Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
2<br />
SEMANA 18-8-2016<br />
Proletários de todos os países<br />
UNI-VOS!<br />
ACONTECEU<br />
PROPRIEDADE<br />
Partido Comunista Português<br />
R. Soeiro Pereira Gomes, 3<br />
1600-196 Lisboa<br />
Tel. 217 813 800<br />
NIF – 500 940 673<br />
ADMINISTRAÇÃO E EDIÇÃO<br />
Editorial «Avante!», SA<br />
Campo Grande, 220-A<br />
1700-094 Lisboa<br />
Capital social:<br />
125 000 €<br />
CRC matrícula: 47059<br />
NIF – 500 090 440<br />
DIRECÇÃO E REDACÇÃO<br />
Partido Comunista Português<br />
R. Soeiro Pereira Gomes, 3<br />
1600-196 Lisboa<br />
Tel. 217 817 190/91<br />
Fax: 217 817 193<br />
Email:<br />
avante@mail.telepac.pt<br />
avante@pcp.pt<br />
Web:<br />
www.avante.pt<br />
Director<br />
Manuel Rodrigues<br />
Chefe de Redacção<br />
Anabela Fino<br />
Chefe Adjunto<br />
Gustavo Carneiro<br />
Redactores<br />
Carlos Nabais<br />
Domingos Mealha<br />
Henrique Custódio<br />
Hugo Janeiro<br />
João Chasqueira<br />
Miguel Inácio<br />
Noélia Oliveira<br />
Grafismo<br />
Inês Seixas<br />
Jorge Caria<br />
Fotografia<br />
Inês Seixas<br />
Jorge Caria<br />
Secretaria da Redacção<br />
Noémia Presúncia<br />
DISTRIBUIÇÃO<br />
DISTRIBUIÇÃO ADE’s<br />
Editorial Avante!<br />
Campo Grande, 220-A<br />
1700-094 Lisboa<br />
Tel. 21 816 17 60<br />
Tel. 21 816 17 68<br />
Alterações de remessa<br />
Até às 17 horas<br />
de cada sexta-feira:<br />
Tel. 21 816 17 68<br />
email: mcaracol@<br />
paginaapagina.pt<br />
DISTRIBUIÇÃO COMERCIAL<br />
VASP – Sociedade<br />
de Transporte<br />
e Distribuição, Lda.<br />
Media Logistics Park<br />
Qta. do Grajal<br />
Venda Seca<br />
2739-511 AGUALVA-CACÉM<br />
Tel. 21 433 70 00<br />
Fax: 21 432 60 09<br />
ASSINATURAS<br />
Campo Grande, 220-A<br />
1700-094 Lisboa<br />
Tel. 21 816 17 68<br />
email: assinaturas @pagina<br />
apagina.pt<br />
TABELA DE ASSINATURAS<br />
(IVA e portes incluídos)<br />
PORTUGAL<br />
(Continente e Regiões<br />
Autónomas)<br />
50 números: 54,00 €<br />
25 números: 28,00 €<br />
EUROPA<br />
50 números: 120,00 €<br />
EXTRA-EUROPA<br />
50 números: 180,00 €<br />
•Enviar para:<br />
Editorial «Avante!»<br />
nome, morada com<br />
código postal e telefone<br />
e acompanhar cheque<br />
ou vale de correio.<br />
Impressão<br />
Lisgráfica – Impressão<br />
e Artes Gráficas, SA<br />
Rua Consiglieri Pedroso,<br />
n. o 90<br />
Casal de Santa Leopoldina<br />
2730-053 BARCARENA<br />
Depósito legal n. o 205/85<br />
ICS 102 235<br />
ISSN 0870-1865<br />
Jerónimo de Sousa defende no Algarve continuação da<br />
linha de reposição de direitos, respeito pelos salários e aumento<br />
das pensões e reformas<br />
10<br />
Quarta-feira<br />
PCP defende que o «problema<br />
dos incêndios florestais só<br />
pode ser resolvido com uma<br />
efectiva política de ordenamento<br />
florestal, (...) de valorização da<br />
agricultura e da pastorícia, de<br />
ocupação do espaço rural» •<br />
Associação Sindical dos Profissionais<br />
de Polícia anuncia pedido<br />
de esclarecimento ao Governo<br />
sobre a razão que travou a<br />
formação de 500 novos polícias<br />
• Taxa de desemprego, no segundo<br />
trimestre, situa-se no valor<br />
mais baixo desde o primeiro<br />
trimestre de 2011, segundo o<br />
INE • É chumbado na AR pedido<br />
do CDS-PP para uma reunião<br />
da comissão permanente<br />
sobre as viagens de membros<br />
do Governo pagas pela Galp.<br />
11<br />
Quinta-feira<br />
Trabalhadores da Valorlis,<br />
empresa de tratamento de resíduos<br />
sólidos do distrito de Leiria,<br />
estarão em greve quatro dias<br />
para exigir aumentos salariais, informa<br />
o STAL • Ordem dos Médicos<br />
defende o fim definitivo<br />
dos turnos de urgências de 24<br />
horas • Secretário de Estado da<br />
Administração Interna explica, na<br />
AR, que a falta de resposta europeia<br />
ao pedido de ajuda português<br />
em meios aéreos para<br />
combater os incêndios se deveu<br />
a «problemas» de alguns países<br />
• Perto de seis mil bombeiros e<br />
52 meios aéreos combatem cerca<br />
de 150 fogos em Portugal.<br />
12<br />
Sexta-feira<br />
Sindicato dos Trabalhadores<br />
da Hotelaria convoca várias acções<br />
de luta em hotéis de Lisboa,<br />
Estoril e Setúbal para denunciar<br />
as condições de trabalho<br />
precárias e os baixos salários •<br />
Presidente da Associação de Oficiais<br />
das Forças Armadas afirma<br />
que a Força Aérea está preparada<br />
para receber meios e reassumir<br />
o combate aos incêndios<br />
• Descoberta habitação e muralhas<br />
com 2 300 anos no Castro<br />
de Salreu, em Estarreja •<br />
Emigrantes lesados no caso BES<br />
protestam em Lisboa • Estado<br />
perdeu mais de 68 mil funcionários<br />
públicos entre Dezembro<br />
de 2011 e Junho de 2016, informa<br />
a Direcção-Geral da Administração<br />
e do Emprego Público.<br />
13<br />
Sábado<br />
RESUMO<br />
Realizador João Pedro Rodrigues<br />
conquista o «Leopardo<br />
para Melhor Realização», no Festival<br />
de Locarno, com o filme<br />
«O ornitólogo» • É concluído o<br />
regresso a hospitais, clínicas e lares<br />
de idosos dos cerca de 500<br />
utentes retirados durante os incêndios<br />
na Madeira • Exército<br />
iraquiano conquista ao autodenominado<br />
Estado Islâmico o controlo<br />
de quatro aldeias próximas<br />
de Mosul.<br />
14<br />
Domingo<br />
Jerónimo de Sousa, intervindo<br />
num almoço convívio em<br />
Monte Gordo, defende a continuação<br />
da linha de devolução,<br />
reposição de direitos, respeito<br />
pelos salários, e aumentos das<br />
pensões e reformas, rejeitando<br />
«qualquer linha» que aponte para<br />
o regresso da «política de austeridade<br />
e da política que PSD<br />
e CDS defendem» • Primeiro-ministro<br />
desloca-se à base aérea de<br />
Monte Real, em Leiria, para<br />
agradecer o apoio internacional<br />
dado ao combate aos incêndios<br />
em meios aéreos por Marrocos,<br />
Rússia, Itália e Espanha • Associação<br />
Portuguesa de Guardas<br />
e Vigilantes da Natureza acusa os<br />
«sucessivos governos» de «abandonarem»<br />
as florestas e as áreas<br />
protegidas e defende reforço dos<br />
efectivos • Cerca de 30 pessoas<br />
são massacradas na zona oriental<br />
da República Democrática<br />
do Congo em ataque atribuído a<br />
um grupo armado de origem<br />
Ugandesa • Presidente da Venezuela,<br />
Nicolás Maduro, saúda<br />
o líder da revolução cubana, Fidel<br />
Castro, pelo seu 90.º aniversário.<br />
15<br />
Segunda-feira<br />
Primeiro-ministro acusa o líder<br />
do PSD de continuar a anunciar<br />
desgraças que não se concretizam<br />
• Governo abre inquérito para<br />
apurar o que correu mal com o<br />
início do combate a incêndio em<br />
São Pedro do Sul • Ataque aéreo<br />
a hospital no Iémen provoca<br />
seis mortos • Chefe da diplomacia<br />
turca acusa União Europeia<br />
de «humilhar» a Turquia.<br />
16<br />
Terça-feira<br />
BPN custou aos cofres do Estado<br />
mais de 3 200 milhões de<br />
euros até 2015, revela Tribunal<br />
de Contas • Ordem dos Médicos<br />
defende reforço de verbas no OE<br />
de 2017 para as despesas públicas<br />
em saúde • Bombardeiros<br />
russos estacionados na base aérea<br />
iraniana de Hamadan, no Oeste<br />
do Irão, atacam posições do<br />
autodenomiando Estado Islâmico,<br />
informa o ministério da Defesa<br />
russo • China lança o primeiro<br />
satélite de telecomunicação<br />
quântica do mundo • Tribunal<br />
da Turquia ordena fecho de jornal<br />
pró-curdo «Ozgur Gundem».<br />
Escolas perderam<br />
42 mil docentes<br />
Entre 2004 a 2015 saíram 42 mil docentes do<br />
sistema de ensino, três quartos dos quais durante<br />
os anos da troika.<br />
Segundo dados que constam no relatório sobre<br />
o Perfil do Docente, publicado pela Direção-Geral<br />
de Estatísticas da Educação da Ciência, o volume<br />
de saídas representou mais de um quarto<br />
(27%) do total de efectivos que estavam no serviço<br />
em 2004/2005.<br />
A sangria de professores atingiu sobretudo as<br />
escolas públicas, uma vez que os colégios privados<br />
perderam menos de mil professores em dez<br />
anos (920), o que representa uma quebra de 6,5<br />
por cento do total de efectivos.<br />
A drástica redução de docentes no sistema público<br />
resultou, entre outros factores, do encerramento<br />
de quase cinco mil escolas desde 2002.<br />
«Bullying» vitima<br />
maioria dos jovens<br />
Dois em cada três jovens de 18 países afirmam<br />
terem sido vítimas de «bullying», de acordo com<br />
uma sondagem realizada pelo Fundo das Nações<br />
Unidas para a Infância (UNICEF).<br />
O inquérito, realizado através da Internet, foi tornado<br />
público, dia 12, a propósito do Dia Internacional<br />
da Juventude.<br />
Segundo a UNICEF, mais de cem mil jovens entre<br />
os 13 e os 30 anos, de várias regiões do mundo,<br />
participaram no estudo.<br />
O «bullying» continua a ser um fenómeno mal compreendido<br />
que ameaça o bem-estar das crianças e<br />
dos jovens, realçou Theresa Kilbane, conselheira<br />
para assuntos de proteção infantil da UNICEF.<br />
Para combater este tipo de violência, a responsável<br />
considera necessário envolver professores e<br />
pais para identificarem riscos e para protegerem<br />
as vítimas.<br />
Desemprego desce<br />
para níveis de 2011<br />
A taxa de desemprego no segundo trimestre situou-se<br />
em 10,8 por cento, 1,6 pontos percentuais<br />
abaixo da registada no trimestre anterior e 1,1 pontos<br />
percentuais inferior à do trimestre homólogo de<br />
2015.<br />
De acordo com as estatísticas do emprego divulgadas,<br />
dia 10, pelo Instituto Nacional de Estatística,<br />
a população desempregada, estimada em<br />
559,3 mil pessoas, recuou 12,6 por cento face ao<br />
trimestre anterior (menos 80,9 mil pessoas) e diminuiu<br />
9,8 por cento face ao trimestre homólogo<br />
de 2015 (menos 61,1 mil pessoas), atingindo o valor<br />
mais baixo desde o primeiro trimestre de 2011.<br />
China lança<br />
satélite quântico<br />
O primeiro satélite de telecomunicação quântica<br />
do mundo foi lançado na madrugada de terça-<br />
-feira, 16, a partir do centro de lançamento de Jiuquan,<br />
no Noroeste da China.<br />
O aparelho, designado pelas iniciais QUESS, vai<br />
tentar transmitir à Terra e receber a partir desta<br />
fotões quânticos, que em teoria não podem ser separados<br />
ou duplicados, o que poderá permitir o<br />
estabelecimento de comunicações seguras.<br />
O QUESS investigará ainda o mistério científico<br />
do entrelaçamento quântico, teoria que a ser<br />
provada tornaria realidade o teletransporte, avanço<br />
tecnológico até aqui reservado à ficção cientifica.<br />
TdC denuncia<br />
faltas do Estado<br />
O Tribunal de Contas acusou, dia 16, o Estado<br />
de exigir aos cidadãos regras que ele próprio<br />
não cumpre.<br />
No seu relatório sobre o acompanhamento da<br />
execução orçamental da Administração Central em<br />
2015, o Tribunal aponta violações das normas legais<br />
relativas à gestão e controlo orçamental, de<br />
tesouraria e de património, bem como o incumprimento<br />
das recomendações do próprio tribunal,<br />
nomeadamente a interligação dos sistemas da Autoridade<br />
Tributária e Aduaneira (AT) ao sistema<br />
de contabilização das receitas da Conta Geral do<br />
Estado.<br />
A este propósito o TdC considera que tal como<br />
foi implementada em poucos meses a E-factura,<br />
«é mais do que oportuno que o Estado, o Ministério<br />
das Finanças e a AT também apliquem os<br />
princípios e procedimentos que tornaram obrigatórios<br />
aos contribuintes».<br />
Cineasta<br />
ganha prémio<br />
em Locarno<br />
O realizador por português<br />
João Pedro Rodrigues<br />
conquistou, dia 13, o<br />
Leopardo para Melhor<br />
Realização no Festival de<br />
Locarno, com o filme «O<br />
Ornitólogo».<br />
A obra, cujo enredo se<br />
passa em Trás-os-Montes<br />
em torno de um ornitólogo<br />
que procura a cegonha preta,<br />
espécie rara, não tem ainda estreia prevista em<br />
Portugal, mas será mostrada nas salas de França<br />
a partir de 30 de Novembro.<br />
João Pedro Rodrigues, que já tinha sido distinguido<br />
em Locarno, em 2012, com uma menção<br />
especial do júri, pela longa-metragem “A última<br />
vez que vi Macau», espera que o prémio<br />
possa desbloquear a situação e permitir que o filme<br />
seja visto nas salas nacionais.<br />
No festival estiveram em competição seis longas-<br />
-metragens e quatro curtas-metragens de autores<br />
portugueses.
18-8-2016<br />
SEMANA 3<br />
CRÓNICA<br />
INTERNACIONAL<br />
• Ângelo Alves<br />
Os verdadeiros<br />
criminosos<br />
Ofacto foi diluído num relatório de 2590 páginas e convenientemente<br />
silenciado. Falamos do reconhecimento<br />
da inocência de Slobodan Milosevic dos crimes de que foi<br />
acusado pelo Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia<br />
– o «tribunal» criado para que os responsáveis e vencedores<br />
da guerra do Balcãs impusessem a sua «justiça» sobre<br />
os vencidos.<br />
No relatório sobre o «julgamento» de Radovan Karadzic<br />
(em que o ex-líder sérvio-bósnio, nacionalista de direita, é<br />
condenado a 40 anos de prisão por crimes de guerra nos acontecimentos<br />
de Sebrenica em 1995) constam várias passagens<br />
que reconhecem que o ex-presidente Milosevic não só não<br />
praticou «crimes de guerra» ou «limpeza étnica», como entrou<br />
cedo em rota de colisão com Karadzic e outros líderes<br />
bósnios-sérvios sobre o rumo da guerra civil incitada e alimentada<br />
pela NATO, defendendo o fim da guerra e o respeito<br />
pelas «outras nações e etnias».<br />
Passaram 25 anos desde o início do desmembramento da<br />
Jugoslávia e 17 anos sobre a guerra de agressão da NATO,<br />
na altura a primeira guerra no coração da Europa em meio<br />
século. Uma guerra que, é importante recordá-lo, foi realizada<br />
à margem e em confronto com a Carta das Nações Unidas,<br />
quando a social-democracia<br />
A guerra<br />
dos Balcãs<br />
foi uma<br />
sucessão<br />
de mentiras e<br />
manipulações<br />
participava no governo de 13 dos<br />
15 países da então União Europeia,<br />
quando Bill Clinton, do Partido<br />
Democrata, era presidente dos<br />
EUA e o socialista espanhol, Javier<br />
Solana, era secretário-geral da<br />
NATO. Uma guerra de agressão em<br />
que Portugal se envolveu numa<br />
decisão do então governo de António<br />
Guterres em confronto com a<br />
Constituição da República Portuguesa. Uma guerra que foi<br />
uma aplicação concreta do então novo conceito estratégico<br />
da NATO, aprovado na cimeira de Washington desse ano,<br />
em que esta se auto-atribuiu o «direito» de intervir em qualquer<br />
parte do globo para «defender os interesses» e «valores»<br />
do bloco político militar agressivo.<br />
A realidade actual daquela região da Europa comprova os<br />
verdadeiros «interesses» por detrás daquele crime: o estacionamento<br />
na região de dezenas de milhares de soldados<br />
da NATO, e em particular dos EUA; a criação de protectorados,<br />
como o Kosovo, fiéis representantes dos interesses económicos,<br />
energéticos e geo-estratégicos das principais potências<br />
europeias – com destaque para a Alemanha –, dos EUA e<br />
da NATO; e a destruição de um País que bateu o pé ao imperialismo<br />
e teve um importante papel no Movimento dos Não<br />
Alinhados.<br />
Aguerra imperialista dos Balcãs foi uma sucessão de<br />
mentiras e manipulações e de verdadeiros crimes…<br />
mas praticados pela NATO. Não cabe neste espaço uma ínfima<br />
parte da enumeração desses crimes. Contudo, para memória<br />
histórica colectiva, é importante pelo menos referir que<br />
a NATO instigou e manipulou as divisões étnicas nos Balcãs;<br />
financiou e armou e treinou o «Exército de Libertação do Kosovo»<br />
– uma organização terrorista que forjou crimes como<br />
o Massacre de Racak, depois atribuído às forças sérvias, a<br />
«gota de água» que «justificou» os bombardeamentos durante<br />
78 dias. É importante lembrar que para manter a campanha<br />
contra Milosevic – apresentado como um monstro comparado<br />
a Hitler – a NATO bombardeou a RTS, a televisão sérvia,<br />
matando dezenas de jornalistas; que para deixar bem claro<br />
quais os objectivos políticos daquela intervenção bombardeou<br />
a embaixada da China; e que perseguiu e sequestrou Milosevic<br />
que acabaria por morrer (tudo indica que envenenado)<br />
nos calabouços do tribunal que agora reconhece a sua<br />
inocência. Não podem ainda esquecer-se crimes como a<br />
utilização de armas de urânio empobrecido, que tal como no<br />
Iraque continuam a matar e a condenar a várias doenças milhões<br />
de seres humanos.<br />
O relatório do TPI para a ex-Jugoslávia vale o que vale,<br />
será a história a encarregar-se, e já o está a fazer, de sentar<br />
no banco dos réus os verdadeiros criminosos – a NATO e<br />
os responsáveis por aquele hediondo crime.<br />
EDITORIAL<br />
Continuam os efeitos dos incêndios florestais que<br />
«varreram» vastas regiões do País deixando<br />
um rasto de destruição com perda de vidas<br />
humanas, feridos, gigantescos prejuízos e milhares<br />
de hectares de floresta consumida pelas chamas.<br />
Explorando naturais sentimentos de desolação,<br />
diversas são as vozes que se erguem procurando, com<br />
demagogia e populismo, desviar as atenções das<br />
reais causas dos incêndios e, em particular, desresponsabilizar<br />
a política de direita por esta calami -<br />
dade.<br />
O PCP manifestou a sua solidariedade às populações<br />
atingidas e o apreço pelo incansável trabalho<br />
que milhares de bombeiros e outros intervenientes<br />
vêm realizando para minimizar os seus efeitos. E apontou<br />
as principais causas deste flagelo: desinvestimento,<br />
desordenamento, falta de limpeza das matas,<br />
escassez dos meios permanentes e dos meios especiais<br />
de combate aos fogos, mas de que são causas<br />
mais determinantes a ausência de políticas de apoio<br />
ao desenvolvimento da agricultura, aos pequenos e<br />
médios agricultores e produtores florestais, o sistemático<br />
afrontamento das comunidades dos baldios,<br />
a destruição da agricultura familiar, a desertificação<br />
do interior incentivadas por falta de actividade produtiva<br />
com garantia de rendimento para os produtores,<br />
a eliminação de serviços públicos (em particular,<br />
escolas e serviços de saúde) e que se acentuaram no<br />
mandato do anterior governo PSD/CDS, com a aprovação<br />
da chamada Lei da Eucaliptização, que levou<br />
ao aumento significativo das áreas de eucalipto plantadas,<br />
com a aprovação de uma nova lei dos baldios<br />
visando a sua expropriação aos povos, ou com o desvio<br />
de mais de 200 milhões de euros do PRODER<br />
para outras áreas.<br />
Para o PCP, a prevenção dos incêndios exige uma<br />
efectiva política de ordenamento florestal, contrariando<br />
as extensas monoculturas, de limpeza da floresta, de<br />
plantação de novas áreas de floresta tradicional,<br />
combatendo a hegemonia do eucalipto, de abertura<br />
de caminhos rurais e aceiros, de valorização da<br />
agricultura e da pastorícia, de ocupação do espaço<br />
rural.<br />
E, nesta situação, impõem-se medidas excepcionais<br />
a que é necessário dar prioridade inequívoca,<br />
com uma enérgica e imediata intervenção do Governo<br />
tendo em vista assegurar o reforço dos meios<br />
de emergência e de combate.<br />
Entretanto, deputados do PCP no Parlamento Europeu<br />
e na Assembleia da República visitaram zonas<br />
ardidas para se inteirarem da dimensão e consequência<br />
dos incêndios e reclamaram a mobilização<br />
de todos os apoios possíveis para superar os seus efeitos.<br />
O PCP interveio também na Conferência de Líderes<br />
da Assembleia da República procurando que<br />
esta matéria seja tratada com prioridade e que seja<br />
criado um grupo de trabalho de acompanhamento<br />
para, com a maior brevidade possível, fazer com o<br />
Ministério da Administração Interna o ponto da situação<br />
e avaliar as medidas tomadas e a tomar.<br />
“Continuar a devolução e reposição<br />
de direitos<br />
”<br />
PRIORIDADE<br />
À FESTA<br />
DO AVANTE!<br />
O PCP insiste que é necessária outra política agrícola,<br />
outra política florestal, definição da defesa da<br />
floresta portuguesa como prioridade da acção política,<br />
a par da ajuda imediata às populações atingidas,<br />
medidas pelas quais não se cansará de levantar<br />
a voz. Uma opção que é inseparável da exigência<br />
de uma outra política, patriótica e de esquerda, que<br />
em vez de se subordinar aos interesses dos grupos<br />
económicos e financeiros, afronte as chantagens e pressões<br />
da União Europeia e responda aos problemas<br />
e aspirações do povo e do País.<br />
De facto, a situação económica do País confirma<br />
as posições do PCP de que Portugal não se conseguirá<br />
desenvolver sem se libertar dos constrangimentos<br />
externos e sem uma verdadeira política alternativa.<br />
Em duas iniciativas do PCP no Algarve (Monte<br />
Gordo e Lagos), no passado domingo, Jerónimo de<br />
Sousa sublinhou a imperativa necessidade de o Governo<br />
«responder, em primeiro lugar, à complexidade<br />
da situação política e social, que continua numa linha<br />
de agravamento em várias áreas, resultante destes<br />
constrangimentos e condicionamentos externos»,<br />
reafirmando que é necessário continuar na linha de<br />
devolução de rendimentos, reposição de direitos, respeito<br />
pelos salários e aumentos das pensões e reformas.<br />
Qualquer outra linha que signifique voltar à<br />
política de austeridade que PSD e CDS aplicaram e<br />
defendem (como Passos Coelho deixou mais uma vez<br />
claro nas suas declarações demagógicas e saudosistas<br />
do passado domingo) e que foi categoricamente<br />
condenada nas eleições de 4 de Outubro, será prontamente<br />
combatida pelos trabalhadores e o povo<br />
com a firme intervenção do PCP.<br />
Éesse o sentido para que aponta o desenvolvimento<br />
de lutas dos trabalhadores e das populações pela<br />
abertura da extensão de saúde no concelho de Coimbra,<br />
em defesa dos interesses e direitos dos produtores<br />
de carne e de leite, por medidas de apoio às<br />
vítimas dos incêndios, por salários e direitos (entre<br />
outras, a greve dos enfermeiros no centro hospitalar<br />
do Algarve, de Coimbra e da Figueira da Foz e<br />
dos trabalhadores da Valorlis e as lutas em preparação<br />
na Praia da Oura e na Marina de Vila Moura).<br />
Estamos a duas semanas da Festa do Avante!. Importa<br />
mobilizar energias, nesta recta final e tomar<br />
as medidas de direcção que permitam levar tão<br />
longe quanto possível a sua divulgação, o alargamento<br />
da rede de venda da EP e a construção do muito que<br />
ainda falta.<br />
A Festa do Avante!, este ano alargada à Quinta<br />
do Cabo, na sua 40.ª edição, vai ser uma Festa ainda<br />
maior e melhor que em anos anteriores. A valorização<br />
da Festa do Avante! é um inestimável contributo<br />
para afirmar os valores de Abril e para o<br />
reforço do Partido para a luta que travamos por um<br />
Portugal com futuro e por um mundo melhor.
4 SEMANA<br />
18-8-2016<br />
ACTUAL<br />
Depois de tão repetida e ampliada<br />
pela comunicação social dominante<br />
tornou-se lugar-comum chamar rentrée<br />
ao retorno de alguns partidos à actividade<br />
política após o estival período de<br />
férias. É uma espécie de regresso a uma<br />
acção onde o que conta é o show-off interrompido<br />
neste período. O problema<br />
é que, no seu insistente esforço por mostrar<br />
que os partidos (e os políticos) são<br />
todos iguais, também inventaram para<br />
o PCP uma rentrée que, está-se mesmo<br />
a ver, associaram à Festa do Avante!.<br />
Só que o PCP é efectivamente diferente.<br />
Tem uma outra concepção e prática<br />
políticas que não vão de férias, que<br />
todos os dias se materializam na incessante<br />
acção e luta pela emancipação<br />
social dos trabalhadores e do povo.<br />
Falar de rentrée do PCP associada à<br />
Festa do Avante! é, por exemplo, não<br />
enxergar as horas, os dias e os meses<br />
de trabalho militante necessários para<br />
Rentrées<br />
• Manuel Rodrigues<br />
que a Festa aconteça. E é também não<br />
ver, para além da Festa e em ligação<br />
a ela, as muitas outras actividades que<br />
o PCP desenvolve neste período.<br />
Vem isto a propósito da rentrée política<br />
do PSD no passado domingo na<br />
Festa do Pontal. Passos Coelho aproveitou<br />
a previsível ampliação do seu discurso<br />
para desferir<br />
duros golpes<br />
na solução política<br />
actual com um<br />
criativo conjunto<br />
de ideias já batidas.<br />
Apontando<br />
o dedo acusador à reversão de algumas<br />
das medidas mais gravosas do seu governo<br />
disparou contra esta troika que<br />
só sabe fazer o que é fácil (repor feriados,<br />
acelerar a retoma de rendimentos,<br />
baixar o IVA da restauração,<br />
repor as 35 horas para a função pública).<br />
O que eles não fazem – terá<br />
«Deixa arder»<br />
• Ângelo Alves<br />
Agosto é o mês em que mais emigrantes<br />
vêm a Portugal. A alegria<br />
do reencontro é justa, merecida e devia<br />
ser integralmente respeitada.<br />
Mas o número impressionante dos<br />
portugueses que emigraram nos últimos<br />
cinco anos é um libelo acusatório fortíssimo<br />
contra a política de direita das<br />
troikas. O convite de Passos Coelho a<br />
que os portugueses saíssem da «zona<br />
de conforto» e emigrassem devia estar<br />
lavrado em pedra, para que o crime<br />
nunca fosse esquecido.<br />
A inevitabilidade da emigração atinge<br />
um número inadmissível<br />
de portugueses, em<br />
particular jovens. Há um<br />
discurso pretensioso e hipócrita<br />
sobre as enormes<br />
vantagens da emigração:<br />
porque abre<br />
horizontes, porque permite<br />
conhecer outras cul-<br />
• Margarida Botelho<br />
turas, porque dá oportunidades de desenvolvimento<br />
pessoal que o cantinho<br />
à beira mar plantado nunca dará. Nada<br />
contra as viagens, o turismo, a curiosidade<br />
natural da juventude por outras<br />
culturas e experiências. Mas há tudo<br />
contra uma política que escorraça a juventude<br />
da sua própria terra.<br />
Há uma imagem dourada da actual<br />
emigração portuguesa, como se só emigrassem<br />
promissores quadros técnicos<br />
e científicos. É verdade – e é um escândalo<br />
– que milhares de jovens técnicos,<br />
formados com dinheiro público<br />
português, não se conseguem<br />
fixar em Portugal.<br />
O caso dos enfermeiros,<br />
ou dos dentistas,<br />
que fazem falta aos milhares<br />
no Serviço Nacional<br />
de Saúde e saem<br />
aos milhares para a emigração<br />
talvez seja o<br />
acrescentado – é o que é difícil e exige<br />
alguma coragem. O que só um partido<br />
reformista e inconformista como o<br />
PSD consegue fazer (sempre com a solícita<br />
ajuda do CDS, é claro). Em conclusão,<br />
se as coisas estão assim, isso<br />
deve-se à reversão de reformas importantes.<br />
E de quem é a<br />
culpa? É do povo!<br />
– deixou subentendido<br />
– que não<br />
compreendeu tão<br />
abnegado esforço<br />
reformador e interrompeu<br />
estas e outras reformas tidas<br />
por inadiáveis e profundas, como a da<br />
Segurança Social. Assim o povo tivesse<br />
entendido, como era seu dever, e o<br />
País estaria bem melhor…<br />
Só lhe faltou mesmo acrescentar: «se<br />
o povo não entende nem aceita, então<br />
mude-se o povo!»<br />
Portugal está a viver um momento grave com as centenas<br />
de incêndios que deflagraram no continente e na<br />
região autónoma da Madeira. Só na semana entre 6 e 12<br />
de Agosto arderam 96 477 hectares, 20 vezes mais do que<br />
tinha ardido desde o início de 2016. Ao momento da redacção<br />
deste artigo encontram-se activos quase meia centena<br />
de incêndios. Trata-se de uma situação excepcional que<br />
exige medidas excepcionais.<br />
O governo português accionou, bem e a<br />
tempo, os acordos bilaterais de ajuda ao<br />
combate a incêndios e o mecanismo europeu<br />
de protecção civil. De Marrocos chegaram<br />
rapidamente dois aviões Canadair<br />
e da Rússia dois Beriev, aviões de grande<br />
capacidade. Da União Europeia chegaram<br />
dois Canadair espanhóis, país com o qual<br />
temos um acordo bilateral de combate a incêndios nas zonas<br />
de fronteira e com quem tradicionalmente temos uma<br />
cooperação bilateral nesta área, e um Canadair de Itália.<br />
França afirmou estar a considerar enviar meios.<br />
A «ajuda» da União Europeia é vergonhosa e demonstrativa<br />
da real «solidariedade» com que podemos dali contar. Tão<br />
vergonhosa que até o governo português sinalizou a crítica.<br />
A resposta política da UE, essa, chegou e foi lesta: «Neste<br />
momento vários estados-membros estão a enfrentar graves<br />
incêndios florestais ou perigo extremo de incêndio florestal.<br />
Consequentemente, a disponibilidade de aviões é muito limitada».<br />
Se a falta de solidariedade é já por si grave, a mentira<br />
na resposta política é criminosa. Basta olhar para os dados<br />
e mapas do sistema europeu de informação de fogos<br />
florestais( 1 ) para chegar às seguintes conclusões:<br />
1 – Portugal tem neste momento,<br />
sozinho, metade (101 mil hectares) de<br />
toda a área ardida na União Europeia; 2<br />
– Os principais focos de incêndio concentram-se<br />
maioritariamente nos países que<br />
enviaram meios ou consideram enviar, Espanha,<br />
Itália e França; 3 – Portugal e Espanha,<br />
a par com a Grécia, são os países<br />
onde o risco de incêndio é máximo. Na Europa central e<br />
do Norte o risco é baixo ou moderado. É caso para dizer<br />
a União Europeia não serve nem para apagar fogos. A sua<br />
resposta ao drama que estamos a viver bem poderia ser traduzida<br />
na expressão «deixa arder».<br />
( 1 ) http://forest.jrc.ec.europa.eu/effis/<br />
O meu querido mês de Agosto<br />
exemplo mais acabado disso mesmo.<br />
Mas a verdade é que a generalidade<br />
dos emigrantes desta nova vaga são jovens<br />
sim, mas desempregados, à procura<br />
do primeiro emprego, sem qualificações,<br />
que encontram emprego na<br />
agricultura, na construção civil, nas limpezas,<br />
na hotelaria.<br />
Ao ver os milhares de jovens famílias<br />
que regressaram neste Verão para<br />
matar saudades de Portugal, é impossível<br />
não pensar no desperdício e<br />
na injustiça. Desperdício da capacidade,<br />
força, energia e criatividade de<br />
cada um destes trabalhadores, que fazem<br />
falta para desenvolver o País. Injustiça,<br />
porque a política de direita não<br />
lhes ofereceu mais do que desemprego,<br />
precariedade, baixos salários, e lhes<br />
apontou a porta da rua.<br />
Criar emprego, digno, estável, com<br />
salários justos é a única solução que o<br />
País tem para os trazer de volta.<br />
FRASES<br />
“<br />
As deferências corporativas (...) visam o<br />
estabelecimento subliminar de simpatia<br />
pelos interesses corporativos de quem convida.<br />
”<br />
(Santana Castilho,<br />
Público, 10.8.16)<br />
“<br />
Mais de metade do emprego criado é precário<br />
e a prazo<br />
” (Título, sobre Inquérito<br />
ao Emprego do INE,<br />
Diário de Notícias, 11.8.16)<br />
“<br />
Foram negando sempre, ao longo de dois<br />
dias, qualquer necessidade dos apoios que<br />
estavam a ser disponibilizados.<br />
” (Edgar Silva,<br />
Jornal i, 11.8.16)<br />
“<br />
Este Governo tem nas mãos a possibilidade<br />
de ficar na história da triste sina dos<br />
fogos. ”<br />
(Fernando Sobral,<br />
Jornal de Negócios, 12.8.16)<br />
“<br />
Os grandes incêndios que, nos anos piores,<br />
foram responsáveis por 85% da área ardida,<br />
só se controlam se houver um trabalho<br />
prévio de prevenção, de planeamento e<br />
de ordenamento. Há anos que isto se sabe.<br />
Há anos que nos prometem atacar este problema.<br />
Há anos que nos mentem. Espanto?<br />
Ou vergonha? ” (Manuel Carvalho,<br />
Público, 14.8.16)<br />
“<br />
O investimento privado está na expectativa<br />
de saber qual o resto da história e vai-<br />
-se manter expectante e isso é uma má notícia<br />
para os portugueses.<br />
”<br />
(Pedro Passos Coelho, no Pontal,<br />
Diário de Notícias, 15.8.16)<br />
“[Pedro Passos Coelho] continua a reservar-se<br />
ao papel, que não é saudável para<br />
o país, de estar sempre a anunciar a desgraça<br />
que vem aí.<br />
”<br />
(António Costa,<br />
Diário de Notícias, 16.8.16)<br />
“<br />
A economia será muito mais pujante<br />
quando deixarmos de desperdiçar dois terços<br />
do território português. ” (Helena Freitas,<br />
Expresso, 13.8.16)<br />
“<br />
O imediatismo e a urgência que hoje dominam<br />
a exigência da vida pública não podem<br />
transformar a ética pública numa sanha<br />
demagógica e populista, segundo a qual<br />
um presidente seria mais sério, mais impoluto,<br />
mais puro, se não custasse dinheiro ao<br />
Estado.<br />
”<br />
(São José Almeida,<br />
Público, 13.8.16)<br />
“<br />
A União Europeia é tudo menos aquilo<br />
que a expressão pretende enunciar. Constituiu<br />
para nós, portugueses, uma ignomínia.<br />
”<br />
(Baptista Bastos,<br />
Jornal de Negócios, 12.8.16)
18-8-2016<br />
EM FOCO 5<br />
PCP promete continuar a luta em defesa dos trabalhadores e do povo<br />
Manter a linha<br />
em 2017<br />
Em terras algarvias,<br />
Jerónimo de Sousa<br />
defendeu, no domingo, que<br />
o Orçamento do Estado (OE) para 2017<br />
deve manter a «linha» de devolução de<br />
rendimentos e de direitos.<br />
Jerónimo de Sousa considerou<br />
inaceitáveis os constrangimentos<br />
externos impostos pela UE<br />
O compromisso<br />
do PCP é com<br />
os trabalhadores<br />
e o povo<br />
Em Monte Gordo, durante<br />
um convívio de Verão,<br />
realizado no Parque<br />
de Merendas, onde estiveram<br />
várias centenas de pessoas,<br />
o Secretário-geral do<br />
PCP salientou que é preciso<br />
responder «à complexidade<br />
da situação política e<br />
social», que «continua numa<br />
linha de agravamento<br />
em várias áreas», resultante<br />
dos «constrangimentos<br />
e condicionamentos externos»<br />
impostos pela União<br />
Europeia.<br />
«Vamos ter pela frente<br />
grandes questões, designadamente<br />
do OE para<br />
2017», anteviu Jerónimo<br />
de Sousa, sublinhando que<br />
é preciso continuar «esta<br />
linha de devolução, de reposição<br />
de direitos, de respeito<br />
pelos salários, de aumentos<br />
das pensões e<br />
reformas» e não «voltar à<br />
política de austeridade» defendida<br />
pelo PSD e CDS.<br />
«Esse caminho foi rejeitado<br />
a 4 de Outubro [de<br />
2015] pela maioria do povo<br />
português», que «não<br />
tem saudades» do anterior<br />
governo, que impunha, como<br />
«única receita, a austeridade»,<br />
lembrou.<br />
Tudo isto «leva a um aumento<br />
da responsabilidade<br />
do actual Governo», do<br />
PS, que é o de saber se<br />
«soçobra [virar violentamente<br />
de baixo para cima<br />
ou vice-versa] perante as<br />
pressões da direita da<br />
União Europeia (UE) ou se<br />
connosco procura soluções<br />
duradouras, de respeito pela<br />
esperança, pelo sentimento<br />
que os portugueses<br />
têm de que é possível, no<br />
seu País, terem uma vida<br />
melhor» e não terem de<br />
«recorrer à emigração»,<br />
afirmou o Secretário-geral<br />
do PCP.<br />
Na sua intervenção, qualificou<br />
ainda como «inaceitáveis»<br />
as «ameaças de sanções»<br />
feitas pela Comissão<br />
Europeia (CE) a Portugal,<br />
assim como as decisões que<br />
Banco Central Europeu quer<br />
impor sobre a gestão do sistema<br />
financeiro e sobre a situação<br />
na Caixa Geral de<br />
Depósitos.<br />
Flagelo dos incêndios exige medidas concretas<br />
Trágico desfilar de dramas<br />
Jerónimo de Sousa falou ainda sobre o<br />
flagelo dos fogos. «Assistimos ao trágico<br />
desfilar de dramas, com bens materiais<br />
destruídos e vidas humanas perdidas nos<br />
incêndios que têm grassado com particular<br />
gravidade em várias regiões do País e na<br />
Região Autónoma da Madeira,<br />
designadamente no Funchal», lamentou,<br />
dirigindo uma palavra de «solidariedade»<br />
para com as populações atingidas e de<br />
«apreço» pelo incansável trabalho dos<br />
bombeiros e de outros intervenientes.<br />
«O nosso Partido há muito que vem<br />
alertando para as causas deste flagelo e<br />
para o que é necessário fazer», recordou,<br />
afirmando a necessidade de «investir no<br />
ordenamento florestal, na limpeza das<br />
matas e no reforço dos meios permanentes,<br />
designadamente nas equipas dos sapadores<br />
florestais e de prevenção de combate aos<br />
fogos».<br />
Fundamental será também «reforçar os<br />
serviços do Ministério da Agricultura para<br />
apoiar os pequenos produtores» e assegurar<br />
«uma outra política agrícola, que respeite<br />
e valorize os pequenos e médios produtores<br />
agrícolas e florestais», assegurando-lhes<br />
«um justo rendimento pelo seu trabalho».<br />
Tudo isto deverá fixar «populações no<br />
interior e no espaço rural, combatendo o<br />
abandono e a desertificação», defendeu,<br />
informando que o PCP tem vindo a intervir,<br />
na Assembleia da República e no<br />
Parlamento Europeu, para assegurar «os<br />
meios de emergência», fazer «os<br />
levantamentos de todos os prejuízos» e<br />
accionar as «medidas de excepção, tendo<br />
em conta a gravidade da situação».<br />
Contribuição<br />
valiosa<br />
À noite, em Lagos, durante<br />
um jantar no Mercado<br />
do Levante, «uma grande<br />
iniciativa de camaradas<br />
e amigos do PCP», Jerónimo<br />
de Sousa começou por<br />
criticar o facto de ali não<br />
estar «nenhum órgão de<br />
comunicação social», uma<br />
vez que «foram todos, a<br />
correr, para o Pontal», à<br />
rentrée do PSD.<br />
Ali, como já tinha feito<br />
no concelho de Vila Real<br />
de Santo António, recordou<br />
que das eleições de 4<br />
de Outubro «resultou uma<br />
nova composição na Assembleia<br />
da República».<br />
«O PCP, consciente do significado<br />
da derrota do governo<br />
PSD/CDS, tomou a<br />
iniciativa e deu uma contribuição<br />
valiosa, expressa<br />
na posição conjunta do PS<br />
e do PCP», destacou, frisando<br />
que o documento,<br />
«de carácter e dimensão limitada,<br />
procurava dar resposta<br />
a problemas mais urgentes»,<br />
para travar a<br />
ofensiva.<br />
Assim foi possível, num<br />
balanço sintético, devolver<br />
salários e rendimentos, repor<br />
horários de trabalho e<br />
feriados, restituir o abono<br />
de família, eliminar taxas<br />
moderadoras, defender a<br />
Escola Pública e travar privatizações.<br />
«Cada uma destas medidas<br />
representou um avanço<br />
incontornável», valorizou<br />
o Secretário-geral,<br />
sublinhando que o PCP vai<br />
continuar a apoiar «tudo<br />
aquilo que for positivo para<br />
os trabalhadores, para<br />
o povo e para o País», nunca<br />
«abdicando da luta por<br />
uma política alternativa,<br />
patriótica e de esquerda».
PCP<br />
6 18-8-2016<br />
Subvenções vitalícias<br />
PCP esteve sempre contra<br />
O PCP esteve sempre contra a atribuição das<br />
subvenções vitalícias a detentores de cargos<br />
públicos, que foram criadas pelo PS e pelo<br />
PSD.<br />
A atribuição das subvenções<br />
vitalícias a detentores<br />
de cargos públicos é uma<br />
das questões a que ciclicamente<br />
a opinião publicada<br />
lança mão para amalgamar,<br />
deliberadamente, atitudes<br />
e responsabilidades das diferentes<br />
forças políticas.<br />
De forma ardilosa e nada<br />
inocente, a campanha para<br />
tentar fazer crer que<br />
«eles» – os partidos e os<br />
políticos – «são todos<br />
iguais» é posta em marcha<br />
sempre que a luta dos trabalhadores<br />
e do povo, a<br />
que o PCP nunca é alheio,<br />
ameaça, nem que seja ao<br />
de leve, os interesses do<br />
capital e da direita. É o que<br />
está uma vez mais a suceder<br />
com a questão das subvenções.<br />
O PCP defendeu<br />
a revogação das<br />
subvenções<br />
vitalícias<br />
Porque a verdade dos<br />
factos pouco ou nada interessa<br />
aos falsos moralistas<br />
da vida política portuguesa,<br />
omite-se que o PCP foi<br />
desde sempre contra a instituição<br />
das subvenções vitalícias,<br />
tendo assumido e<br />
expresso essa posição isoladamente<br />
em mais do que<br />
uma ocasião. Tal como se<br />
esconde que foi pela mão<br />
de PS e PSD, com o voto<br />
contra do PCP, que tal<br />
subvenção foi criada na Assembleia<br />
da República, em<br />
1984.<br />
As subvenções vitalícias foram criadas pelo PS e pelo PSD<br />
O facto de os eleitos comunistas<br />
não terem prescindido<br />
de aceder a essa<br />
subvenção enquanto ela esteve<br />
em vigor, não ilude o<br />
facto – também sempre escamoteado<br />
– de ter sido<br />
orientação do PCP a não<br />
utilização dessa verba em<br />
proveito pessoal e de a<br />
mesma ser colocada ao serviço<br />
dos trabalhadores e<br />
do povo português, do seu<br />
esclarecimento e da sua luta.<br />
O corolário lógico desta<br />
posição foi, obviamente,<br />
a reiterada defesa da revogação<br />
das subvenções vitalícias<br />
e o voto favorável<br />
à sua extinção, em 2005,<br />
quando a Assembleia da<br />
República debateu o assunto.<br />
Vale a pena lembrar, a<br />
propósito, que já em Janeiro<br />
deste ano, intervindo no<br />
Parlamento, o deputado do<br />
PCP António Filipe deixou<br />
claro que o Partido discorda<br />
da decisão que foi tomada<br />
pelo Tribunal Constitucional<br />
relativamente à<br />
norma constante do Orçamento<br />
do Estado, cuja fiscalização<br />
lhe foi suscitada,<br />
e também que a única proposta<br />
alternativa à proposta<br />
apresentada na Assembleia,<br />
aquando da discussão<br />
do Orçamento do Estado,<br />
foi precisamente a do<br />
Grupo Parlamentar do<br />
PCP. O acórdão do Tribunal<br />
Constitucional, recorda-se,<br />
considerou que a<br />
subvenção vitalícia não pode<br />
ser cortada para os antigos<br />
deputados.<br />
Foto LUSA<br />
Deputados comunistas prestam contas<br />
Passos positivos nas áreas do trabalho e saúde<br />
Os deputados comunistas<br />
têm vindo a prestar contas,<br />
como é seu timbre, do trabalho<br />
desenvolvido nas diversas<br />
áreas e com incidência<br />
nos respectivos círculos<br />
eleitorais. O balanço da 1.ª<br />
sessão legislativa da XIII legislatura<br />
prova que valeu e<br />
vale a pena lutar e que a<br />
possibilidade e capacidade<br />
de repor, recuperar e reforçar<br />
direitos é inseparável da<br />
coragem e da resistência<br />
dos trabalhadores que tanto<br />
lutaram nos últimos anos.<br />
Na área do trabalho, por<br />
exemplo, por proposta e<br />
contributo do PCP foi possível<br />
aprovar a reposição<br />
dos feriados, dos salários e<br />
das 35 horas na Administração<br />
Pública; o reforço do<br />
apoio aos desempregados;<br />
o reforço dos meios humanos<br />
e técnicos da Autoridade<br />
Condições de Trabalho.<br />
Cabe ainda destacar, nesta<br />
sessão, o pacote de iniciativas<br />
de combate à precariedade<br />
e reforço dos direitos<br />
dos trabalhadores; o<br />
projecto de lei que repõe o<br />
princípio do tratamento mais<br />
favorável e fim da caducidade<br />
da contratação colectiva;<br />
o projecto de lei que<br />
reduz para as 35 horas o limite<br />
máximo do horário semanal<br />
de trabalho para todos<br />
os trabalhadores; o projecto<br />
de lei que revoga os<br />
bancos de horas, adaptabilidades<br />
e outros mecanismos<br />
de desregulamentação<br />
dos horários; o projecto de<br />
lei que revoga a requalificação<br />
de trabalhadores em<br />
funções públicas; o projecto<br />
de lei que atribui 25 dias<br />
de férias para todos os<br />
trabalhadores.<br />
Ainda na área do trabalho,<br />
o Grupo Parlamentar<br />
promoveu diversas audições<br />
e debates temáticos, como<br />
foi o caso da Audição Pública<br />
– «Direitos laborais:<br />
valorização do trabalho e<br />
dos trabalhadores, combate<br />
à precariedade, exigências<br />
de alteração ao Código<br />
do Trabalho e à legislação<br />
laboral da Administração<br />
Pública», e do debate na<br />
Comissão Parlamentar de<br />
Trabalho e Segurança Social<br />
da questão do agravamento<br />
da precariedade e o<br />
despedimento colectivo na<br />
Portway, bem como sobre<br />
a situação dos trabalhadores<br />
do Parque Industrial da<br />
Autoeuropa.<br />
No âmbito da fiscalização<br />
do Governo e exigência do<br />
cumprimento dos direitos<br />
dos trabalhadores, o PCP<br />
dirigiu dezenas de perguntas<br />
ao Ministério do Trabalho,<br />
denunciando problemas<br />
específicos em empresas<br />
e locais de trabalho de<br />
todo o País e em vários sectores<br />
de actividade.<br />
Considerando que a valorização<br />
do trabalho e dos<br />
trabalhadores é um eixo essencial<br />
de uma política alternativa,<br />
objecto e condição<br />
do desenvolvimento e<br />
do progresso social, os deputados<br />
comunistas comprometem-se<br />
a continuar a<br />
lutar, na próxima sessão legislativa,<br />
pelo aumento dos<br />
salários, pelo combate firme<br />
à precariedade e sinistralidade<br />
laboral, em defesa<br />
da contratação colectiva<br />
e do emprego com direitos.<br />
Saúde para todos<br />
No que diz respeito à área<br />
da saúde, a sessão legislativa<br />
fica marcada pelos passos<br />
positivos que foram dados<br />
no sentido de começar<br />
a inverter o caminho de ataque<br />
aos direitos dos utentes,<br />
dos profissionais de saúde<br />
e ao SNS levado a cabo<br />
por sucessivos governos e,<br />
particularmente pelo anterior<br />
governo PSD/CDS. Os<br />
progressos contaram com o<br />
contributo e empenho do<br />
PCP, nomeadamente, redução<br />
das taxas moderadoras,<br />
alteração no regulamento<br />
dos transportes não urgentes<br />
e contratação de médicos<br />
de medicina geral e familiar.<br />
Apesar de positivas, estas<br />
medidas são tímidas e<br />
insuficientes, considera o<br />
PCP, pelo que é necessário<br />
tomar medidas que permitam<br />
ir mais longe no sentido<br />
de remover os obstáculos<br />
que persistem no acesso<br />
aos cuidados de saúde<br />
(quer por via das taxas moderadoras,<br />
quer pelo regulamento<br />
de atribuição de<br />
transporte não urgente aos<br />
doentes); de combater as<br />
listas de espera para consultas<br />
de especialidade e<br />
para cirurgias; de centrar<br />
nos utentes os cuidados de<br />
saúde primários e hospitalares;<br />
assegurar a capacidade<br />
instalada existente no<br />
SNS; contratar profissionais<br />
e valorizar social e profissionalmente<br />
os trabalhadores<br />
da saúde.<br />
CAMARADAS FALECIDOS<br />
Gilberto Luís Pedro Anacleto<br />
Faleceu aos 71 anos o camarada Gilberto Luís Pedro<br />
Anacleto. Destacado militante, aderiu ao Partido logo<br />
após o 25 de Abril em 1974. Foi durante vários anos<br />
membro da Comissão Concelhia de Alenquer, e candidato<br />
por diversas vezes aos órgãos autárquicos. Estava<br />
organizado na freguesia de Abrigada em Alenquer onde<br />
era o responsável pela difusão do Avante!.<br />
Maria Isabel Jesus Lima Carvalho<br />
Com 81 anos de idade, faleceu no passado dia 9 de<br />
Agosto a camarada Maria Isabel Jesus Lima Carvalho.<br />
Auxiliar técnica de Laboratório, era membro do Partido<br />
desde 1976. Estava integrada na Organização da Freguesia<br />
de Oeiras onde foi militante activa até a sua saúde<br />
o permitir.<br />
*<br />
Aos familiares e amigos dos comunistas falecidos, o colectivo<br />
do Avante! manifesta sentidas condolências.
18-8-2016<br />
PONTE DE LIMA<br />
Falta de limpeza<br />
A Comissão Concelhia de Ponte de<br />
Lima do PCP exige a adopção de<br />
medidas no plano municipal que<br />
assegurem uma eficaz limpeza do<br />
espaço urbano em todo o concelho.<br />
A falta de uma gestão municipal<br />
na área da recolha dos resíduos sólidos,<br />
denunciam os comunistas, está a<br />
provocar a indignação dos munícipes,<br />
que alertam para facto de o desmazelo<br />
e a sujidade das ruas serem factores<br />
virais com consequências de<br />
contaminação ambiental, com risco<br />
para a saúde pública. A título de<br />
exemplo referem a colocação<br />
incompreensível de contentores<br />
de recolha de lixos em locais<br />
inapropriados, situação que é agravada<br />
pelo depósito de lixos durante o dia que<br />
transbordam dos contentores,<br />
provocando maus cheiros e atraindo<br />
pragas de insectos. Assinalam ainda<br />
o calamitoso estado de vários locais<br />
impregnados de imundice por causa<br />
dos detritos em decomposição<br />
depositados pelas pombas ao longo de<br />
meses, por falta da necessária lavagem<br />
das ruas. A organização do PCP sugere<br />
à vereação municipal e ao executivo<br />
da Junta de freguesia que agendem nas<br />
acções das actividades autárquicas um<br />
percurso pelas artérias da vila para<br />
constatarem a falta de higiene e limpeza.<br />
CASTELO BRANCO<br />
Continuar a luta<br />
O executivo da Direcção da Organização<br />
Regional de Castelo Branco do PCP, em<br />
comunicado recentemente divulgado,<br />
saúda a luta da população de Monsanto<br />
e a reabertura prevista da sua escola,<br />
encerrada pelo governo PSD/CDS, já no<br />
próximo ano lectivo. Sublinhando que<br />
vale a pena lutar pela reposição de<br />
direitos – como sucedeu na Covibus<br />
e nas Minas da Panasqueira – e novas<br />
conquistas, a estrutura do PCP lembra,<br />
entre outras matérias, que o anúncio<br />
da redução de 15 por cento no valor de<br />
portagens nas SCUT, sendo um passo<br />
positivo, fica aquém do exigido pelas<br />
populações e pelo Partido, ou seja<br />
a eliminação total das portagens, pelo<br />
que é indispensável e imperativo a<br />
continuação da luta. O mesmo é válido<br />
para a conclusão da electrificação da<br />
linha da Beira Baixa, há muito parada e<br />
com graves prejuízos para a mobilidade<br />
e desenvolvimento na região; a<br />
reposição das freguesias que o PCP,<br />
honrando o seu compromisso, levou<br />
a debate na AR; as 35h para todos os<br />
trabalhadores ou ainda na defesa da<br />
contratação colectiva.<br />
ALGARVE<br />
PCP saúda enfermeiros<br />
A Direção da Organização Regional<br />
de Faro do PCP saudou a greve dos<br />
enfermeiros, que decorreu entre os dias<br />
9 e 12 de Agosto no distrito de Faro,<br />
pela reposição do horário semanal das<br />
35 horas, bem como as acções e<br />
iniciativas que têm sido desenvolvidas<br />
em Lagos, Portimão e Faro. Exigindo<br />
a reposição do horário semanal de 35<br />
horas, sem discriminações, a admissão<br />
de mais enfermeiros para fazer face<br />
às necessidades e exigências de um<br />
serviço público de qualidade,<br />
e o pagamento integral das «horas<br />
de qualidade» e do trabalho<br />
suplementar, os enfermeiros da região<br />
do Algarve estão, para lá da defesa dos<br />
seus direitos e condições de trabalho,<br />
a lutar também pela defesa e melhoria<br />
do Serviço Nacional de Saúde,<br />
considera o PCP.<br />
Vasco<br />
Cardoso<br />
Membro<br />
da Comissão<br />
Política<br />
Populismo<br />
– perigos e resposta<br />
Éna dimensão dos problemas económicos<br />
e sociais que atingem o País, inseparáveis<br />
que são de décadas de política de direita<br />
e da própria natureza e crise estrutural do capitalismo,<br />
que encontramos o terreno fértil para o desenvolvimento<br />
de ideias, concepções e práticas populistas. Populismo<br />
que não é mais do que o exercício que as próprias<br />
classes dominantes fazem para canalizar, em função dos<br />
seus próprios interesses, o descontentamento e a revolta<br />
que o agravamento da exploração provoca.<br />
“<br />
O combate<br />
ao populismo é por<br />
isso parte integrante<br />
da luta ideológica<br />
que travamos<br />
”<br />
PCP 7<br />
O grande capital, utilizando os poderosos<br />
instrumentos de que dispõe<br />
– onde se incluem os órgãos de comunicação<br />
social dominante – desenvolve,<br />
por diversos meios, um<br />
amplo arsenal ideológico que procura<br />
tirar partido do desemprego, dos<br />
baixos salários, da degradação das<br />
condições de vida, das injustiças sociais,<br />
da corrupção, da insegurança,<br />
da guerra, das contradições geradas<br />
pelo próprio sistema capitalista, para<br />
não só dificultar a compreensão pelas<br />
massas sobre a natureza exploradora,<br />
opressora, agressiva e desumana<br />
do capitalismo, mas também<br />
para canalizar esse mesmo descontentamento<br />
para posições que, em última<br />
análise, são de apoio à manutenção<br />
dos mecanismos de exploração<br />
existentes.<br />
Subordinado ao poder económico,<br />
o poder político segue-lhe as directrizes<br />
no plano ideológico, com as forças<br />
políticas que não assumem o objectivo<br />
da ruptura com o sistema capitalista<br />
a serem protagonistas (em<br />
graus diferentes) desta abordagem,<br />
trazendo para o debate e intervenção<br />
políticas elementos que apelam aos<br />
sentimentos mais reaccionários e primários<br />
que prevalecem na sociedade.<br />
São esses os ventos que sopram<br />
hoje numa União Europeia mergulhada<br />
numa profunda crise, com a<br />
promoção e crescimento de forças de<br />
extrema-direita e mesmo fascistas. E<br />
são esses ventos que, tendo expressão<br />
e conteúdos diferentes, vão soprando<br />
também no nosso País.<br />
As campanhas em torno dos problemas<br />
da criminalidade ou contra o<br />
«rendimento mínimo» ensaiadas pelo<br />
CDS-PP, as candidaturas à Presidência<br />
da República de José Manuel<br />
Coelho, Fernando Nobre ou de<br />
Marinho e Pinto assentes no discurso<br />
«anti-partidos», o registo que ao<br />
longo de décadas tem sido imposto<br />
pelas maiorias PSD no Governo Regional<br />
da Madeira, a forma com que<br />
frequentemente outras forças políticas<br />
tratam assuntos na Assembleia da<br />
República indo ao encontro dos critérios<br />
sensacionalistas que dominam<br />
a comunicação social, são expressões<br />
desta realidade no nosso País.<br />
Tudo isto num caldeirão mediático<br />
onde o discurso anti-partidos se vai<br />
generalizando, beneficiando da exploração<br />
de casos concretos de corrupção,<br />
de crimes ou de promiscuidade<br />
entre o poder político e o poder<br />
económico, ao mesmo tempo<br />
que se vai promovendo teses e concepções<br />
sobre diversos assuntos da<br />
vida nacional – incêndios, refugiados,<br />
segurança das populações , etc.<br />
– que no essencial apontam para a<br />
quebra de relações de solidariedade<br />
de classe, para a desistência e conformismo,<br />
para o aumento e aceitação<br />
do carácter repressivo do Estado<br />
sobre as classes e camadas antimonopolistas.<br />
Expressão das ideias<br />
dominantes que são projectadas a<br />
partir dos media, é também a realidade<br />
que se vivencia nas chamadas<br />
redes sociais que, pelas suas características,<br />
são susceptíveis de apanhar<br />
muita gente desprevenida face a estas<br />
teses e concepções.<br />
Na última semana assistimos a mais<br />
uma operação que se insere neste tipo<br />
de abordagem, como foi a da divulgação<br />
de uma «lista» com «as reformas<br />
dos ex-políticos». Sem estar aqui<br />
a percorrer todo o historial de intervenção<br />
do PCP contra a existência<br />
deste privilégio, nem a desenvolver<br />
os critérios com que os membros do<br />
Partido tratam esta questão, assentes<br />
no princípio de não se ser nem beneficiado<br />
nem prejudicado pelo exercício<br />
de cargos públicos, o facto é que,<br />
em regra, este tipo de operações mediáticas<br />
provocam um sem número de<br />
incompreensões e dúvidas, tendentes<br />
a meter tudo no mesmo saco, isto é:<br />
aqueles que aprovaram este tipo de<br />
privilégios e aqueles que, de forma<br />
coerente, os combateram e combatem.<br />
Assim, explorando aspectos que<br />
normalmente têm um fundo de verdade,<br />
toda a abordagem que procuram<br />
fazer não passa sem o recurso à<br />
mentira e à falsificação da realidade,<br />
arrastando as massas para um terreno<br />
onde as grandes contradições de<br />
classe estão ausentes e tudo se resume<br />
à divisão entre a «elite política» e o<br />
povo.<br />
O papel do Partido face a estes processos<br />
tem que estar em linha com<br />
os nossos princípios e objectivos.<br />
Por maiores que sejam as pressões<br />
e, até em alguns casos, por maiores<br />
que fossem os proveitos imediatos que<br />
tal ou tal posicionamento pudesse<br />
dar ao PCP, para um Partido como<br />
o nosso seria trágico ceder neste terreno.<br />
Mais tarde ou mais cedo, pagar-se-ia<br />
uma pesada factura. O combate<br />
ao populismo é por isso parte<br />
integrante da luta ideológica que travamos.<br />
Assegurar a independência<br />
política e ideológica do Partido, decidir<br />
em conformidade com os interesses<br />
dos trabalhadores e do povo,<br />
falar verdade e contribuir para o esclarecimento<br />
e elevação da consciência<br />
das massas é a única resposta<br />
que um partido revolucionário<br />
pode dar e é essa resposta que o<br />
PCP dá.
TRABALHADORES<br />
8 18-8-2016<br />
Amanhã<br />
As reivindicações dos<br />
guardas-florestais do<br />
SEPNA/GNR deverão ser<br />
discutidas amanhã, com a<br />
Federação Nacional dos<br />
Sindicatos dos<br />
Trabalhadores em Funções<br />
Públicas e Sociais, numa<br />
reunião com o Ministério<br />
da Administração Interna,<br />
que ficou marcada no dia<br />
3. Nessa manhã, a<br />
federação da CGTP-IN<br />
promoveu uma vigília de<br />
dirigentes e delegados<br />
sindicais, no Terreiro do<br />
Paço, e o compromisso do<br />
secretário de Estado da<br />
Administração Interna foi<br />
assumido perante uma<br />
delegação sindical. Em<br />
causa estão questões como<br />
a atribuição de<br />
suplementos<br />
remuneratórios, o<br />
recrutamento de novos<br />
efectivos para uma carreira<br />
que está «em regime de<br />
extinção», a<br />
regulamentação de<br />
matérias relacionadas com<br />
o Estatuto profissional em<br />
vigor, o pagamento dos<br />
retroactivos da valorização<br />
salarial atribuída com o<br />
Estatuto, a actualização do<br />
cartão de identificação<br />
profissional.<br />
Pensões<br />
Para a Associação<br />
Nacional de Sargentos, a<br />
questão dos cortes nas<br />
pensões dos militares é<br />
«demasiado sensível para<br />
que não mereça tratamento<br />
mais sério e rigoroso». A<br />
crítica, no dia 9, seguiu-se<br />
à publicação de mais uma<br />
notícia sobre este tema, no<br />
dia 8, depois de em Julho<br />
ter surgido um suposto<br />
projecto de diploma sobre<br />
a matéria e «fontes»<br />
governamentais terem<br />
negado ou desvalorizado o<br />
tema. A ANS, nessa altura,<br />
solicitou ao Ministério da<br />
Defesa Nacional «as<br />
necessárias explicações e<br />
eventuais esclarecimentos»,<br />
mas não obteve resposta.<br />
Agora, a associação veio<br />
recordar que a 5 de Julho,<br />
numa audiência que teve<br />
no MDN, «não se fez<br />
qualquer referência a esta<br />
matéria, mas afirmou-se a<br />
disponibilidade para o<br />
diálogo e para uma relação<br />
institucional efectiva».<br />
Petição<br />
Motoristas de pesados e<br />
outros trabalhadores, com<br />
limites de idade para o<br />
exercício da profissão,<br />
devem ter acesso à idade<br />
de reforma mais cedo do<br />
que os novos limites<br />
exigidos à custa do «factor<br />
de sustentabilidade» da<br />
Segurança Social. Esta<br />
exigência motivou uma<br />
petição dirigida à AR, que<br />
está a ser dinamizada pela<br />
Fectrans/CGTP-IN.<br />
Greves na Panrico e nas cantinas e refeitórios<br />
Contra roubo nos feriados<br />
Desde 1 de Janeiro de 2015, o trabalho em<br />
dias feriados voltou a ter de ser remunerado<br />
segundo a contratação colectiva, mas as empresas<br />
persistem em pagar muito menos. A<br />
resposta é a luta.<br />
No dia 15, segunda-feira,<br />
os trabalhadores da<br />
Panrico, em Mem Martins<br />
(Sintra), voltaram a fazer<br />
greve, para exigirem que<br />
o contrato colectivo seja<br />
respeitado no que toca ao<br />
pagamento do trabalho em<br />
dias feriados.<br />
Esta é uma forma de luta<br />
que dura há três anos.<br />
Desta vez, inspectores da<br />
Autoridade para as Condições<br />
do Trabalho verificaram<br />
que houve trabalhadores<br />
contratados para substituir<br />
quem aderiu à luta,<br />
como um dirigente do Sindicato<br />
dos Trabalhadores<br />
da Agricultura e das Indústrias<br />
de Alimentação, Bebidas<br />
e Tabacos (Sintab,<br />
da Fesaht/CGTP-IN) disse<br />
à agência Lusa.<br />
O que não é pago<br />
aos<br />
trabalhadores<br />
reverte<br />
para os cofres<br />
dos patrões<br />
Um grupo de trabalhadores<br />
voltou a concentrar-<br />
-se, junto à fábrica, durante<br />
a greve, trazendo para a<br />
rua a luta e os seus motivos.<br />
A empresa aplicou a redução<br />
do valor do trabalho<br />
prestado em dias feriados,<br />
permitida com a última revisão<br />
do Código do Trabalho<br />
desde Agosto de 2012.<br />
À luta dos trabalhadores<br />
somou-se uma decisão do<br />
Conflito na Galp<br />
Tribunal Constitucional e,<br />
desde 1 Janeiro de 2015,<br />
por lei voltaram a vigorar<br />
os valores da contratação<br />
colectiva.<br />
No caso da Panrico, o<br />
trabalho em dias feriados<br />
é pago com um acréscimo<br />
de 50 por cento, quando<br />
o contrato determina 200<br />
No exterior da refinaria do Porto, em Leça da Palmeira, a<br />
situação laboral foi dada a conhecer à população no dia 22<br />
de Julho<br />
A Fiequimetal/CGTP-IN<br />
entende que «é legítimo relacionar<br />
a viagem paga pela<br />
Galp a membros do Governo<br />
com o conflito laboral<br />
que a empresa mantém<br />
com os seus trabalhadores».<br />
Para além da Administração<br />
Fiscal e de «personalidades»<br />
não reveladas,<br />
surge envolvido naquele<br />
caso o Ministério que tutela<br />
«o grupo onde predominam<br />
Américo Amorim e os<br />
seus interesses», observa<br />
a Federação Intersindical<br />
das Indústrias Metalúrgicas,<br />
Químicas, Eléctricas,<br />
Farmacêutica, Celulose,<br />
Papel, Gráfica, Imprensa,<br />
Energia e Minas, num comunicado<br />
distribuído na<br />
Petrogal (Grupo Galp<br />
Energia) na semana passada,<br />
a chamar a atenção<br />
para outro «conflito de interesses».<br />
Há que denunciar, entende<br />
a federação, «as consequências<br />
que decorrem<br />
da subordinação dos governos<br />
ao poder económico,<br />
designadamente quanto<br />
às relações de promiscuidade<br />
que podem degenerar<br />
no agravamento das<br />
injustiças, das desigualdades<br />
e da brutalidade contra<br />
os trabalhadores». Sendo<br />
assim, as viagens a um<br />
jogo do Europeu de futebol,<br />
pagas pela Galp aos<br />
secretários de Estado da<br />
Indústria e da Internacionalização,<br />
ligam-se ao conflito<br />
que foi desencadeado<br />
com o ataque da administração<br />
ao Acordo de Empresa<br />
e aos direitos sociais<br />
dos trabalhadores.<br />
No comunicado, recorda-se<br />
que a Petrogal foi<br />
«proibida, por mais de<br />
uma dezena de tribunais,<br />
de restringir o pleno exercício<br />
do direito à greve»,<br />
mas «acabou por obter tudo<br />
o que os tribunais recusaram,<br />
por via de despachos<br />
antigreve emanados,<br />
precisamente, do Ministério<br />
da Indústria e,<br />
também, do Ministério do<br />
Trabalho».<br />
Por outro lado, a Fiequimetal<br />
«não ignora as pressões<br />
que têm sido feitas<br />
para que o Governo actue<br />
no sentido de servir os interesses<br />
da Petrogal/Galp»,<br />
motivo por que «a “argumentação”<br />
construída pela<br />
DGERT (Ministério do<br />
Trabalho) para “fundamentar”<br />
a caducidade da<br />
contratação colectiva mostra<br />
tanto de capacidade inventiva,<br />
quanto de falta de<br />
rigor, de isenção e de análise<br />
histórico-jurídica deste<br />
processo».<br />
Perante «a gravidade dos<br />
factos e da situação que foi<br />
criada», a federação adianta<br />
que vão ser retomadas<br />
acções junto do Governo,<br />
da Presidência da República<br />
e da Assembleia da<br />
República, entre outras<br />
entidades, e insiste no reforço<br />
da unidade entre os<br />
trabalhadores e no prosseguimento<br />
da luta em defesa<br />
do direito de negociação<br />
e de contratação colectiva,<br />
dos direitos laborais<br />
e das conquistas sociais,<br />
nomeadamente os<br />
regimes de saúde e de reforma.<br />
por cento.<br />
Aos trabalhadores, que<br />
há três anos recusam trabalhar<br />
nestas condições,<br />
estão asseguradas condições<br />
legais para voltarem<br />
a fazer greve em todos os<br />
feriados, até ao fim do ano.<br />
Pelos mesmos motivos,<br />
estiveram em greve, no dia<br />
15, trabalhadores das cantinas<br />
hospitalares, refeitórios<br />
e estabelecimentos de<br />
alimentação colectiva explorados<br />
pela Eurest, Itau<br />
e Gertal. No Norte, segundo<br />
o Sindicato da Hotelaria<br />
da Fesaht/CGTP-IN, a<br />
cantina da RTP (Porto) esteve<br />
encerrada e na cantina<br />
do Hospital Padre Américo<br />
houve apenas serviços<br />
mínimos, prevendo-se que<br />
se mantivessem elevados<br />
níveis de adesão à greve<br />
em hospitais de Viana do<br />
Castelo, Ponte de Lima,<br />
Há três anos que os feriados são<br />
passados em greve na Panrico,<br />
como voltou a acontecer no dia 15<br />
Póvoa de Varzim e Porto<br />
(Santo António e Pedro<br />
Hispano).<br />
Unicer<br />
A greve convocada para<br />
o início desta semana na<br />
Unicer foi suspensa no sábado,<br />
porque a administração<br />
deu passos que representaram<br />
«avanços claros<br />
no sentido da valorização<br />
da sua proposta inicial»,<br />
como explicou o Sintab,<br />
num comunicado citado<br />
pela Lusa, mas mantendo<br />
a paralisação de quatro horas<br />
nos dias 19 a 21. Para<br />
ontem à tarde foi marcado<br />
um plenário, para<br />
analisar a proposta salarial<br />
patronal, que iria ser<br />
formalizada aos representantes<br />
sindicais na terça-<br />
-feira.<br />
Ingerência militar<br />
na Polícia Marítima<br />
A propósito da notícia de que o Presidente da República<br />
promulgou, no dia 9, o Regulamento das Medalhas<br />
da Polícia Marítima, a Associação Sócio-Profissional da<br />
Polícia Marítima observou, numa nota de imprensa divulgada<br />
no dia seguinte, que «o projecto de diploma a<br />
que a teve acesso conferia a uma entidade militar (o Chefe<br />
de Estado-Maior da Armada, ali designado de Almirante<br />
Autoridade Marítima Nacional, expressão sem suporte<br />
jurídico recentemente utilizada pela tutela da Defesa<br />
Nacional) sem relação hierárquica ou escalão disciplinar<br />
na Polícia Marítima, o poder de atribuir medalhas<br />
policiais».<br />
A direcção da ASPPM escreveu ao PR, sobre esta circunstância,<br />
na expectativa de que, «sendo professor de<br />
Direito Constitucional, melhor alcançará a inaceitável ingerência<br />
da chefia militar na matéria disciplinar de uma<br />
Força de Segurança».<br />
Manifestando «especial preocupação» por «ver promulgado<br />
um diploma legal contendo normas inconstitucionais»,<br />
a ASPPM confia que a falta de resposta do PR ao<br />
seu ofício «se deveu a uma mera questão de agenda» e<br />
que «a subordinação da Polícia Marítima ao CEMA, constante<br />
do projecto inicial, não terá passado despercebida<br />
ao Chefe de Estado, que há menos de seis meses jurou<br />
cumprir a Constituição».
18-8-2016 TRABALHADORES<br />
9<br />
Prosseguem as greves nas instituições<br />
Enfermeiros unidos na luta<br />
Com muito fortes índices de adesão às greves e<br />
com grande combatividade demonstrada em<br />
acções de rua, enfermeiros do Algarve, de Coimbra<br />
e da Figueira da Foz deram início à luta nacional<br />
em instituições de Saúde.<br />
Depois das greves distritais,<br />
a 28 de Julho, e nacional,<br />
no dia seguinte, o Sindicato<br />
dos Enfermeiros<br />
Portugueses orientou para<br />
hospitais o «plano nacional<br />
de luta» pelas 35 horas semanais<br />
para todos, pela entrada<br />
de mais profissionais<br />
de enfermagem, em falta na<br />
maioria dos serviços, pelo<br />
respeito das normas sobre<br />
organização dos horários de<br />
trabalho e pela justa remuneração<br />
de todo o trabalho<br />
extraordinário realizado (sem<br />
excluir cerca de nove mil enfermeiros<br />
a contrato individual<br />
de trabalho, que têm<br />
um período normal de trabalho<br />
de 40 horas por semana,<br />
com remuneração<br />
idêntica aos colegas em regime<br />
de funções públicas).<br />
No IPO de Coimbra a<br />
greve de dia 10 teve uma<br />
adesão de 81 por cento; ainda<br />
segundo a direcção regional<br />
do SEP/CGTP-IN, nesse<br />
mesmo dia a greve no<br />
Hospital Distrital da Figueira<br />
da Foz contou com<br />
85 por cento.<br />
Enfermeiros em greve destas<br />
duas instituições concentraram-se<br />
frente à Administração<br />
Regional da Saúde do<br />
Centro, em Coimbra, e foram<br />
recebidos pelo conselho<br />
directivo da ARS, a quem<br />
expuseram os motivos da luta.<br />
No Centro Hospitalar do<br />
Algarve, a greve começou<br />
no Barlavento, dia 9, com<br />
níveis de adesão de 84 por<br />
cento (turno da noite), 80<br />
por cento (manhã) e cem por<br />
cento (tarde). Durante a manhã,<br />
dezenas de enfermeiros<br />
concentraram-se na entrada<br />
do Hospital de Portimão,<br />
exibindo faixas com<br />
reivindicações dirigidas ao<br />
Os trabalhadores da Valorlis<br />
fizerem greve ao trabalho<br />
extraordinário, neste<br />
fim-de-semana e no feriado,<br />
e por 24 horas, na terça-feira,<br />
dia 16, reclamando um<br />
aumento imediato dos salários<br />
no valor de 50 euros. A<br />
luta, organizada pelo Sindicato<br />
Nacional dos Trabalhadores<br />
da Administração Local,<br />
teve também por objectivo<br />
conseguir a negociação e<br />
aplicação do AE da Amarsul<br />
e da Valorsul (também do<br />
Grupo EGF) na empresa de<br />
Trabalham lado<br />
a lado, com igual<br />
remuneração,<br />
e exigem<br />
ter horário igual<br />
primeiro-ministro e à administração<br />
do CHA.<br />
Foi aqui criticado o anúncio<br />
da admissão de 80 enfermeiros<br />
até ao final do ano.<br />
Como explicou um dirigente<br />
do SEP, este número é insuficiente,<br />
pois as necessidades<br />
conhecidas apontam para<br />
uma falta de 462 profissionais.<br />
Nuno Manjua, citado<br />
pela agência Lusa, repudiou<br />
também o facto de o concurso<br />
indicar 40 horas semanais<br />
como período normal<br />
de trabalho. E o SEP<br />
comentou, anteontem, que é<br />
uma «imprecisão», pois «41<br />
serão apenas por seis meses<br />
e os restantes para permitir a<br />
mobilidade entre instituições».<br />
Outra reivindicação é a<br />
harmonização da forma de<br />
pagamento do trabalho suplementar,<br />
pois uns serviços<br />
remuneram em dinheiro, outros<br />
compensam com tempo.<br />
No segundo dia, ainda na<br />
metade Oeste do distrito, a<br />
adesão à greve foi de 94 por<br />
cento (noite), 75 por cento<br />
(manhã) e 93 por cento (tarde).<br />
O SEP promoveu também<br />
a afixação de faixas nos<br />
muros do Hospital de Faro,<br />
com mensagens semelhantes<br />
às exibidas na véspera em<br />
Portimão. Na capital do distrito<br />
foi distribuído um comunicado<br />
à população, sobre<br />
as razões da luta.<br />
Na quinta-feira, dia 11, os<br />
enfermeiros do Hospital de<br />
Valorlis em greve<br />
tratamento de resíduos sólidos<br />
do distrito de Leiria.<br />
Durante a greve, anteontem,<br />
dirigentes da organização<br />
regional do PCP distribuíram<br />
uma saudação aos<br />
trabalhadores em luta. Ao<br />
anunciar a greve, o STAL/<br />
Na entrada da empresa, o piquete de greve denunciou<br />
anteontem os salários baixos que há anos estão congelados<br />
Os justos motivos da greve ganharam dimensão pública<br />
nas concentrações em Portimão (em baixo) e em Coimbra<br />
Faro paralisaram a 60 por<br />
cento (noite), 61 por cento<br />
(manhã) e 68 por cento (tarde).<br />
Durante a manhã, depois<br />
de se concentrarem junto do<br />
piquete de greve, enfermeiros<br />
de toda a região seguiram<br />
para o edifício da administração,<br />
para entregarem 150<br />
requerimentos a exigir que<br />
sejam respeitadas as 35 horas<br />
semanais. No quarto dia,<br />
confirmaram-se os indicadores<br />
de adesão em Faro.<br />
Em Portimão e Lagos, estava<br />
programado fazer greve<br />
nos dias 9 e 10, mas muitos<br />
enfermeiros decidiram espontaneamente<br />
continuar a<br />
luta nos dois dias seguintes,<br />
com uma adesão elevada,<br />
que em alguns serviços de<br />
Portimão chegou a cem por<br />
cento.<br />
A direcção regional do SEP<br />
saudou a «excelente adesão»<br />
à greve no distrito, assinalando<br />
que tal «comprova não<br />
só a insatisfação, mas também<br />
a disponibilidade para continuar<br />
a lutar».<br />
Próximos<br />
De ontem, dia 17, até<br />
amanhã, 19, fazem greve<br />
das 8 às 12 horas os enfermeiros<br />
da Unidade Local de<br />
Saúde da Guarda, que hoje<br />
de manhã se concentram junto<br />
ao edifício da administração.<br />
Amanhã é dia de greve de<br />
enfermeiros na ULS do Norte<br />
Alentejano, realizando-se<br />
concentrações à entrada dos<br />
hospitais de Portalegre e Elvas.<br />
No Centro Hospitalar Tondela-Viseu,<br />
ocorre em todos<br />
os dias da próxima semana<br />
uma greve, das 9 às 12<br />
horas, durante a qual vão<br />
ser entregues à administração<br />
requerimentos individuais<br />
dos enfermeiros, repartidos,<br />
consoante os pisos, pelos primeiros<br />
quatro dias. No dia<br />
26, sexta-feira, vai ter lugar<br />
um plenário, admitindo o<br />
SEP que sejam debatidas<br />
formas de luta para Setembro.<br />
/CGTP-IN lembrou que a<br />
Valorlis deixou de estar<br />
abrangida pelas normas do<br />
Orçamento do Estado que<br />
impediram a valorização salarial<br />
nos últimos anos, mas<br />
a SUMA (Grupo Mota-Engil),<br />
a quem foi entregue o<br />
controlo da EGF, mantém<br />
congelados os salários, que<br />
são de valores próximos do<br />
salário mínimo nacional.<br />
Mas o accionista privado<br />
«embolsa quase dez milhões<br />
de euros das várias empresas<br />
da EGF».<br />
Durante a greve, algumas das trabalhadoras no piquete<br />
posaram com o coordenador do sindicato<br />
Coragem<br />
no Penina Hotel<br />
O Sindicato da Hotelaria do Algarve valorizou «a coragem<br />
e a determinação» dos trabalhadores do Penina Hotel & Golf<br />
Resort, que fizeram greve no dia 12, sexta-feira, «mesmo<br />
sob fortes pressões, chantagens e ameaças», e anunciou que<br />
vai pedir uma reunião à administração, a fim de encontrar<br />
soluções para os problemas que suscitam forte descontentamento.<br />
O sindicato da Fesaht/CGTP-IN, numa nota divulgada à<br />
comunicação social nesse dia, apelou a que os trabalhadores<br />
daquela unidade hoteleira do concelho de Portimão, propriedade<br />
do Grupo JJW Hotels & Resorts, mantenham «a<br />
unidade e a disponibilidade para novas formas de luta».<br />
A greve afectou «várias secções, com particular destaque<br />
para a secção dos andares, que registou uma adesão na ordem<br />
dos 50 por cento». O sindicato suscitou a intervenção<br />
da Autoridade para as Condições do Trabalho, porque,<br />
para substituir as trabalhadoras em greve, a administração<br />
deslocou para o Penina trabalhadoras do Hotel Dona Filipa<br />
(em Vale do Lobo, Loulé), do mesmo grupo mas sob gestão<br />
de outra empresa.<br />
Esta jornada de luta representou a resposta à «intensificação<br />
da repressão patronal e ao assédio moral a que os trabalhadores<br />
têm estado sujeitos nos últimos anos», e uma forma<br />
de protesto contra o corte no pagamento dos feriados,<br />
a redução de 25 para 22 dias de férias e a degradação das<br />
condições de trabalho. O sindicato afirma que «só nos últimos<br />
três meses foram-se embora cerca de dez trabalhadores<br />
devido às pressões e brutal degradação das condições<br />
de trabalho».<br />
Lisboa e Setúbal<br />
Junto a vários hotéis dos distritos de Lisboa e Setúbal, começou<br />
anteontem e prossegue até dia 26 uma série de concentrações<br />
de trabalhadores, com apoio sonoro móvel, para<br />
distribuição de comunicados aos clientes. O Sindicato da Hotelaria<br />
do Sul, que organiza este conjunto de acções, pretende<br />
desta forma «denunciar a precariedade cada vez mais acentuada»,<br />
tanto no sector como em cada uma das unidades, exigir<br />
o cumprimento do Contrato Colectivo de Trabalho e reivindicar<br />
aumentos salariais.<br />
Sempre de manhã, as concentrações foram marcada para<br />
os hotéis Corinthia (terça-feira, 16), Sheraton (ontem), Palácio<br />
Estoril e Estoril Eden (hoje), Tróia Design (amanhã, 19),<br />
Sana Sesimbra e Hotel do Mar (dia 26).<br />
Premiado<br />
sem receber<br />
O CENA (Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espectáculo<br />
e do Audiovisual, filiado na CGTP-IN) deu publicamente<br />
os parabéns a João Pedro Rodrigues, que no Festival<br />
de Locarno ganhou este sábado, dia 13, o prémio de<br />
Melhor Realização, com o filme «O Ornitólogo». O sindicato<br />
lembrou que o realizador e outros elementos da equipa não<br />
foram ainda pagos pelo seu trabalho. «O cinema português<br />
continua a ser reconhecido um pouco por todo o Mundo»,<br />
mas «continua a faltar o reconhecimento dos direitos laborais<br />
e sociais dos seus trabalhadores», comentou o CENA,<br />
numa curta publicação na rede social Facebook.<br />
No início do mês, o sindicato tinha denunciado publicamente<br />
atrasos no pagamento de salários a vários trabalhadores das<br />
produtoras Blackmaria («O Ornitólogo») e Happygénio<br />
(«Zeus»). Ambos os filmes têm financiamento do Instituto do<br />
Cinema e Audiovisual.
TRABALHADORES<br />
10 18-8-2016<br />
Portway<br />
Caso avance o<br />
despedimento de algum<br />
trabalhador na Portway<br />
(Grupo ANA, da<br />
multinacional francesa<br />
Vinci), o Sindicato dos<br />
Trabalhadores da Aviação<br />
e Aeroportos recorrerá de<br />
imediato aos tribunais.<br />
Num comunicado de dia<br />
11, o Sitava reafirma a<br />
crítica ao processo de<br />
despedimento colectivo e<br />
informa que está em<br />
«contacto permanente» com<br />
o Ministério do Trabalho.<br />
O sindicato da<br />
Fectrans/CGTP-IN insiste<br />
na ilegalidade do processo<br />
e na acusação de que a<br />
empresa o mantém como<br />
forma de chantagem, para<br />
que os trabalhadores<br />
adiram de forma individual<br />
ao «acordo de empresa»<br />
que foi subscrito por três<br />
outras organizações<br />
sindicais e que contém<br />
normas muito gravosas. Em<br />
«esclarecimentos»<br />
publicados a 1 e a 21 de<br />
Julho, a Portway<br />
desmentiu-se e confirmou<br />
que pretende a «adesão»<br />
ao congelamento salarial<br />
por dois anos, a uma<br />
actualização salarial<br />
suspensa por dois anos, ao<br />
aumento da carga horária<br />
semanal, a um «banco» de<br />
horas – medidas que<br />
promete serem «alternativas<br />
ao processo de<br />
despedimento colectivo».<br />
No dia 11 teve lugar a<br />
primeira reunião na<br />
DGERT entre a Portway e<br />
o Sitava, para iniciar a<br />
negociação de um AE que<br />
assegure «estabilidade,<br />
dignidade e perspectivas<br />
de futuro», como desde<br />
início o sindicato tem<br />
defendido e traduziu nas<br />
propostas que apresentou.<br />
Nova sessão ficou<br />
agendada para 23 de<br />
Setembro.<br />
Aveiro<br />
«A redução do<br />
desemprego oficial é<br />
mais administrativa do que<br />
real», acusou a União dos<br />
Sindicatos de Aveiro, ao<br />
divulgar a sua análise<br />
mensal dos dados do IEFP.<br />
Para a estrutura distrital da<br />
CGTP-IN, esta é «a razão<br />
por que o IEFP tem<br />
dificuldade em explicar o<br />
mistério do recuo do<br />
número de desempregados<br />
registados, num quadro em<br />
que o número de inscritos<br />
se mantém elevado». Em<br />
Junho, inscreveram-se<br />
2837 novos<br />
desempregados, mas o<br />
IEFP contabiliza uma<br />
diminuição de 1454, em<br />
relação ao mês anterior.<br />
De Janeiro a Junho, fica<br />
por explicar uma diferença<br />
de 23 669, entre a soma<br />
dos novos inscritos e os<br />
desempregados registados<br />
pelo instituto.<br />
CGTP-IN comenta últimos dados do INE<br />
Repor salários cria emprego<br />
A taxa oficial de desemprego no segundo trimestre<br />
mostra como a melhoria da situação do<br />
mercado de trabalho é indissociável do aumento<br />
dos rendimentos dos trabalhadores e do<br />
povo, observou a CGTP-IN.<br />
«Por uma política de mais<br />
e melhor emprego, urge lutar<br />
contra a precariedade»<br />
foi a ideia que a Intersindical<br />
Nacional destacou, no<br />
comunicado de imprensa<br />
em que reagiu, dia 11, à<br />
publicação pelo Instituto<br />
Nacional de Estatística dos<br />
dados do Inquérito ao Emprego,<br />
relativos ao segundo<br />
trimestre de 2016.<br />
Na visão da confederação,<br />
os números do INE<br />
«mostram uma recuperação<br />
do emprego e redução<br />
do desemprego»: há mais<br />
21,7 mil postos de trabalho<br />
(população empregada)<br />
e o desemprego oficial situa-se<br />
em 10,8 por cento.<br />
«Este valor é inferior em<br />
1,6 pontos percentuais<br />
(p.p.) ao do trimestre anterior<br />
e em 1,1 p.p. ao do trimestre<br />
homólogo de 2015»,<br />
assinalou o INE, notando<br />
ainda que «é o valor mais<br />
baixo desde o primeiro trimestre<br />
de 2011».<br />
A Inter recorda que a melhoria<br />
dos dois indicadores<br />
(emprego e desemprego)<br />
«no segundo trimestre, em<br />
relação ao trimestre anterior,<br />
é comum verificar-se,<br />
por impulso da sazonalidade<br />
ao nível das actividades<br />
agrícola e turística». Mas<br />
agora «regista-se também<br />
uma evolução positiva em<br />
relação ao mesmo período<br />
de 2015».<br />
Esta redução da taxa oficial<br />
de desemprego «sinaliza»,<br />
para a CGTP-IN, «a<br />
Nas estações dos Correios e na<br />
distribuição, os postos de trabalho<br />
por preencher e a sobrecarga de<br />
trabalho reflectem-se na saúde dos<br />
trabalhadores e na insatisfação dos<br />
utentes, alertou o sindicato da Fectrans/CGTP-IN.<br />
Num comunicado<br />
de dia 11, divulgado na empresa e<br />
à comunicação social, o Sindicato<br />
Nacional dos Correios e Telecomunicações<br />
exige da comissão executiva<br />
da administração dos CTT que<br />
tome medidas urgentes.<br />
Quer no atendimento, quer na<br />
distribuição, «os trabalhadores já<br />
não aguentam esta situação e aumentam<br />
as situações de doença provocadas<br />
pelo stress, pelos elevados<br />
ritmos de trabalho e pelas cargas de<br />
trabalho».<br />
O SNTCT afirma que «as lojas<br />
têm postos de trabalho vagos», os<br />
Em cada cinco<br />
desempregados,<br />
três não recebem<br />
subsídio<br />
importância da reposição<br />
de rendimentos na dinamização<br />
do mercado interno,<br />
potenciando o crescimento<br />
do emprego e a redução do<br />
desemprego». Ou seja, «a<br />
melhoria da situação do<br />
mercado de trabalho é indissociável<br />
do aumento dos<br />
rendimentos dos trabalhadores<br />
e do povo».<br />
Urgente mudar<br />
A reposição de salários e pensões tem reflexos na dinamização do mercado interno e potencia<br />
o crescimento do emprego e a redução do desemprego (foto de arquivo)<br />
Falta pessoal nos CTT<br />
quais «ou não são ocupados ou são<br />
ocupados por trabalhadores deslocados<br />
de outras lojas que, por consequência,<br />
ficam na mesma situação».<br />
Sendo «comum a todo o País»,<br />
esta falta nota-se ainda mais nas lojas<br />
com balcões do Banco CTT,<br />
«pois os trabalhadores são desviados<br />
dos restantes balcões e não são<br />
substituídos». «É frequente», protesta<br />
o sindicato, ficar apenas um trabalhador<br />
ao balcão nas horas de almoço,<br />
e terem de fazer «uma hora<br />
ou hora e meia de trabalho a mais»,<br />
no final do dia, porque na altura de<br />
encerrar as estações, ficam ainda<br />
dezenas de utentes por atender.<br />
Foram «manifestamente insuficientes»<br />
as contratações para substituição<br />
de trabalhadores em férias.<br />
Semelhante é o panorama nos<br />
Centros de Distribuição, que o<br />
Sem protecção<br />
A Inter insiste que «é fundamental<br />
responder aos mais de 326 mil<br />
trabalhadores desempregados (sem<br />
contabilizar aqueles que se encontram<br />
“desencorajados”, em acções de<br />
formação ou em situação de subemprego)<br />
que não auferem qualquer prestação de<br />
desemprego».<br />
No trimestre fechado em Junho, a<br />
Segurança Social registava quase 221<br />
mil beneficiários de prestações de<br />
desemprego, ou seja, apenas dois em<br />
cada cinco desempregados (559,3 mil,<br />
na população desempregada estimada<br />
pelo INE, e 511 642 desempregados<br />
SNTCT volta a descrever como «sobrecarga<br />
de trabalho e ritmos de<br />
trabalho muito elevados, os quais os<br />
trabalhadores já não aguentam».<br />
Para o sindicato, é preciso responder<br />
a dois problemas:<br />
– a falta de pessoal que se veio<br />
agravando nas lojas<br />
– e a internalização do correio expresso<br />
e da publicidade (estes serviços<br />
passaram a ser realizado pelos<br />
CTT e pela Mailtec e a CTT Contacto,<br />
empresas do grupo, em vez de<br />
empresas externas), orientação que<br />
foi posta em prática sem o aumento<br />
dos meios humanos e materiais.<br />
O sindicato refere ainda que, «como<br />
consequência de toda esta situação,<br />
os clientes estão cada vez mais<br />
insatisfeitos e quem paga a fava são<br />
os trabalhadores, pois são eles que<br />
dão a cara».<br />
inscritos nos centros do IEFP).<br />
Neste contexto, «o apoio extraordinário<br />
para os desempregados de longa<br />
duração, aprovado pela Assembleia da<br />
República e a atribuir àqueles que, tendo<br />
perdido o subsídio de desemprego há<br />
mais de um ano, não têm qualquer<br />
rendimento de trabalho ou pensão, foi<br />
extremamente importante». «Porém, a<br />
previsão do Governo é de que esta<br />
medida alcance 40 mil pessoas, sendo,<br />
portanto, insuficiente para colmatar a<br />
pobreza que grassa entre os<br />
trabalhadores sem emprego», alerta a<br />
CGTP-IN.<br />
Numa análise global, a<br />
Inter vê nos números do<br />
INE a demonstração da urgência<br />
de «adoptar uma política<br />
que, rompendo com<br />
o modelo de precariedade,<br />
baixos salários e destruição<br />
de direitos, promova a criação<br />
de emprego de qualidade<br />
e erradique todas as<br />
formas de precarização e<br />
desvalorização dos vínculos<br />
de emprego».<br />
Para alcançar estes objectivos,<br />
é ainda «importante»<br />
concretizar «a profunda<br />
alteração das políticas<br />
activas de emprego, nomeadamente<br />
deixando de<br />
“despejar” fundos nas empresas<br />
que promovem a instabilidade<br />
laboral».<br />
Na estimativa do INE, sobressai<br />
que «os contratos<br />
precários continuam a ser<br />
a marca do emprego em<br />
Portugal». A CGTP-IN realça<br />
que, «neste segundo<br />
trimestre, somaram-se mais<br />
40 mil vínculos precários<br />
aos 855 mil já existentes<br />
no início do ano (considerando<br />
contratos de trabalho<br />
com termo e outras formas<br />
de vínculos não<br />
permanentes)».<br />
A precariedade «acentuou-se<br />
com a política de<br />
direita do Governo PSD/<br />
/CDS-PP, em conluio com<br />
a troika, e nunca atingiu níveis<br />
tão elevados: quase um<br />
quarto dos trabalhadores<br />
por conta de outrem tem<br />
um vínculo precário e, desde<br />
o final de 2013, oito em<br />
cada dez novos contratos<br />
de trabalho são precários».<br />
Pelo anterior governo foram<br />
criadas medidas «de<br />
apoio ao emprego» – como<br />
os estágios-emprego, os<br />
contratos Emprego-Inserção<br />
ou os Apoios ao Emprego,<br />
entre outras – que<br />
«têm fomentado a precariedade,<br />
a redução dos custos<br />
de trabalho e a transferência<br />
de enormes fundos<br />
públicos para as empresas<br />
(3,1 mil milhões de euros,<br />
entre 2011 e 2015)». Com<br />
isto, «os trabalhadores<br />
vêem-se sujeitos a uma<br />
crescente instabilidade e<br />
rotatividade, entre empresas<br />
e desemprego, ao mesmo<br />
tempo que as empresas<br />
lucram com o financiamento<br />
da precariedade».<br />
Mesmo com o desemprego<br />
«lentamente a diminuir»,<br />
a CGTP-IN avisa que os novos<br />
postos de trabalho criados<br />
«não são suficientes<br />
para reduzir substancialmente<br />
o número de trabalhadores<br />
desempregados».
18-8-2016<br />
NACIONAL 11<br />
Acção de luta<br />
Mais de 400 pessoas da Freguesia de São João do<br />
Campo, Coimbra, manifestaram-se, no dia 9, para exigir<br />
a abertura, com todas as condições, da extensão de<br />
saúde e manifestar o seu descontentamento face à<br />
degradação da prestação dos cuidados de saúde.<br />
Recorde-se que, desde 15 de Julho, a extensão de saúde<br />
encontra-se com dificuldades de funcionamento, uma<br />
situação justificada pelas férias e baixas médicas dos<br />
profissionais. Esta situação deverá prolongar-se até ao<br />
final de Setembro.<br />
Entretanto, a Comissão de Utentes foi recebida pela<br />
Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro,<br />
instituição que garantiu que iria encontrar uma solução<br />
para os mais de dois mil utentes e agendou uma nova<br />
reunião para o dia 26 de Agosto.<br />
No dia 9, a população decidiu continuar a dinamizar o<br />
abaixo-assinado e voltar a reunir-se no dia 26 de Agosto,<br />
com o objectivo de fazer o balanço das reuniões com a<br />
ARS e para decidir novas acções de luta.<br />
Na acção, realizada na passada semana, esteve presente<br />
Francisco Queirós, membro do Comité Central do PCP<br />
e vereador da CDU na Câmara de Coimbra. O dirigente<br />
comunista manifestou solidariedade com a luta da<br />
população, informou que iria levar o problema aos órgãos<br />
municipais e apelou à unidade da população na luta pelo<br />
cumprimento de um direito consagrado na Constituição<br />
da República Portuguesa: o direito a Saúde.<br />
Evolução negativa<br />
A Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e<br />
Resíduos (ERSAR) disponibilizou, no dia 4, o seu<br />
relatório anual relativo ao controlo da qualidade da água<br />
para consumo humano em 2015. Os dados apresentados<br />
sobre Aljustrel apontam para uma avaliação abaixo da<br />
média nacional, com um nível de classificação<br />
intermédio, de acordo com os parâmetros definidos,<br />
remetendo o concelho para o penúltimo lugar dos<br />
municípios do distrito de Beja em matéria de qualidade<br />
de água.<br />
Neste sentido, os vereadores da CDU na Câmara de<br />
Aljustrel querem ver esclarecidas pelo executivo<br />
municipal algumas dúvidas suscitadas com a<br />
apresentação dos dados da ERSAR, nomeadamente a<br />
razão do decréscimo na evolução do índice de água<br />
segura no concelho, quando, em todo o País, tem vindo<br />
a crescer de uma forma contínua.<br />
«Pretende-se averiguar a que se deve tal retrocesso e de<br />
que forma o mesmo foi acompanhado pelo executivo da<br />
Câmara de Aljustrel nesse espaço de tempo tão<br />
expressivo», salientam, em nota de imprensa, os eleitos<br />
do PCP, que também querem saber quais as «medidas<br />
imediatas» que a autarquia «irá tomar no sentido de<br />
inverter a evolução negativa dos níveis de qualidade da<br />
água no concelho», de forma «a assegurar no curto prazo<br />
níveis de excelência aos munícipes».<br />
Responsabilidades declinadas<br />
A CDU reclama mais segurança e o controlo da<br />
qualidade da água da Praia Doce, em Salvaterra de<br />
Magos. Em nota de imprensa, divulgada no dia 11, os<br />
eleitos do PCP recordam que a Câmara Municipal<br />
aprovou, recentemente, as normas de utilização do<br />
Parque de Merendas da praia, onde se declina qualquer<br />
responsabilidade da autarquia em caso de acidente. Os<br />
comunistas dão ainda conta de que, ao contrário de<br />
outras praias fluviais, «a qualidade da água não está a<br />
ser controlada».<br />
Face à situação, a CDU entende que deveria existir um<br />
protocolo com o corpo de Bombeiros de Salvaterra de<br />
Magos, para que estes possam assegurar a segurança dos<br />
banhistas, devendo ainda a autarquia proceder ao<br />
controlo da qualidade da água e publicar, em edital no<br />
local, os resultados.<br />
Sector leiteiro em crise prolongada<br />
Protesto no dia 23<br />
Na segunda-feira, 23, tem lugar uma marcha<br />
lenta de tractores, entre Válega e Estarreja,<br />
Aveiro. Para combater a crise do sector do leite,<br />
exige-se a regulação pública da produção<br />
em todos os países da União Europeia (UE).<br />
No domingo, último dia<br />
do «Sol da Caparica», Ana<br />
Bacalhau, Samuel Úria,<br />
Sérgio Godinho e Vitorino<br />
apresentaram o espectáculo<br />
«Canções de roda, lengalengas<br />
e outras que tais!»,<br />
com o Coro Infantil da Academia<br />
de Música de Almada.<br />
No Parque Urbano, foram<br />
também apresentados<br />
os espectáculos «O reino<br />
do sol», uma paródia ao filme<br />
«Frozen», e «Galo gordo»,<br />
sobre uma história de<br />
Inês Pupo e Gonçalo Pratas.<br />
O festival, onde estiveram<br />
cerca de 65 mil pessoas,<br />
abriu as portas no dia<br />
11, tendo contado com 33<br />
concertos, de artistas como<br />
Marta Ren, Aline Frazão,<br />
Ana Moura, Ala dos<br />
Portugal produz<br />
de acordo com a<br />
sua necessidade<br />
de consumo<br />
Esta acção de luta – promovida<br />
pela Associação<br />
Portuguesa de Produtores<br />
de Leite (APPLC), com a<br />
Confederação Nacional da<br />
Agricultura (CNA) – pretende<br />
dar corpo ao descontentamento<br />
existente. Até ao<br />
dia 23, a APPLC vai realizar<br />
plenários e reuniões<br />
em diversas zonas do País<br />
para debater a situação na<br />
pecuária e definir o que fazer<br />
perante as ameaças de<br />
destruição do sector.<br />
Em nota de imprensa,<br />
divulgada no dia 10, a associação<br />
lembra que a<br />
«prolongada crise do sector<br />
leiteiro, sem fim à vista»,<br />
foi originada pela UE,<br />
quando acabou com «as<br />
quotas de produção nacional<br />
nos seus países membros»,<br />
o que levou «a uma<br />
acentuada baixa de preços<br />
na produção e originou o<br />
encerramento de pequenas,<br />
médias e até grandes<br />
explorações».<br />
«Sol da Caparica»<br />
Namorados, C4 e Rui Veloso.<br />
Uma das novidades deste<br />
ano foi o Palco Dança,<br />
«Vamos continuar a viver<br />
nesta triste angústia enquanto<br />
os decisores da UE<br />
não tiverem vontade política<br />
para alterar a situação<br />
e atacar o problema de fundo»,<br />
que passa pela necessidade<br />
de «regulação pública<br />
da produção em todos<br />
os países do espaço da<br />
UE», defende a APPLC.<br />
Calamidade<br />
Esta ruína acelerada que<br />
os produtores de leite enfrentam<br />
– que estão a receber,<br />
em média, 26 cêntimos<br />
por quilo de leite,<br />
quando o custo de produção<br />
ronda os 35 cêntimos<br />
por quilo – atingiu um «estado<br />
calamitoso» e de «desilusão»,<br />
que põe em causa<br />
o «futuro da produção<br />
O fim das quotas leiteiras veio agravar a já difícil situação dos produtores, que têm de<br />
pagar para continuar a produzir<br />
O último dia foi dedicado às crianças<br />
nacional», adverte a associação,<br />
informando que este<br />
sector foi o que «melhor<br />
se estruturou para produzir<br />
o necessário para o consumo<br />
que o País necessita,<br />
tornando assim desnecessário<br />
a importação deste<br />
bem essencial para a vida<br />
das pessoas e que muito<br />
tem contribuído para melhorar<br />
a balança comercial<br />
nacional».<br />
A APPLC denuncia, entretanto,<br />
a «ambição cega»<br />
dos países europeus, grandes<br />
produtores, em centrarem<br />
em seu redor toda a<br />
produção da UE, com destaque<br />
para a Irlanda (país<br />
do Comissário Europeu da<br />
Agricultura) que, neste ano,<br />
já aumentou a produção<br />
em cerca de 30 por cento.<br />
As críticas estendem-se<br />
ainda à «falta de vontade<br />
política da UE», que, na<br />
opinião da associação, «tem<br />
vindo a entreter os produtores<br />
e a oferecer-lhes uma<br />
migalhas, pequenos subsídios<br />
que não resolvem coisa<br />
nenhuma», como é o caso<br />
dos quatro milhões de<br />
euros que vão ser atribuídos<br />
em prémio por vaca,<br />
para reduzirem voluntariamente<br />
a produção. «Esta<br />
medida, mais uma vez, vem<br />
demonstrar as intenções de<br />
Bruxelas e revela-se como<br />
um erro estratégico para o<br />
nosso País», sublinha a associação,<br />
acrescentando:<br />
«Portugal não precisa de<br />
diminuir a produção porque<br />
produz de acordo com<br />
a sua necessidade de consumo»<br />
e «se querem reduzir<br />
a produção recorram<br />
aos países excedentários».<br />
dedicado à dança urbana,<br />
com actuações de 13 colectivos,<br />
com mais de 150<br />
bailarinos. O certame apostou<br />
também em várias formas<br />
de arte urbana, no<br />
skate e nos desportos de<br />
mar.
12 NACIONAL<br />
18-8-2016<br />
Situação dramática<br />
O Ministério da Administração Interna ordenou o<br />
despejo imediato dos moradores que estão a ocupar as<br />
casas de função da Guarda Nacional Republicana<br />
(GNR) no Pátio da Quintinha, na freguesia de Ajuda,<br />
Lisboa, estipulando que as saídas ocorram até ao dia<br />
26 de Agosto, data em que será realizada uma<br />
«execução administrativa coerciva», visando «a<br />
desocupação integral de pessoas e bens».<br />
Em causa está o facto de estas casas terem sido cedidas<br />
aos militares «a título precário, para exclusiva<br />
prossecução do interesse público», prevendo a sua<br />
restituição quando o militar «deixasse de exercer<br />
funções na corporação ou quando tal fosse<br />
determinado», refere um documento do Ministério da<br />
Administração Interna.<br />
Porém, tal não aconteceu e, apesar de algumas<br />
tentativas de despejo nos últimos anos, estes antigos<br />
guardas foram permanecendo nas residências. Hoje em<br />
dia, alguns têm 70 e 80 anos.<br />
Esta situação foi amplamente criticada pelos comunistas<br />
de Lisboa. Em declarações à Lusa, Carlos Moura,<br />
vereador do PCP, indicou que «está a ser quebrado um<br />
compromisso feito pelo Ministério [quando o Presidente<br />
da República era Ramalho Eanes] de que estas pessoas<br />
poderiam ficar até que a última falecesse». «Chega o<br />
final do mês e estas pessoas, algumas delas idosas, vão<br />
ter de ir para a rua», lamentou.<br />
Acresce que as ordens de despejo acontecem em<br />
Agosto, «numa altura em que a Assembleia da<br />
República [AR] e a Câmara de Lisboa não estão a<br />
funcionar», assinalou Carlos Moura, classificando este<br />
caso como «chocante e dramático».<br />
Entretanto, o PCP questionou o presidente da AR,<br />
Ferro Rodrigues, e o presidente da Câmara de Lisboa,<br />
Fernando Medina, sobre esta matéria.<br />
Cinema avança<br />
A CDU congratula-se com o anúncio da adjudicação da<br />
reabilitação do Cine-Atlântida, em Santa Maria, que<br />
resultou de uma proposta de Aníbal Pires, deputado<br />
comunista na Assembleia Legislativa da Região<br />
Autónoma dos Açores.<br />
Em nota de imprensa, lembra-se que «o Governo<br />
Regional atrasou a concretização» da proposta<br />
apresentada pelo PCP, que foi aprovada no âmbito do<br />
Plano e Orçamento para 2013, adiando o seu arranque<br />
para perto das eleições regionais de Outubro. A CDU<br />
espera, agora, que «não existam novos atrasos e que a<br />
obra decorra dentro do prazo previsto, de 540 dias, e<br />
que o projecto, discutido publicamente há mais de um<br />
ano, seja escrupulosamente respeitado».<br />
A Coligação PCP-PEV reafirma ainda que «as<br />
instituições locais, autarquia e movimento associativo<br />
mariense devem ser directamente envolvidos na gestão<br />
daquele espaço, de forma a garantir a sua efectiva<br />
utilização em prol da comunidade e, entre outras<br />
actividades, a projecção regular de cinema».<br />
Este é mais um exemplo de como o PCP, com apenas<br />
um deputado, conseguiu fazer a diferença e trazer<br />
medidas positivas para todas as ilhas do arquipélago<br />
dos Açores.<br />
Boletim da CDU<br />
Em Ançã, Coimbra, está a ser distribuído um Boletim<br />
da CDU, intitulado «Obras de abastecimento de água a<br />
passo de caracol». A intervenção, que está a ser<br />
realizada há meses, ainda não chegou a «cerca de<br />
metade das ruas», denuncia a Coligação PCP-PEV,<br />
dando conta de que, «à pressa, foram alcatroadas as<br />
ruas 25 de Abril, Maestro Artur Salgueiro e Nossa<br />
Senhora do Ó», antes da Festa de São Tomé.<br />
Por seu lado, «a Travessa de São Sebastião e as ruas<br />
Augusto Abelaira, São Sebastião, Santa Maria, Outeiro<br />
do Paço, Azinhagas, Espírito Santo, entre outras, estão<br />
rasgadas com tubagem provisória que, quando se<br />
rompe, deixa as habitações sem água. O pó entra pelas<br />
habitações, pelas casas comerciais e suja os carros»,<br />
critica a CDU, lamentando ainda «o mau estado do piso<br />
das ruas», que «danifica a condução e incomoda os<br />
habitantes», e a não colocação de britagem em todas as<br />
ruas, antevendo-se que «quando vierem as chuvas, o<br />
entupimento das valetas será um grave problema».<br />
Para os eleitos comunistas, a responsabilidade cabe por<br />
inteiro à INOVA e à Câmara de Coimbra, que «têm que<br />
adoptar medidas que acelerem a conclusão desta obra».<br />
Já a Junta de Freguesia terá que «se empenhar e<br />
pressionar para que estes problemas se resolvam».<br />
Deputado do PCP no PE visita áreas afectadas pelos incênd<br />
É preciso desbloquear os fundos<br />
Miguel Viegas, deputado do PCP no Parlamento<br />
Europeu (PE), visitou no dia 12,<br />
sexta-feira, as freguesias do Monte, Santa<br />
Luzia e Imaculado, procurando assim avaliar<br />
a situação dos incêndios que devastaram a<br />
Madeira.<br />
De manhã, a comitiva comunista<br />
– que contou com<br />
a presença, entre outros,<br />
de Edgar Silva, Coordenador<br />
Regional do PCP – esteve<br />
ainda reunida com o<br />
presidente da Câmara do<br />
Funchal para trocas de informações,<br />
designadamente<br />
ao nível da avaliação de<br />
prejuízos.<br />
Da visita ressaltou a necessidade<br />
de acudir às pessoas<br />
que perderam a sua<br />
habitação, promovendo o<br />
seu realojamento e planeando<br />
a reconstrução das habitações.<br />
Também a questão<br />
da segurança mereceu<br />
uma grande preocupação,<br />
tendo em conta a instabilidade<br />
das escarpas que deixam<br />
antever possíveis desabamentos.<br />
Neste sentido, o deputado<br />
comunista irá dar sequência<br />
às diligências já<br />
encetadas no sentido de libertar<br />
todos os fundos existentes<br />
ao nível comunitário,<br />
designadamente ao nível<br />
dos fundos de coesão<br />
(linha de valorização do<br />
território), do fundo de<br />
emergência e do mecanismo<br />
europeu de protecção<br />
civil.<br />
Agilizar<br />
procedimentos<br />
O Partido, através dos<br />
seus deputados no PE,<br />
tem-se batido pela criação<br />
de mecanismos passiveis<br />
É imperioso<br />
evitar que se<br />
repitam os erros<br />
do passado<br />
de agilizar procedimentos,<br />
permitindo uma acção rápida<br />
pós-incêndio de consolidação<br />
nos terrenos numa<br />
fase precoce, antes da<br />
época das chuvas.<br />
Contudo, e numa altura<br />
em que continuam por resolver<br />
situações gritantes<br />
provocadas pelas cheias de<br />
2010, é imperioso evitar<br />
que se repitam os erros do<br />
passado.<br />
Neste sentido, o PCP<br />
continuará a acompanhar<br />
a situação, exigindo que as<br />
ajudas cheguem a quem<br />
precisa e que os fundos não<br />
sejam desviados para outras<br />
actividades. Promete<br />
ainda continuar a pugnar<br />
por um melhor ordenamento<br />
do território que permita<br />
evitar essa tragédia.<br />
O arquipélago da Madeira necessita<br />
cionais e com mais e melhores equipam<br />
PEV exige soluções para a Madeira<br />
No dia 11, durante uma<br />
reunião ocorrida na Assembleia<br />
da República, com a<br />
presença do Secretário de<br />
Estado da Administração<br />
Interna para abordar a problemática<br />
dos incêndios em<br />
Portugal, Heloísa Apolónia,<br />
deputado do Partido<br />
Ecologista «Os Verdes»<br />
(PEV), solicitou àquele representante<br />
do Governo<br />
que sejam equacionados<br />
meios de apoio específicos,<br />
para fazer face às consequências<br />
dramáticas dos<br />
incêndios da Madeira.<br />
A deputada ecologista referiu,<br />
por isso, a necessidade<br />
de apoios financeiros<br />
para a reconstrução e de<br />
accionar instrumentos por<br />
forma a ir buscar esses<br />
apoios à Comunidade Europeia,<br />
assim como de o<br />
Governo da República poder<br />
vir a contribuir com o<br />
reforço de apoios para fazer<br />
face aos impactos psicológicos<br />
do drama, com<br />
técnicos e profissionais especializados,<br />
nomeadamente<br />
psicólogos, especialmente<br />
para debelar as sequelas<br />
psicológicas deixadas<br />
nas crianças do Funchal<br />
que vivenciaram momentos<br />
aflitivos num cenário<br />
dantesco e profundamente<br />
traumatizante.<br />
Heloísa Apolónia perguntou<br />
ainda se o Secretário<br />
de Estado tinha conhecimento<br />
da existência de algum<br />
estudo contrário à utilização<br />
de meios aéreos no<br />
combate aos incêndios na<br />
Madeira, e caso este exista,<br />
solicitou que o mesmo<br />
seja disponibilizado.<br />
Calamidade<br />
Pública<br />
Visitas ao distrito de Santarém<br />
O Partido Ecologista «Os Verdes» e o<br />
seu Colectivo Regional de Santarém<br />
iniciaram, na sexta-feira, 12, a<br />
primeira de um conjunto de visitas<br />
pelas zonas afectadas pelos incêndios<br />
no distrito. Aquando do balanço do<br />
1.º período da fase «Charlie» (1 de<br />
Julho a 30 de Setembro) do<br />
Dispositivo Especial de Combate a<br />
Incêndios Florestais, a zona de<br />
Santarém foi apresentada como a<br />
segunda maior área ardida do País.<br />
Na sexta-feira, os ecologistas – numa<br />
delegação composta por, entre<br />
outros, Manuel Cunha e Sónia Colaço<br />
No dia anterior, 10, o<br />
Colectivo Regional da Madeira<br />
do PEV exigiu que<br />
fosse decretado Estado de<br />
Calamidade Pública na ilha.<br />
«A situação dramática decorrente<br />
da propagação do<br />
incêndio para dentro da cidade<br />
do Funchal, atingindo<br />
o seu núcleo histórico,<br />
destruindo centenas de habitações<br />
e pondo em perigo<br />
milhares de pessoas e<br />
património inestimável, tornou-se<br />
um verdadeiro drama<br />
sem par na história dos<br />
incêndios nos últimos 100<br />
anos em Portugal. Esta situação<br />
torna premente decretar<br />
o Estado de Calamidade<br />
Pública com urgência»,<br />
apelam os ecologistas,<br />
sublinhando que, daquela<br />
forma, podem ser<br />
accionados junto da União<br />
Europeia «os pedidos de<br />
apoio necessário à recuperação<br />
desta situação cujos<br />
impactos económicos e sociais<br />
podem desde já ser<br />
considerados de uma gravidade<br />
extrema, comparável<br />
com as consequências<br />
das derrocadas ocorridas<br />
em Fevereiro de 2010».<br />
O PEV lamenta, por outro<br />
lado, a «falta de meios<br />
e da pouca adequação dos<br />
existentes na prevenção e<br />
combate aos incêndios»,<br />
mas também os «impactos<br />
ambientais profundos, com<br />
a perda de património natural,<br />
de biodiversidade<br />
paisagístico que levarão<br />
muitos anos a recuperar».<br />
No concelho de Coruche os incêndios consumiram<br />
florestas e habitações<br />
– estiveram no concelho de Coruche, onde lavrou um incêndio que consumiu perto<br />
de 570 hectares de florestas e matos. Estiveram reunidos com os Bombeiros<br />
Municipais de Coruche, com a Junta de Freguesia do Couço e com o Comando<br />
Distrital de Operações de Santarém.
18-8-2016 EM FOCO 13<br />
Faltam 15 dias para a Festa do Avante!<br />
Militância que faz<br />
crescer um projecto<br />
revolucionário<br />
Que força colectiva é capaz de fazer<br />
crescer, com esforço e capacidade<br />
notáveis, uma cidade de três dias,<br />
maior, cada vez mais bonita, com melhores<br />
condições, para todos, poderá interrogar-se<br />
quem, pela primeira vez, participar nas jornadas<br />
de trabalho da Festa do Avante!. A resposta é<br />
facilmente compreendida quando se passam os<br />
portões da Atalaia.<br />
Nas mais<br />
simples<br />
ou mais<br />
complexas<br />
tarefas,<br />
há lugar<br />
para todos<br />
Ali encontramos homens, mulheres e<br />
jovens, muitos simpatizantes do PCP,<br />
que, de forma voluntária, num<br />
ambiente de amizade, camaradagem,<br />
solidariedade e fraternidade,<br />
transportam consigo o empolgante<br />
projecto de construir a sociedade<br />
socialista e comunista.<br />
«A alegria de viver e de lutar vem-nos<br />
da profunda convicção de que é justa,<br />
empolgante e invencível a causa por<br />
que lutamos. O nosso ideal, dos<br />
comunistas portugueses, é a<br />
libertação dos trabalhadores<br />
portugueses e do povo português de<br />
todas as formas de exploração e<br />
opressão», escreveu Álvaro Cunhal,<br />
no livro «O Partido com Paredes de<br />
Vidro».<br />
Lugar para todos<br />
No bar, bem de manhãzinha, com o<br />
sol ainda tímido, chegam e partem os<br />
construtores de tal proeza. Antes,<br />
durante ou depois do pequeno-<br />
-almoço, este é o momento de<br />
distribuir tarefas, que serão<br />
concretizadas com dedicação, num<br />
esforço que tem um significado<br />
extraordinário. Nas mais simples ou<br />
mais complexas tarefas, há lugar para<br />
todos.<br />
Nas estradas circulam veículos,<br />
alguns adaptados ao local, que<br />
transportam, num frenesim constante,<br />
materiais necessários para erguer o<br />
maior evento político-cultural do<br />
nosso País. Depois de colocados os<br />
tubos, estão já a ser pintadas as<br />
paredes de madeira, realizados<br />
elementos artísticos e colocados os<br />
toldos, que vão dar sombra e conforto<br />
aos visitantes. Simultaneamente,<br />
corta-se a relva e aparam-se os<br />
arbustos, ultima-se, por exemplo, o<br />
pavilhão que vai acolher o Espaço<br />
Ciência, no local onde se encontrava<br />
em 2015 o Espaço Central. Projecta-<br />
-se ainda, num encadear de tarefas,<br />
onde vão ficar os pontos de água e de<br />
electricidade.<br />
Atingir os objectivos<br />
No espaço que se juntou à Quinta da<br />
Atalaia – adquirido através de uma<br />
Campanha Nacional de Fundos que<br />
atingiu os seus objectivos, fruto da<br />
contribuição de muitos membros do<br />
PCP e da JCP, de outros democratas<br />
e amigos do Partido e da Festa –<br />
estão a ser criadas avenidas, por<br />
onde vão passar muitos e muitos<br />
milhares de pessoas. Junto ao<br />
portentoso Espaço Central, está a ser<br />
feita uma praça, colorida e muito<br />
agradável, com uma vista<br />
deslumbrante, onde se realizará, na<br />
sexta-feira, às 19 horas, o Comício de<br />
Abertura da 40.ª edição da Festa do<br />
Avante!.<br />
Entretanto, até ao dia 2 de Setembro,<br />
muito há ainda para fazer, sendo<br />
certo que quando abrirem as portas<br />
da Quinta do Cabo e da Quinta da<br />
Princesa tudo tem que estar pronto.<br />
Para tal, nos próximos 15 dias há que<br />
participar nas jornadas de trabalho,<br />
assim como vender as EP, divulgar o<br />
programa e organizar os turnos.
14 EM FOCO<br />
18-8-2016<br />
Cartaz de qualidade<br />
OCineAvante! propõe, este ano,<br />
um programa variado, para<br />
diferentes idades, e de imensa<br />
qualidade, com uma nova e diferente visão<br />
sobre o cinema.<br />
As manhãs<br />
são<br />
dirigidas<br />
às crianças<br />
As manhãs são dirigidas às crianças<br />
com um conjunto de filmes de animação<br />
exibidos em colaboração com a Monstra<br />
– Festival de Animação de Lisboa.<br />
No sábado, o CineAvante! vai ter «A<br />
Monstra à Solta», uma forma de<br />
continuar a homenagear Vasco Granja,<br />
militante do PCP, e de divulgar o<br />
cinema de animação produzido em<br />
todo o mundo, tal como ele fez durante<br />
anos na RTP. «Acreditava do Nada»,<br />
«Amélia & Duarte», «Do Céu e da<br />
Terra», «Estilhaços», «Fado do<br />
Homem Crescido» e «Fuligem» são<br />
as obras, nacionais, que integram esta<br />
sessão de animação, para maiores de<br />
12 anos.<br />
A «Monstrinha», no domingo, com obras<br />
de Portugal, Alemanha, Croácia, EUA,<br />
França, Letónia e Rússia, é dirigida<br />
para crianças a partir dos três anos,<br />
que poderão ver «Poder Minúsculo»,<br />
«Professor Balthazar – Vida de<br />
Desportista», «Senhor Jaime»,<br />
«Joaninha», «Capitão Peixe», «Uma<br />
pequena senhora gorda», «Quando<br />
as maçãs rebolam», «Olá Amigo»,<br />
«O Hipopótamo e o Sumo», «Doce<br />
Casulo», «Hóspede Perfeito», «Um,<br />
Dois, Árvore» e «Alfabeto<br />
Divertido».<br />
O melhor do cinema português<br />
contemporâneo continua a ser a grande<br />
aposta deste espaço. A diversidade<br />
salta à vista, através das películas:<br />
«Cavalo Dinheiro», «Balada de um<br />
Batráquio», «A Glória de Fazer<br />
Cinema em Portugal», «Montanha»,<br />
«Volta à Terra», «O Dr. Adrián e<br />
os 5 Senhores».<br />
Os filmes documentais «Auto Rádio»,<br />
«Condrong», «Edeme», «Que dia é<br />
hoje?», «Vales e Valeiras» abrem aos<br />
espectadores mais possibilidades de<br />
contacto com a cultura e a história.<br />
No sábado à tarde tem lugar a já<br />
habitual sessão de curtas-metragens do<br />
Shortcutz Lisboa, onde passarão:<br />
«Pronto, Era Assim», «Bicho Vai»<br />
e «Swallows».<br />
A programação do CineAvante! conta<br />
ainda com duas longas metragens<br />
estrangeiras: «Journey To Hell» e «A<br />
Lei do Mercado».<br />
Homenagem ao cinema português<br />
Cavalo Dinheiro (2014)<br />
Enquanto, a 25 de Abril de 1974, os jovens capitães<br />
faziam a revolução nas ruas, o povo do bairro das<br />
Fontainhas, hoje demolido em nome do progresso,<br />
procurava o Ventura – um cabo-verdiano apresentado<br />
em anteriores filmes realizados por Pedro Costa –<br />
que se perdeu no bosque.<br />
Montanha (2015)<br />
Num Verão quente em Lisboa, David, 14 anos,<br />
aguarda a morte iminente do avô, mas recusa-se a<br />
visitá-lo, temendo esta perda terrível. A mãe, Mónica,<br />
passa as noites no hospital. O vazio pela falta do avô<br />
obriga David a tornar-se o homem da casa, embora<br />
este não se sinta pronto para assumir o novo papel. O<br />
fim da infância aproxima-se sem que ele se aperceba.<br />
«Montanha» é realizado e escrito por João Salaviza.<br />
O Dr. Adrián e os 5 Senhores (2015)<br />
De Francisco Moura Relvas, este documentário aborda<br />
diferentes dimensões factuais no campo da esquizofrenia,<br />
que se complementam entre si como uma procura constante<br />
pela verdade.<br />
É através do Dr. Adrián, director clínico do Centro<br />
Hospitalar Conde Ferreira, e de cinco pacientes, que<br />
somos confrontados com outras representações do real.<br />
Auto Rádio (2016)<br />
Tal como o disco, o filme «Auto Rádio», de Gonçalo<br />
Pôla, é uma viagem pelo País, pelas canções e pela<br />
música. Fala sobre Afife, sobre a Guiné, sobre concertos<br />
esquecidos no terreiro da Aldeia da Pedralva ou sobre<br />
fazer música em Portugal; é uma ode à dureza da estrada,<br />
aos concertos falhados, aos bem sucedidos, aos discos,<br />
à rádio, ao Verão e ao País, enquanto conta a aventura<br />
insólita de uma longa jornada por Portugal quase inteiro<br />
numa carrinha carregada de equipamento até ao tejadilho.<br />
Além disso, como documentário que é, mostra-nos inúmeros<br />
detalhes sobre as canções; descodifica-as e contextualiza-as.<br />
Balada de um Batráquio (2016)<br />
Tal como os ciganos, os sapos de loiça não passam<br />
despercebidos a um olhar mais atento. Este documentário,<br />
de Leonor Teles, surge assim num contexto ambíguo.<br />
O filme intervém no espaço real do quotidiano português<br />
como forma de fabular sobre um comportamento xenófobo.<br />
«A Monstra à solta»<br />
• Do Céu e da Terra (2012), de Isabel<br />
Aboim Inglez<br />
• Acreditava no Nada (2014), de Vanessa Caeiro<br />
• Fuligem (2014), de David Doute e Vasco Sá<br />
• Fado do Homem Crescido (2012), de Pedro Brito<br />
• Estilhaços (2016), de José Ribeiro<br />
• Amélia & Duarte (2015), de Alice Guimarães<br />
e Mónica Santos<br />
Volta à Terra (2015)<br />
O filme, de João Pedro Plácido, conta a história de<br />
uma comunidade em extinção: camponeses que<br />
praticam agricultura de subsistência numa aldeia das<br />
montanhas do Norte de Portugal, esvaziada pela<br />
imigração.<br />
De entre os 49 habitantes de UZ, encontramos<br />
António, antigo emigrante que realizou o sonho de<br />
regressar ao País e prepara a festa da aldeia para o<br />
Verão, e Daniel, jovem pastor que sonha com o amor<br />
ao anoitecer.<br />
A Glória de Fazer Cinema em Portugal (2015)<br />
A 18 de Setembro de 1929, José Régio escreveu uma<br />
carta a Alberto Serpa onde manifestou a vontade de
16 18-8-2016<br />
Pavilhões das organizações e sectores do PCP<br />
O País na Festa<br />
Ospavilhões das organizações<br />
regionais e dos sectores do<br />
PCP são espaços privilegiados<br />
da Festa do Avante!, que cativam os visitantes<br />
com a gastronomia, a cultura, as tradições e<br />
as lutas das suas populações, que todos os anos<br />
transportam para a Festa.<br />
Um retrato<br />
fiel do País<br />
que<br />
trabalha<br />
e luta<br />
por um<br />
futuro de<br />
progresso<br />
e justiça<br />
social<br />
Estes espaços são um retrato fiel do<br />
País que trabalha e luta por um futuro<br />
de progresso e justiça social e ponto<br />
de encontro obrigatório de milhares<br />
de visitantes da Festa, que ali tomam<br />
as suas refeições, convivem,<br />
divertem-se e descansam...<br />
No espaço dos Açores estarão em<br />
destaque os 40 anos da Constituição<br />
da República Portuguesa e da<br />
Autonomia Regional que ela consagra,<br />
ao mesmo tempo que as eleições<br />
regionais de Outubro terão o óbvio<br />
e merecido realce. Num espaço<br />
marcado pelos ricos sabores do<br />
arquipélago, a intervenção, acção e<br />
propostas do PCP na região e as lutas<br />
dos trabalhadores e das populações<br />
terão igualmente expressão.<br />
As quatro organizações do Alentejo<br />
(Beja, Évora, Portalegre e Litoral)<br />
estarão uma vez mais juntas num<br />
mesmo espaço, onde se realça a<br />
presença da região nos 40 anos da<br />
Festa, o Avante! e a luta do povo<br />
alentejano. A passagem de 105 anos<br />
sobre o nascimento de Manuel da<br />
Fonseca e os 45 anos de carreira de<br />
Luísa Basto marcarão a programação<br />
do Palco Alentejo, a par da realização<br />
de um momento de solidariedade<br />
com o povo da Colômbia, um debate<br />
e uma forte componente de Cante<br />
Alentejano.<br />
As portagens na Via do Infante, a<br />
exploração no sector da hotelaria, as<br />
demolições e a expulsão das<br />
populações da Ria Formosa e a<br />
destruição do Serviço Nacional de<br />
Saúde serão alguns dos temas<br />
abordados no espaço do Algarve,<br />
onde serão também divulgadas as<br />
iniciativas e propostas do PCP para<br />
a região. A doçaria e o marisco<br />
também marcam presença.<br />
Tradições de um povo<br />
O espaço da Organização Regional<br />
de Aveiro, este ano situado junto ao<br />
palco 25 de Abril e com mais área<br />
coberta, proporciona maior<br />
comodidade ao visitante da Festa e<br />
convida-o a degustar os pratos típicos<br />
da região e a sua famosa doçaria. O<br />
visitante da Festa encontra, neste<br />
espaço, uma exposição alusiva à<br />
campanha nacional «Mais Direitos,<br />
Mais Futuro – Não à Precariedade»,<br />
que teve grande expressão no distrito,<br />
e às propostas apresentadas pelo PCP.<br />
Braga é um dos espaços que estará<br />
situado na Quinta do Cabo, promete<br />
muita animação, cor e luz, a melhor<br />
gastronomia da região e o artesanato<br />
feito pelas mãos de homens e<br />
mulheres do Minho, que é referência<br />
nacional. Ali virá a Festa do Avante!<br />
o mais genuíno e tradicional espírito<br />
dos arraiais minhotos, com os<br />
tradicionais arcos de festa a<br />
ornamentar o espaço de Braga. A<br />
exposição política realçará a<br />
actividade do Partido, as assembleias<br />
de organização realizadas e a<br />
campanha «Mais direitos, Mais futuro<br />
– Não à precariedade».<br />
Bragança irá evidenciar, nesta Festa<br />
do Avante!, as potencialidades e<br />
riquezas de uma região<br />
desaproveitada, empobrecida e<br />
fustigada pela política de sucessivos<br />
governos. Como consequência,<br />
sentem-se bem os fenómenos do<br />
desemprego crescente, da emigração<br />
e do despovoamento de vastas áreas<br />
de território, amputadas na sua<br />
autonomia e postas ao abandono pelo<br />
encerramento de centenas de serviços<br />
públicos, pelo desinvestimento na<br />
agricultura e a desvalorização dos<br />
produtos regionais e autóctones. No<br />
domingo, às 16 horas realiza-se uma<br />
homenagem a Leandro Vale, actor,<br />
encenador e militante comunista<br />
falecido em Abril do ano passado.<br />
Uma vez mais unidas, as organizações<br />
de Castelo Branco e Guarda terão<br />
patente uma exposição sobre «Lutas<br />
Operárias na Serra da Estrela – dos<br />
anos 40 aos dias de hoje», que aborda<br />
as greves, protestos e manifestações<br />
realizadas por milhares de operários<br />
durante a ditadura, as transformações<br />
e conquistas alcançadas com a<br />
Revolução de Abril e as<br />
consequências da política de direita<br />
e do processo de integração capitalista<br />
da União Europeia: a destruição do<br />
aparelho produtivo e de postos de<br />
trabalho, emigração, êxodo rural,<br />
despovoamento.<br />
Cultura e transformação<br />
O espaço de Coimbra tem, este ano,<br />
uma decoração alusiva à música e<br />
cultura popular e integrará a<br />
exposição de vários instrumentos<br />
musicais pertencentes à colecção<br />
Louzã Henriques. Na exposição<br />
política estarão reflectidas a actividade<br />
e as propostas do PCP para Coimbra,<br />
as suas iniciativas e as lutas dos<br />
trabalhadores e populações. Serão<br />
também assinalados os 70 anos do<br />
IV Congresso do PCP, realizado na<br />
Lousã em 1946. A cultura, a<br />
gastronomia e os produtos do distrito<br />
têm igualmente um lugar destacado.<br />
Por seu lado, Leiria terá reflectiva<br />
na decoração e na exposição os 130<br />
anos dos acontecimentos que deram<br />
origem ao 1.º de Maio, com pinturas<br />
alusivas às várias profissões e excertos<br />
de poemas de Maiakovski, José<br />
Gomes Ferreira, Ary dos Santos e<br />
Vinicius de Moraes.<br />
Lisboa trará para primeiro plano,<br />
no seu espaço, a realização do XX<br />
Congresso do PCP no final do ano,<br />
a importância da luta organizada dos<br />
trabalhadores e a luta histórica pela<br />
redução da jornada de trabalho e<br />
ainda o papel insubstituível do PCP.<br />
A campanha de reforço do Partido<br />
nas empresas e locais de trabalho,<br />
«Mais Mil e Tantos», e a acção em<br />
defesa do alargamento do passe social<br />
terão igualmente um grande destaque.<br />
«O Fado é do Povo» é o mote da<br />
decoração política do novo espaço<br />
de Fado, onde será destacado um<br />
artigo do Avante!, de 1936, onde o<br />
Partido denunciava o aproveitamento,<br />
controlo e censura do fascismo a esta<br />
expressão musical popular.<br />
No espaço da Madeira estará patente<br />
uma exposição fotográfica designada<br />
«as mãos que fazem o vinho», da<br />
autoria de Davide Francisco, que<br />
pretende valorizar a vertente laboral<br />
da produção do Vinho Madeira,<br />
produto regional de excelência de<br />
grande importância económica e<br />
social na região.<br />
Memória e futuro<br />
O 125.º aniversário da revolta<br />
republicana de 31 de Janeiro de<br />
1891 estará em destaque no espaço<br />
do Porto. Protagonizada por<br />
sargentos e praças e com um<br />
expressivo apoio popular, a revolta<br />
constituiu um momento marcante de<br />
luta contra a monarquia e o Ultimato<br />
Inglês, aceite pelo rei D. Carlos I e<br />
sua corte, o qual impunha termos<br />
humilhantes a Portugal. Em tempo<br />
de pressões e chantagens externas,<br />
o 31 de Janeiro continua a ser uma<br />
referência da luta por um Portugal<br />
soberano e democrático.<br />
Em Santarém será dado destaque<br />
ao conjunto das mais recentes e<br />
significativas acções de luta dos<br />
trabalhadores do distrito, bem como<br />
à necessidade de maior organização<br />
e intervenção do PCP nas empresas<br />
e locais de trabalho.<br />
Já em Setúbal será realçada a<br />
importância dos 40 anos da<br />
Constituição da República Portuguesa<br />
e dos valores de Abril que ela<br />
consagra, ao mesmo tempo que se<br />
evoca igual aniversário das primeiras<br />
eleições autárquicas. O XX Congresso<br />
do Partido e a luta dos trabalhadores<br />
terão igualmente expressão na<br />
decoração e na exposição.<br />
Quem passar pelo espaço de Viana<br />
do Castelo ficará a conhecer a<br />
gastronomia e as tradições do Alto<br />
Minho, enquanto que no de Vila<br />
Real se procurará lembrar que essa<br />
região se destaca não só pelas suas<br />
riquezas naturais e variedade<br />
gastronómica, mas também pelo<br />
aumento do desemprego, da<br />
emigração, das assimetrias, do<br />
despovoamento e da desertificação,<br />
em resultado da política de direita.<br />
O barro de Bisalhães, candidato a<br />
Património Cultural Imaterial da<br />
UNESCO, será a base da decoração.<br />
Viseu destaca a actividade do PCP<br />
e a luta a dos trabalhadores e das<br />
populações do distrito,<br />
nomeadamente nas empresas<br />
Fumados do Douro e<br />
Empreendimentos Turísticos<br />
Montebelo e contra as portagens na<br />
A25 e A24. O XX Congresso e as<br />
iniciativas de comemoração no do<br />
95.º aniversário do PCP merecerão<br />
também realce na exposição.
EM FOCO<br />
17<br />
Imigrantes<br />
O Pavilhão dos Imigrantes, para além da sua animada<br />
presença, afirmará a sua característica de ser um<br />
ponto de contacto com as comunidades que<br />
escolheram Portugal para viver e trabalhar. Num<br />
contexto marcado, no plano europeu, pelo ascenso do<br />
racismo e da xenofobia, pelo drama dos refugiados, o<br />
Pavilhão dos Imigrantes contará com uma presença<br />
política que dará conta do posicionamento do Partido<br />
sobre estas matérias, incluindo as alterações que no<br />
plano nacional se processaram, afectando de forma<br />
particular os trabalhadores imigrantes.<br />
Pavilhão da Mulher<br />
O Pavilhão da Mulher é um espaço concebido ao<br />
longo dos 40 anos da Festa do Avante! com o<br />
empenho do colectivo partidário, e em especial das<br />
mulheres comunistas, e nele é dado destaque ao<br />
valor que o PCP atribui à luta das mulheres contra<br />
todas as formas de exploração e opressão e pela sua<br />
emancipação social. Este ano será dado particular<br />
destaque ao 30.º aniversário da Conferência<br />
Nacional do PCP «A Emancipação da Mulher no<br />
Portugal de Abril», aos 40 anos da Constituição da<br />
República e à intervenção e luta das mulheres no<br />
actual quadro político para repor rendimentos e<br />
direitos e eliminar discriminações e desigualdades<br />
que afetam de forma particular as mulheres das<br />
classes trabalhadoras e populares.<br />
Fazer cumprir a igualdade na lei e na vida é não só<br />
um imperativo de justiça para com metade da<br />
população portuguesa, como é condição necessária a<br />
um País de progresso e de justiça para todos e na<br />
posse da sua soberania nacional. Um espaço<br />
aprazível de encontro e reencontro, de debate,<br />
convívio e solidariedade. E, naturalmente, onde é<br />
possível ser-se surpreendido por apontamentos<br />
culturais e encontrar os tradicionais petiscos do Bar<br />
da Igualdade.<br />
Emigração<br />
A organização do Partido nas comunidades marcará,<br />
mais uma vez, presença nos 40 anos da Festa do<br />
Avante!. Espaço de encontro e reencontro, o Pavilhão<br />
da Emigração contará com uma exposição política onde<br />
serão tratados os problemas que afectam as<br />
comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo, as<br />
propostas do Partido, bem como a actividade das<br />
diversas organizações. Num contexto marcado, nos<br />
últimos anos, por uma nova vaga migratória, fruto da<br />
política de submissão aos interesses externos, promotora<br />
do desemprego, do empobrecimento e do<br />
desinvestimento, o PCP tem vindo a afirmar que sem a<br />
inversão desse caminho, a par da não adopção de uma<br />
visão estratégica que reforce os laços identitários com o<br />
País, não se cuidará da melhor riqueza de um país – o<br />
seu povo, os seus trabalhadores.
18 EM FOCO<br />
18-8-2016<br />
Avanteatro em novo espaço nobre na Quinta do Cabo<br />
Palcos abertos para u<br />
Agrande mostra das artes cénicas,<br />
que na Festa ganhou nome<br />
próprio em 1986, ocupa nesta<br />
40.ª edição um espaço nobre junto à nova<br />
entrada, na Quinta do Cabo.<br />
O<br />
Avanteatro<br />
faz 30 anos<br />
e celebra<br />
com um<br />
grande<br />
programa<br />
No Avanteatro vão conviver, entre<br />
2 e 4 de Setembro, o teatro em<br />
diferentes expressões, a música<br />
que também é para ver, o cinema<br />
documental – onde não<br />
representar é que é arte – e um<br />
também documental teatro, a<br />
ópera, a comédia, a reflexão com<br />
ligação mais directa à acção para<br />
pôr o poder a fazer avançar o<br />
Mundo e, em particular, este<br />
pedaço dele que é mais nosso,<br />
empurrado por Abril no caminho<br />
do futuro.<br />
O teatro tem presença na Festa<br />
desde há 40 anos. Numa feliz<br />
coincidência, nos 40 anos da Festa<br />
também se completam 30 anos de<br />
Avanteatro. Em 1986, foram sete<br />
espectáculos de sete grupos, com<br />
sete vezes a casa cheia. Em 2016,<br />
num novo espaço e numa Festa<br />
ainda mais renovada, o Avanteatro<br />
propõe um programa, diversificado<br />
e interpelante, e espera o público<br />
de sempre, alargado a cada ano<br />
por muitos visitantes da Festa que<br />
fazem esta descoberta – uns e<br />
outros tradicionalmente fortes na<br />
presença e generosos no aplauso.<br />
Além do palco, com boca-de-cena,<br />
bastidores e plateia, os cenários<br />
alargam-se ao bar e ao exterior do<br />
pavilhão. O Avanteatro vai estar de<br />
palcos abertos para um grande<br />
programa.<br />
PALCO | Sexta-feira, 2, 21h30<br />
Companhia de Teatro de Almada<br />
O FEIO, de Marius von Mayenburg<br />
Encenação de Toni Cafiero. Intérpretes: André Pardal,<br />
João Farraia, João Tempera, Maria João Falcão<br />
Lette, um inventor, fica abalado com a notícia de que<br />
não vai ao próximo congresso apresentar o novo invento.<br />
É demasiado feio, diz-lhe o patrão. Com cirurgia plástica,<br />
Lette entra na lógica empresarial da beleza. Mas o<br />
cirurgião gosta tanto do resultado que começa a criar<br />
duplos de Lette.<br />
PALCO | Sexta-feira, 2, 24h00<br />
Narrativensaio – AC<br />
ONDE O FRIO SE DEMORA<br />
Encenação, cenografia e figurinos: Luísa Pinto<br />
Texto: Ana Cristina Pereira. Interpretação: Margarida<br />
Carvalho. Música original e interpretação ao vivo: Peixe<br />
Classificação etária: Maiores de 16 anos<br />
A violência de género, a ruptura, a solidão e a<br />
incapacidade para amar, num país marcado pela recessão<br />
e pelo envelhecimento, surgem em conversas longas e<br />
sem filtros da jornalista do Público Ana Cristina Pereira<br />
com três pessoas residentes na Área Metropolitana do<br />
Porto. É uma proposta de teatro-documental.<br />
PALCO | Sábado, 3, 17h00<br />
Teatro Extremo<br />
DE AÇO E DE SONHO<br />
Criação e interpretação: António Boieiro, Joana Manuel<br />
e Rui Galveias. Agradecimentos a Manuel Gusmão e<br />
Chão de Oliva<br />
A comemorar os 40 anos da Constituição nascida do 25<br />
de Abril, apresenta-se este espectáculo-puzzle, construído<br />
a partir da mensagem de Vasco Gonçalves ao Festival<br />
de Teatro de Nancy (1977), da Constituição e de obras<br />
de Sérgio Godinho, Ernesto de Melo e Castro, Ary dos<br />
Santos, Fernando Tordo, Artur Portela Filho, Eugénio<br />
de Andrade, João José Cochofel, Fernando Lopes-Graça,<br />
Maria Velho da Costa e José Afonso.<br />
PALCO | Sábado, 3, 20h30<br />
A Barraca<br />
TARTUFO, de Molière (adaptação de Hélder Costa)<br />
Encenação: Hélder Costa. Elenco: Maria do Céu Guerra,<br />
João Maria Pinto, Adérito Lopes, Carolina Parreira, Ruben<br />
Garcia, Samuel Moura, Sérgio Moras, Sónia Barradas,<br />
Teresa Mello Sampayo, Tiago Barbosa<br />
«Não há nenhum pecado se pecar em silêncio» (Tartufo,<br />
IV, 5) – o núcleo principal desta célebre comédia, colocado<br />
no contraste, que também é cumplicidade, entre a hipocrisia<br />
e a credulidade, faz dela uma peça exemplarmente<br />
universal para os tempos actuais.<br />
EXTERIOR | Sexta-feira, 2, 23h00 e Domingo, 4,<br />
15h00<br />
Rei Sem Roupa<br />
ARRE – PEÇA PARA DOIS BURROS E DOIS<br />
ACTORES<br />
Dir. artística de Pedro Fabião. Criação:<br />
Alexandre Sá, Janela Magalhães, Pedro Fabião.<br />
Interpretação: Alexandre Sá, Janela Magalhães,<br />
Lourenço de Miranda, Romão de Miranda Co-produção:<br />
de Rei Sem Roupa e Associação para o<br />
Estudo e Protecção do Gado Asinino.<br />
Esta é uma exploração teatral de pendor cómico<br />
que cruza três pontos de partida: o Burro de<br />
Miranda, a linguagem teatral do Bufão e um<br />
imaginário inspirado na obra D. Quixote de la<br />
Mancha. A resistência à ordem é o ponto unificador<br />
desta tríade.<br />
PALCO | Sábado, 3, 11h00<br />
Output Teatral de Lisboa<br />
D. AFONSO HENRIQUES 3EM1<br />
Criação e interpretação: Carlos Pereira, Tiago Peralta<br />
e Zé Pedro Ramos. Adereços e figurinos: Clara Baptista<br />
Era uma vez um menino, como qualquer outro… Mas<br />
havia nele algo especial. Ainda não sabia, mas tinha um<br />
poder: ele não tinha medo de nada! Ele era atrevido, ele<br />
era ousado, ela corajoso, ele era: o Afonso Henriques!<br />
Teatro para a infância. Duração: 60 min.<br />
PALCO | Sábado, 3, 23h50<br />
ESTE - Estação Teatral<br />
A ENTRADA DO REI<br />
Texto original: Jacinto Cordeiro. Tradução (para trabalho):<br />
Ana Brum<br />
Dramaturgia: Ana Brum e Nuno Pino Custódio<br />
(encenação). Actores: Roberto Querido e Tiago Poiares<br />
O rei Filipe viaja. Já todos zombavam da travessia de<br />
Madrid a Lisboa, prometida na coroação, duas décadas<br />
antes, mas desta feita, a intenção consuma-se. Ei-lo às<br />
portas de Lisboa, aguardando a sua triunfal entrada.
18-8-2016 EM FOCO 19<br />
m grande programa<br />
BAR | Sábado, 3, 01h00<br />
Maria Anadon<br />
(RE)CANTOS<br />
DA ALMA<br />
Maria Anadon,<br />
voz. David<br />
Zaccaria,<br />
violoncelo e<br />
guitarra<br />
clássica. Ana Cláudia Serrão,<br />
violoncelo. Ângela Carneiro,<br />
violoncelo. André Ferreira,<br />
violoncelo. Óscar Viana e Paolo<br />
Massamatici, oboés. Fernando<br />
Silva, guitarra portuguesa.<br />
Os temas originais, neste novo<br />
álbum, surgem a par de uma<br />
revisitação a recantos da alma<br />
colectiva, com músicas e letras<br />
de Zeca Afonso, Sérgio Godinho,<br />
Chico Buarque, Florbela Espanca,<br />
João Gil, Amália Rodrigues,<br />
Carlos Gonçalves.<br />
BAR | Sábado, 3,15h00<br />
PALESTINA<br />
Apontamentos<br />
de teatro<br />
PALCO | Domingo, 4, 11h00<br />
Lua Cheia – teatro para todos<br />
A CEREJEIRA DA LUA<br />
Texto: António Torrado. Interpretação e manipulação:<br />
Ana Enes e Maria João Trindade. Direcção cénica:<br />
Maria João Trindade. Cenografia, marionetas e figurinos:<br />
Marta Fernandes da Silva. Música original: Cristiano<br />
Barata<br />
Meng-Uóng quer ir à Lua. Tien-o-Tzé, aio e mestre do<br />
jovem imperador, adivinha-lhe o desejo secreto e procura<br />
concretizá-lo.<br />
Teatro para a infância (marionetas e luz negra).<br />
PALCO | Domingo, 4, 14h00<br />
CARTAS A UMA DITADURA<br />
Documentário de Inês de Medeiros, 2006<br />
Cartas escritas por mulheres portuguesas durante a<br />
ditadura de Salazar foram encontradas por acaso num<br />
alfarrabista. No filme encontram-se, nos dias de hoje,<br />
cartas e suas remetentes.<br />
PALCO | Domingo, 4, 16h00<br />
al.gu.res Colectivo de Criação<br />
LEVANTEI-ME DO CHÃO<br />
Criação, dramaturgia, composição musical e interpretação:<br />
Carlos Marques. Apoio à criação: Susana Cecílio.<br />
Dispositivo cénico: Nuno Borda de Água. Composição<br />
musical: João Bastos. Vídeo: Rodolfo Pimenta. Designer<br />
gráfica: Susana Malhão<br />
Um músico de hoje conta e canta as histórias de<br />
«Levantado do Chão». Na conversa vai-se descobrindo<br />
a musicalidade nas palavras e nas ideias de José Saramago.<br />
PALCO | Domingo, 4, 20h45<br />
all’Opera – Companhia de Ópera Itinerante<br />
RITA, de Gaetano Donizetti<br />
Encenação de António Durães. Adaptação dos textos<br />
por Mário João Alves. Elenco: Sara Braga Simões, Mário<br />
João Alves, Job Tomé. Piano: Ángel González.<br />
Esta divertida ópera, de apenas uma hora, revela-se uma<br />
caixinha de surpresas. Rita é uma história cheia de humor<br />
e mal-entendidos, um pequeno baú de situações caricatas<br />
e divertidas.<br />
BAR | Sábado, 3,15h30<br />
40 ANOS DA CONSTITUIÇÃO<br />
Conversa, a<br />
assinalar os 40<br />
anos da<br />
Constituição da<br />
República<br />
Portuguesa,<br />
com o foco na<br />
sua dimensão cultural.<br />
BAR | Domingo, 4, 01h00<br />
TRIBUTE A FRANK ZAPPA<br />
Quinteto de<br />
metais com<br />
guitarra e<br />
bateria (Sérgio<br />
Charrinho,<br />
trompete;<br />
Ricardo<br />
Carvalho, trompete; Nuno Vaz,<br />
trompa; Reinaldo Guerreiro,<br />
trombone; Adélio Carneiro, tuba;<br />
Marco Fernandes, bateria; André<br />
M. Santos, guitarra)<br />
BAR | Domingo, 4, 21h30<br />
VOODOO MARMALADE<br />
Apresentam-se<br />
como banda<br />
original de<br />
indie rock folk,<br />
trazem o som<br />
acústico de<br />
ukuleles, vozes<br />
e percussão, oferecem uma<br />
verdadeira marmelada de estilos,<br />
com originais cativantes e<br />
igualmente originais misturas de<br />
outros autores.
20 EM FOCO<br />
18-8-2016<br />
Espaço Criança<br />
É bom brincar<br />
e crescer<br />
NaFesta há lugar para todos e<br />
todos nela se sentem bem. A<br />
começar, porventura, pelas<br />
crianças, a quem é dedicado um lugar próprio<br />
e muito especial.<br />
Também<br />
o Espaço<br />
Criança está<br />
recheado de<br />
novidades<br />
A Festa do Avante! foi sempre<br />
um espaço inter-geracional de<br />
características únicas.<br />
Impossível, nela, é não encontrar<br />
motivos de interesse, seja qual<br />
for o estrato etário, vá-se em<br />
grupo de amigos ou família: pela<br />
diversidade e riqueza da oferta<br />
cultural, pelo atmosfera festiva,<br />
pelo saudável convívio e<br />
camaradagem. Há lugar para<br />
todos e todos nela se sentem<br />
bem. A começar, porventura,<br />
pelas crianças, a quem a Festa<br />
sempre reservou um lugar<br />
próprio e muito especial.<br />
Ora acontece que este ano, em<br />
que tanto de novo há para<br />
descobrir e fruir na Atalaia,<br />
agora com o seu perímetro<br />
alargado pela Quinta do Cabo,<br />
também o «Espaço Criança» está<br />
recheado de novidades.<br />
A começar, desde logo, pela sua<br />
localização, mesmo por cima do<br />
«Polidesportivo», beneficiando de<br />
uma aprazível vista e da generosa<br />
e fresca sombra da faixa de<br />
árvores existente naquela área.<br />
Diferenciador vai ser também o<br />
tipo de equipamentos que farão a<br />
alegria da pequenada, todos<br />
novos e que têm como traço<br />
comum o facto de terem sido<br />
concebidos para serem<br />
inclusivos, ou seja, acessíveis a<br />
todas as crianças.<br />
O programa do «Espaço Criança»<br />
será preenchido com um leque<br />
muito variado de actividades,<br />
com destaque, entre outras, para<br />
a «Hora do Conto», o Yoga para<br />
crianças, atelier de barro, atelier<br />
de marcadores de livros de<br />
papel, atelier de moinhos de<br />
vento, atelier de fantoches de<br />
dedo (dedoches), o «Girassol<br />
gigante» (jornal de parede onde<br />
cada criança pode dar largas à<br />
imaginação) e o «Deixa a tua<br />
marca» (pintura em parede).<br />
Fortemente concorridas serão<br />
também seguramente as<br />
actividades a desenvolver no<br />
insuflável, os jogos tradicionais, a<br />
gincana e os jogos com água.<br />
Sobre o «Espaço Criança», da<br />
responsabilidade dos Pioneiros<br />
de Portugal, importa ainda<br />
referir que este ano não haverá<br />
sopas, mas apenas bebidas,<br />
variadas, e gelados – muitos –, e<br />
de muitos e deliciosos sabores...<br />
Não se pense, porém, que é só<br />
neste espaço vocacionado para<br />
elas e a elas dedicado que as<br />
crianças encontram razões para a<br />
brincadeira e para se sentirem<br />
bem e felizes. A verdade é que<br />
em várias outros espaços e<br />
programações da Festa - e esta é<br />
outra grande novidade - estão<br />
previstas iniciativas específicas<br />
dirigidas às crianças,<br />
designadamente no «Avanteatro»,<br />
na Feira do Livro, no Espaço<br />
Ciência e no CineAvante!, onde,<br />
por exemplo, haverá sessões para<br />
crianças a partir dos três anos.<br />
Razões não faltam, pois, para os<br />
pais estarem atentos à<br />
programação destes espaços e<br />
optarem por aquela que lhes<br />
parecer a melhor opção.<br />
Resta ainda dizer que por toda a<br />
Festa, em diferentes<br />
organizações regionais, estará<br />
disponível um «Espaço Bebé»<br />
onde o visitante encontrará um<br />
conjunto de serviços, como, por<br />
exemplo, micro-ondas e<br />
fraldário.<br />
Sendo cada vez mais também<br />
uma festa para as crianças, este<br />
ano, como se vê, há renovados<br />
ingredientes para nos dias 2, 3 e<br />
4 de Setembro marcar encontro<br />
na Festa do Avante!
ios na Madeira<br />
18-8-2016<br />
comunitários<br />
de reforçar os seus meios de combate aos incêndios, com mais operaentos,<br />
defendem os comunistas<br />
Na visita, a comitiva comunista valorizou o esforço e a<br />
dedicação das corporações de bombeiros<br />
PCP interroga CE<br />
Catástrofe social,<br />
económica e ambiental<br />
No dia 10, Miguel Viegas, numa pergunta escrita à<br />
Comissão Europeia (CE), lembra que a situação dos<br />
incêndios na Ilha da Madeira representa uma<br />
«catástrofe social, económica e ambiental» sem<br />
precedentes na Região Autónoma.<br />
«A conjugação das condições climatéricas (calor e<br />
vento) com as características do terreno acidentado<br />
proporcionam o alastramento de várias frentes de<br />
incêndio, com enormes prejuízos humanos e<br />
materiais», refere o documento, lembrando que «para<br />
além das vítimas mortais, já é possível registar vastas<br />
áreas de terreno agrícolas perdidos, casas de<br />
habitação queimadas e diversas infra-estruturas<br />
económicas (hotéis, armazéns, etc.) destruídas.<br />
O Governo português pré-accionou, no dia 9, o<br />
Mecanismo de Protecção Civil da União Europeia<br />
(UE). Este mecanismo, criado em 2013, foi dotado na<br />
altura com um envolope financeiro de 368 428<br />
milhões de euros para o período de 2014-2020,<br />
tendo-se revelado claramente insuficiente face às<br />
inúmeras catástrofes ocorridas nos últimos anos.<br />
Neste sentido, o deputado comunista pergunta à CE<br />
«qual a situação deste instrumento da UE,<br />
designadamente em relação aos montantes de<br />
imediato para fazer face a esta tragédia» e «se existem<br />
outros mecanismos disponíveis, designadamente ao<br />
nível do Fundo de Solidariedade da UE (FSUE)».<br />
Fracasso da PAC<br />
Relativamente à situação de Portugal Continental,<br />
numa outra pergunta, Miguel Viegas denuncia que a<br />
«ocorrência destes incêndios» não pode ser desligada,<br />
«por um lado, das condições climatéricas, com o vento<br />
e temperaturas elevadas, e, por outro, do fracasso da<br />
Política Agrícola Comum que promoveu a<br />
desertificação do território e o desordenamento<br />
florestal».<br />
Face aos enormes prejuízos que continuam a<br />
aumentar, «quais os instrumentos da UE e respectivos<br />
envelopes financeiros que podem ser disponibilizados<br />
de forma imediata para acudir às populações,<br />
designadamente ao nível do Fundo de Coesão, através<br />
do programa Valorização do Território, FSUE ou do<br />
Mecanismos de Protecção Civil da UE», interroga o<br />
deputado do PCP.<br />
NACIONAL 21<br />
Perdas muito significativas<br />
no concelho de Caminha<br />
Carla Cruz leva<br />
incêndios à AR<br />
Na sexta-feira, 12, Carla Cruz, deputada do PCP<br />
na Assembleia da República (AR), esteve na Freguesia<br />
de Riba d'Âncora. Ali, deu a conhecer que o Partido<br />
vai exigir do Governo a atribuição de apoios para<br />
fazer face às «perdas muito significativas» causadas<br />
pelos incêndios florestais no concelho de Caminha.<br />
«Vamos levar este assunto à AR, exigindo respostas<br />
e apoios do Governo para o retomar de actividades<br />
que foram fortemente afectadas pelos incêndios»,<br />
afirmou a deputada, citada pela Lusa.<br />
Carla Cruz visitou um baldio existente naquela<br />
freguesia, «que cumpria todas as condições de<br />
prevenção contra incêndios, desde aceiros, caminhos<br />
e duas equipas de sapadores florestais e que foi<br />
destruído pelas chamas».<br />
«Perdeu-se uma área florestal de baldio muito,<br />
muito significativa. O baldio tinha pinheiros e dedicava-se<br />
à produção de resina, empregando 16<br />
trabalhadores. Foi uma perda muito grande para a<br />
população local e para os compartes. O Governo tem<br />
que dar respostas, através de apoios para o retomar<br />
desta actividade», sublinhou.<br />
A deputada comunista realçou ainda «a importância<br />
do trabalho dos bombeiros que foram incansáveis<br />
na defesa das habitações das populações», destacando<br />
que «os meios no terreno foram muito, muito poucos<br />
para acudir à situação que concelho viveu nos últimos<br />
dias».<br />
Portugal foi fustigado por uma vaga de incêndios de<br />
enormes proporções<br />
A CGTP-IN manifestou a sua solidariedade com os trabalhadores<br />
e todas as populações vítimas do flagelo dos<br />
incêndios que fustigaram o território nacional, designadamente<br />
a Região Autónoma da Madeira e em particular<br />
a cidade do Funchal, lamentando profundamente,<br />
em primeiro lugar, a perda de vidas, mas também os<br />
avultados prejuízos, os quais certamente irão acarretar<br />
consequências muito graves na região.<br />
«O País arde perante a incapacidade dos responsáveis<br />
políticos, quer para a prévia elaboração e aplicação oportuna<br />
de planos de prevenção, quer para o accionamento<br />
atempado dos meios eficazes de combate aos incêndios,<br />
que permitam evitar ou pelo menos minimizar a<br />
destruição e os graves prejuízos humanos e materiais decorrentes<br />
do alastrar descontrolado dos incêndios», salienta<br />
a Intersindical, que considera ser «urgente» discutir<br />
e repensar «a questão do ordenamento do território,<br />
sobretudo em tudo o que respeita às florestas».<br />
Responsabilidades<br />
Trabalhadores manifestam solidariedade às vítimas dos incêndios<br />
Prevenção para evitar a tragédia<br />
Também o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da<br />
Administração Local e Regional, Empresas Públicas,<br />
Concessionárias e Afins (STAL), expressando solidariedade<br />
com os bombeiros e as populações vítimas dos incêndios,<br />
reclamou «uma estratégia de defesa das populações<br />
e da natureza, devendo ser considerada a adopção<br />
de medidas de cariz extraordinário, tanto no combate,<br />
como em todas as fases de apoio posterior».<br />
O STAL exige, por isso, o apuramento de todas as responsabilidades<br />
nestes «trágicos eventos» e expressa o<br />
seu «compromisso» em defesa de «uma política que encare<br />
seriamente as questões do ordenamento da floresta,<br />
que aposte decisivamente na prevenção e na dignificação<br />
e valorização de todos os bombeiros, com a convicção<br />
de que só assim será possível cumprir com eficácia<br />
a nobre missão que lhes cabe, ao serviço das populações<br />
e do País».<br />
Prevenção<br />
Por seu lado, a Federação Nacional dos Sindicatos dos<br />
Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS)<br />
considera ser «indispensável» que a curto prazo o Instituto<br />
da Conservação da Natureza e das Florestas seja extinto<br />
e recriados os organismos dedicados especificamente<br />
à conservação da natureza e à floresta, com os respectivos<br />
serviços desconcentrados e os adequados recursos<br />
humanos especializados.<br />
Por outro lado, continua a FNSTFPS, «decorridos que<br />
estão dez anos sobre a extinção do Corpo Nacional da<br />
Guarda Florestal e a integração dos respectivos guardas<br />
florestais no Serviço de Protecção de Protecção da Natureza<br />
e Ambiente (SEPNA), da GNR, importa que sejam<br />
tomadas medidas no sentido de valorizar a intervenção<br />
destes profissionais enquanto Corpo, na estrutura do<br />
SEPNA, tendo em conta as funções, formação e conhecimentos<br />
específicos que os mesmos detêm e que muito<br />
podem contribuir para a defesa da floresta e a prevenção<br />
dos incêndios florestais».<br />
A Federação defende ainda que, no âmbito da Conservação<br />
da Natureza, as áreas protegidas «voltem a ser<br />
dotadas de direcções próprias, com grau de autonomia<br />
suficiente para a planificação da intervenção dos serviços<br />
na sua preservação e que sejam reforçados os meios<br />
humanos e técnicos, hoje em gritante degradação».<br />
Por último, exige-se que o Governo «adopte medidas<br />
urgentes para o reforço do número de Vigilantes da Natureza,<br />
considerando a situação dramática hoje vivida,<br />
com áreas protegidas de grande dimensão e somente<br />
com um ou dois profissionais daquela carreira».
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA<br />
22 18-8-2016<br />
«Reestruturação» do Novo Banco<br />
Direitos são para defender<br />
Foi publicado em Diário da República, dia 8,<br />
uma resolução do Parlamento onde este recomenda<br />
ao Governo que «salvaguarde os direitos<br />
dos trabalhadores no processo de reestruturação<br />
do Novo Banco».<br />
Sugere-se, nomeadamente,<br />
que o Executivo reúna<br />
com todas as estruturas representativas<br />
dos trabalhadores<br />
de modo a que possa<br />
inteirar-se da «verdadeira<br />
situação» do banco<br />
relativamente a estes e aos<br />
seus postos de trabalho.<br />
A recomendação, fruto<br />
de iniciativas nesse sentido<br />
do PCP e BE aprovadas<br />
em plenário no final da<br />
sessão legislativa, aponta<br />
igualmente para a necessidade<br />
de proceder ao «levantamento<br />
das situações<br />
ilícitas ou irregulares identificadas<br />
no processo de reestruturação<br />
e despedimento<br />
colectivo do Novo Banco,<br />
designadamente as que<br />
consubstanciem violação<br />
dos direitos laborais dos<br />
trabalhadores envolvidos».<br />
No texto, refere-se, por<br />
fim, que o Governo deve<br />
prestar informação sobre<br />
as medidas que venha a tomar<br />
para defender os trabalhadores.<br />
Recorde-se que a opção<br />
pela reestruturação do Novo<br />
Banco – o banco de transição<br />
criado em Agosto de<br />
2014 na sequência da resolução<br />
do BES – levou à<br />
rescisão de contrato com<br />
mais de 300 trabalhadores<br />
e ao despedimento colectivo<br />
de outros 69, num processo<br />
muito contestado e<br />
que enferma de ilegalidades,<br />
como o impedimento<br />
à entrada daqueles nas instalações<br />
do banco.<br />
«Nenhum dos problemas<br />
Há neste<br />
processo uma<br />
inaceitável<br />
chantagem sobre<br />
os trabalhadores<br />
e práticas<br />
de desrespeito<br />
pela lei<br />
do BES, nem dos actuais<br />
problemas do Novo Banco<br />
foi responsabilidade dos trabalhadores<br />
e, como tal, não<br />
é aceitável que sejam estes a<br />
pagar o preço das reestruturações<br />
que lhes são completamente<br />
alheias», referia<br />
o PCP no seu diploma que<br />
contribuiu para a resolução<br />
da AR agora publicada.<br />
Nesse texto, os deputados<br />
comunistas lembram<br />
ainda que não obstante esses<br />
problemas, em Fevereiro<br />
de 2015 o Novo Banco<br />
apresentou resultados,<br />
colocando-se na «posição<br />
de 3.º melhor banco em<br />
Portugal, sendo que os resultados<br />
negativos e as imparidades<br />
são resultado<br />
ainda do Banco Espírito<br />
Santo».<br />
Não tendo nenhum dos problemas do BES ou dos actuais problemas do Novo Banco<br />
sido provocado pelos trabalhadores não é aceitável que sejam estes agora a pagar essa<br />
pesada factura<br />
Lezíria do Tejo em diploma do PCP<br />
Por melhores cuidados de saúde<br />
O Parlamento aprovou no<br />
no Hospital Distrital de<br />
final da sessão legislativa,<br />
Santarém foi também aprovado,<br />
mas com a absten-<br />
antes do período de férias,<br />
um projecto de resolução<br />
ção de PSD e CDS-PP, tendo<br />
merecido igual aprova-<br />
do PCP preconizando a<br />
melhoria da prestação de<br />
ção (também com a abstenção<br />
destes partidos a que<br />
cuidados de saúde na Lezíria<br />
do Tejo.<br />
se juntou a do PS), o ponto<br />
que insta o Governo a<br />
Aprovadas por unanimidade<br />
foram três das cinco<br />
considerar a reabertura das<br />
recomendações ao Governo<br />
extensões de saúde encerradas<br />
nos últimos anos e a<br />
nele presentes, a saber a<br />
que defende com urgência<br />
melhoria das instalações<br />
as diligências necessárias à<br />
das que se encontram degradadas.<br />
construção do novo bloco Distrito de Santarém carece de uma melhoria dos serviços<br />
de saúde de proximidade<br />
A acompanhar a inicia-<br />
operatório no Hospital Distrital<br />
de Santarém, a adopção<br />
de um «programa de contingência» para responder bém em discussão diplomas sobre a mesma matéria do<br />
tiva do PCP estiveram tam-<br />
às 3500 cirurgias identificadas como necessárias e não PEV, PS, BE (todos aprovados) e do CDS (rejeitado),<br />
realizadas naquele unidade hospitalar, o recrutamento bem como uma petição em defesa do Hospital de Santarém<br />
e da respectiva maternidade, na qual os signatá-<br />
e contratação dos profissionais de saúde que colmate as<br />
graves carências de médicos de família no distrito de rios chamam também a atenção para o grave problema<br />
Santarém. Este é um aspecto da maior importância já da falta de médicos de família ao nível dos cuidados de<br />
que só desta forma, como salientou no debate o deputado<br />
comunista António Filipe, poderá haver um «melhor António Filipe referiu que a melhoria da prestação de<br />
saúde primários.<br />
serviço de prestação de cuidados de saúde de proximidade»<br />
e, consequentemente, «aliviar a situação caótica uma população de cerca de 200 mil utentes, de nove<br />
cuidados de saúde proposta pela sua bancada abrange<br />
que se verifica nas urgências desta unidade hospitalar». concelhos (Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Coruche,<br />
Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santa-<br />
O ponto onde se recomenda ao Executivo que proceda<br />
à contratação de profissionais de saúde nas diversas rém), correspondentes a uma área aproximada de 3500<br />
áreas por forma a suprir as graves carências existentes km2.<br />
Foto LUSA<br />
Inaceitável chantagem<br />
A suspensão imediata do despedimento colectivo em<br />
curso no Novo Banco, dado ser o Governo a entidade<br />
por aquele responsável face à natureza transitoriamente<br />
pública do mesmo, era um dos pontos que constava do<br />
projecto de resolução do PCP que veio a dar origem à<br />
resolução do Parlamento. Este ponto, porém – tal como<br />
um outro que advogava a revogação do despacho que<br />
veio a declarar o Grupo Novo Banco como empresa em<br />
reestruturação (Despacho 9/MTSSS/2016, de 5 de Abril)<br />
–, veio a ser chumbado na votação realizada na última<br />
sessão plenária antes das férias, 20 de Julho, com os<br />
votos contra do PS e a abstenção do PSD e CDS.<br />
Para o PCP, porém, esta continua a ser uma questão de<br />
vital importância e que carece de esclarecimento. É que,<br />
desde logo, é muito claro ser infundada a afirmação da<br />
administração de que a decisão de despedir trabalhadores<br />
é imposta pelo Fundo de Resolução e pela Comissão<br />
Europeia. E lembra que é o próprio Banco de Portugal<br />
que contraria essa afirmação quando sublinha que «após<br />
a transferência da actividade do BES, S.A., o Novo Banco<br />
será considerado como sucessor nos direitos e obrigações<br />
adquiridos». «O Novo Banco prosseguirá o exercício da<br />
actividade desempenhada pelo BES, S.A., garantindo a<br />
continuidade dos serviços financeiros que eram prestados<br />
pelo BES, S.A., aos seus clientes e ao público em geral»,<br />
diz ainda o Banco de Portugal.<br />
A isto acresce, por outro lado, como assinalava o PCP<br />
no seu projecto de resolução, que é também a Comissão<br />
Europeia que afirma, em resposta a uma pergunta sua,<br />
«não ter imposto qualquer necessidade de redução de<br />
pessoal, imputando essa responsabilidade ao Estado<br />
português».<br />
Aspectos, em suma, que só vêm confirmar como este<br />
processo assumiu «contornos gravíssimos de desrespeito<br />
pela lei e de chantagem sobre os trabalhadores», o que<br />
para o PCP só releva a importância de os «reverter e<br />
corrigir».<br />
Transferências<br />
em hospitais de<br />
Trás-os-Montes<br />
Na sequência da transferência de especialistas de<br />
Ortopedia e Anestesia, mesmo que temporária, para<br />
outros hospitais, o PCP questionou o Governo sobre<br />
esta situação, pedindo explicações sobre o impacto<br />
de tal medida na capacidade da prestação de<br />
cuidados de saúde às populações transmontanas.<br />
«Que medidas tomou ou pensa tomar para garantir<br />
o normal funcionamento dos serviços de Ortopedia<br />
e Anestesia dos hospitais dos distritos de Bragança<br />
e Vila Real?», indaga o deputado comunista<br />
Jorge Machado em pergunta dirigida ao Ministério<br />
da Saúde.<br />
O Secretariado da DORBA do PCP, referindo-se<br />
a esta questão, lembra em nota de imprensa que os<br />
distritos de Bragança e Vila Real há muito se debatem<br />
com o problema de falta de médicos nos seus<br />
hospitais.<br />
Assinala sobretudo o facto de no período do Verão,<br />
devido ao afluxo de emigrantes, se registar um<br />
aumento de população, pelo que se torna «necessário<br />
garantir ainda mais recursos humanos para assegurar<br />
uma prestação de cuidados de saúde suficiente<br />
e de qualidade por parte do SNS».<br />
Objectivo esse que resulta claramente comprometido<br />
com esta transferência, consideram os comunistas<br />
de Bragança e Vila Real.
18-8-2016<br />
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA 23<br />
Cumprir eliminação das barreiras arquitectónicas em diploma do PCP<br />
O direito à vida autónoma e independente<br />
O PCP quer ver cumprida a legislação que<br />
prevê a eliminação das barreiras arquitectónicas<br />
que condicionam a vida das pessoas com<br />
deficiência. Medidas concretas visando esse<br />
objectivo constam de um projecto de resolução<br />
entrado na AR.<br />
Há que cumprir<br />
o direito<br />
à mobilidade,<br />
integração e<br />
autonomia das<br />
pessoas com<br />
deficiência<br />
Em causa está o direito<br />
a uma vida autónoma, digna<br />
e independente que continua<br />
a ser negado a milhares<br />
de pessoas com deficiência,<br />
fruto em larga medida<br />
dos obstáculos a que<br />
estão sujeitas no plano das<br />
acessibilidades, impedindo-as<br />
de se mover no interior<br />
das suas vilas e cidades<br />
e de aceder a edifícios<br />
públicos.<br />
Alterar essa situação foi<br />
o que se propôs fazer o poder<br />
político com o diploma<br />
que entrou em vigor em 8<br />
de Fevereiro de 2007 (Decreto-Lei<br />
n.º 163/2006, de<br />
8 de Agosto, que revogou<br />
o Decreto-Lei n.º 123/97),<br />
visando melhorar a legislação<br />
existente e alargar as<br />
normas técnicas de acessibilidade<br />
aos edifícios habitacionais.<br />
Não obstante nele se determinar<br />
que as instalações,<br />
edifícios, estabelecimentos<br />
e espaços abrangentes cujo<br />
início de construção seja<br />
anterior a 22 de Agosto<br />
de 1997 (da administração<br />
pública central, regional e<br />
local, institutos públicos,<br />
bem como passeios e outros<br />
percursos pedonais pavimentados,<br />
espaços de estacionamento,<br />
equipamentos<br />
sociais, unidades de<br />
saúde, estabelecimentos de<br />
educação, estações, estabelecimentos<br />
comerciais<br />
(mais de 150 m2) e de serviços,<br />
instalações desportivas,<br />
espaços de recreio e<br />
lazer, etc.) tinham um prazo<br />
de dez anos para ser<br />
adaptados – prazo esse que<br />
acaba em Fevereiro de<br />
2017 –, de modo a garantir<br />
o cumprimento das normas<br />
técnicas (e consequen-<br />
Escola Alexandre Herculano, no Porto<br />
PCP reclama por urgente<br />
requalificação<br />
As pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida continuam a enfrentar todo o tipo<br />
de dificuldades no seu quotidiano em matéria de acessibilidades<br />
PCP entregou na AR um projecto de resolução<br />
que recomenda ao Governo a «urgente<br />
requalificação» da centenária Escola<br />
Secundária Alexandre Herculano, no<br />
Porto.<br />
«Face à gravíssima situação de degradação<br />
das instalações da Secundária Alexandre<br />
Herculano, considerando as consequências<br />
para os profissionais da escola, para<br />
os seus alunos e famílias, urge que se proceda,<br />
com a maior brevidade possível, a<br />
obras de requalificação», defende-se no<br />
texto que tem como primeiros subscritores<br />
os três deputados comunistas eleitos pelo<br />
Porto, Diana Ferreira, Ana Mesquita e Jorge<br />
Machado.<br />
Nele se recorda que o edifício da escola<br />
«está classificado como imóvel de interesse<br />
público», distinção devida ao seu «interesse<br />
arquitectónico e urbanístico», à sua<br />
«relevância na história do ensino liceal»,<br />
além de albergar espaços de «valor cultural<br />
e histórico incalculável», como o Museu<br />
de Física e o Museu de História Natural.<br />
À guarda da Escola Secundária Alexandre<br />
Herculano está também confiado parte<br />
substancial do arquivo da antiga Escola Secundária<br />
Oliveira Martins.<br />
O problema está, entretanto, como os deputados<br />
comunistas puderam constatar em<br />
visita àquele estabelecimento de ensino,<br />
frequentado por mais de 700 estudantes,<br />
na degradação das suas instalações e equipamentos,<br />
há muitos anos a precisar de<br />
obras de remodelação e modernização.<br />
Obras de natureza complexa devido à «dimensão<br />
e estrutura das instalações» e ao<br />
facto de se tratar de um edifício classificado<br />
e de «autor».<br />
«A realidade desta escola, dos professores,<br />
funcionários e demais profissionais e<br />
dos seus alunos é a da chuva que entra no<br />
ginásio e em diversas salas e corredores;<br />
de paredes em avançado estado de degradação;<br />
de equipamentos profundamente<br />
desactualizados», enumera o PCP.<br />
Sucede ainda que a degradação das instalações<br />
e dos equipamentos «tem contribuído<br />
significativamente para a diminuição<br />
da frequência escolar que se tem verificado<br />
nos últimos anos», alerta o PCP, assinalando<br />
que «além de provocar dificuldades<br />
aos profissionais daquela escola, que<br />
trabalham em espaços sem condições adequadas,<br />
o abandono a que esta escola foi<br />
votada afastou alunos e degradou as condições<br />
de ensino e aprendizagem».<br />
A este propósito referido é também que,<br />
em 2009, a escola «foi incluída pela Empresa<br />
Parque Escolar para a realização de<br />
obras, na terceira fase da programação de<br />
modernização das escolas secundárias»,<br />
chegou a haver um «projecto acordado e<br />
aprovado pela escola, com uma previsão<br />
de início de obras para o período entre<br />
abril e julho de 2010», mas em novembro<br />
de 2011 tudo foi por água abaixo com o<br />
ofício do Ministro da Educação que chegou<br />
à escola dizendo que a «intervenção<br />
programada não iria ter lugar», e sem indicação<br />
de nenhuma alternativa para a realização<br />
de qualquer tipo de intervenção.<br />
tes sanções em caso de<br />
persistência das desconformidades<br />
após o fim do prazo),<br />
a verdade é que «muito<br />
está por cumprir».<br />
Ou seja, como salienta o<br />
Grupo Parlamentar do PCP<br />
no seu projecto de resolução,<br />
as exigências colocadas<br />
pelo diploma «estão<br />
longe de estarem concretizadas»,<br />
o que significa que<br />
se mantêm as barreiras que<br />
dificultam ou impedem o<br />
acesso das pessoas com deficiência<br />
e com mobilidade<br />
reduzida, dificultando<br />
mesmo a sua simples circulação<br />
na via pública.<br />
Cumprir a Lei<br />
E por achar «inaceitável»<br />
Imposto à aguardente de figo<br />
Mantém-se isenção<br />
proposta pelo PCP<br />
Aprovada pelo Parlamento<br />
na ponta final dos trabalhos<br />
foi a manutenção da<br />
isenção de imposto à aguardente<br />
de figo destinada ao<br />
consumo próprio dos pequenos<br />
produtores. A proposta<br />
partiu do PCP, sob a<br />
forma de projecto de resolução,<br />
e visou manter o critério<br />
que tem sido seguido<br />
nos últimos anos de isentar<br />
de imposto a aguardente de<br />
figo produzida em qualquer<br />
destilaria, aprovada como<br />
entreposto comercial, até<br />
ao limite de 30 litros de<br />
produto acabado, por ano<br />
e por produtor, destinada<br />
ao seu consumo, e desde<br />
que não seja objecto de<br />
venda.<br />
O problema colocou-se a<br />
que o acesso a edifícios públicos<br />
continua a não ser<br />
uma possibilidade ao alcance<br />
de todos, dada a subsistência<br />
de barreiras arquitectónicas<br />
- e tendo presente<br />
que o prazo para operar as<br />
mudanças expira já no início<br />
do próximo ano -, é que<br />
o PCP defende que sejam<br />
adoptadas medidas urgentes<br />
no sentido de concretizar<br />
os objectivos da legislação<br />
vigente.<br />
Daí a recomendação proposta<br />
no seu diploma - face<br />
à contínua desresponsabilização<br />
política e ao não<br />
respeito pelas normas técnicas<br />
na maioria de edifícios,<br />
estabelecimentos e<br />
equipamentos de utilização<br />
pública e via pública - para<br />
que o Governo determine<br />
a elaboração de um amplo<br />
levantamento da situação<br />
das acessibilidades<br />
a nível nacional, a realizar<br />
no prazo de 180 dias, pelo<br />
Instituto da Habitação e<br />
da Reabilitação Urbana<br />
(IHRU), acompanhado de<br />
um relatório a enviar à AR.<br />
Recomendado é ao Executivo,<br />
por outro lado, que<br />
tome as medidas necessárias<br />
para que o Instituto<br />
Nacional de Reabilitação<br />
(INR), no mesmo prazo de<br />
180 dias, elabore um relatório<br />
circunstanciado sobre<br />
a execução e metas atingidas<br />
em relação ao Plano<br />
Nacional de Promoção da<br />
Acessibilidade (aprovado<br />
em conselho de ministros<br />
em Dezembro de 2006),<br />
fazendo chegar igualmente<br />
o correspondente relatório<br />
ao Parlamento.<br />
Além destas duas recomendações,<br />
o diploma comunista<br />
propõe ainda à AR<br />
que aconselhe o Governo<br />
a tomar medidas com vista<br />
ao cumprimento das referidas<br />
adaptações previstas<br />
no D.L. n.º 163/2006,<br />
dentro do estabelecido prazo<br />
de 10 anos a partir do<br />
início de vigência do diploma.<br />
Por último, recomendase<br />
ao Executivo que identifique<br />
os instrumentos necessários<br />
para um efectivo<br />
acompanhamento e fiscalização<br />
do cumprimento o<br />
diploma, tomando as «medidas<br />
para a implementação<br />
e/ou adaptação desses<br />
mesmos instrumentos».<br />
partir do momento em que<br />
as destilarias algarvias foram<br />
notificadas pela Alfândega<br />
de Faro de que na<br />
campanha com início em<br />
Setembro próximo só as<br />
«pequenas destilarias» poderiam<br />
beneficiar da referida<br />
isenção de imposto até<br />
30 litros.<br />
Ora acontece que esta decisão<br />
não teve em conta a<br />
realidade da produção de<br />
aguardente de figo na região<br />
algarvia e, caso viesse<br />
a ser consumada, como advertiram<br />
os deputados comunistas<br />
no seu diploma,<br />
teria consequências a vários<br />
níveis desastrosas. Desde<br />
logo, o mais que provável<br />
abandono de muitos<br />
pequenos pomares de figueiras<br />
(cujos figos são destinados<br />
à destilação), já que<br />
para os pequenos produtores<br />
deixaria de compensar<br />
a produção face ao trabalho<br />
e aos custos da produção,<br />
mais valendo passar a<br />
comprar a aguardente no<br />
mercado do que produzila.<br />
Prejudicada ficaria também<br />
a economia local, incluindo<br />
as destilarias da região,<br />
assim agravando a<br />
desertificação e despovoamento<br />
do interior serrano<br />
algarvio. Mas também ao<br />
nível da própria receita fiscal<br />
nenhuma vantagem adviria<br />
para o Estado pelo fim<br />
da isenção, uma vez que o<br />
fim da isenção de imposto<br />
não geraria qualquer acréscimo<br />
de receita adicional.
24 EUROPA<br />
18-8-2016<br />
O caos florestal<br />
e a incúria política<br />
∙ Miguel Viegas<br />
Aactualidade dos<br />
incêndios que nos<br />
entra casa adentro<br />
através da comunicação social<br />
remete-nos inevitavelmente para a<br />
incúria política dos partidos que<br />
desgovernaram o País ao longo das<br />
últimas décadas. Com efeito, o<br />
sector florestal representa o exemplo<br />
acabado dessa irresponsabilidade,<br />
da falta de visão estratégica mas<br />
também da submissão aos grandes<br />
interesses privados que gravitam à<br />
volta da floresta portuguesa.<br />
Tal como o PCP tem denunciado,<br />
não é por falta de planos que o<br />
problema da floresta e dos incêndios<br />
permanece hoje por resolver. O<br />
campo de literatura é vastíssimo.<br />
Temos assim o primeiro plano de<br />
desenvolvimento sustentável do<br />
sector florestal de 1998, substituído<br />
mais tarde em 2006 pela estratégia<br />
nacional para a floresta, revista em<br />
2015. Esta estratégia articula-se a<br />
montante com a estratégia florestal<br />
da União Europeia e a jusante com<br />
os planos regionais de ordenamento<br />
florestal, os planos de gestão<br />
florestal, o programa nacional de<br />
defesa da floresta contra os<br />
incêndios e o plano de acção<br />
nacional de combate à<br />
desertificação. Ou seja, teoria não<br />
falta, o que falta é acção.<br />
Mas a situação ainda é mais grave<br />
na medida em que os governos não<br />
se limitaram à inércia. Foram<br />
aprovando medidas que contrariam<br />
estes planos e agravaram ainda mais<br />
a situação. O caso do fim da<br />
Secretaria de Estado das Florestas<br />
aquando do último governo PSD-<br />
-CDS (felizmente reposta no actual<br />
governo) ilustra bem o que foi a<br />
completa desvalorização deste sector.<br />
Mas a lista de actos que<br />
permanecem impunes é longa,<br />
incluindo o fim em 2006 do corpo<br />
de guardas florestais ou ainda a<br />
restrição deliberada de meios para<br />
a prevenção, impedindo por exemplo<br />
a criação das equipas de sapadores,<br />
cujo número permanece<br />
infinitamente aquém das<br />
necessidades e até do anunciado<br />
pelo Plano Nacional de Defesa da<br />
Floresta contra Incêndios (conforme<br />
denúncia do PCP, apenas existem<br />
hoje 283 equipas de sapadores face<br />
às 500 prometidas). O tristemente<br />
célebre decreto-Lei 96/2013 que<br />
veio liberalizar por completo a<br />
plantação de eucalipto ou a<br />
externalização do meios de combate<br />
aéreos constituem outra vertente<br />
representativa das cedências aos<br />
interesses privados que gravitam à<br />
volta da floresta.<br />
O PCP, ao contrário de outros<br />
partidos, não acorda para a<br />
problemática da floresta apenas no<br />
Verão, quando toda a actualidade<br />
mediática está concentrada no drama<br />
dos incêndios. Particularmente, os<br />
deputados do PCP no Parlamento<br />
Europeu têm-se desdobrado em<br />
visitas por todo o País, reunindo com<br />
os diversos agentes ligados ao sector<br />
da floresta, corporações de<br />
bombeiros, associações florestais e<br />
representantes da indústria do<br />
mobiliário. Em Março de 2015, no<br />
quadro da discussão à volta da<br />
estratégia florestal da União<br />
Europeia, o PCP promoveu uma<br />
audição em Viseu, iniciativa que foi<br />
precedida por inúmeras visitas e<br />
reuniões em vários distritos. Nesta<br />
audição, não nos limitámos aos<br />
habituais chavões sobre a floresta<br />
sustentável. Analisámos a situação<br />
específica da nossa floresta, cada<br />
vez mais dominada pela monocultura<br />
de eucalipto, e onde predomina uma<br />
estrutura fundiária privada e<br />
altamente fragmentada cujo cadastro<br />
permanece ainda por fazer. A<br />
floresta sustentável que todos<br />
desejamos e que Portugal necessita<br />
nunca poderá ser o produto do<br />
funcionamento livre e espontâneo<br />
do mercado, ao contrário do que os<br />
governos e a União Europeia nos<br />
querem fazer acreditar. A floresta<br />
sustentável só resultará de políticas<br />
públicas que sejam capazes de<br />
fomentar práticas de gestão colectiva<br />
da nossa floresta, apoiando o<br />
movimento associativo, as<br />
cooperativas e o movimento dos<br />
baldios, que têm realizado um<br />
trabalho exemplar nesta matéria.<br />
Um último exemplo a incúria: Em<br />
2013 decorreram três grandes<br />
incêndios afectando os distritos de<br />
Viseu e Aveiro, com uma área<br />
ardida conjunta de 9415,5 ha.<br />
Cerca de um ano depois, realizámos<br />
uma visita ao local, onde todo o<br />
trabalho de recuperação ainda<br />
estava por fazer, designadamente ao<br />
nível das três medidas básicas que<br />
se impõem nestas situações:<br />
recuperar os caminhos, limpar as<br />
linhas de água e consolidar ou<br />
estabilizar os solos evitando a<br />
erosão. Na sequência desta visita,<br />
questionámos a Comissão Europeia<br />
com diversas propostas no sentido<br />
dos apoios comunitários poderem<br />
ser desbloqueados de forma mais<br />
precoce apoiando assim respostas<br />
que devem ser aplicadas nas<br />
semanas subsequentes aos<br />
incêndios. Propusemos igualmente<br />
um novo modelo de financiamento<br />
mais consentâneo com o ciclo<br />
produtivo florestal que inclui a<br />
preparação do terreno, plantio e<br />
manutenção, e que se prolonga<br />
muito para além dos prazos de<br />
financiamento. Estas e outras<br />
propostas do PCP têm sido<br />
completamente silenciadas pela<br />
comunicação social, mais interessada<br />
em explorar os efeitos<br />
melodramáticos dos incêndios do<br />
que em promover um debate sério<br />
sobre a floresta. Mas a luta do PCP<br />
pelo ordenamento florestal continua<br />
e a qualidade do seu trabalho e<br />
intervenção um dia será<br />
reconhecida.<br />
Mais de um milhão de pessoas continuam bloqueadas em centros de detenção na Grécia<br />
e na Itália<br />
Plano de reinstalação longe da meta<br />
Compromissos vãos<br />
Os estados-membros da UE acolheram pouco<br />
mais de 3800 solicitantes de asilo, ou seja, 2,4<br />
por cento dos 160 mil que se comprometeram<br />
a receber em Setembro de 2015.<br />
Passado quase metade<br />
do prazo estabelecido no<br />
plano de reinstalação de<br />
refugiados chegados à Grécia<br />
e à Itália, 21 países da<br />
União Europeia receberam<br />
apenas 3865 pessoas.<br />
Segundo os dados divulgados,<br />
dia 11, pela Organização<br />
Internacional para<br />
as Migrações (OIM), a<br />
França foi o país que recebeu<br />
mais migrantes, mas o<br />
número não impressiona:<br />
1330 ao todo, ou seja,<br />
6,75 por cento dos 19 700<br />
que se comprometeu a acolher<br />
até Setembro de 2017.<br />
Portugal, Finlândia e Holanda<br />
receberam cerca de<br />
meio milhar cada, enquanto<br />
a Espanha não foi além<br />
de 197 pessoas.<br />
A lentidão do processo é<br />
reconhecida pelo comissário<br />
das Migrações, Dimitris<br />
Avramopoulos, que revelou<br />
ter apelado na semana passada<br />
aos estados-membros<br />
para que «cumpram os compromissos<br />
e se empenhem<br />
Mais de metade das mulheres no Reino<br />
Unido (52%) já foi vítima de assédio sexual<br />
no trabalho, segundo um estudo divulgado,<br />
dia 10, pela federação de sindicatos<br />
britânicos Trades Union Congress (TUC).<br />
O inquérito, que envolveu 1500 mulheres,<br />
revela ainda que quase 20 por cento<br />
das inquiridas foram assediadas por superiores<br />
hierárquicos.<br />
A esmagadora maioria das vítimas (80%)<br />
não denunciou as agressões por motivo de<br />
vergonha, receio de não ser levada a sério<br />
ou de consequências profissionais.<br />
A faixa etária de maior risco situa-se entre<br />
os 16 e os 24 anos, com dois terços das<br />
inquiridas a indicar terem sofrido assédio<br />
no trabalho.<br />
Critérios<br />
discriminam<br />
pedidos<br />
de asilo<br />
de forma mais activa».<br />
Mesmo a Alemanha apenas<br />
deu guarida a 62 pessoas<br />
de um total de 27 500<br />
que aceitou acolher no quadro<br />
do acordo europeu de<br />
reinstalação.<br />
Cai assim por terra a imagem<br />
de «generosidade», criada<br />
pela chanceler Angela<br />
Merkel quando, no Verão<br />
de 2015, decidiu abriu as<br />
fronteiras aos milhares de sírios<br />
bloqueados na Hungria.<br />
Mais de 800 mil pessoas<br />
apresentaram então pedidos<br />
de asilo na Alemanha.<br />
Seguiu-se o encerramento<br />
da rota dos Balcãs, que cortou<br />
drasticamente o fluxo<br />
em direcção às terras germânicas.<br />
Segundo a agência<br />
Frontex, as chegadas<br />
diminuíram 95 por cento<br />
em relação a 2015.<br />
No entanto, o alívio da<br />
pressão não levou a Alemanha<br />
a revelar celeridade<br />
no cumprimento do programa<br />
de reinstalações.<br />
O ritmo a conta-gotas da<br />
concretização do plano é<br />
em parte explicado pelos<br />
exigentes critérios de selecção<br />
impostos aos solicitantes<br />
de asilo.<br />
A Estónia e a Lituânia,<br />
por exemplo, que receberam<br />
36 de 329 e 77 de<br />
671 pessoas, respectivamente,<br />
exigem que os candidatos<br />
sejam famílias com<br />
crianças, com domínio de<br />
línguas e experiência laboral.<br />
Não é, naturalmente, o<br />
caso de muitos migrantes<br />
que continuam bloqueados<br />
em Itália e na Grécia (mais<br />
de um milhão de pessoas),<br />
vivendo em condições precárias<br />
e sem perspectivas<br />
de futuro.<br />
Provenientes da África<br />
subsaariana, amiúde sem<br />
qualquer tipo de formação<br />
profissional ou meios de<br />
vida, não são particularmente<br />
bem-vindos à rica<br />
Europa.<br />
Assédio no trabalho vitima<br />
mulheres britânicas<br />
Os actos relatados vão desde comentários<br />
de índole sexual, contactos físicos até<br />
à violação.<br />
«Os números são chocantes e deveriam<br />
ser um sinal de alerta. O assédio sexual ainda<br />
é um problema muito grande para as<br />
mulheres no local de trabalho», disse Alice<br />
Hood, responsável para a Igualdade no<br />
TUC.<br />
«O assédio sexual é humilhante e pode<br />
ter efeitos graves sobre a saúde mental. Frequentemente<br />
as vítimas sentem-se envergonhadas<br />
e assustadas», considerou a secretária-geral<br />
do TUC, Frances O'Grady,<br />
exigindo que as empresas encarem seriamente<br />
o fenómeno com uma atitude de tolerância<br />
zero.
18-8-2016 EUROPA<br />
25<br />
Greve proibida<br />
na Holanda<br />
Um tribunal holandês<br />
proibiu, dia 11, a<br />
realização de greves na<br />
companhia aérea KLM pelo<br />
menos até 4 de Setembro.<br />
O magistrado justificou a<br />
interdição com a grande<br />
afluência de passageiros<br />
durante a época estival e a<br />
ameaça terrorista que paira<br />
sobre o aeroporto de<br />
Amsterdam-Shiphol.<br />
A intervenção da Justiça foi<br />
requerida pela companhia<br />
face à convocação de uma<br />
greve abrangendo 14 500<br />
trabalhadores de terra pela<br />
Federação de Sindicatos<br />
Holandeses (FNV).<br />
Os sindicatos qualificaram<br />
de incompreensíveis as<br />
restrições ao direito de<br />
greve, prometendo<br />
continuar a lutar por<br />
melhores condições de<br />
trabalho e aumentos<br />
salariais para o pessoal de<br />
terra.<br />
Islândia<br />
antecipa<br />
eleições<br />
O governo islandês<br />
anunciou, dia 12, a<br />
realização de eleições<br />
legislativas antecipadas em<br />
29 de Outubro, na<br />
sequência do escândalo dos<br />
«Papéis do Panamá» que<br />
implicou vários elementos<br />
da classe política de<br />
Reikjavik em esquemas de<br />
fraude fiscal.<br />
Em Abril, o primeiro-<br />
-ministro, Sigmundur David<br />
Gunnlaugsson, foi obrigado<br />
a demitir-se, após ter<br />
admitido possuir contas em<br />
paraísos fiscais.<br />
As últimas sondagens<br />
indicam que a coligação de<br />
direita, no poder, poderá<br />
renovar o mandato.<br />
Em Junho, as eleições<br />
presidenciais deram a<br />
vitória a Gudni<br />
Johannesson, um político<br />
que fez campanha contra<br />
o sistema, apelando a<br />
reformas profundas na Islândia.<br />
Alemanha<br />
renova armas<br />
nucleares<br />
As armas nucleares<br />
estacionadas pelos EUA,<br />
na base alemã de Büchel,<br />
serão renovadas a partir<br />
de 2020, segundo<br />
noticiou, dia 12, o Der<br />
Spiegel no seu site na<br />
Internet.<br />
Segundo a publicação, o<br />
presidente norte-<br />
-americano, Barack<br />
Obama, promulgou o<br />
controverso projecto, a<br />
poucas semanas do fim do<br />
seu mandato.<br />
As novas armas nucleares<br />
serão do tipo B61-12, cuja<br />
produção em série está a<br />
ser preparada nos EUA.<br />
Um quinto dos jovens não estuda nem trabalha<br />
Geração com futuro incerto<br />
Quase cinco milhões de jovens entre os 20 e<br />
os 24 anos não estudam nem trabalham, de<br />
acordo com um estudo do Eurostat relativo a<br />
2015.<br />
Os programas<br />
de austeridade<br />
agravaram vida<br />
dos jovens<br />
O relatório «Educação,<br />
trabalho, ambos ou nenhum?<br />
O que andam a fazer<br />
os jovens da UE?», divulgado<br />
dia 11, na véspera<br />
do Dia Internacional da<br />
Juventude, revela que perto<br />
de um quinto (17,3%)<br />
dos jovens dos diferentes<br />
estados-membros vive numa<br />
espécie de limbo: saíram<br />
do sistema de ensino<br />
e não conseguiram entrar<br />
no mercado de trabalho.<br />
A situação não só não é<br />
nova como se tem mantido<br />
«relativamente estável» entre<br />
2006 e 2015, assinala<br />
o Eurostat.<br />
Mas nalguns estados-<br />
-membros, em particular<br />
a Itália, Grécia e Espanha,<br />
países afetados por duros<br />
programas de austeridade,<br />
os números agravaram-se.<br />
Aqui cerca de um quarto<br />
dos jovens não estudava<br />
nem trabalhava.<br />
A Itália lidera esta lista<br />
negra, com 31,1 dos jovens<br />
nesta situação, seguindo-se<br />
a Grécia (26,1%),<br />
Croácia (24,2%), Roménia<br />
(24,1%), Bulgária (24%),<br />
Espanha e Chipre (22,2%<br />
cada).<br />
No extremo oposto sobressaem<br />
a Holanda com<br />
apenas 7,1 por cento de<br />
jovens inactivos, o Luxemburgo<br />
(8,8%), Dinamarca,<br />
Alemanha e Suécia (9,3%<br />
cada), Malta e Áustria (9,8%<br />
cada) e República Checa<br />
(10,8%).<br />
Portugal foi um dos países<br />
onde que a taxa de jovens<br />
inactivos entre 20 e<br />
24 anos mais cresceu na<br />
O desemprego ensombra o futuro de uma parte importante dos jovens em vários países da<br />
União Europeia<br />
A Justiça sueca aceitou finalmente<br />
a proposta do Equador de interrogar<br />
Julian Assange na sua embaixada em<br />
Londres, onde o fundador do Wiki-<br />
Leaks está asilado desde Agosto de<br />
2012.<br />
Segundo um comunicado do Ministério<br />
das Relações Exteriores do<br />
Equador, divulgado dia 10, a data<br />
para a realização das diligências será<br />
acordada nas próximas semanas.<br />
O texto recorda que o governo<br />
equatoriano sempre demonstrou disponibilidade<br />
para que o interrogatório<br />
de Assange se realizasse na representação<br />
diplomática no Reino<br />
última década (de 2006 a<br />
2015), passando de 12,6<br />
por cento para 17,5 por<br />
cento, sendo o 12.º estado-membro<br />
com piores indicadores.<br />
Dos restantes, 42,3 por<br />
cento estavam a estudar e<br />
31,7 por cento trabalhavam.<br />
Apenas 8,5 por cento<br />
acumulavam as duas actividades.<br />
A percentagem de jovens<br />
portugueses «exclusivamente<br />
a trabalhar» registou uma<br />
queda acentuada no referido<br />
período (de 49% para<br />
31,7%).<br />
Ao nível da UE, ainda<br />
sobre a mesma faixa etária,<br />
33 por cento dos jovens<br />
estudam exclusivamente,<br />
um pouco mais do<br />
que os que trabalham unicamente<br />
(32,6 por cento),<br />
enquanto 16,9 por cento<br />
fazem ambas as coisas.<br />
Em 2015, a maioria dos<br />
jovens entre os 15 e os 19<br />
anos estava a estudar, enquanto<br />
a faixa etária dos<br />
25 aos 29 se dedicava sobretudo<br />
ao trabalho.<br />
«A proporção de jovens<br />
que não estão a trabalhar<br />
nem a estudar nem a receber<br />
formação aumenta consideravelmente<br />
com a idade»,<br />
observa o Eurostat.<br />
A União Europeia tem<br />
90 milhões de pessoas com<br />
idades entre os 15 e os 29<br />
anos, representando 17<br />
por cento da sua população<br />
total.<br />
Suécia ouve Assange em Londres<br />
DB e Credit Suisse<br />
excluídos do top 50<br />
As acções do Deutsche Bank e Credit Suisse deixaram de estar cotadas<br />
no selectivo índice do Euro Stoxx 50 desde o passado dia 8.<br />
Os dois colossos bancários europeus foram substituídos pela companhia<br />
tecnológica holandesa ASML e pelo grupo francês Vinci, de construção e infra-estruturas.<br />
A decisão, anunciada dias depois da publicação dos resultados dos testes<br />
de stress pela Autoridade Bancária Europeia, constitui mais um duro golpe<br />
para a credibilidade da banca europeia.<br />
O Euro Stoxx 50 agrupa a cotação das acções das cinquenta maiores empresas<br />
da zona euro, seleccionadas segundo critérios de liquidez.<br />
A exclusão do índice é um sinal inequívoco de que as empresas visadas<br />
não têm boas perspectivas de desenvolvimento.<br />
Tanto o Deutsche Bank como o Credit Suisse, cujas acções têm caído a pique,<br />
apresentaram resultados insatisfatórios no segundo trimestre do ano.<br />
Unido, de modo «a pôr fim a dilações<br />
desnecessárias do processo e<br />
garantir a tutela judicial efectiva».<br />
Ao mesmo tempo, as autoridades<br />
equatorianas ressalvam que as diligências<br />
da Justiça sueca, no quadro<br />
do acordo de assistência legal firmado<br />
em Dezembro último pelos dois<br />
países, «não afectam as conclusões<br />
e recomendações emitidas pelo Grupo<br />
de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias<br />
das Nações Unidas», que,<br />
em Fevereiro deste ano, concluiu que<br />
Julian Assange se encontra em situação<br />
de «detenção arbitrária».<br />
O Equador reitera ainda a vigência<br />
do asilo e protecção ao australiano<br />
enquanto subsistirem as circunstâncias<br />
que motivaram a sua concessão.<br />
O jornalista de 44 anos refugiou-<br />
-se na embaixada equatoriana para<br />
evitar a extradição para a Suécia, onde<br />
é acusado de violação. Assange<br />
nega as acusações, afirmando que o<br />
processo foi forjado com o fim de facilitar<br />
a sua entrega aos EUA, onde<br />
enfrentaria um julgamento militar pela<br />
divulgação de centenas de milhares<br />
de documentos secretos sobre a<br />
guerra no Afeganistão e no Iraque.<br />
Salários<br />
dos executivos<br />
sem limites<br />
Os salários dos<br />
presidentes das grandes<br />
empresas britânicas<br />
aumentaram dez por cento<br />
em 2015, em relação ao<br />
ano anterior, revelou, dia<br />
8, um relatório do grupo<br />
de estudos «High Pay<br />
Centre».<br />
Em relação a 2010, estas<br />
remunerações milionárias<br />
aumentaram um terço.<br />
«Parece não haver<br />
limites», lamentou o<br />
responsável do think tank,<br />
Stefan Stern, britânico<br />
autor do estudo.<br />
Se em 1998 um líder de<br />
uma grande empresa no<br />
Reino Unido ganhava 47<br />
vezes mais do que a média<br />
dos seus trabalhadores,<br />
em 2015 esta diferença<br />
era já de 140 vezes.<br />
O «salário» mais elevado é<br />
pago a Martin Sorrell,<br />
chefe da WPP, a maior<br />
empresa de publicidade<br />
do mundo, que aufere<br />
70,5 milhões de libras<br />
anuais. Seguem-se os<br />
responsáveis do Berkeley<br />
Group (imobiliário) e do<br />
Reckitt Benckiser<br />
(produtos de higiene e<br />
limpeza), com mais de 23<br />
milhões de libras, e da<br />
cadeia de televisão por<br />
satélite Sky, com 16,6<br />
milhões de libras.<br />
Entretanto, o poder de<br />
compra dos britânicos<br />
diminuiu dez por cento<br />
desde 2007, uma das<br />
quedas mais acentuadas<br />
nos países da OCDE, só<br />
ultrapassada pela Grécia.<br />
Renzi garante<br />
referendo<br />
O Tribunal Supremo<br />
italiano validou, dia 8, as<br />
500 mil assinaturas<br />
recolhidas pelo Partido<br />
Democrático, no poder,<br />
com vista à realização de<br />
um referendo sobre o<br />
projecto de revisão<br />
constitucional apresentado<br />
pelo governo de Matteo<br />
Renzi, que não logrou o<br />
apoio de dois terços no<br />
parlamento.<br />
Para contornar a<br />
dificuldade, Renzi<br />
promoveu uma petição de<br />
modo a levar por diante a<br />
ambicionada reforma.<br />
O projecto de revisão é<br />
composto por 139 artigos,<br />
cujo principal objectivo é<br />
acabar com a estrutura de<br />
duas câmaras, o<br />
parlamento e o senado,<br />
que actualmente dispõem<br />
dos mesmo poderes.<br />
Caso o sim vença, o<br />
parlamento passará a<br />
legislar a maioria das leis,<br />
enquanto o senado verá os<br />
seus poderes reduzidos,<br />
ficando com competências<br />
sobretudo de âmbito<br />
regional.
26 INTERNACIONAL<br />
18-8-2016<br />
Guerras e crises<br />
na África de hoje<br />
∙Carlos Lopes Pereira<br />
Não são boas as<br />
notícias que chegam<br />
de África.<br />
Persistem guerras em diferentes<br />
países e surgem ou prolongam-se<br />
crises políticas noutros.<br />
As actuais guerras africanas têm<br />
um traço comum: a ingerência<br />
estrangeira. É velha a estratégia<br />
imperialista de fomentar conflitos<br />
armados e divisões étnicas e<br />
religiosas para melhor dominar os<br />
povos e explorar as suas riquezas.<br />
É assim na Líbia, produtora de<br />
petróleo, onde os diversos<br />
governos, parlamentos, exércitos,<br />
milícias armadas e grupos<br />
terroristas recebem «ajudas» em<br />
armas e dinheiro tanto de<br />
«democráticos» governos ocidentais<br />
como das reaccionárias<br />
monarquias árabes. Líbia onde,<br />
cinco anos após a destruição do<br />
país pela intervenção da NATO,<br />
volta a haver bombardeamentos<br />
aéreos pelos norte-americanos e,<br />
onde, no terreno, proliferam tropas<br />
especiais estado-unidenses,<br />
britânicas, francesas e italianas…<br />
Ainda no Norte de África, a par da<br />
acção de bandos terroristas, desde<br />
o Sinai até ao Sul da Argélia,<br />
mantém-se o domínio colonial de<br />
Marrocos, aliado dos EUA e do<br />
Ocidente, sobre o Saara Ocidental,<br />
impedindo pela ocupação militar o<br />
povo saarauí de exercer o seu<br />
direito à autodeterminação e<br />
independência.<br />
Mais a Sul, na faixa saheliana, de<br />
onde irradiam em várias direcções<br />
jihadistas e traficantes, a guerra<br />
continua centrada no Mali,<br />
ocupado por forças francesas e<br />
«instrutores» europeus. Para o<br />
controlo desta região e da África<br />
Ocidental, Paris dispõe de um<br />
dispositivo militar com quartel-<br />
-general em Djamena, no Chade,<br />
além de mais tropas e bases em<br />
outras capitais, de Niamey a<br />
Dakar.<br />
Há também guerras abertas ou<br />
encobertas e tropas estrangeiras –<br />
em alguns casos em missões da<br />
União Africana ou das Nações<br />
Unidas – na zona Leste da<br />
República Democrática do Congo,<br />
na República Centro-Africana, no<br />
Darfour sudanês e no Sudão do<br />
Sul.<br />
Na África Ocidental, a Nigéria,<br />
exportadora de crude e segunda<br />
potência económica do continente,<br />
enfrenta alguns movimentos<br />
separatistas e assiste, no Nordeste,<br />
à regionalização da guerra movida<br />
pelos terroristas do Boko Haram, a<br />
qual provocou o envolvimento dos<br />
exércitos do Níger, dos Camarões<br />
e do Chade, apoiados por Paris e<br />
Washington.<br />
Na África do Leste, além da<br />
existência de bases militares<br />
estrangeiras no Djibuti, uma<br />
ameaça à paz, as acções do Al-<br />
Shabab, na Somália, atingem<br />
aquele país, onde há forças da<br />
União Africana e tropas norte-<br />
-americanas, e o vizinho Quénia.<br />
Eleições e crises<br />
A par da continuação de guerras,<br />
multiplicam-se em África as crises<br />
políticas, que, aliás, não são<br />
exclusivas deste continente.<br />
A mais recente surgiu na Zâmbia,<br />
onde o presidente cessante Edgar<br />
Lungu, da Frente Patriótica, foi<br />
reeleito na primeira volta, com<br />
50,3 por cento dos votos e uma<br />
pequena margem sobre o mais<br />
forte opositor, Hakainde<br />
Hichilema, que obteve 47,6 por<br />
cento. Este denunciou ter havido<br />
«fraude» no processo eleitoral e<br />
prometeu impugnar os resultados<br />
na justiça zambiana.<br />
Já na Guiné-Bissau os problemas<br />
são antigos. Partido mais votado<br />
nas últimas eleições, o PAIGC viu<br />
demitido o seu governo pelo<br />
presidente da República. Formou-<br />
-se um novo executivo, com apoios<br />
de deputados dissidentes do<br />
PAIGC e do maior partido da<br />
oposição. Mas o parlamento não<br />
aprova o programa de governo e a<br />
crise prolonga-se, gerida de forma<br />
pacífica nas instâncias políticas e<br />
jurídicas nacionais.<br />
Também São Tomé e Príncipe teve<br />
eleições presidenciais, mas à<br />
segunda volta concorreu apenas<br />
um candidato, Evaristo de<br />
Carvalho, apoiado pelo partido<br />
governamental. O opositor, Pinto<br />
da Costa, presidente da República<br />
cessante, recusou-se participar<br />
num processo que considerou<br />
«viciado» e «repleto de<br />
ilegalidades». Os resultados estão a<br />
ser contestados nos tribunais<br />
santomenses.<br />
Mais grave é o que acontece em<br />
Moçambique. As eleições gerais de<br />
Outubro de 2014 foram ganhas<br />
pela Frelimo mas o principal<br />
partido da oposição, a Renamo,<br />
não aceitou os resultados, apesar<br />
de validados pelos órgãos eleitorais<br />
do país e por observadores<br />
internacionais.<br />
O seu líder, Afonso Dhlakama,<br />
que nunca venceu qualquer<br />
eleição, pretende governar seis<br />
províncias onde, considera, o seu<br />
partido teve mais votos. Não tendo<br />
sido aceite tal exigência, a<br />
Renamo, ainda que participando<br />
da vida política institucional, com<br />
os seus deputados no parlamento,<br />
lançou uma série de acções<br />
armadas no centro do país,<br />
atacando alvos civis.<br />
Em Maputo, em conversações com<br />
o governo e a Renamo, há<br />
mediadores internacionais que<br />
tentam nestes dias avistar-se com<br />
Dhlakama, refugiado em «lugar<br />
seguro» na serra da Gorongosa,<br />
cercada pelas forças armadas<br />
moçambicanas.<br />
O povo venezuelano rejeita a ingerência dos EUA na vida interna do país e defende a<br />
revolução bolivariana<br />
Leonardo Boff denuncia EUA<br />
Querem recolonizar<br />
a América Latina<br />
O ex-sacerdote e teólogo brasileiro Leonardo<br />
Boff advertiu que existe «um projecto de recolonizar<br />
a América Latina», pelos Estados<br />
Unidos, que «querem controlar o continente».<br />
Há um projecto dos Estados<br />
Unidos para recolonizar<br />
a América Latina e<br />
fazer dela cada vez mais<br />
uma zona que exporte mercadorias<br />
e não acrescente<br />
valor aos seus produtos. A<br />
América Latina forneceria<br />
bens que em outros sítios<br />
não existem.<br />
A denúncia foi feita na<br />
segunda-feira, 15, pelo brasileiro<br />
Leonardo Boff, que<br />
foi sacerdote franciscano<br />
até 1992 e um dos pregadores<br />
da Teologia da Libertação,<br />
uma corrente<br />
progressista no seio da<br />
Igreja Católica.<br />
Para Boff, «a ideia-chave<br />
do Pentágono é dupla:<br />
por um lado, um só mundo,<br />
um só império. Por outro<br />
lado, cobrir todos os espaços».<br />
O filósofo expressou<br />
a sua preocupação a<br />
propósito das negociações<br />
em curso entre os presidentes<br />
Barack Obama e<br />
Maurício Macri visando a<br />
instalação pelos Estados<br />
Unidos de duas bases militares<br />
na Argentina, uma<br />
na Patagónia e outra na<br />
fronteira com o Brasil e o<br />
Paraguai, perto do aquífero<br />
Guaraní, «um dos maiores<br />
aquíferos de água doce<br />
do mundo». Recordou<br />
que a cooperação militar<br />
entre Buenos Aires e<br />
Washington foi retomada<br />
com Macri, depois de ter<br />
estado quase parada durante<br />
o mandato da ex-presidente<br />
Cristina Kirchner.<br />
O teólogo brasileiro, em<br />
declarações ao canal Tele-<br />
A ideia-chave do<br />
Pentágono é um<br />
só mundo, um só<br />
império<br />
Sur, também manifestou a<br />
sua inquietação pelo avanço<br />
de regimes conservadores<br />
na América Latina,<br />
preocupação que partilha<br />
com o papa Francisco, assegurou.<br />
«Creio que o papa viu<br />
que o neoliberalismo, que<br />
dá mais valor ao mercado<br />
do que ao bem comum,<br />
produz uma grande marginalização<br />
e uma grande pobreza.<br />
Os 40 milhões de<br />
pessoas que foram retiradas<br />
da fome no Brasil começam<br />
a regressar à sua<br />
condição original», avisou<br />
Boff.<br />
Golpe contra<br />
a Venezuela<br />
Os Estados Unidos estão<br />
a promover reuniões secretas<br />
entre diplomatas da Organização<br />
dos Estados<br />
Americanos (OEA) para<br />
tratar de derrubar o governo<br />
do presidente da Venezuela,<br />
Nicolás Maduro.<br />
A denúncia foi feita por<br />
Roy Chaderton, antigo embaixador<br />
e ministro dos Negócios<br />
Estrangeiros (2002-<br />
2004) venezuelano. Denunciou<br />
o embaixador do<br />
México em Caracas, Luís<br />
Alfonso de Alba, como um<br />
dos principais responsáveis<br />
do plano e organizador das<br />
reuniões, «emprestando a<br />
sua embaixada e a sua pessoa»<br />
para as mesmas.<br />
«Para minha surpresa,<br />
com as coisas horríveis que<br />
se passam no México, o seu<br />
embaixador na OEA está<br />
completamente envolvido<br />
nesse plano, fazendo força<br />
para derrubar a Venezuela<br />
por controlo remoto»,<br />
declarou o ex-ministro numa<br />
entrevista ao jornalista<br />
Francisco Solórzano, transmitida<br />
pelo canal televisivo<br />
ANTV, do parlamento<br />
venezuelano. Assegurou<br />
também que o México pôs<br />
à disposição do Departamento<br />
de Estado norte-<br />
-americano a sua embaixada<br />
em Caracas para a realização<br />
dos encontros clandestinos.<br />
Chaderton reiterou a sua<br />
estranheza perante a conduta<br />
do diplomata mexicano,<br />
já que «o México só recebeu<br />
amor e admiração<br />
por parte da Venezuela, assim<br />
como um imenso respeito».<br />
E foi mais longe:<br />
«Não se entende como pode<br />
o México ter um dos<br />
seus diplomatas com uma<br />
atitude tão agressiva, além<br />
disso em conluio com o império<br />
que lhe roubou parte<br />
do seu território em<br />
1846 e que o invadiu em<br />
1913».<br />
Note-se que, em Maio<br />
passado, a oposição venezuelana,<br />
também conivente<br />
com a ingerência imperialista<br />
no país, pediu ao<br />
secretário-geral da OEA a<br />
activação da Carta Democrática<br />
Interamericana, invocando<br />
«a urgência de fazer<br />
uma abordagem regional<br />
à crise da Venezuela».
ARGUMENTOS<br />
28 18-8-2016<br />
HISTÓRIA<br />
• Gustavo Carneiro<br />
Não é possível saber se foi ao<br />
som do tão famoso quão tenebroso<br />
grito de Viva la Muerte!<br />
que os fascistas assassinaram, faz hoje 70<br />
anos, Federico Garcia Lorca, um dos mais<br />
Viva la vida!<br />
notáveis poetas e dramaturgos espanhóis e um<br />
empenhado combatente pela República democrática<br />
e apoiante da Frente Popular. O crime foi<br />
cometido às escondidas e o seu cadáver permanece<br />
ainda hoje em local incerto, muito provavelmente<br />
enterrado no local da execução, algures<br />
nas montanhas a Norte da cidade andaluza.<br />
Durante anos os contornos da sua execução permaneceram<br />
envoltos em mistério. Obra de grupos<br />
falangistas mais ou menos arrivistas, diziam uns;<br />
querelas familiares antigas, garantiam outros. Documentos<br />
da polícia de Granada publicados em<br />
2015 pelo jornal britânico Guardian vieram confirmar<br />
o que há muito se suspeitava: a captura e posterior<br />
fuzilamento do autor de A Casa de Bernarda<br />
Alba resultaram de ordens expressas das autoridades<br />
militares fascistas de Granada.<br />
Federico Garcia Lorca nunca foi «político», no<br />
sentido mais estrito do termo. Foi, sim, como o próprio<br />
dizia, um revolucionário – pois «não há verdadeiro<br />
poeta» que não o seja. O que é certo é que<br />
as suas convicções políticas, concepções culturais<br />
e postura pessoal e artística eram em tudo opostas<br />
à Espanha clerical e conservadora que os fascistas<br />
se esforçavam por manter e em muitos aspectos recuperar.<br />
Em muitos dos seus poemas e peças teatrais<br />
criticava severamente a moral conservadora,<br />
machista e classista que permanecia no seu país,<br />
ao mesmo tempo que exaltava a influência cigana<br />
e muçulmana na cultura andaluza e as virtudes das<br />
classes populares.<br />
A cultura nova, democrática e progressista por<br />
que se batia tinha raízes profundas na cultura dos<br />
povos de Espanha.<br />
Cultura é factor de progresso<br />
Com a instauração da II República, em Abril de<br />
1931, o poeta nascido em Fuentevaqueros empenhou-se<br />
com particular ardor num vasto conjunto<br />
de projectos culturais progressistas e de educação<br />
popular, percorrendo o país para participar em conferências<br />
e sessões e ajudando a fundar um grupo<br />
de teatro itinerante, La Barraca, que privilegiava<br />
as apresentações nas zonas rurais desfavorecidas.<br />
PALAVRAS CRUZADAS<br />
HORIZONTAIS: 1 - Letra grega correspondente a p; antigo preceptor de príncipes (pl.);<br />
parte inferior ou pendente de certas peças de vestuário; benévola. 2 - Asqueroso; tingir de<br />
anil. 3 - Região mamal; qualidade de obeso. 4 - O espaço aéreo; sideral; perfume. 5 -<br />
Sétima nota da escala musical; relativo ao que não está escrito; fanático. 6 - Dilação; jornada;<br />
ovário dos peixes; aqueles. 7 - Última letra do alfabeto grego; aquilo que demonstra ou<br />
estabelece a verdade de um facto. 8 - Contr. da prep. em com o art. def. a; base aérea<br />
portuguesa; vende a crédito; a primeira letra dos alfabetos grego e siríaco. 9 - Desonesto;<br />
depressão e elevação da superfície das águas; grito de dor ou de alegria. 10 - Livre de perigo;<br />
observado; despido. 11 - Delírio; modo de viver (pl.). 12 - Caixa gradeada que serve<br />
de prisão a animais, especialmente aves; sugerido. 13 - Célula reprodutora feminina dos<br />
seres pluricelulares; membro guarnecido de penas que serve às aves para voar; nada; alternativa<br />
(conj.).<br />
Numa das sessões, na sua<br />
terra natal, onde foi inaugurar<br />
a primeira biblioteca<br />
pública, pôs em evidência<br />
o papel que, em sua opinião,<br />
a cultura desempenha<br />
na libertação e emancipação<br />
das classes laboriosas:<br />
«Esta biblioteca tem de<br />
cumprir um fim social, porque<br />
se cuidar e der alento<br />
ao número de leitores, e<br />
pouco a pouco se for enriquecendo com obras, dentro<br />
de alguns anos já se notará na aldeia, não tenhais<br />
dúvida, um maior nível cultural. E se esta geração<br />
que me ouve não aproveita por falta de preparação<br />
tudo o que os livros lhe podem dar, aproveitarão<br />
os seus filhos. Porque é necessário que saibam<br />
todos que os homens não trabalham para si,<br />
mas sim para os que vêm atrás e que este é o sentido<br />
de moral de todas as revoluções e, em última<br />
instância, o verdadeiro sentido da vida.»<br />
Garantindo que «os avanços sociais e as revoluções<br />
se fazem com livros», Lorca acrescentaria no<br />
mesmo discurso ao povo de Fuentevaqueros que<br />
«de nada servem as armas e o sangue se as ideias<br />
não forem bem orientadas e bem digeridas nas cabeças.<br />
E que é preciso que os povos leiam para que<br />
aprendam não só o verdadeiro sentido da liberdade,<br />
mas também o sentido actual da compreensão<br />
mútua e da vida».<br />
Poesia de esperança<br />
O trágico destino do poeta foi partilhado por muitos<br />
compatriotas seus – operários e camponeses,<br />
trabalhadores dos serviços e comerciantes, profissionais<br />
liberais e intelectuais – que nesses primeiros<br />
dias da Guerra Civil se encontravam nas regiões<br />
ocupadas pelas tropas fascistas sublevadas em Julho<br />
de 1936. Nos meses e anos que se seguiram,<br />
muitos outros, espanhóis e membros das heróicas<br />
Brigadas Internacionais, de diferentes nacionalidades,<br />
tombaram nas duras e decisivas batalhas em<br />
defesa da República e contra o fascismo – que, como<br />
era já então evidente, ambicionava bem mais<br />
do que a mera subjugação da Espanha republicana.<br />
A vitória franquista, só possível graças à intervenção<br />
das forças nazi-fascistas alemãs e italianas e à<br />
criminosa «política de neutralidade» da França,<br />
Grã-Bretanha e EUA, constituiu um estímulo ao desencadear<br />
da cruzada anticomunista e antidemocrática<br />
de Hitler e dos poderosos interesses económicos<br />
que este servia. Não por acaso, a Segunda<br />
Guerra Mundial começaria pouco depois de resolvida<br />
a questão espanhola.<br />
Sete décadas após o assassinato daquele que foi<br />
uma das mais famosas vítima do fascismo em Espanha,<br />
permanecem o exemplo e as palavras do<br />
poeta que uma vez disse que «o mais terrível dos<br />
sentimentos é o de ter a esperança perdida». Sigamos<br />
o conselho, cultivemos a esperança.<br />
VERTICAIS: 1 - Vasilha bojuda de madeira, menor do que o tonel, para líquidos;<br />
membro do Governo que dirige um Ministério. 2 - Submerso; gostar muito de. 3 - Designa<br />
dor, admiração, repugnância (interj.); eiró; respiração acelerada, ruidosa ou difícil. 4 - Espécie<br />
de antílope originário da América do Sul; carinhosa. 5 - Que tem bastante idade; sétima<br />
letra do alfabeto grego correspondente ao e longo dos latinos; itinerário. 6 - Elemento<br />
de formação de palavras que exprime a ideia de ovo; campo de trigo; contr. da prep. a com<br />
o art. def. os. 7 - Ermida fora do povoado; ourela. 8 - Causa inquietação; pândega. 9 - Pequena argola com que se enfeitam os dedos; madeira de<br />
pinheiro. 10 - Outra vez; especialmente, avermelhada do rosto; designa diferentes relações, como posse, matéria, lugar, proveniência (prep.). 11 -<br />
Naquele lugar; moeda de Macau correspondente a um centavo de pataca; chegar depois. 12 - Idolatrava; sete mais um. 13 - Clamor; fileira; contr.<br />
da prep. de com o art. def. a. 14 - Má-fé; indivíduo que faleceu. 15 - Vigor na velhice; serviu-se de.<br />
VERTICAIS: 1 - Pipa; ministro. 2 - Imerso; amar. 3 - Ui; iró; ofego. 4 - Anta; amorosa. 5 - Idoso; eta; via. 6 - Oo; trigal; aos. 7 - Orada; orla. 8 - Abala;<br />
folia. 9 - Anel; pinho. 10 - Bis; corada; de. 11 - Ali; avo; advir. 12 - Adorava; oito. 13 - Brado; ala; da. 14 - Dolo; finado. 15 - Agerasia; usou.<br />
HORIZONTAIS: 1 - Pi; aios; aba; boa. 2 - Imundo; anilar. 3 - Peito; obesidade. 4 - Ar; astral, odor. 5 - Si; oral, carola. 6 - Mora; ida; ova; os. 7 -<br />
Ómega; prova. 8 - Na; Ota; fia; alfa. 9 - Imoral; onda; ai. 10 - Safo; olhado; nu. 11 - Tresvario; vidas. 12 - Gaiola; ditado. 13 - Ovo; asa; zero; ou.<br />
Lê e divulga<br />
Assinatura<br />
(IVA e portes incluídos)<br />
(50 números) . . . . . . . . . . . . . . . . . 54.00<br />
(25 números) . . . . . . . . . . . . . . . . . 28.00<br />
Europa: (50 números) . . . . . . . . . . . . 120.00<br />
Extra Europa: (50 números) . . . . . . . 180.00<br />
Nome________________________________<br />
Morada______________________________<br />
____________________________________<br />
Localidade____________________________<br />
Código Postal__________________________<br />
Meio de pagamento pretendido:<br />
Para pagamento da minha assinatura, à ordem<br />
de Editorial «Avante!», Campo Grande, 220-A,<br />
1700-094 Lisboa, envio:<br />
Vale Postal n.º ______________________<br />
Estação de Correio __________________<br />
Cheque n.º ________________________<br />
s/o Banco__________________________<br />
Poderá também efectuar o pagamento p/transferência<br />
bancária através dos dados que passamos<br />
a indicar:<br />
NIB – 0007 0021 00135130002 59<br />
IBAN – PT50 0007 0021 0013 5130 0025 9<br />
BIC – BESCPTPL<br />
Agradecemos que nos enviem cópia do documento<br />
bancário<br />
Data _______________<br />
Assinatura<br />
_________________________________
18-8-2016 ARGUMENTOS<br />
29<br />
SOCIEDADE<br />
• João Dinis<br />
Àfrente do fogo, a enfrentar<br />
o perigo encontramos<br />
os homens e as mulheres<br />
das zonas afectadas e, claro, os Bombeiros<br />
e outros operacionais.<br />
E por trás das chamas, que poderemos<br />
nós encontrar, se o «fumo» da propaganda<br />
oficial e oficiosa e a «pressão»<br />
da grande comunicação social não nos<br />
cegarem os olhos e não nos intoxicarem<br />
o cérebro?<br />
Há pouco tempo, a Federação Nacional<br />
de Baldios – Baladi, escrevia: «Os<br />
incêndios florestais não se combatem<br />
com passeatas ministeriais nem com<br />
charme mediático. Combatem-se com<br />
políticas agro-florestais de prevenção,<br />
ordenamento e planeamento florestais».<br />
Acertava na «mouche» essa organização…<br />
já no «rescaldo» do consulado da<br />
ex-ministra Assunção Cristas e do anterior<br />
governo.<br />
As políticas impostas pela PAC, Política<br />
Agrícola Comum, e por outros<br />
«acordos» internacionais e as erradas<br />
opções no plano nacional, a política de<br />
Os incêndios florestais<br />
– por trás das chamas…<br />
direita dos últimos 30 anos, determinaram<br />
a ruína da agricultura familiar e<br />
do nosso mundo rural e o êxodo (forçado<br />
por razões sócio-económicas) das<br />
populações rurais. Neste período foram<br />
feitas desaparecer cerca de 400 mil pequenas<br />
e médias explorações agro-florestais<br />
e reduzida, em centenas de milhares<br />
de hectares, quer a superfície<br />
agrícola útil quer a utilizada.<br />
Em nome do chamado mercado, plantaram<br />
centenas de milhares de hectares<br />
de floresta industrial, intensiva e<br />
monocultural, em que o eucalipto para<br />
pasta de papel é a espécie arbórea que<br />
já ocupa mais área. Se continuarem a<br />
MEMÓRIA<br />
fazer-lhes as vontades, as Celuloses podem<br />
em breve promover uma «festa»<br />
para comemorarem o (primeiro) milhão<br />
de hectares plantado com eucalipto «prá<br />
fábrica»…<br />
O preço da madeira na produção –<br />
eucalipto e pinho – está hoje, como há<br />
dez anos, numa média de 30 euros a<br />
tonelada, ao alto na mata, e a 40 ou 45<br />
euros a tonelada à entrada da fábrica<br />
(celulose ou aglomerados) – o que, no<br />
minifúndio, impede qualquer veleidade<br />
para se ter a «gestão activa da floresta»,<br />
por mais «ZIF, Zonas de Intervenção<br />
Florestal» que se enxertem no<br />
terreno.<br />
15 de Agosto de 1969<br />
– Festival de Woodstock<br />
O preço da madeira à produção<br />
continua sendo o mais<br />
influente elemento estruturante<br />
da floresta, e como anda por<br />
baixo há muito tempo, a nossa<br />
floresta tem-se «desestruturado».<br />
Entretanto, das áreas ardidas<br />
só uma pequena parte foi<br />
reflorestada e, desta, só uma pequena<br />
percentagem o foi com o pinheiro bravo<br />
que por lá havia antes do incêndio,<br />
e menos ainda com as espécies autóctones,<br />
carvalhos, castanheiros ou outros.<br />
Com preços tão baixos à produção<br />
como encarar a limpeza regular das matas,<br />
pelo menos de cinco em cinco anos<br />
– quando isso pode representar um custo<br />
até mil euros por hectare?<br />
Durante 2003 houve o registo recorde<br />
de 26219 incêndios florestais e arderam<br />
cerca de 423 mil hectares, dos<br />
quais 286 mil com árvores. Muito perto,<br />
em segundo lugar, está 2005, ou<br />
A ideia de realizar um festival de rock ao<br />
ar livre partiu de quatro jovens (John<br />
Roberts, Joel Rosenman, Artie Kornfeld e<br />
Michael Lag) de Bethel, no estado de Nova<br />
York, que alugaram para o efeito uma<br />
propriedade rural de 250 hectares,<br />
esperando a participação de um máximo<br />
de 80 mil hippies, movimento juvenil da<br />
chamada «geração das flores». O número<br />
dos que acorreram ao local para ouvir The<br />
Who, Jimmy Hendrix, Joan Baez, Crosby,<br />
Stills & Nash, Jefferson Airplane e muitos<br />
outros superou no entanto todas as<br />
expectativas: cerca de 400 mil pessoas<br />
tomaram conta daquele espaço entre 15 a<br />
17 de Agosto. Mas Woodstock foi mais do<br />
que «amor, paz e rock 'n roll». Realizado<br />
no auge da Guerra Fria e da tentativa de<br />
impor o «American Way of Life» como<br />
modelo para o mundo ocidental,<br />
Woodstock significou a rejeição da<br />
juventude dos Estados Unidos a tudo o que<br />
o então presidente Nixon representava,<br />
como ficou bem patente quanto a guitarra<br />
de Jimi Hendrix, que viria a consagrar-se<br />
como o maior guitarrista de rock de todos<br />
os tempos, entoou o hino nacional<br />
entrecortado pelos sons de bombas, numa<br />
explícita alusão à guerra no Vietname.<br />
Foto LUSA<br />
seja, no espaço de três anos seguidos<br />
ardeu quase um milhão de hectares,<br />
mais de um quarto da área florestal do<br />
nosso País. Uma calamidade trágica do<br />
ponto de vista económico e ambiental<br />
e também humano.<br />
Aqui, entramos no domínio na falta<br />
de um correcto Ordenamento Florestal.<br />
A «Lei de Bases da Política Florestal»,<br />
que obteve um amplo consenso,<br />
tem 20 anos. Porém, os seus Planos<br />
Regionais de Ordenamento Florestal<br />
estiveram anos «congelados» por sucessivos<br />
governos. Agora estão a ser «descongelados»<br />
– finalmente – mas com a<br />
escassez da verba oficial que para isso<br />
está destinada, teme-se pelo qualidade<br />
real do trabalho que daí venha a resultar.<br />
Teme-se até que vários desses<br />
«PROF» venham agora legitimar aquilo<br />
que já está mal no terreno.<br />
Ignorando todas as sistemáticas posições<br />
tomadas ao longo de décadas por<br />
várias organizações agro-florestais e ambientais<br />
e pelo PCP, sucessivos governos<br />
– na pressão mediatizada dos incêndios<br />
– deram prioridade ao combate<br />
aos incêndios e descuraram a prevenção.<br />
Gastou-se vinte ou mais vezes<br />
mais dinheiro em meios de combate,<br />
com destaque para os «espectaculares»<br />
meios aéreos, do que em acções organizadas<br />
de prevenção. É um erro estratégico,<br />
verdadeiramente «incendiário»,<br />
essa desproporção entre recursos<br />
públicos.<br />
Saliente-se que o anterior governo<br />
cortou cerca de 200 milhões de euros<br />
no PRODER (reprogramação de 2012)<br />
que, de início, se destinavam a investimento<br />
público na floresta, incluindo em<br />
acções de prevenção de incêndios. Espera-se<br />
que o actual Governo não faça<br />
o mesmo no PDR, Programa de Desenvolvimento<br />
Rural, o PDR 2020, e que,<br />
ao invés disso, atribua (na PAC) ajudas<br />
aos pequenos e médios produtores florestais<br />
para estes limparem as suas matas<br />
através de projectos desburocratizados<br />
e aí teremos um bom e oportuno<br />
estímulo financeiro à prevenção dos incêndios<br />
florestais!<br />
Este ano, abateu-se o «inferno» sobre<br />
diversas regiões, com mais incêndios<br />
florestais em 15 dias do que em<br />
dois anos. Claro que as condições climatéricas<br />
adversas contribuíram para<br />
isso, mas é este o clima estival que temos<br />
na maior parte dos anos, e continuamos<br />
a ter uma floresta do tipo mediterrânico.<br />
Portanto, por aí não há surpresas.<br />
É certo haver interesses ilícitos a provocar<br />
o flagelo. Houve a pressão imobiliária<br />
no espaço urbanizável e voltará<br />
a havê-la logo que a actual «crise»<br />
abrande. Houve o interesse em substituir<br />
pinhal por eucaliptal. Houve e há<br />
alguns «negócios» com a madeira queimada.<br />
Todavia, é fundamental não confundir<br />
o descuido humano no atear de<br />
um incêndio com o interesse económico<br />
criminoso. Declarações como as do<br />
presidente da Liga de Bombeiros que<br />
fala em terrorismo, ou do secretário de<br />
Estado da Administração Interna que<br />
fala da indústria dos fogos que dá dinheiro<br />
a muita gente, sem terem consequências,<br />
só servem para alimentar<br />
uma «confusão» que tem sido deliberadamente<br />
feita para justificar o uso de<br />
meios de repressão (em vez da prevenção).<br />
A nossa floresta – que toda a gente<br />
considera importantíssima – continua<br />
é a ser negligenciada pelas políticas<br />
agro-florestais.
30<br />
AGENDA<br />
TELEVISÃO 18-8-2016<br />
TVisto<br />
• Correia da Fonseca<br />
A batalha<br />
esquecida<br />
Talvez por<br />
desatenção,<br />
provavelmente<br />
não, o caso é que<br />
a generalidade dos<br />
telespectadores não deu conta<br />
de que a televisão portuguesa<br />
em geral, e particularmente<br />
a estação pública de TV,<br />
aludisse no passado domingo,<br />
14, com adequados vagar<br />
e atenção, à batalha de<br />
Aljubarrota cujo 631.º<br />
aniversário decorria naquele<br />
exacto dia. Foi um pouco<br />
surpreendente: tempos houve<br />
em que Aljubarrota era<br />
celebrada nos media<br />
e sobretudo nas escolas quase<br />
que ao som das trombetas<br />
evocadas por Camões nos<br />
sonoros e admiráveis versos<br />
dedicados à batalha: «deu sinal<br />
a trombeta castelhana /<br />
Horrendo, fero, ingente e<br />
temeroso;/ Ouviu-o Monte<br />
Astarbo e o Guadiana / Atrás<br />
voltou as águas de medroso.»<br />
É claro que os tempos mudam<br />
e que as designações perdem<br />
impacto: por exemplo, parece<br />
que o Monte Astarbo,<br />
impressionante no verbo do<br />
poeta, é apenas o nosso<br />
familiar Cabo da Roca, ponto<br />
turístico distribuidor de<br />
diplomas aos visitantes<br />
estrangeiros. Mas talvez<br />
mudem também num outro<br />
plano, o das relações<br />
internacionais em geral e em<br />
especial do nosso País com<br />
a Espanha que, por sinal, anda<br />
a ter com a Europa concentrada<br />
em Bruxelas alguns problemas<br />
parecidos com os que Portugal<br />
defronta, ainda que não tão<br />
intensos porque o governo<br />
espanhol (se é que existe) não<br />
é apoiado pela esquerda local.<br />
Neste quadro, talvez seja<br />
prudente e de bom tom não<br />
festejar muito ruidosamente a<br />
derrota que em minoria<br />
numérica infligimos aos<br />
castelhanos. Mas há mais: é<br />
que ao lado dos invasores<br />
combateram em Aljubarrota<br />
numerosos fidalgos portugueses,<br />
entre os quais alguns irmãos<br />
do comandante português, o<br />
condestável Nuno Álvares<br />
Pereira. O próprio Luís de<br />
Camões regista o facto em<br />
palavras generalizantes e em<br />
que até podemos encontrar<br />
hoje um sabor profético: «(…)<br />
dos portugueses / Traidores<br />
houve também algumas vezes».<br />
Mais um possível motivo, ainda<br />
que remoto e na verdade<br />
improvável, para que a TV não<br />
se empenhasse muito na<br />
recordação de um evento<br />
participado por portugueses<br />
ao objectivo serviço de<br />
estrangeiros.<br />
Um facto novo<br />
De qualquer modo, com<br />
menção alargada ou não na<br />
informação e na programação<br />
geral das operadoras de<br />
televisão, pois suprimir é por<br />
vezes um modo involuntário de<br />
lembrar, Aljubarrota foi, como<br />
aliás bem se sabe, lugar de<br />
diversas lições. Uma delas já<br />
aqui está referida, a da<br />
presença de traidores de<br />
elevado grau social em apoio<br />
de interesses estrangeiros,<br />
o que sem dúvida nos lembra<br />
qualquer coisa. Uma outra<br />
lição, e essa tendencialmente<br />
revolucionária, foi o da<br />
presença vitoriosa da peonagem<br />
sobre a cavalaria castelhana,<br />
isto é, da chamada arraia-<br />
-miúda, do povo armado, sobre<br />
a nobreza arrogante e<br />
emplumada. É certo que a tal<br />
peonagem estava organizada<br />
e comandada por quem intuiu<br />
a sua força, mas isso só indica<br />
que não basta ser povo e que<br />
a organização é indispensável.<br />
É claro que reflexões desta<br />
ordem estariam sempre, de<br />
qualquer modo, fora do que<br />
a televisão portuguesa poderia<br />
ter lembrado aos seus<br />
telespectadores no passado<br />
domingo, e o motivo ou motivos<br />
do total ou parcial esquecimento<br />
de Aljubarrota terão sido<br />
outros mais singelos e muito<br />
diferentes: os Jogos Olímpicos<br />
no Rio, os incêndios a<br />
devastarem o País e a serem<br />
utilizados para a convocação<br />
de audiências, o regresso<br />
do querido futebol e do intenso<br />
comentarismo futeboleiro,<br />
coisas assim. Mas Aljubarrota<br />
aconteceu, sim. Mas a peonagem<br />
venceu a cavalaria, sim. E ao<br />
vencer terá introduzido um<br />
facto novo na História de<br />
Portugal.<br />
Excursões<br />
Festa<br />
do Avante!<br />
Algarve<br />
– Tavira – Partida de Tavira,<br />
na sexta-feira, 2, às 05h00,<br />
com passagem por Fuseta, às<br />
5h30, e por Olhão, às 06h00.<br />
Regresso no domingo, 4, às<br />
23h45 (inscrições: 964475978<br />
e 911 887 377).<br />
– Faro – Partida de Faro no<br />
sábado, 3, às 06h00, com passagem<br />
em Olhão, às 6h15, e em<br />
Pechão, às 6h30. Regresso no<br />
domingo, 4; às 24h00.<br />
(Inscrições: 965 090 138,<br />
912 109 192, 966 507 883).<br />
– Monchique – Partida no<br />
sábado, 3, às 06h00. Regresso<br />
no domingo, 4, (inscrições:<br />
963 843 846).<br />
– Faro – Partida no sábado,<br />
3, às 07h00 e saída para o hotel<br />
às 23h00. Regresso no domingo,<br />
4, às 22h00, sendo que<br />
a ida para a Festa é às 10h00<br />
(inscrições: 922 008 239, 963<br />
382 927, 289 805 734).<br />
– Portimão – Partida de<br />
Portimão no domingo, 4, às<br />
05h45, com passagem por Silves<br />
às 06h00. Regresso no domingo,<br />
4.<br />
(Inscrições 931 617 339, 914<br />
752 462, 966 515 203).<br />
– Lagos – Partida de Lagos<br />
no domingo, 4, às 05h30, Regresso<br />
no domingo, 4.<br />
(914 752 462, 966 515 203).<br />
– Vila Real Santo António<br />
– Partida no domingo, 4, às<br />
06h00, com passagem por Tavira,<br />
Olhão e Faro (07h00).<br />
Regresso no domingo, 4, às<br />
22h00, após o comício (inscrições<br />
VRSA – 967612161; Faro<br />
922 008 239, 963 382 927,<br />
289 805 734).<br />
Litoral Alentejano<br />
Saídas: domingo, 4<br />
– Alcácer do Sal: 6h45, Rio<br />
dos Moinhos; 7h15, Santa Susana;<br />
7h30, Alcácer do Sal;<br />
7h45 Casebres.<br />
– Grândola: 7h00, Melides;<br />
7h30, Grândola.<br />
– Odemira – Autocarro 1:<br />
6h00, S. Luís; 6h15, Monte<br />
da Estrada; 6h30, Relíquias;<br />
6h45, Colos; 7h00, Santa Luzia;<br />
7h15, Vale Santiago. Autocarro<br />
2: 6h00, S. Teotónio;<br />
6h15, Odemira; 6h45, V. Nova<br />
de Milfontes; 7h00, Ribeira<br />
da Azenha.<br />
– Santiago do Cacém – Autocarro<br />
1: 6h00, Cercal; 6h10,<br />
Sonega; 6h25, Relvas Verdes<br />
(Penitenciária); 6h35, Santiago<br />
do Cacém. Autocarro 2:<br />
6h00, Alvalade Sado; 6h30,<br />
Ermidas; 6h45, Arealão (Abela);<br />
6h50, S. Bartolomeu.<br />
– Sines, 7h15, Sines.<br />
Regresso da Atalaia: 20h00.<br />
OR Aveiro<br />
Partida na sexta-feira, 2, e<br />
regresso no domingo, 4.<br />
Autocarros:<br />
1 – Espinho, Ovar Aveiro.<br />
2 – Feira, S. João da Madeira,<br />
Oliveira de Azeméis.<br />
3 – Aveiro.<br />
OR Beja<br />
– Sábado, 3<br />
Mértola, saída às 7h00. junto<br />
ao CT do PCP (contacto:<br />
966047287).<br />
– Domingo, 4<br />
Autocarro 1: Cabeça Gorda,<br />
saída às 5h30, (Praça Magalhães<br />
Lima), com passagem:<br />
5h40, Salvada (junto à Casa do<br />
Povo); 6h00, Baleizão (Largo<br />
Catarina); 6h15, Neves (paragem<br />
autocarros); 6h30, Beja (Piscinas).<br />
Autocarro 2: Albernôa, saída<br />
às 5h15, (paragem autocarros),<br />
com passagem: 6h30, Mina<br />
Juliana; 5h45, Santa Vitória<br />
(paragem autocarros); 6h00, Penedo<br />
Gordo (paragem autocarros),<br />
6h15, Santa Clara (paragem<br />
autocarros); 6h30 Beja<br />
(Piscinas).<br />
Informações: Hugo Rolim –<br />
966 828 120.<br />
Ainda no domingo, 4<br />
Castro Verde, saída às 6h30,<br />
na Gare Rodoviária (contacto:<br />
António João Colaço – 965 088<br />
756).<br />
Panóias, saída às 6h30, do<br />
Largo da Igreja (contacto: Raul<br />
Porfírio – 962 672 008), com<br />
passagem por Santa Luzia, às<br />
6h45, junto ao Clube Desportivo<br />
(contacto: Isidoro Matilde –<br />
966 317 587).<br />
OR Bragança<br />
Saída: sexta-feira, 2<br />
7h00, Bragança; 7h30, Macedo<br />
de Cavaleiros; 8h00, Mirandela.<br />
Regresso: segunda-feira, 5,<br />
às 9h00.<br />
Contactos: 918 554 659, 965<br />
017 948, 937 517 140.<br />
OR Coimbra<br />
Coimbra (Praça da República),<br />
saída no sábado, 3, excursão<br />
com alojamento, de<br />
às 08h00. Regresso da Atalaia<br />
no domingo, 4, às 20h30. Dormida<br />
e pequeno almoço em hotel,<br />
em Lisboa. Contacto:239<br />
826 186 ou 919 381 115.<br />
Coimbra – V. F. Magalhães,<br />
saída no sábado, 3, às 06h30.<br />
Contacto: 239 826 186 ou 919<br />
381 115.<br />
Souselas, saída no sábado, 3,<br />
às 06h30. Contacto: 968 025<br />
183.<br />
S. João do Campo, saída<br />
no sábado, 3, às 06h30. Contacto:<br />
964 750 808.<br />
Largo dos Adões, saída na<br />
sexta-feira, 2, às 14h00. Regresso<br />
no domingo, 4, às<br />
22h30. Contactos: 239 826 186<br />
ou 919 381 115.<br />
Guarda e Castelo Branco<br />
(organização da JCP)<br />
– Sexta-feira, 2, às 8h30,<br />
partida da Guarda (Estação<br />
Expressos), com passagem pela<br />
– Covilhã, às 9h00 (Garagem<br />
de São João), Castelo<br />
Branco, às 10h00 (Museu), Entroncamento,<br />
às 12h30, com ligação<br />
ao «Comboio da Festa».<br />
Regresso dia 5, às 13h00,<br />
nos Foros da Amora. Contactos:<br />
919 508 648; 969 002 424.<br />
OR Évora<br />
Alandroal, saída sábado, 3,<br />
às 7h00, com regresso às<br />
24h00; contactos: 962 505 852;<br />
962 420 382.<br />
Arraiolos, saída sábado, 3,<br />
às 7h30, com regresso às<br />
22h00 de domingo.<br />
Borba, saída sábado, 3, às<br />
6h30, com regresso às 22h00<br />
de domingo.<br />
Estremoz, saída sábado, 3,<br />
às 7h00, com regresso às<br />
22h00 de domingo.<br />
Évora, saída sábado, 3, às<br />
7h00, com regresso às 24h00;<br />
saída domingo, 4, às 7h30,<br />
com regresso às 23h00.<br />
Montemor-o-Novo, saída<br />
sábado, 3, às 8h00, com regresso<br />
às 24h00; saída domingo,<br />
4, às 8h00, com regresso<br />
às 23h00.<br />
Mora, saída sábado, 3, às<br />
8h00, com regresso às 24h00.<br />
Mourão, saída sábado, 3,<br />
às 7h00, com regresso às<br />
24h00.<br />
Reguengos, saída sábado, 3,<br />
às 7h30, com regresso às<br />
24h00.<br />
Bencatel (Vila Viçosa), saída<br />
sábado, 3, às 7h00, com<br />
regresso às 24h00.<br />
Redondo, saída domingo, 4,<br />
às 7h30, com regresso às<br />
23h00.<br />
Portel, saída domingo, 4,<br />
às 7h00, com regresso às<br />
23h00.<br />
OR Leiria<br />
Peniche, saída no sábado, 3,<br />
às 14h00, da Praça Jacob Rodrigues<br />
Pereira, junto ao jardim.<br />
Regresso no domingo, 4, às<br />
23h00.<br />
Marinha Grande (Parque<br />
Mobil), saída no domingo, 4, às<br />
9h00, com passagem por Valado<br />
de Frades/Nazaré (junto às<br />
bombas do Valado), às 09h45,<br />
e Caldas da Rainha (Rotunda<br />
da Rainha), às 10h00. Regresso<br />
às 21h30.<br />
OR Portalegre<br />
Autocarro 1 – Portalegre,<br />
domingo, 4. Saída de Nisa, cineteatro<br />
às 6h00, com passagem:<br />
6h15 por Alpalhão, paragem<br />
rodoviária; 6h30,<br />
Portalegre, central camionagem;<br />
7h00, Monforte, Banco<br />
Millenium; 7h30, Fronteira,<br />
tribunal; 8h00, Sousel, bombas<br />
GALP.<br />
Autocarro 2 – Avis, domingo,<br />
4. Saída de Valongo às<br />
6h00, com passagem: 6h15,<br />
Benavila; 6h30, Avis; 6h40,<br />
Alcórrego.
18-8-2016<br />
AGENDA<br />
31<br />
Autocarro 3 – Ponte de<br />
Sor, sábado, 3. Saída de<br />
Ponte de Sor, paragem rodoviária,<br />
às 7h30, com passagem:<br />
7h45, Foros do Arrão,<br />
paragem Rodoviária;<br />
8h00, Montargil, paragem<br />
rodoviária.<br />
Autocarro 4 – Campo<br />
Maior, sábado, 3. Saída de<br />
Campo Maior às 5h30, com<br />
passagem: 5h45, Elvas;<br />
6h00, Vila Boim; 6h15,<br />
Terrugem.<br />
OR Porto<br />
– Vale do Sousa e Baixo<br />
Tâmega<br />
3 dias – saída sexta-feira e<br />
regresso domingo.<br />
Contactos: Cláudia Santos<br />
(914 577 281) e Armando<br />
Mesquita (932 359 317).<br />
– Cidade do Porto<br />
3 dias – saída sexta-feira e<br />
regresso segunda-feira.<br />
Contacto: Pedro Miguel<br />
(910 383 865).<br />
2 dias – saída sábado e<br />
regresso domingo.<br />
3 dias: saída sexta-feira e<br />
regresso domingo.<br />
Contactos: CT Boavista<br />
(226 095 651) e Armindo<br />
Vieira (933 174 065).<br />
– Vila Nova de Gaia<br />
3 dias: saída sexta-feira e<br />
regresso domingo.<br />
2 dias: saída sábado e regresso<br />
domingo.<br />
4 dias: saída sexta-feira e<br />
regresso segunda-feira.<br />
Contactos: CT Gaia (223<br />
794 345 ou 965 791 871).<br />
– Maia<br />
2 dias: saída sábado e regresso<br />
domingo.<br />
Contactos: Fernando Ribeiro<br />
(919 355 510) e Carmo<br />
(917 647 601).<br />
– Valongo<br />
2 dias: saída sábado e regresso<br />
domingo.<br />
Contactos: 224 113 951,<br />
229 715 885, 963 297 537,<br />
961 712 428, 936 256 572.<br />
– Freguesia de Campo –<br />
3 dias: saída sexta-feira e regresso<br />
domingo.<br />
Contacto: 936 256 572.<br />
– Matosinhos<br />
3 dias: saída sexta-feira e<br />
regresso domingo.<br />
Contactos: José Eduardo<br />
(966 464 223) e Paulo Tavares<br />
(918 136 129).<br />
– Vila do Conde<br />
2 dias: saída sábado e regresso<br />
domingo.<br />
Contacto: José Silva (914<br />
506 638).<br />
– Santo Tirso<br />
2 dias: saída sábado e regresso<br />
domingo.<br />
Contacto: Bilita (934 676<br />
378).<br />
– Gondomar<br />
3 dias: saída sexta-feira e<br />
regresso domingo.<br />
Contacto: Rocha Gomes<br />
(938 915 000).<br />
3 dias: saída sexta-feira e<br />
regresso domingo.<br />
Contactos: Nuno Peixoto<br />
(918 984 366) e Rocha Gomes<br />
(938 915 000).<br />
– Sectores Profissionais<br />
ORP<br />
3 dias: saída sexta-feira e<br />
regresso domingo.<br />
Contacto: Domingos Oliveira<br />
(965 036 637).<br />
Concelho<br />
de Cantanhede<br />
Saída, na sexta-feira, 2,<br />
às 12h15, de Tocha, junto à<br />
Igreja, com passagem, às<br />
12h30, por Cadima, Largo<br />
da Junta de Freguesia; às<br />
12h45, por Cantanhede, largo<br />
da estação de caminho-<br />
-de-ferro; às 13h30, por Ançã,<br />
Praça Jaime Cortesão.<br />
Regresso da Atalaia, às<br />
24h00, de domingo, 4.<br />
Inscrições até 26 de Agosto<br />
(918298842; 913 580<br />
246; 915 025 047; 938 330<br />
156; 914 978 855; 914 930<br />
510), sendo que a Organização<br />
reserva-se o direito de<br />
não realizar a excursão, por<br />
insuficiência de inscritos.<br />
Concelho de Cascais<br />
Saída no sábado e no domingo,<br />
3 e 4. Partida de Alcabideche,<br />
às 8h00, com<br />
passagem por: Alcoitão (8h05,<br />
rotunda), Manique (8h10,<br />
largo), Tires (8h15, Alto de<br />
Tires); Rana (8h20, Alto);<br />
Parede (8h25, CT do PCP);<br />
Rebeva (8h30, Legrand);<br />
Sassoeiros (8h35, rotunda).<br />
No sábado regresso à 1h00 e<br />
no domingo às 22h30.<br />
Inscrições: 214 44 2 253,<br />
214 866 991, 214 561 122<br />
e 911 914 192.<br />
Concelhos de Oeiras<br />
Saídas nos dias 3 e 4,<br />
sábado e domingo, às 8h45,<br />
da Estação da CP de Oeiras,<br />
com passagem por Algés<br />
(frente ao Parque Anjos), às<br />
9h00. Contactos: 968 094<br />
592; 966 234 084.<br />
Concelho de Fafe<br />
Dia 2: saída às 06h00,<br />
do Centro de Trabalho (Rua<br />
José Cardoso Vieira de Castro,<br />
168). Dia 4: regresso às<br />
22h30, do parque de excursões<br />
da Festa.<br />
Inscrições: 914 749 392,<br />
918 906 953, 916 917 363<br />
ou 253 492 952, das 14h30<br />
às 17h00.<br />
Concelhos do Oeste<br />
(Lisboa)<br />
Saída no sábado, 3, às<br />
8h00, de Sobral de Monte<br />
Agraço (Central das camionetas),<br />
com passagem às<br />
8h30, por Torres Vedras<br />
(Bombeiros de Torres Vedras),<br />
e, às 9h00, pela Venda<br />
do Pinheiro (Rotunda<br />
da Biblioteca). Regresso da<br />
Festa (Lidl) às 00h00.<br />
Inscrições/contactos: CT<br />
de Torres Vedras.<br />
– 918 369 169; Elisabete<br />
Santos.<br />
– 915 722 656; Maria<br />
da Luz Baptista.<br />
– 963 504 568.<br />
Concelho da Régua<br />
Partida na sexta-feira, 2,<br />
da Régua, às 8h15, junto à<br />
Estação da CP, e regresso da<br />
Festa na segunda-feira, 5, às<br />
10h00.<br />
Inscrições: 259 323 796,<br />
931 185 200, 917 106 874,<br />
965 118 545.<br />
Concelho<br />
de Santarém<br />
Saída no sábado, 3. Partida<br />
de Pernes, às 7h15, com<br />
passagem: 7h30, Vale Figueira,<br />
Café Sousa; 7h35,<br />
Alcanhões, cruzamento Val.<br />
Fig; 7h45, Santarém, rodoviária;<br />
8h00, P. Isenta, junto<br />
à Praça. Regresso às 2h00.<br />
Concelhos Montijo<br />
e Palmela<br />
– Sábado, 3, partida às<br />
8h00, Cruzamento de Pegões,<br />
com passagem por Santo<br />
Isidro de Pegões (8h10),<br />
Poceirão (8h30), Marateca<br />
(8h45); regresso à 1h00.<br />
– Domingo, 4, partida às<br />
8h00, Cruzamento de Pegões,<br />
com passagem por Santo<br />
Isidro de Pegões (8h10),<br />
Poceirão (8h30), Marateca<br />
(8h45); regresso às 22h00.<br />
Contactos para as excursões<br />
em ambos os dias: 963 755<br />
540 e 919 299 515.<br />
Concelhos de<br />
Alcochete, Montijo<br />
e Moita<br />
– Sábado, 3, partida às<br />
Viagem a Cuba<br />
Associação de Amizade Portugal-Cuba<br />
Programa de 13 dias<br />
20 de Setembro a 3 de Outubro<br />
Programa de 7 dias<br />
27 de Setembro a 4 de Outubro<br />
Ambas com participação nas festividades<br />
dos Comités de Defesa da Revolução<br />
Inscrições até 20 de Julho. Para mais informações<br />
e inscrições: 213257305, 962022207, 962022208,<br />
aapcuba@gmail.com.<br />
9h00, Alcochete, com passagem<br />
por Montijo («Mini<br />
Preço»), às 9h30, Moita (Largo<br />
Conde Ferreira), às 10h00.<br />
Regresso à 1h00.<br />
– Domingo, 4, partida às<br />
9h00, Alcochete, com passagem<br />
por Montijo («Mini<br />
Preço»), às 9h30, Moita (Largo<br />
Conde Ferreira), às 10h00.<br />
Regresso às 22h00. Contactos<br />
para as excursões em ambos<br />
os dias: 963 755 540,<br />
967 752 508, 910 291 951.<br />
Concelho de Setúbal<br />
Sábado, 3, partida às<br />
8h00 Gâmbia, com passagem<br />
por Faralhão às 8h15,<br />
Setúbal às 8h30 e Azeitão<br />
às 8h45. Regresso às 2h00<br />
da manhã.<br />
Domingo, 4, partida às<br />
8h00, Gâmbia, com passagem<br />
por Faralhão às 8h15,<br />
Setúbal às 8h30, e Azeitão<br />
às 8h45. Regresso às 23h00.<br />
Inscrições nos Centros de<br />
Trabalho ou 265 521 180.<br />
Concelho de Tomar<br />
Saída no sábado, 3, às<br />
8h30, e regresso à 01h00.<br />
Inscrições: 935 051 658 e<br />
917 023 520.<br />
Concelhos de Torres<br />
Novas e Alcanena<br />
– Sábado, 3, saída de<br />
Torres Novas (Rodoviária),<br />
às 7h30, com passagem por<br />
Alcanena, às 7h40. Regresso<br />
da Festa à uma da manhã.<br />
Inscrições: Casa Espanhol<br />
– 249 822 639; Torres<br />
Novas – 935 051 468; Alcanena<br />
– 913 450 746.<br />
Concelho de Vila<br />
Nova de Famalicão<br />
3 dias: saída sexta-feira,<br />
2, às 7h00 do Quinteiro<br />
Oliveira S. Mateus. Contactos:<br />
Centro de Trabalho<br />
do PCP, 252 323 830; Adão<br />
Coelho, 917 279 651.<br />
Algarve<br />
Odeceixe<br />
– Quinta-feira, 18, às 21h30, sessão pública<br />
«Petróleo e gás no Algarve: estudar, avaliar,<br />
ponderar, decidir», no CT do PCP em<br />
Odeceixe, com Vasco Cardoso, membro<br />
da Comissão Política.<br />
Olhão<br />
– Sexta-feira, 19, às 21h30, comício de<br />
Verão, entre-mercados, em Olhão, com intervenção<br />
política de Vasco Cardoso, membro<br />
da Comissão Política. Animação musical<br />
com o grupo «Trovas Campestres».<br />
Silves<br />
– Sexta-feira, 19, às 21h30, comício de<br />
Verão, na Fortaleza de Armação de Pêra,<br />
com a participação de António Mendonça,<br />
membro da DORAL do PCP. Há animação<br />
musical.<br />
Tavira<br />
– Domingo, 21, às 21h00, comício de<br />
Verão, na Praça da República, em Tavira,<br />
com intervenção política de Vasco Cardoso,<br />
membro da Comissão Política. Animação<br />
com a música popular portuguesa do grupo<br />
«Trovas Campestres».<br />
Jerónimo de Sousa<br />
Secretário-geral do PCP<br />
Sexta-feira – 19<br />
20h00 – Condeixa a Nova<br />
Jantar-convívio<br />
da Organização Regional de Coimbra<br />
Restaurante “Ti Nela”<br />
(junto às bombas da CEPSA)<br />
Sábado – 20<br />
11h45 – Gondomar<br />
Visita à área ardida<br />
Domingo – 21<br />
13h00 – Vialonga<br />
Picnic<br />
Mata do Paraíso<br />
Sexta-feira – 26<br />
20h00 – Grândola<br />
Visita à Feira de Agosto – Jantar do PCP<br />
(no pavilhão do PCP)<br />
Sábado – 27<br />
17h00 – Seixal<br />
Saudação aos participantes na Jornada<br />
de Trabalho da Festa do Avante!<br />
Esplanada do restaurante de apoio<br />
na Quinta da Atalaia<br />
(Amora/Seixal)<br />
Terça-feira – 30<br />
14h00 – Lisboa<br />
Encontro com Jovens<br />
“Avante! Por um mundo de Paz»<br />
Centro de Informação Urbano de Lisboa<br />
(Rua Viriato, 13)<br />
Outras reuniões e iniciativas<br />
Vila Real de Santo António<br />
– Hoje, quinta-feira, 18, às 21h00,<br />
Tribuna Pública sob o tema «Estacionamento<br />
pago: não!», com a participação de<br />
José Cruz, vereador da Câmara Municipal<br />
de V.R. de Santo António e de outros eleitos<br />
da CDU.<br />
Lisboa<br />
– Domingo, 21, às 13h00, almoço convívio<br />
mensal da freguesia da Ajuda, no CT<br />
do PCP da Ajuda (Rua Mercês, 112, Lisboa).<br />
Inscrições: 910 726 938.<br />
– De 16 de Agosto a 1 de Setembro (excepto<br />
sábados e domingos), no Centro de Trabalho<br />
do PCP dos Olivais, Rua Quinta da<br />
Fonte, 7, horário especial de vendas de<br />
EP entre as 16h00 e as 19h00. Contacto:<br />
917 834 976.<br />
– Sábado, 20, almoço convívio distrital<br />
no espaço de Lisboa, na Festa do Avante!,<br />
promovido pelo Sector Intelectual da<br />
DORL, no quadro da sua participação na jornada<br />
de trabalho do fim-de-semana na Atalaia.<br />
Ementa: massada de peixe, pão, bebida,<br />
fruta.
32<br />
ÚLTIMAS<br />
A TALHE DE FOICE<br />
• Henrique Custódio<br />
Trabalhadores defendem transportes públicos<br />
Parem a degradação<br />
18-8-2016<br />
O entroikado<br />
Passos Coelho já foi várias coisas na vida<br />
– aspirante a cantor lírico, frequentador de<br />
diversos cursos, finalmente titular de uma<br />
licenciatura granjeada aos 38 anos na<br />
universidade privada Lusíada (apesar de<br />
tudo, mais expedito do que o seu amigo «doutor<br />
Relvas»), um ascenso político minucioso como<br />
presidente da jota PSD, finalmente presidente<br />
do partido, primeiro-ministro e de novo<br />
presidente, após ser inequivocamente afastado<br />
pelo eleitorado e um Governo PS tornado<br />
possível na sequência das posições conjuntas<br />
assumidas com o PCP, PEV e BE.<br />
Hoje, anda por aí a ressabiar desconfortos, ele,<br />
que tanto exortou a juventude portuguesa<br />
a «sair da zona de conforto» – coisa que,<br />
obviamente, o próprio não está disposto a fazer.<br />
Reapareceu no Pontal, que há anos é no<br />
«calçadão» de Quarteira, tostado frente aos<br />
microfones, falando de improviso com papel<br />
à espreita, numa oratória pausada como de seu<br />
uso, fluente como a pausa induz e num discurso<br />
redondo que não aqueceu os dois mil<br />
comensais vindos em autocarros, pagos pelo<br />
partido, do Norte ao Sul e até da Madeira.<br />
Aliás, no final ninguém percebeu que o homem<br />
tinha terminado a arenga e foi preciso Passos<br />
gritar várias vezes «Viva Portugal!» para<br />
a amodorrada plateia bater umas palmas<br />
para as televisões, entre digestivos. Disto<br />
fizeram testemunho várias reportagens, vá lá.<br />
E que disse Coelho? O costume. Citou décimas<br />
de um relatório do INE escolhendo umas<br />
e escondendo outras, descobriu subidas<br />
«para o dobro» e descidas «para metade»<br />
na economia portuguesa compulsando umas<br />
décimas e exibindo-as como ouro de 24 quilates,<br />
continuando sem reparar que descidas ou<br />
subidas dumas décimas, em economia, são<br />
vacilações conjunturais e irrelevantes na<br />
computação da produtividade e<br />
desenvolvimento, que só corresponde a um<br />
aumento real a partir dos dois por cento (sendo<br />
que os dois por cento de feérico «aumento»<br />
corresponde a estagnação).<br />
Provavelmente lá na Lusíada, onde<br />
o licenciaram em Economia, ninguém<br />
se lembrou de lhe ensinar esta regra básica<br />
da economia capitalista (que, de resto, anda<br />
bastante esquecida entre os políticos que para<br />
aí arrotam postas de pescada sobre economia<br />
e desenvolvimento, incluindo a professora de<br />
Passos Coelho na Lusíada, Maria Luís<br />
Albuquerque).<br />
Mas Passos Coelho também levou novidades<br />
ao calçadão, proferindo, às tantas:<br />
«[o Governo] também está esgotado<br />
socialmente porque esta troika<br />
governativa só sabe fazer o que é fácil –<br />
e depois do que é fácil acabaram-se<br />
as boas ideias».<br />
Pelos vistos, agora Passos Coelho também<br />
acha «fácil» reverter os cortes em salários<br />
e pensões que o seu governo aplicadamente<br />
impôs, ainda acha que «depois do que é fácil»<br />
o actual Governo ficará «sem boas ideias»<br />
e descobriu, ó deuses! que até temos uma<br />
«troika governativa»!!!<br />
Perdido no seu labirinto, o homem está<br />
definitivamente entroikado.<br />
Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa e do<br />
Grupo Transtejo dizem «basta» à degradação do serviço<br />
público de transportes, uma situação que<br />
apenas beneficia os grupos económicos e financeiros.<br />
Continuamos<br />
a defender<br />
os utentes<br />
Em comunicado, distribuído<br />
anteontem, 16, aos<br />
trabalhadores do Metropolitano<br />
de Lisboa EPE e aos<br />
grupos parlamentares da<br />
Assembleia da República<br />
(AR) – documento que será<br />
entregue na segunda-feira,<br />
22, aos ministros do Trabalho,<br />
do Ambiente e das Infraestruturas,<br />
que se vão<br />
reunir com a CGTP-IN – o<br />
Sindicato dos Trabalhadores<br />
de Transportes Rodoviários<br />
e Urbanos de Portugal<br />
(STRUP/CGTP-IN) rejeita a<br />
«degradação de serviço público».<br />
«Continuamos a defender<br />
os utentes, a empresa pública,<br />
um serviço de qualidade,<br />
mas com a certeza de que<br />
nada disto se consegue sem o<br />
principal: a reposição urgente<br />
de efectivos em número<br />
adequado e investimento na<br />
manutenção», refere o sindicato,<br />
sublinhando que nos<br />
últimos quatro anos de governação<br />
PSD/CDS o Metropolitano<br />
de Lisboa foi «preparado<br />
para ser privatizado».<br />
«Empurraram-se mais de<br />
300 trabalhadores para “rescisões<br />
amigáveis” e para o desemprego,<br />
descapitalizaram a<br />
empresa, encerraram 18<br />
postos de vendas, diminuíram<br />
o número de carruagens na<br />
linha verde, aumentaram o<br />
tempo de intervalo entre<br />
comboios, diminuíram a velocidade<br />
de circulação de 60<br />
para 45 km/h, degradaram a<br />
manutenção e a limpeza de<br />
comboios e estações», descreve<br />
o STRUP, acrescentando:<br />
«passou-se de uma exploração<br />
comercial onde raramente<br />
se registavam atrasos,<br />
interrupções ou supressões,<br />
para o seu aposto, com incidentes<br />
de exploração todos os<br />
dias».<br />
No comunicado, o sindicato<br />
alerta ainda para o facto de<br />
o «trabalho em subsolo» potenciar<br />
«o aumento de doenças<br />
crónicas nos trabalhadores»,<br />
sendo que a Medicina do<br />
Trabalho, «seguramente a<br />
mando da direcção da empresa,<br />
tem feito um trabalho<br />
lastimável, contrariando o<br />
que no passado acontecia».<br />
Para agravar a situação,<br />
continua o STRUP, «continua-se<br />
a assinar contratos<br />
ilegais de trabalho» no Metropolitano,<br />
na Carris, na Soflusa<br />
e na Transtejo, «desrespeitando<br />
o que já foi aprovado<br />
na AR, proporcionando a<br />
alguns avultados aumentos<br />
salariais, seguramente com a<br />
intenção de dificultar num<br />
futuro próximo o cumprimento<br />
da Lei».<br />
Transtejo<br />
Também a Comissão de<br />
Trabalhadores (CT) da Transtejo<br />
denuncia a existência de<br />
«acções e procedimentos»<br />
contrários ao Diploma –<br />
aprovado pela AR, no dia 9<br />
de Junho, que entrará em<br />
vigor no dia 1 de Janeiro de<br />
2017 – que revoga a fusão<br />
operacional do Metropolitano<br />
O serviço público de qualidade foi severamente atacado por sucessivos governos<br />
Serviço público em Lisboa<br />
«Cabe à autarquia a missão de serviço<br />
público» e «a CML deve assegurar todas as<br />
intervenções de manutenção dos espaços<br />
públicos e espaços verdes da cidade», defende<br />
a célula do PCP na Câmara Municipal de<br />
Lisboa, no número de Julho-Agosto do seu<br />
boletim, que começou a ser distribuído esta<br />
semana.<br />
Hoje em dia, com concessões, externalizações<br />
e parcerias público-privadas, «nas<br />
ruas e avenidas, nos jardins grandes ou<br />
pequenos de Lisboa, empresas privadas realizam<br />
os trabalhos que são da responsabilidade<br />
da CML, muitas vezes de forma ineficiente»,<br />
o que constitui «um abuso, face à<br />
gestão do erário público» e exige «depois, aos<br />
trabalhadores municipais, resolver os problemas<br />
criados».<br />
Para os trabalhadores comunistas da CML,<br />
«PSD/CDS, antes, e, agora, o PS têm optado<br />
por transferir esta missão para interesses particulares»,<br />
mas «o desinvestimento e esvaziamento<br />
da capacidade operacional dos serviços<br />
públicos municipais têm como único beneficiário<br />
o sector privado». Esta é «a razão da<br />
“incapacidade” dos serviços públicos municipais<br />
para reparar calçadas, pintar passadeiras,<br />
replantar, limpar e manter jardins, desobstruir<br />
colectores ou construir novas condutas».<br />
Tal «incapacidade», critica a célula do<br />
Partido, tem sido «tantas vezes repetida pelos<br />
dirigentes do PSD/CDS e do PS, os mesmos<br />
que criaram os problemas que agora lhes servem<br />
de justificação», mas «na sua origem está<br />
a política de direita que, há mais de uma década,<br />
uns e outros têm executado» na CML.<br />
de Lisboa, da Carris, da<br />
Transtejo e da Soflusa, estabelecendo<br />
a total autonomia<br />
jurídica destas empresas.<br />
«Continuam a decorrer acções<br />
que visam efectivar a<br />
fusão operacional, técnica e<br />
financeira com as outras<br />
empresas (Carris e Metropolitano),<br />
preparando e celebrando<br />
contractos conjuntos,<br />
desenvolvendo aplicações<br />
informáticas para utilização<br />
futura conjunta, impondo<br />
a deslocalização de<br />
trabalhadores para edifícios<br />
de outras empresas», lê-se<br />
numa carta aberta, enviada<br />
no dia 11 ao Governo e aos<br />
órgãos de soberania.<br />
A CT dá ainda conta de<br />
«problemas graves com a frota»,<br />
informando que os dois<br />
mais recentes catamarans<br />
que efectuam o transporte de<br />
viaturas «estão encostados»,<br />
devido a «problemas técnicos».<br />
A substituição destas<br />
unidades é agora feita por um<br />
navio com cerca de 60 anos,<br />
que, por não existir mercado<br />
de sobresselentes, obriga a<br />
ter que se recorrer ao fabrico<br />
das peças, o que aumenta o<br />
seu tempo de espera nas reparações.<br />
Os trabalhadores<br />
da Transtejo falam ainda de<br />
«falta de inspecções e vistorias»<br />
e de «secções na empresa<br />
que não têm ordem<br />
para efectuar o seu trabalho,<br />
como é o caso do departamento<br />
de compras», mas<br />
também de a empresa «estar<br />
proibida de contratar pessoal<br />
marítimo», quando existe<br />
«falta de mão-de-obra».