Dia Mundial do
Livro
Algumas
razões de optimismo
O Dia Mundial do Livro foi este ano assinalado de par de outras actividades - com um pequeno-almoço literário no café «A Brasileira», ao Chiado, em Lisboa. Uma iniciativa da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) que juntou editores e escritores, no passado dia 20. Uma antecipação de dois dias uma vez que a efeméride coincide este ano com o domingo de Páscoa.
Algum optimismo
reinou neste encontro na baixa lisboeta, apesar das estatísticas
mais recentes (enquanto se aguardam os resultados de um novo
estudo encomendado pela APEL) indicarem que 57 por cento da
população não lê. Números entretanto atenuados pelo
interesse crescente que se vem a sentir pela literatura infantil
e pelos sinais de vitalidade no plano da criação literária,
como foi destacado pelos participantes do evento.
Estes indicadores optimistas só poderão entretanto ser
confirmados a longo prazo pelo que, de imediato, há que
multiplicar as iniciativas de sensibilização e estímulo à
leitura, dirigidas a todas as camadas da população.
No ano em que Portugal celebra o seu Ano Internacional do Livro e
da Leitura, a APEL tem em preparação duas iniciativas dedicadas
ao grande público: as tradicionais Feiras do Livro de Lisboa e
Porto, que inauguram , respectivamente, a 25 e a 24 de Maio
próximo, e o primeiro Salão do Livro de Lisboa, previsto para
decorrer no Parque das Nações entre 3 e 7 de Novembro de 2000.
A Feira do Livro de Lisboa contará nesta edição com 202
pavilhões, superando uma vez mais as anteriores realizações.
Beneficiará igualmente de um programa cultural mais amplo e de
um horário de funcionamento alargado.
O Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor foi proclamado há
cinco anos pela Conferência Geral da UNESCO. Este ano, na
tradicional mensagem alusiva à data, o director-geral da
organizaçäo da ONU para a Cultura, Ciência e Educação,
Koichiro Matsuura, sublinhou que uma das missões essenciais do
livro é a de estar ao serviço da educação e que o seu
desenvolvimento, protecção e livre circulação - enquanto bem
económico e cultural deve figurar entre «as nossas
prioridades».
«Instrumento de diversidade cultural, a edição do livro deve
ser encorajada e os autores devem continuar a beneficiar dos
direitos que lhes são internacionalmente reconhecidos», lê-se
na mesma mensagem.
«A esperança deve poder ser escrita e lida», concluiu o
director-geral da UNESCO, evocando a existência de uma relação
directa entre o acesso à cultura e o fomento de valores
fundamentais para a humanidade, como a tolerância e a paz.