O Avante! com Carlos Carvalhas
na Campanha Eleitoral da CDU - 1
Distrito de
Beja
Combater
a abstenção
Depois de Portalegre e Évora, Carlos Carvalhas esteve, segunda e terça-feira, no distrito de Beja e no Litoral Alentejano, participando na campanha eleitoral da CDU em vários concelhos. Em Barrancos, Moura, Vidigueira, Ferreira do Alentejo e Beja, o secretário-geral do PCP elogiou o trabalho das autarquias alentejanas de maioria CDU, criticou a política do PS no Governo e no Poder Local e manifestou confiança em bons resultados nas eleições de domingo, alentando contudo para o perigo da abstenção. «Todos os votos contam» foi afirmado.
Na segunda-feira, feriado nacional, o dia nasceu cinzento e chuvoso e os aguaceiros caíram ao longo de toda a jornada, não impedindo que o programa elaborado se cumprisse, de manhã à noite, sem grandes atrasos e com muita participação e entusiasmo popular.
Carlos Carvalhas começou em Barrancos o seu périplo pelo distrito de Beja. Eram 10 horas quando, acompanhado por José Soeiro, da Comissão Política do PCP, António Vitória, do Comité Central e responsável da DORBE, e Ana Benedita, do Comité Central, chegou à vila raiaria para um encontro com a população.
No Miradouro, na presença de cerca de duas centenas de pessoas, falou primeiro o independente Antônio Tereno, presidente da Câmara de Barrancos e candidato da CDU a um novo mandato, que saudou a visita do dirigente dos comunistas portugueses como mais uma manifestação de apreço pelo povo barranquenho e assegurou que a obra realizada no concelho vai ser prosseguido nos próximos quatro anos. Carvalhas interveio para elogiar o trabalho dos autarcas da CDU em Barrancos e por todo o País em prol da defesa dos interesses das populações e do desenvolvimento, afirmando que até em zonas antes consideradas difíceis, como na ilha das Flores, nos Açores, a Coligação Democrática Unitária vai reforçando posições.
A paragem seguinte foi na Amareleja, freguesia do concelho de Moura, onde, apesar da chuva miúda que caía, cerca de 400 pessoas assistiram ao comício, na Praça da República, defronte da Casa do Povo e da Sociedade Filarmónica.
Coube ao candidato da CDU à Câmara de Moura, José Maria Pós-de-Mina, um gestor de empresas de 39 anos, fazer a intervenção de abertura, durante a qual denunciou «o marasmo existente em Moura, durante os oito anos de paragem» de governação do Municlpio pelo PS, assegurando que «é tempo de mudança» naquele concelho da margem esquerda do Guadina e que «a CDU é a única alternativa credível e ganhadora». Ladeado pelos candidatos à presidência da Junta de Freguesia da Amareleja, Manuel Rodrigues, e da Assembleia Municipal de Moura, Santiago Macias, Pós-de-Mina apontou como indicador da actual má gestão da Câmara de Moura e do pouco desenvolvimento registado nos últimos anos o facto de haver naquele concelho tantos candidatos ao Rendimento Mínimo Garantido (600) como no conjunto de todos os outros concelhos do distrito à excepção de Beja.
Pegando no caso do concelho de Moura, Carlos Carvalhas deu mais exemplos de municípios geridos pelo PS onde não há desenvolvimento, de Trás-os-Montes ao Alentejo, aproveitando para denunciar a política de direita do actual Governo como o demonstram os recentes aumentos de miséria das pensões dos reformados ou as propostas de aumento salarial dos trabalhadores da Função Pública. Em terra de pequenos agricultores, o secretário-geral do PCP - antes de apelar ao voto na Coligação no próximo dia 14 (lembrando que «por um voto se ganha, por um voto se perde» e que «voto na CDU não cai em cesto roto») criticou duramente a política agticola do Governo e desafiou o primeiro-ministro a anunciar, ainda antes das eleições autárquicas, os aumentos na saúde, nas portagens, nas taxas telefónicas.
Depois da Amareleja, Carlos Carvalhas e comitiva seguiram para a cidade de Moura, passando antes por uma outra freguesia do concelho, Póvoa de S. Miguel, onde houve tempo para uma «bica» e para conversar brevemente, num café, com jovens alentejanos lamentando a falta de emprego...
Em Moura, no amplo recinto coberto do Mercado Municipal, a CDU organizou uma almoço com a entusiástica participação de mais de 300 pessoas. Depois do grão com carne de borrego, o mandatário concelhio da CDU, Joaquim Carrilho, apresentou os principais candidatos presentes bem como um convidado especial, que ali foi testemunhar a sua solidariedade com os companheiros de Moura: João Rocha, o presidente da Câmara do vizinho concelho de Serpa.
Nas intervenções políticas, José Maria Pós-de-Mina voltou a sublinhar a «desastrosa gestão do PS nestes oito anos» que levou à «perda de importância da cidade e do concelho em relação aos concelhos vizinhos» e a expressar grande confiança e esperança que, a 14 de Dezembro, chegue «o tempo de mudança», já que a CDU tem boas equipas nas suas listas e o melhor programa de desenvolvimento, feito com base nos contactos com as populações e com mais de duas dezenas de entidades representativas. Por seu turno, Carlos Carvalhas explicou que a confiança na vitória em Moura e em bons resultados no Alentejo, nas eleições de domingo, baseia-se na qualidade dos candidatos da CDU, «com raizes populares e conhecedores dos problemas locais» e no estilo de gestão («estamos no poder para servir as populações e não nos servirmos»). Depois de lembrar que, a 14 de Dezembro, o que está em jogo é o poder nos diferentes concelhos mas também «dar força àqueles que se batem pelo povo» em todas as frentes e não só durante as campanhas eleitorais, Carlos Carvalhas, muito aplaudido, terminou com um apelo ao voto e dizendo que «vamos trabalhar para que a CDU ganhe, para que ganhe o povo de Moura, para repor Moura no lugar a que tem direito no distrito e no País».
Organizar excursões às
autarquias CDU
Depois de Moura, o concelho da Vidigueira foi o ponto seguinte do programa do secretário-geral do PCP, nesta jomada de campanha eleitoral autárquica por terras do distrito de Beja.
Na freguesia de Pedrógão do Alentejo, a sessão, prevista para o Largo da Praça, foi transferido para o Centro de Dia, onde mal cabiam as cerca de 200 pessoas que ali aguardavam Carlos Carvalhas. Usaram da palavra Fernando Severo, candidato da CDU à Junta de Freguesia, Carlos Goes, presidente da Câmara de Vidigueira e de novo candidato, e, por último, o dirigente do PCP.
No seu estilo característico, com um conhecimento profundo dos problemas concretos da terra, Carlos Goes explicou pormenorizadamente que vai «fazer o que é preciso», em Pedrógão como em todo o concelho da Vidigueira: cumprir o programa eleitoral apresentado pela CDU. E lá enumerou um vasto conjunto de obras - apoio aos reformados, zonas verdes, parque infantil, apoio às escolas, reforço do abastecimento de água, reparação de estradas e caminhos, melhoramento do saneamento, arranjo da entrada da povoação, etc. -, garantindo que as autarquias da CDU vão continuar a relacionar-se correctamente com o Poder Central, «exigindo o que é direito das populações» e gerindo correctamente os dinheiros públicos.
Retomando vários dos temas que abordou ao longo do dia, Carlos Carvalhas disse que «o PS gostaria de ter à frente das autarquias gente que fizesse o frete ao Governo», mas que a CDU tem autarcas que levantam com coragem e firmeza os problemas do povo, para os resolver; lembrou o grande número de jovens e de mulheres que a CDU incluiu nas suas listas («será seguramente a força com mais mulheres eleitas a 14 de Dezembro»); e fez uma interessante proposta: «No tempo da Reforma Agrária, organizávamos. excursões do Norte para visitar o Alentejo. Devíamos agora organizar visitas às autarquias da CDU, de gente do Vale do Ave ou de Coimbra, por exemplo, para que comparem a nossa gestão com a de outras forças políticas», nos domínios da cultura, do ambiente, dos equipamentos, do apoio aos reformados, etc..
A vila da Vidigueira, com passagem por Marmelar e Aicaria da Serra, foi a paragem seguinte. Na Igrejinha Nova, Carlos Goes e Carlos Carvalhas voltaram a falar para cerca de uma centena de pessoas, que ouviram o autarca explicar o programa para o concelho e o secretário-geral do PCP repetir as críticas à govemação PS e os elogios ao trabalho das autarquias de maioria CDU.
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Entusiasmo
e confiança
em Ferreira, Cuba e Beja
Já com a noite a cair, a comitiva rumou a Ferreira do Alentejo, onde, no repleto Centro Cultural Manuel da Fonseca, António Alexandre Raposo, candidato da CDU à Câmara Municipal, manifestou grande esperança em reconquistar a autarquia perdida há quatro anos para o PS. Os candidatos da Coligação tinham acabado de percorrer o concelho em caravana automóvel e o calor com que foram acolhidos em todas as freguesias e povoações sustentam o optimismo de bons resultados a 14 de Dezembro.
«Será uma grande vitória da CDU, da democracia e do povo de Ferreira do Alentejo», disse Carlos Carvalhos, que chamou a António Raposo, um dos autarcas mais experientes do País, «um homem de poucas palavras e, muitas obras» e que criticou as promessas do PS não cumpridas também em Ferreira, de tal modo que as maiores realizações no concelho são, hoje, as de responsabilidade dos anteriores mandatos da CDU.
O Centro Cultural Fialho de Almeida, em Cuba, foi o local do comício seguinte, em que estiveram presentes mais de 400 pessoas. Uma jovem, Maria do Céu, candidato da CDU à Junta de Freguesia de Cuba, Firmino Paixão e José Bicho, da lista à Câmara, e Bertolina Palma, cabeça de lista ao Município, foram os oradores que antecederam Carlos Carvalhas. Fizeram duras críticas à política do Governo, em especial nas áreas da saúde e do emprego, ridicularizaram as promessas demagógicas do PS local, denunciaram a utilização de calúnias por esta candidatura e prometeram urna gestão dinâmica e participada no próximo mandato, para «dar continuidade ao trabalho da CDU no concelho e dar resposta aos novos desafios».
Carlos Carvalhas voltou a tocar a boa qualidade do trabalho das autarquias da CDU e as consequências nefastas da política de direita do PSD e do PS, nos últimos anos, responsável pela desertificação e pelo subdesenvolvimento do interior do País. Apontou Moura e Almodôvar, de gestão socialista, como exemplos de concelhos onde o problema do desemprego continua a ser uma chaga social e homenageou o trabalho do actual presidente da Câmara de Cuba, António S. Brás, que se candidato agora à frente da lista para a Assembleia Municipal.
O último ponto do programa de segunda-feira foi a cidade de Beja, onde centenas de pessoas encheram a Casa da Cultura para ver e ouvir o secretário-geral do PCP e o candidato à Câmara Municipal, Carreira Marques, actual presidente. Depois de curtas intervenções de Sílvia Caixinha, candidato da JCP nas listas da Câmara, e do médico Bernardo Loff, cabeça de lista à Assembleia Municipal de Beja, Carreira Marques usou da palavra para sublinhar o «clima de confiança que envolve esta campanha da CDU», para dizer que a Coligação apesenta «programas realistas», ao contrário daqueles que «na altura das eleições prometem o céu e a terra», e para anunciar em traços gerais o programa da CDU «para fazer de Beja unia cidade de média dimensão de nível europeu».
Carlos Carvalhas,
frequentemente interrompido com palmas e «vivas» à CDU,
criticou uma vez mais a política do PS no Governo e no Poder
Local, exigiu ao primeiro-ministro apoios a fundo perdido às
vítimas das cheias de 5 de Novembro e, manifestando grande
confiança quanto aos resultados do próximo dia 14, lembrou que
o optimismo não deve levar as pessoas a deixar de votar. Para
que, em Beja e no Alentejo, ganhe a CDU, ganhe o povo alentejano,
ganhe a democracia.