Prescrição de medicamentos

Cambalhotas do PSD e do PS prejudicam doentes

PS e PSD chum­baram a ge­ne­ra­li­zação da pres­crição de me­di­ca­mentos por subs­tância ac­tiva. Este foi o re­sul­ta­dodo sú­bito volte-face da ban­cada la­ranja que acabou a re­jeitar o texto que ela pró­pria aju­dara a cons­truir.

Hi­po­crisia po­lí­tica do PSD é total

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Sobre o PSD re­caiu so­bre­tudo a acu­sação de ter ce­dido aos in­te­resses da in­dús­tria far­ma­cêu­tica, facto que ga­nhou evi­dência há quinze dias quando, em co­missão, já com 90 por cento das pro­postas apro­vadas, aquele par­tido veio anun­ciar de um dia para o outro a sua re­con­si­de­ração sobre a ma­téria.

O que acon­teceu ime­di­a­ta­mente após to­madas de po­sição da Ordem dos Mé­dicos e da in­dús­tria far­ma­cêu­tica (API­FARMA), le­van­tando re­servas quanto a este pro­cesso le­gis­la­tivo.

Não obs­tante as suas juras em con­trário, a ver­dade é que esta re­pen­tina mu­dança de po­sição do PSD já no final dos tra­ba­lhos em co­missão, quando es­tava adi­an­tado o texto que re­sultou da junção do seu pró­prio di­ploma com um outro do CDS/​PP, foi vista como um ina­cei­tável recuo, le­vando Ber­nar­dino So­ares, na oca­sião, a não deixar passar sem uma forte crí­tica o que con­si­derou ser a tre­menda «hi­po­crisia po­lí­tica» do par­tido de Passos Co­elho.

De um «des­ca­ra­mento total» foi como o líder par­la­mentar do PCP clas­si­ficou a pos­tura do PSD neste pro­cesso, vendo nela uma «coisa ina­cre­di­tável», «uma cam­ba­lhota an­te­ci­pada».

«Já tí­nhamos visto par­tidos que quando chegam ao go­verno des­dizem aquilo que dis­seram na opo­sição. Agora vemos um par­tido que não se sabe se vai para o go­verno – es­pe­remos que não –, mas que, ainda na opo­sição, já está a des­dizer o que ele pró­prio propôs há dias. É uma cam­ba­lhota an­te­ci­pada do PSD», acusou.

Também o PS não es­capou in­có­lume, com Ber­nar­dino So­ares a lem­brar que o voto contra da­quele par­tido à pres­crição por de­no­mi­nação comum in­ter­na­ci­onal (DCI) surge em contra-mão com o que consta do seu pro­grama elei­toral.

Mas o que re­sulta de mais ne­ga­tivo deste chumbo ca­rim­bado pelo PS e PSD, se­gundo o pre­si­dente do Grupo Par­la­mentar do PCP, é que os do­entes, so­bre­tudo os do­entes cró­nicos, vão pagar mais caro os seus me­di­ca­mentos.

Por isso, «cada vez que um do­ente cró­nico for à far­mácia e tiver que com­prar um me­di­ca­mento de marca – porque o seu mé­dico não pres­creveu por DCI –, essa “fac­tura” é da res­pon­sa­bi­li­dade do PS e do PSD», ob­servou, su­bli­nhando que «isso é que vai pre­ju­dicar os do­entes cró­nicos», muitos dos quais ficam assim im­pe­didos de «poder con­ti­nuar a fazer os seus tra­ta­mentos porque os me­di­ca­mentos de marca são mais caros».



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