pela
Concelhia de Chaves do PCP. Os comunistas consideram que a não
existência, em devido tempo, de desanexação pela Comissão
Regional de Reserva Agrícola é um sinal «preocupante do
incumprimento das leis» pelas instituições do poder, pertença
a responsabilidade à Câmara ou ao Centro Regional de Reserva
Agrícola. Por outro lado, tratando-se de uma iniciativa que
potencia benefícios para o desenvolvimento económico local e
para a população, não parece ao PCP que o transporte do gás
com tubos à vista na «Ponte Nova» - assim transformada em
«Ponte Armadilhada» - seja «apropriado e até legal».