- Nº 2300 (2017/12/28)

EUA instigam regresso da guerra ao Donbass

Internacional

UCRÂNIA O fornecimento de armas pelos EUA à Ucrânia «pode provocar novas vítimas no nosso vizinho», alerta o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa.

Lusa

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A advertência da chancelaria das relações exteriores de Moscovo foi feita depois de os EUA terem confirmado, sábado, 23, o reforço da sua assistência em matéria de defesa à Ucrânia, invocando a necessidade de Kiev assegurar a soberania sobre o seu território e «construir a sua defesa a longo prazo».

Em causa está a venda de armamento ao governo títere ucraniano, designadamente mísseis antitanque no valor de 47 milhões de dólares, e espingardas automáticas, incluindo para franco-atiradores, no valor de 41 milhões de dólares.

O Departamento de Estado norte-americano defende que «a ajuda é totalmente defensiva» e visa «dissuadir futuras agressões», mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo insiste que se «os revanchistas de Kiev estão a atirar todos os dias no Donbass» porque «não querem realizar negociações de paz e sonham em fazer desaparecer a população insurrecta», «os EUA decidiram dar-lhes armas para o fazer».

«Esta decisão prejudica o trabalho de implementação os acordos de Minsk de 2015», sublinhou igualmente o Kremlin, para quem «não há outra maneira de resolver o conflito interno ucraniano» a não ser através de «um diálogo directo e honesto» entre Kiev e as auto-proclamadas repúblicas de Lugansk e Donetsk, na região do Donbass, Leste da Ucrânia.

A guerra na Ucrânia provocou, entre 2014 e 2015, cerca de dez mil mortos e inúmeros deslocados.

Recorde-se que na segunda-feira, 19, Donald Trump apresentou a nova estratégia de defesa nacional de Washington atribuindo à Rússia e à China o estatuto de potências rivais que procuram desafiar o poder dos EUA e minar a segurança e prosperidade do país, algo que foi imediatamente criticado por Moscovo e Pequim, para quem tal traduz o regresso à linguagem e às práticas da chamada «guerra fria».