"Viagens de deputados"
Seriedade e transparência
marcam acção do PCP


A propósito das insinuações divulgadas na sexta-feira passada sobre viagens de deputados, o Gabinete de Imprensa do PCP emitiu o seguinte comunicado:

«O PCP pauta a sua actividade por uma postura de seriedade e transparência e interveio e intervém para que essa conduta seja critério de actuação de todos os titulares de cargos públicos.
É baseado nesta sua posição e prática de sempre que o PCP rejeita as graves insinuações, hoje adiantadas em órgãos de comunicação social, que procuram envolver três deputados do PCP no escândalo das «viagens fantasma», numa operação que, metendo todos no "mesmo saco", só pode visar a desculpabilização daqueles que tenham tido comportamentos fraudulentos.
Não é aceitável que se confunda o valor das despesas em deslocações no âmbito da Assembleia da República, decorrentes do tipo de responsabilidades e atribuições que no período em análise tinham os deputados, com a presunção de que isso significasse quaisquer práticas fraudulentas, e que se considerem suspeitos deputados só porque as suas funções na altura exigiam mais deslocações, designadamente ao estrangeiro.
Os deputados do PCP estão de consciência tranquila e reclamam que se investigue com urgência e até ao fim tudo o que há a apurar.»

Impõe-se rapidez

A reforçar esta posição, na segunda-feira Vítor Dias, membro da Comissão Política do PCP, declarou que «o PCP enfrenta esta problemática com total tranquilidade», pelo que «não se oporá à aprovação de um inquérito parlamentar mas também não vê razões para o votar favoravelmente».
Com efeito, para o dirigente comunista, «importa sublinhar que a aprovação de uma tal comissão de inquérito exigiria a convocação do plenário da Assembleia da República e que os trabalhos dessa Comissão teriam de estar concluídos, por razões óbvias, até 10 de Outubro.»
É também de anotar, diz Vítor Dias, «que os casos em que já foi feita a dedução de acusação não poderiam ser abrangidos por este inquérito parlamentar, o que criaria uma situação muito anómala e de patente desigualdade.»
Entretanto, o que importa sobretudo referir é que, «com esta proposta de inquérito parlamentar, seriam os deputados a ajuizar em causa própria, parecendo mais curial que as investigações ou processos em curso na Procuradoria-Geral da República tenham a rápida tramitação que se impõe.»


«Avante!» Nº 1342 - 19.Agosto.1999