Argentina

Seminário de Partidos Comunistas

O II Se­mi­nário Po­lí­tico Amé­rica La­tina - Eu­ropa reuniu, de 19 a 21 de Ja­neiro, em Bu­enos Aires, Ar­gen­tina, 16 par­tidos co­mu­nistas das duas re­giões.

Pa­tro­ci­nado pela Fun­dação de In­ves­ti­ga­ções Mar­xistas de Es­panha e tendo como an­fi­trião o Par­tido Co­mu­nista da Ar­gen­tina, o Se­mi­nário cen­trou-se na troca de ex­pe­ri­ên­cias sobre dois temas fun­da­men­tais: a co­or­de­nação dos par­tidos e mo­vi­mentos po­lí­ticos de es­querda dentro dos es­paços macro-eco­nó­micos es­tru­tu­rados - ou em vias de o ser - na Amé­rica e na Eu­ropa; e a ne­ces­si­dade ur­gente de in­ten­si­ficar a luta pela paz mun­dial e contra a guerra im­pe­ri­a­lista em qual­quer ponto do pla­neta, em par­ti­cular contra a imi­nente agressão ao Iraque por parte do go­verno dos EUA e seus ali­ados.

Os de­bates, em que par­ti­ci­param os par­tidos co­mu­nistas da Ar­gen­tina, Bo­lívia, Brasil (PC bra­si­leiro e PC do Brasil), Co­lom­biano, Cuba, Chile, Pa­ra­guai, Pe­ruano, Uru­guai, Ve­ne­zuela, Es­panha, Itália (Re­fun­dação Co­mu­nista), França, Grécia e Por­tugal, per­mi­tiram cons­tatar, por um lado, a agu­di­zação da crise po­lí­tica, eco­nó­mica, so­cial e moral que as­sola a Amé­rica La­tina - de que a Ar­gen­tina cons­titui o caso mais elo­quente -, e, por outro lado, a re­vi­ta­li­zação da es­querda e do mo­vi­mento po­pular da re­gião. A eleição de Lula, no Brasil, e de Lucio Gu­ti­erres, no Equador, foram apon­tadas como exem­plos desta re­a­li­dade.

Al­bano Nunes, do Se­cre­ta­riado do PCP, fez uma in­ter­venção sobre a si­tu­ação que se vive em Por­tugal.

 

Com­bate ao im­pe­ri­a­lismo

No final dos tra­ba­lhos, os par­ti­ci­pantes con­cor­daram em de­nun­ciar e com­bater o re­cru­des­ci­mento da po­lí­tica be­li­cista im­pe­ri­a­lista; a re­vi­ta­li­zação e re­es­tru­tu­ração do sis­tema con­ti­nental de do­mi­nação do im­pe­ri­a­lismo norte-ame­ri­cano, cujos pi­lares são a Or­ga­ni­zação de Es­tados Ame­ri­canos (OEA), a Área de Livre Co­mércio das Amé­ricas (Alca) e o Plano Colômbia; o re­cre­dus­ci­mento da po­lí­tica de blo­queio e de iso­la­mento que os EUA movem contra Cuba; o plano or­ques­trado pelos EUA e le­vado a cabo pela oli­gar­quia local contra o go­verno cons­ti­tu­ci­onal da Ve­ne­zuela; a in­ten­si­fi­cação da guerra in­terna como po­lí­tica de Es­tado na Colômbia; a apli­cação de re­ceitas ne­o­li­be­rais e do FMI no Ar­gen­tina; e a brutal re­pressão de­sen­ca­deada pelo go­verno da Bo­lívia que pro­vocou a morte de nu­me­rosos ci­da­dãos que exi­giam os seus le­gí­timos di­reitos.

Foi ainda de­ci­dido apoiar a ini­ci­a­tiva do Par­tido Co­mu­nista do Pa­ra­guai de or­ga­nizar um en­contro in­ter­na­ci­onal pela paz e contra a guerra e o ter­ro­rismo de Es­tado, a re­a­lizar na Ci­dade del Este, no final deste ano, para des­mas­carar a ca­lúnia de Ge­orge Bush de que as três fron­teiras entre a Ar­gen­tina, Brasil e Pa­ra­guai são um san­tuário do ter­ro­rismo.

O pró­ximo en­contro deste fórum de­verá re­a­lizar-se em Se­tembro, em San­tiago do Chile, de forma a as­si­nalar o 30º. ani­ver­sário do golpe fas­cista de Pi­no­chet que der­rubou o go­verno de Uni­dade Po­pular de Sal­vador Al­lende.

O II Se­mi­nário coin­cidiu com as co­me­mo­ra­ções do 85º. ani­ver­sário da fun­dação do Par­tido Co­mu­nista da Ar­gen­tina, vi­va­mente sau­dado, através do seu di­ri­gente, Pa­trício Eche­garay, por todos os par­ti­ci­pantes no en­contro.



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