2ª Assembleia
de Trás-Os-Montes e Alto Douro
PCP
quer valorizar a região
Os comunistas de Trás-os-Montes e Alto Douro elegeram no passado domingo um novo organismo de direcção de âmbito regional, cujo objectivo é «pensar a nível regional para poder intervir melhor a nível local».
A 2ª Assembleia
realizada na cidade de Mirandela sob o lema «Com o PCP,
valorizar e afirmar a região, defender o futuro» aprovou uma
proclamação que propõe que os fundos do 3º Quadro
Comunitário de Apoio, referentes a Trás-os-Montes, sejam
geridos e aplicados por uma comissão suficientemente
representativa da região e na base de uma plano estratégico de
desenvolvimento a elaborar com toda urgência pelas autarquias,
as organizações políticas, económicas, sociais, culturais e
ambientais.
Na assembleia participaram de cerca de centena e meia de
delegados, que aproveitaram o almoço para comemorar o
78ºaniversário do PCP, ocasião em que António Lopes, membro
da Comissão Política, fez um intervenção alusiva à data. Os
parabéns foram cantados à volta de dois grandes bolos de
aniversário.
Retomados os trabalhos, sucederam-se as intervenções que
colocaram de forma viva e informal preocupações com o reforço
do Partido e a sua acção na defesa dos interesses dos
transmontanos e durienses.
Já no final do dia foram aprovadas a resolução política e a
proclamação, assim como a proposta da nova Direcção Regional,
composta por 19 membros, nove de Bragança e 10 Vila Real.
A proclamação é dirigida «aos trabalhadores, agricultores,
professores, médicos, a todos os que desejam uma Região de
Trás-Os-Montes e Alto Douro com progresso» e apela ao reforço
eleitoral para «dar melhor voz na Assembleia da República e no
Parlamento Europeu». «O PCP precisa de mais votos e mais
deputados. Precisa que os trabalhadores e o povo em geral lhe
dêem mais força com o seu voto, simpatia e adesão. O povo
transmontano precisa de um PCP mais forte e o PCP precisa dos
transmontaos para Ter mais força na defesa dos seus
interesses».
Desenvolver
potencialidades
A Assembleia decidiu
levar a cabo nos próximos meses um conjunto de iniciativas,
nomeadamente uma campanha de informação junto dos agricultores,
para denunciar a política discriminativa do Governo e defender
claramente o desenvolvimento do meio rural.
Junto da juventude, o PCP pretende desenvolver um movimento que
se bata pela igualdade de oportunidades, ao mesmo tempo que se
propõe animar uma campanha de defesa e reforço dos Serviços
Públicos de qualidade.
A par da luta pela criação de um organismo regional para gerir
as verbas do 3ª Quadro Comunitário de Apoio a aplicar na
região, o PCP vai exigir a elaboração e aprovação de um
plano estratégico de desenvolvimento, com a participação das
forças políticas, económicas, sociais, culturais e ambientais.
Por outro lado, exige do Governo, a deslocação urgente para a
região de investimentos públicos significativos e consistentes
medidas de apoio às actividades empresariais, bem como a
extensão da rede de gás natural.
Outra iniciativa com relevo passa pela proposta feita aos
deputados do PCP no Parlamento Europeu de iniciarem o processo de
candidatura da Região Demarcada do Douro a Património Mundial.
Nos próximos meses, o PCP vai ainda promover uma série debates
sobre os temas como a saúde, o Ensino, o Ambiente, a
Agricultura, as infraestruturas locais e regionais, entre outros.
No encerramento dos trabalhos - em que estiveram vários
convidados, entre outros, o Presidente da Câmara de Mirandela,
José Silvano, o deputado do PS, António Martinho, e a dirigente
do Partido Ecologista «Os Verdes», Manuela Batista - usou da
palavra Agostinho Lopes, membro da Comissão Política do PCP.
Este dirigente comunista apontou o fracasso da governação PS,
que considerou muito semelhante no essencial à anterior
política do PSD, e destacou os valores e potencialidades da
região, referindo a importância para a economia nacional da
Região Demarcada do Douro, das produções vinícolas, de
azeite, cereais, fruta, animal e outras que no entender do PCP
estão subaproveitadas.