Administração
Pública mobiliza-se
contra os prejuízos da má fé do Governo
Greve
a 9 de Maio
Mesmo depois dos últimos aumentos, o executivo do PS não admite que os trabalhadores ficam a perder com a actualização salarial de 2,5 por cento que quer impor.
A Administração Pública vai ser palco de uma greve geral, no
dia 9 de Maio, contra os aumentos salariais de 2,5 por cento
aplicados administrativamente pelo Governo. Nesta luta, convocada
pela Frente Comum de Sindicatos, também convergem estruturas da
UGT.
Grande
descontentamento
Após o encerramento
unilateral das negociações salariais e da negociação
suplementar, nos finais de Março, as estruturas sindicais
envolvidas no processo manifestaram disponibilidade para acções
de luta, de preferência convergentes, mas só a Frente Comum
decidiu prontamente convocar uma cimeira extraordinária de
sindicatos.
Nesta cimeira, convocada imediatamente a seguir ao aumento dos
combustíveis, foi marcada uma greve para 9 de Maio. O aumento
dos combustíveis deu razões acrescidas aos sindicatos para
protestarem contra os aumentos de 2,5 por cento. Acusaram o
Governo de má fé, considerando impossível que a inflação se
mantivesse nos dois por cento, como prevê o executivo.
A Agência Lusa recorda que a FESAP e o Sindicato dos quadros
Técnicos do Estado, ambos filiados na UGT, concordaram em fazer
greve, juntos, mas não pareciam inclinados para a data escolhida
pela Frente Comum. Na quarta-feira da semana passada, depois de
ter esperado alguns dias pela decisão da FESAP, o STE decidiu
marcar greve para dia 9, independentemente do que aquela
estrutura viesse a decidir. A direcção da FESAP, reunida
durante a tarde, acabou por marcar greve também para a mesma
data, afirmando o seu secretário-geral que o descontentamento é
muito grande e que, por isso, os trabalhadores vão parar.
O STE pediu formalmente ao Governo a reabertura do processo
negocial. A Frente Comum não o fez porque considera que o
processo não foi encerrado e, assim, aguarda a marcação de uma
nova reunião. Depois de muitos plenários de trabalhadores,
Paulo Trindade, dirigente da Frente Comum, afirmou-se seguro de
que a paralisação vai ter uma grande adesão.
Para o Secretário de Estado da Administração Pública,
Alexandre Rosa, esta greve geral enquadra-se num plano de greves
da CGTP, ao qual aderiram o STE e a FESAP. Alexandre Rosa, citado
pela Lusa, garante que, mesmo depois do aumento dos
combustíveis, os funcionários públicos vão ter um aumento
real dos salários, pois o quadro que levou à previsão de uma
inflação de dois por cento ainda não se alterou.