Bolseiros de investigação científica querem melhor estatuto

A As­so­ci­ação de Bol­seiros de In­ves­ti­gação Ci­en­tí­fica foi for­mal­mente criada no sá­bado, numa reu­nião re­a­li­zada na Fa­cul­dade de Ci­ên­cias da Uni­ver­si­dade de Lisboa. Os bol­seiros de in­ves­ti­gação rei­vin­dicam me­lhor es­ta­tuto, dizem que o são à falta de al­ter­na­tiva pro­fis­si­onal, e res­pon­sa­bi­lizam a Fun­dação para a Ci­ência e Tec­no­logia pela pre­ca­ri­dade da sua si­tu­ação.

Uma das suas prin­ci­pais rei­vin­di­ca­ções é a aber­tura de vagas nas car­reiras, de forma a per­mitir a in­te­gração con­tínua e pro­gres­siva de pes­soal com di­fe­rentes ní­veis de ha­bi­li­ta­ções. Esta pro­posta faz parte de um ca­derno rei­vin­di­ca­tivo, que será dis­cu­tido com o mi­nistro da Ci­ência e En­sino Su­pe­rior, o Pre­si­dência da Re­pú­blica, os grupos Par­la­men­tares e a Pre­si­dência do Con­selho de Mi­nis­tros.

Os bol­seiros pedem ainda o di­reito efec­tivo à se­gu­rança so­cial em todas as suas com­po­nentes, com in­te­gração no re­gime geral, o di­reito ao sub­sídio de de­sem­prego, a pro­gres­siva equi­pa­ração do mon­tante das bolsas às re­mu­ne­ra­ções dos tra­ba­lha­dores com ha­bi­li­ta­ções equi­pa­radas e a con­tagem do pe­ríodo de du­ração da bolsa para efeitos de re­forma e con­cursos pú­blicos, entre ou­tras me­didas.

Em de­cla­ra­ções à Lusa, João Fer­reira, membro da as­so­ci­ação, lembra que a questão do em­prego ci­en­tí­fico não é «um pro­blema dos bol­seiros», sendo «do pró­prio País a res­pon­sa­bi­li­dade de de­cidir o que fazer com as pes­soas que forma». «Pa­rece que os bol­seiros o são porque querem, quando muitos estão nessa si­tu­ação porque não têm al­ter­na­tiva», sa­li­enta.

Nos úl­timos anos, a in­ves­ti­gação ci­en­tí­fica cresceu sig­ni­fi­ca­ti­va­mente em Por­tugal, tendo-se ve­ri­fi­cado um au­mento do nú­mero de bol­seiros na área da in­ves­ti­gação ci­en­tí­fica. O prin­cipal do­cu­mento que re­gula esta ac­ti­vi­dade é o Es­ta­tuto do Bol­seiro de In­ves­ti­gação Ci­en­tí­fica, texto que a as­so­ci­ação con­si­dera ser «par­ti­cu­lar­mente am­bíguo e omisso re­la­ti­va­mente a muitos dos di­reitos e de­veres dos bol­seiros, le­vando a muitas si­tu­a­ções de ile­ga­li­dade e pre­ca­ri­e­dade la­boral».



Mais artigos de: Juventude

Aluna queixosa é repreendida

A direcção do Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros enviou uma repreensão escrita à aluna que denunciou práticas violentas durante a praxe, «pela forma subjectiva excessiva como relatou os factos». A sanção não será registada por ter sido...