CGTP-IN
enuncia acções
para combater emprego precário
Regista-se um forte agravamento da precariedade do emprego no nosso País. A confirmá-lo estão os mais 66 mil trabalhadores com contratos não permanentes registados no 2º trimestre de 1999, comparativamente ao 2º trimestre de 1998, o que representa uma alteração entre aquele período de 16,9 por cento para 18,7 por cento.
O alerta foi dado
pela CGTP-IN, terça-feira, em conferência de imprensa, no
decorrer da qual apresentou um conjunto de medidas dirigidas
prioritariamente para o combate à precariedade e à promoção
da estabilidade no trabalho.
Para a central sindical, os dados recentemente divulgados do
Inquérito ao Emprego realizado pelo INE não deixam margem para
dúvidas e vêm confirmar não apenas um elevado volume de
empregos não permanentes como um acentuado agravamento da
precariedade do emprego nos últimos anos.
São disso testemunho os 626 mil trabalhadores que no segundo
trimestre deste ano tinham contratos não permanentes, 444 mil
dos quais com contratos a prazo, 47,1 mil com contratos de
prestação de serviços, 51 mil com trabalho sazonal e 85 mil
com trabalho pontual ou ocasional.
Preocupante, para a CGTP-IN, é ainda o facto de a maioria dos
empregos criados serem contratos não permanentes, isto não
obstante, observa, «o País se manter num ciclo de crescimento
económico, após a crise do início dos anos 90». Num tal
contexto económico, afirma em comunicado, seria de esperar que
«houvesse uma maior estabilidade de emprego e não um acentuar
da precariedade».
O respeito pela lei, o que exige modificações profundas aos
níveis da fiscalização, do sancionamento (Inspecção de
Trabalho) e do funcionamento dos Tribunais de Trabalho,
constitui, entretanto uma das medidas prioritárias preconizadas
pela CGTP-IN, para quem urge, simultaneamente, proceder ao
combate ao trabalho não declarado e ao trabalho ilegal.
A moralização dos contratos a prazo, a regularização da
situação dos trabalhadores com os falsos recibos verdes, a
moralização do trabalho temporário e do emprego a tempo
parcial e ainda o pleno respeito pelos direitos laborais e
sociais dos trabalhadores, constituem outras tantas medidas
exigidas pela CGTP-IN com vista a combater a precariedade e a
promover a estabilidade no trabalho.