Organizações regionais do PCP
De Norte a Sul
o País reflecte-se na Festa


O melhor que existe em cada região ou recanto do país, seja a tradicional gastronomia, as danças e cantares regionais ou os bordados, as cerâmicas e outras procuradas e apreciadas peças de artesanato e muito mais, vem na bagagem das organizações do Partido que todos os anos constróem uma Festa única no país, pela sua grandeza e diversidade de propostas, culturais e políticas. Atentos às realidades locais e nacionais, os comunistas dão especial atenção à luta partidária e às tarefas políticas da actualidade.

Já famoso pelas «sopas do Espírito Santo», «morcelas com ananás» e queijo de S. Jorge ou, ainda, pelos bordados, cestinhos de verga e peças de osso de Baleia, o Pavilhão dos Açores reflecte igualmente as preocupações que marcam o quotidiano das populações. A concretização da «remuneração complementar», proposta pelo PCP na Assembleia Regional dos Açores, como forma de atenuar os custos da insularidade ou a defesa dos pescadores e da indústria conserveira são alguns dos aspectos que têm dominado a lutas política dos comunistas açorianos.

Quem quer bom marisco vai ao Algarve onde, para além dos excelentes «D. Rodrigos» ou «Queijinhos do céu», pode também tomar os já célebres «cocktails» deste pavilhão. Tudo isto, ao som do acordeão que, ao ritmo musical da região, vai animar toda a zona do pavilhão.
Entretanto, a exposição política dos comunistas algarvios retrata e destaca a actividade e intervenção do PCP no distrito, salientando, porém, a importância das próximas eleições e os objectivos de reforço da CDU no Algarve.

Aveiro decidiu dar este ano uma «volta» ao visual do seu Pavilhão. Apresenta, assim, uma nova concepção na organização e decoração do seu espaço, de modo a reflectir criativamente a diversidade cultural e social da região, as lutas e iniciativas dos trabalhadores e dos comunistas na região. Neste espaço está anunciado para as 16 horas do sábado um encontro dos candidatos da CDU com os eleitores do distrito.

O espaço do Alentejo inclui pela primeira vez o Litoral Alentejano no conjunto dos distritos de Beja, Évora e Portalegre. Pelo palco desfilarão coros de homens e mulheres para reavivar a tradição dos cantares modas tradicionais.Ao mesmo tempo, e continuando a fazer jus à fama dos seus produtos, os comunistas alentejanos vão trazer não só os tradicionais enchidos ou queijos da região mas também as belas figuras de barro de Estremoz ou os pratos do Redondo.
Um magnífico monumento erguido neste espaço representará a luta deste povo pela liberdade e pela democracia.
A exposição política reflecte as lutas e movimentações dos trabalhadores e as propostas do PCP sobre os problemas das região, dando destaque, entre outros, à problemática da água como motor fundamental ao desenvolvimento da região.

Os 25 anos do 25 de Abril são o tema presente na decoração do Pavilhão de Braga. Os que na própria sexta-feira, imediatamente à abertura da Festa, costumam ir direitos a Braga para tomar o indispensável caldo minhoto, beber um bom vinho verde ou petiscar umas feveras, vão encontrar uma exposição política que reflecte uma luta de 25 anos mas também a expressão de confiança dos bracarenses na eleição de um deputado da CDU nas próximas eleições de Outubro.

Para além dos produtos da região - azeite, mel, queijos ou vinhos -, da sua gastronomia e do artesanato, o Pavilhão de Bragança terá desta feita também uma envolvente cultural, com poesia e música transmontana, lembrando as festas e romarias da região.
Decorado com motivos culturais regionais, este pavilhão, como não podia deixar de ser, vai ter também a sua exposição política. Uma exposição que reflecte a actividade do PCP na região e aspectos etnográficos de que o Nordeste transmontano é rico.

Coimbra é aquele espaço indispensável aos amantes do convívio e da camaradagem, das noites de borga, das cantorias e do petisco. Os «habitués» deste pavilhão vão, contudo, encontrar algumas novidades gastronómicas.
Através da exposição «Ciência Viva», em colaboração com o «Exploratório Infante D. Henrique» - Centro de Ciência Viva, de Coimbra, e da exposição «Materialmente», Coimbra traz à Festa um importante contributo para o entendimento da raiz científica do muito que nos cerca.
A exposição política, por outro lado, reflectirá os problemas e as lutas do distrito, em particular a luta de Souselas contra a co-incineração e as eleições de 1999.

São vários os motivos de interesse do Pavilhão de Leiria, cujo objectivo é mostrar a vida, a luta e os costumes da região. Para além do «stand do vidro» e de uma «quermesse» com mais de cinco mil prémios e prendas de excelente qualidade, Leiria ilustrará a sua participação política com uma exposição onde serão tratados os problemas locais, as lutas dos trabalhadores, a actividade do Partido e as eleições legislativas de Outubro.

Uma grande pintura do Terreiro do Paço e do Tejo dá entrada aos visitantes que querem percorrer o espaço de Lisboa, cuja na zona central tem como tema a paz, em que jovens artistas plásticos estão a trabalhar.
Haverá, como todos os anos, stands de vendas e restaurantes mas o pólo de animação vai situar-se no café concerto, onde acontecerá música, poesia, teatro, canções e debates centrados nos 25 anos do 25 de Abril.
A exposição política na área do distrito abordará as propostas do PCP e os candidatos da CDU pelo distrito, enquanto as diferentes organizações vão tratar a luta dos trabalhadores e das populações.

Uma passagem pelo pavilhão da Madeira é uma ocasião para comer uma belíssima espetada regional em pau de louro e comprar os afamados lenços bordados ou a chapelaria tradicional da região.
Mas a vertente política será aqui motivo de especial destaque. É que a Madeira é uma das regiões onde a CDU mais tem crescido, o que naturalmente se deve à profunda ligação dos comunistas e seus aliados à população e aos seus problemas. De entre os quais, a pobreza e a exclusão social têm particular relevo.

Os especialistas dizem que «ninguém bebe com sofreguidão ou indiferença um cálice de Porto». É verdade. Com origem nos socalcos do rio Douro rasgados com suor, sofrimento e engenho por gente de trabalho, o Porto é, de facto «um louvor às mãos humanas» que, quem quiser, pode tecer aqui mesmo, neste Pavilhão.
Na região do Porto também o amante das filigranas se pode deleitar... assim como os amantes das tripas, dos rojões ou da sopa mineira.
A exposição política vai ter como tema preferencial as eleições para a Assembleia da República, abordando ainda a actividade do PCP e as lutas dos trabalhadores portuenses.

Aos que costumam encontrar-se, na tarde de sexta-feira, no pavilhão de Santarém convém que saibam que ele este ano tem uma localização mais próxima do Palco 25 de Abril.
Para os primeiros que lá chegarem não vai, de certeza, faltar a «sopa de pedra», o pão de ló de Rio Maior ou as tigeladas de Abrantes, sendo que dirigindo-se à feira de Vinhos do Ribatejo podem adquirir toda a sua gama de vinhos maduros e licorosos e ainda Aguardente Velha.
A decoração do pavilhão de Santarém está este ano subordinada ao tema «Vivas a Abril» e a exposição política centra-se sobre o trabalho desenvolvido pelo deputado do distrito na Assembleia da República, bem como sobre as propostas para a próxima legislatura.

Este Pavilhão conta com um palco por onde vão passar nomes conhecidos da música portuguesa ao lado de novos talentos e, como não podia deixar de ser, apresenta mais uma vez uma enorme diversidade gastronómica. Diversos bares e restaurantes servem por toda a área do distrito enguias, tamboril, petiscos vários e... Moscatel.
A exposição política traduz o momento político: trata os 25 anos do 25 de Abril, as eleições legislativas e as conclusões e propostas saídas da 5ª Assembleia da Organização Regional de Setúbal.

O artesanato, os lenços garridos, os bordados e lenços de Viana vão brilhar neste Pavilhão que tem ainda para oferecer ao visitante um bacalhau frito acompanhado de arroz malandro, um caldo verde à moda de Viana e o bom vinho verde da região. Tudo numa adega 200 lugares sentados... e à sombra. Na banca estão à venda postais sobre Vilar dos Mouros e, entre outros artigos, uma edição de seis «Avante!» clandestinos.

O baixo investimento público que está na origem dos baixos índices de desenvolvimento do distrito, as eleições legislativas e a necessidade do reforço da votação da CDU são algumas das preocupações que os comunistas de Viana trazem à Festa.

Vila Real optou por dirigir a exposição Política do seu Pavilhão para a «reconstituição da actividade política do Partido na região». Empenhados em reforçar o Partido e a sua organização, os comunistas de Vila Real apostam simultaneamente no reforço da votação da CDU nas próximas legislativas.
Bem servidos vão estar os apreciadores de canelos e de javali, do vinho da região, das cristas de galo ou dos cavacórios que são o miolo da ementa do restautrante regional.

Em Viseu, junto ao espaço do artesanato, a pessoa mais exigente pode provar e comprar mel, bolos de mel do caramulo, a aguardente e o pólen. E, ao mesmo tempo, ver ilustrações de todo o processo de fabrico deste precioso produto. Aliás, pode mesmo observar ao vivo o funcionamento de uma colmeia e participar no sábado à tarde num colóquio sobre o tema dirigido por especialistas.
Entretanto, os problemas e as lutas das gentes de Viseu, designadamente contra a desertificação crescente do distrito, são algumas das preocupações locais que o visitante deste pavilhão facilmente se vai aperceber.


«Avante!» Nº 1342 - 19.Agosto.1999