Turquia
Mil presos no ano novo curdo


Cerca de mil pessoas foram presas pelas autoridades turcas no domingo, durante as comemorações do Ano Novo Curdo. As forças de segurança reprimiram duramente as iniciativas curdas, promovidas nomeadamente pelo Partido Curdo dos Trabalhadores (PKK).

Seis polícias e um manifestante ficaram feridos nos vários incidentes registados no sudeste do país e nas grandes cidades, de acordo com a agência turca Anatólia, citada pela Lusa.
Três polícias foram feridos a tiro quando dispersavam os curdos concentrados no bairro de Gaziosmanpasa de Istambul. Em Diyarbakir, a capital do Curdistão turco, a polícia deteve mais de 500 pessoas numa marcha e em Gaziantep foram presos outros 110 manifestantes.
Proibidos de celebrar o seu Ano Novo, a Festa de Newroz que assinala o equinócio da Primavera, os curdos transformaram esta data numa tradicional forma de resistência contra a opressão turca. Este ano verificaram-se mais confrontos que o habitual, devido à prisão do líder do PKK, Abdullah Ocalan, e aos protestos dos seus seguidores e dos defensores dos direitos humanos.

Concentração em Lisboa

Realizou-se na terça-feira uma concentração popular pela libertação de Abdullah Ocalan, no Terreiro do Paço, em Lisboa. A iniciativa foi promovida pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), que exige a libertação de Ocalan «como um passo indispensável para a criação de um clima favorável à busca de uma solução pacífica e justa para o problema, no respeito pelos direitos do povo curdo».
Os organizadores defendem ainda o fim imediato das operações militares e da repressão contra o povo curdo e o respeito pelos direitos humanos. «A detenção arbitrária de Abdullah Ocalan constitui uma grave violação do direito internacional, da Convenção de Genebra e dos mais elementares princípios humanitários», sublinha o CPPC.


«Avante!» Nº 1321 - 25.Março.1999