Carlos Carvalhas no litoral alentejano


No domingo, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, dedicou o dia a visitar o litoral alentejano. O objectivo do dirigente comunista foi conhecer mais de perto os problemas sociais e ambientais da região e, principalmente, ouvir os pescadores e as suas preocupações relativamente ao sector das pescas.

O dia começou em Azenhas do Mar, onde Carlos Carvalhas teve oportunidade de contactar os pescadores deste porto de mar que, de viva voz, lhe expuseram as suas queixas e apreensões. Seguiu-se o Cabo Sardão e as suas belas paisagens, donde a comitiva rumou em direcção a Vila Nova de Mil Fontes.
A manhã terminou no porto de Sines, a bordo da traineira «Célia Maria» que se encontrava enfeitada com dezenas de bandeirinhas para receber Carlos Carvalhas. Mas não só, já que nesse domingo era também a festa de Nossa Senhora das Salvas e os barcos, como todos os anos, iriam acompanhar a procissão por mar que à tarde se realizava.
Acompanhado de autarcas da zona, designadamente dos Presidentes das Câmaras de Sines e Santiago do Cacém, de militantes e dirigentes locais do Partido, e ainda dos representantes da comunicação social que o seguiam desde Azenhas do Mar, o secretário-geral do PCP foi recebido com grande simpatia a bordo do «Célia Maria». Aí, a esperá-lo, a ele e aos seus acompanhantes, havia uma caldeirada particularmente bem cozinhada e com grande variedade de peixe fresquíssimo, que foi seguida, como não podia deixar de ser, pela tradicional «sopa de massinha», também ela uma especialidade dos anfitreões.
Durante o curto mas agradável passeio ao largo que o «Célia Maria» proporcionou aos seus visitantes, Carlos Carvalhas prestou algumas declarações aos órgãos de comunicação social sobre os perigos que ameaçam o sector das pescas, nomeadamente com a discussão em curso sobre a Política Comum de Pescas.
De facto, segundo o secretário-geral dos comunistas, Portugal não tem as 12 milhas garantidas e a renovação da nossa frota está a ser feita tendo como contrapartida o abate de embarcações que, aliás, no nosso país, tem ido além do exigido.
Quanto às negociações com Marrocos, Portugal precisa de ter uma posição autónoma, não as devendo deixar nas mãos da União Europeia.
Ou seja, é a defesa dos interesses dos pescadores e armadores e da própria economia nacional que está em jogo e que o PCP se propõe assumir na Assembleia da República. Uma posição que não é de agora mas assenta na prática passada dos comunistas.


«Avante!» Nº 1342 - 19.Agosto.1999