Esta é a nossa Festa. Nossa: dos comunistas e dos muitos que, não o sendo ou não o sendo ainda, nela estarão connosco, sempre bem-vindos, e nela se sentirão bem por saberem que estão com a sua gente.
A nossa Festa
Aí está, novamente, a Festa: dentro de duas semanas tê-la-ão consigo, estando nela e fazendo-a, milhares e milhares de homens, mulheres e jovens que a inscrevem todos os anos nas suas agendas ou nas suas memórias e lhe dão uma multifacetada singular dimensão. Dizendo «A Festa» está tudo dito, na medida em que não há confusão possível entre ela e qualquer das centenas ou milhares de festas outras que todos os anos se realizam e ainda bem por todo o País. A Festa é esta: a do «Avante!», única pela forma como é concebida, construída e concretizada; pela sua criatividade; pela sua beleza característica; pelo seu conteúdo; pela diversidade dos seus polos de interesse. Pretender reduzi-la, como fez há dias uma especializada pêcêpóloga, a uma «festa popular da Outra Banda, com comes e bebes, música, provas desportivas», constitui, na menos má das hipóteses, uma flagrante manifestação de autismo e uma triste exibição de sectarismo político-partidário. Percebe-se, no entanto, tal postura: é que menorizando assim a «Festa do "Avante!"», silenciando a sua especificidade, escondendo o que a distingue de qualquer outra festa incluindo as festas partidárias empurra-se à má fila a ideia de que isto é tudo a mesma coisa...
«Os partidos são todos iguais»: eis uma frase que se ouve com frequência e que é utilizada, regra geral, num contexto de crítica a práticas partidárias de facto criticáveis. Acontece que, como os partidos não são todos iguais ou, se quisermos dizer o mesmo com mais rigor: o PCP é diferente dos que são todos iguais a repetida e generalizada utilização dessa frase parece ter como objectivo essencial englobar o PCP no rol dos partidos que recorrem no seu dia a dia a essas práticas criticáveis e, assim, esconder a diferença que existe entre o PCP e os restantes partidos nacionais. De facto, a realidade concreta mostra que o PCP por razões que têm a ver quer com a sua natureza de classe e os seus princípios, quer com o seu funcionamento interno, quer com as características e o conteúdo da sua intervenção, quer com o seu projecto e os seus objectivos é um partido distinto de todos os outros. E a «Festa do "Avante!"» é um exemplo flagrante e concreto dessa diferença. Quando dizemos, referindo-nos à Festa, que «não há festa como esta», não estamos a recorrer a um slogan publicitário visando vender a todo o custo «o produto»: estamos não só a dizer uma verdade incontestável mas também a fazer uma afirmação de óbvio conteúdo político-partidário. Porque «não há festa como esta» quer dizer, também, que nenhum outro partido nacional é capaz de organizar uma festa com a dimensão, a criatividade, a beleza, o conteúdo da «Festa do "Avante!"».
Construída graças ao trabalho voluntário
de milhares de militantes e simpatizantes do Partido, e
mobilizando no fim-de-semana da sua duração dezenas e dezenas
de milhares de pessoas, a Festa é um exemplo concreto da
influência do PCP na sociedade portuguesa e a confirmação da
força do trabalho colectivo, da determinação, da criatividade,
da solidariedade, enfim de todo um conjunto de princípios e
valores que, diga-se em abono da verdade, existem no PCP e não
existem em qualquer dos outros partidos. A «Festa do
"Avante!"» é não só «A Festa» mas também, e cada
vez mais, a «Festa da Juventude» - pela presença massiva da
juventude nos três dias em que ela decorre e pelo papel decisivo
desempenhado pelos jovens na sua construção. Participar
activamente na construção da Festa não é, para esses jovens,
um acto de mero voluntarismo: constitui, isso sim, um acto de
consciente militância revolucionária, de vontade assumida de
erguer a pulso uma Cidade que eles sabem que será ponto de
encontro e de convívio de uma multidão vinda de todo o País e
que durante três dias faz dela um espaço aberto, de liberdade,
de confraternização, de amizade, de camaradagem, de cultura, de
intervenção política séria, de solidariedade
internacionalista, de alegria ao fim e ao cabo, um espaço
de Abril onde Abril e os seus ideais têm lugar marcado, sempre,
e de forma especial neste ano de comemoração do 25º
aniversário da Revolução.
No passado Sábado, à noite, realizou-se na Atalaia, por
iniciativa da JCP, um debate sobre «A situação internacional e
a actualidade do ideal comunista». Ou seja: depois de um dia
inteiro de trabalho de «operários em construção», várias
dezenas de jovens discutiram, com grande vivacidade e durante
cerca de três horas, os problemas com que hoje se debate a
Humanidade, as suas causas e o papel dos comunistas na luta pela
resolução desses problemas. E ao fazê-lo sabiam que estavam,
eles próprios e ali, a demonstrar precisamente a actualidade do
ideal comunista, raiz da diferença entre o PCP e qualquer dos
outros partidos nacionais.
Estamos, portanto, a duas semanas da 23ª
«Festa do "Avante!"». Duas semanas que serão de
intenso trabalho para os muitos e muitos militantes e amigos do
Partido que, esforçadamente, ultimam a sua construção. Ali na
Atalaia - que é nossa! - e depois de um longo e exaltante
percurso iniciado em 1976 na FIL e prosseguido, sucessivamente,
no Jamor, na Ajuda e em Loures.
Marcando impressivamente o calendário anual do convívio, da
alegria e da amizade, a Festa marca igualmente o calendário da
luta de que ela própria é parte integrante, ponto de chegada de
uma ano de intensa actividade política dos comunistas e,
simultâneamente, ponto de partida para mais um ano de lutas que
tem como primeira grande batalha as eleições legislativas de 10
de Outubro - que é importante que venham a traduzir-se num
significativo reforço da expressão eleitoral da CDU e no
consequente aumento do número dos seus deputados na Assembleia
da República.
Esta é a nossa Festa. Nossa: dos comunistas e dos muitos que,
não o sendo ou não o sendo ainda, nela estarão connosco,
sempre bem-vindos, e nela se sentirão bem por saberem que estão
com a sua gente.