Greve na EMEF

Os tra­ba­lha­dores da EMEF estão em luta contra o que con­si­deram ser o aban­dono da em­presa por parte dos seus res­pon­sá­veis – ad­mi­nis­tração, Go­verno e CP. Os tra­ba­lha­dores con­testam um con­junto de me­didas to­madas pela ad­mi­nis­tração, no­me­a­da­mente a re­ti­rada de di­reitos e uma pro­posta de «au­mentos» sa­la­riais que pro­vo­caria a re­dução do poder de compra dos sa­lá­rios.

À pro­posta de 5,5 por cento, no mí­nimo de 30 euros apre­sen­tada pelo Sin­di­cato Na­ci­onal dos Tra­ba­lha­dores do Sector Fer­ro­viário, a ad­mi­nis­tração apre­sentou uma con­tra­pro­posta que, no ín­dice má­ximo, seria de 57 cên­timos por dia. «Esta é mais uma prova que para o Go­verno e seus agentes nas em­presas, são os tra­ba­lha­dores os únicos que têm de fazer sa­cri­fí­cios», acusa o sin­di­cato. Os tra­ba­lha­dores temem mesmo pelo fu­turo da em­presa.

Para res­ponder a este ataque, estão a ser re­a­li­zados ple­ná­rios em todas as ofi­cinas da em­presa, de norte a sul do País. Para ontem, es­tava mar­cada uma con­cen­tração na­ci­onal dos tra­ba­lha­dores da EMEF em Lisboa, junto à ad­mi­nis­tração.

Os tra­ba­lha­dores da EMEF/​Gui­fões, en­glo­bados na luta dos seus com­pa­nheiros de em­presas mas igual­mente a braços com um pro­cesso de con­tes­tação in­terna em torno de rei­vin­di­ca­ções es­pe­cí­ficas, como por exemplo o passe gra­tuito nas vi­a­gens para o tra­balho, re­a­li­zaram já di­versas greves no Metro do Porto: duas horas no dia 17 e uma hora nos dias 20 e 22, es­tando pre­vista igual­mente uma hora para amanhã, dia 24. O sin­di­cato optou por esta forma de greve, «suave», para dar es­paço à re­flexão, afirmou Álvaro Pinto, di­ri­gente sin­dical. Porém, se as rei­vin­di­ca­ções não forem aten­didas, pro­metem en­du­recer a con­tes­tação. Os tra­ba­lha­dores pre­tendem apenas re­aver um di­reito que ti­nham quando a CP, que do­mina o ca­pital da EMEF, con­tro­lava aquela linha.

A cé­lula do PCP na EMEF emitiu um co­mu­ni­cado no qual se so­li­da­riza com a luta dos tra­ba­lha­dores da em­presa. Os co­mu­nistas lem­bram que «aos tra­ba­lha­dores, aquando da mu­dança das ins­ta­la­ções de Cam­panhã para Gui­fões, foi-lhes ga­ran­tido por lei todos os di­reitos até aí con­quis­tados, in­cluindo a uti­li­zação do trans­porte na linha da Póvoa, que en­tre­tanto foi en­cer­rada e é hoje ocu­pada pelo Metro». «É este di­reito de uti­li­zação do trans­porte que os res­pon­sá­veis pela EMEF, da CP e da Metro do Porto, não querem cum­prir», con­clui. O PCP con­dena ainda o envio da GNR para Gui­fões e da PSP para a Trin­dade, onde se re­a­li­zava uma con­cen­tração, «como forma de in­ti­mi­dação à dis­po­sição de luta dos tra­ba­lha­dores». Para os co­mu­nistas, esta ac­tu­ação mostra bem o tipo de «diá­logo» que o Go­verno está dis­posto a manter com os tra­ba­lha­dores em luta.



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