No âmbito da acção «Em Movimento Por um Portugal com Futuro», uma delegação do PCP visitou, na semana passada, várias empresas de mármores de Borba Vila Viçosa e Estremoz.
A actividade das indústrias extractivas de rochas ornamentais (granitos e mármores) está a sofrer as repercussões resultantes de uma previsível guerra contra o Iraque e consequente instabilidade no Médio Oriente e nos países árabes, constatou a delegação do PCP, constituída pelo deputado Lino de Carvalho, Alexandre Rodrigues e Raimundo Cabral, da Direcção da Organização Regional de Évora, e por responsáveis do PCP na Zona dos Mármores.
De facto, cerca de 1/3 da exportação global de mármores trabalhados destina-se ao mercado da Arábia Saudita e países limítrofes, sendo que há empresas para quem este valor chega a metade e mais da exportação da sua produção, informa a DOREV, lembrando que, desde a guerra do Koweit, o sector tem vindo a ressentir-se da instabilidade na região. Entretanto, o alinhamento do Governo português com os que apoiam os EUA e uma solução de guerra e de confronto com os países árabes, não só põe em causa a imagem do País junto do mundo árabe como dificulta ainda mais as exportações das empresas portuguesas, permitindo que as quotas nacionais seja, ocupadas por outros países.
Trata-se de uma das principais actividades económicas do distrito de Évora, empregando directamente cerca de 3.000 trabalhadores, lembra o PCP, que, temendo que uma eventual crise no sector venha agravar o desemprego numa região já por si bastante carenciada, quer que o Governa esclareça a sua posição sobre esta matéria, indo nesse sentido interpelar o Ministro da Economia, na Assembleia da República.
Direitos desrespeitados
No decurso da visita, a delegação do PCP reuniu, ainda, com o Sindicato da Construção Civil, que lhe transmitiu as preocupações dos trabalhadores sobre a imprevisibilidade da situação no sector e sobre o desrespeito pelas liberdades e direitos dos trabalhadores que algumas das empresas da região (por exemplo a Marmetal) estão a praticar, ao quererem aplicar por antecipação o Código Laboral ainda não aprovado. Também questões relativas à segurança e doenças profissionais preocupam o sector que, apesar do seu alto nível de sinistralidade não possui na zona unidades de saúde especializadas em politraumatizados.
Depois de ter reunido com as Câmaras de Vila Viçosa e de Estremoz, a delegação visitou as instalações do comando da PSP em Estremoz e do destacamento da GNR nesta cidade, cuja degradação vai ser motivo de um requerimento do PCP ao Ministério da Administração Interna, uma vez que existindo projectos e terrenos disponíveis, os comunistas não percebem por que razão não avançam as obras de construção das novas instalações.
Visitando, por último, o Centro de Saúde de Borba, a delegação confirmou que esta unidade não possui quaisquer condições para servir uma população envelhecida e necessitada de acrescidos paliativos. Defendeu, por isso, a construção urgente da nova unidade