A manter-se intransigência da administração
Trabalhadores da Petrogal avançam para a greve


A esmagadora maioria dos 2.700 trabalhadores da Petrogal ratificou na semana transacta uma proposta de greve no mínimo de três dias, a realizar durante Agosto ou Setembro, caso não seja entregue o prémio de produtividade a que têm direito.

Reunidos em plenário, os trabalhadores da Petrogal decidiram «avançar com a greve» se a Administração não atribuir o prémio de produtividade, que se comprometeu a pagar em Agosto se a empresa ultrapassasse os 16 milhões de contos de resultados no primeiro semestre de 1999, o que aconteceu.
A proposta desta greve, discutida em vários plenários de trabalhadores, surgiu depois da recusa da administração da Petrogal em proceder ao pagamento do referido prémio, sob a alegação de que as condições de «paz social» na empresa foram quebradas devido à realização de uma greve de dois dias em Janeiro. Para a administração da empresa a atribuição de prémios de produtividade «não se coaduna com a realização de greves», de acordo com declarações de um seu porta-voz à Lusa.
«Chantagem» foi como os trabalhadores da Petrogal classificaram entretanto esta decisão da administração, que, na opinião da Fequimetal, põe em causa o direito constitucional à greve.
Ao exigir a manutenção das condições de «paz social» para pagar o prémio de produtividade, a administração «pretende enterrar» o direito de greve na Petrogal, acusa aquela federação sindical.


«Avante!» Nº 1342 - 19.Agosto.1999