6.ª Assembleia de Braga denuncia aumento do desemprego e da precarização do trabalho no distrito

Há razões para lutar

«Na de­fesa dos tra­ba­lha­dores e do de­sen­vol­vi­mento do dis­trito - É pos­sível um PCP mais forte», foi o lema a que se su­bor­dinou a 6.ª As­sem­bleia da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Braga do PCP, re­a­li­zada no do­mingo pas­sado.
Cerca de 200 par­ti­ci­pantes acom­pa­nharam os tra­ba­lhos da As­sem­bleia, que teve lugar no Ins­ti­tuto Por­tu­guês da Ju­ven­tude, em Braga, e contou com a par­ti­ci­pação do se­cre­tário geral do PCP, Carlos Car­va­lhas.

A in­ter­venção de aber­tura coube a An­tónio Lopes, membro da Co­missão Po­lí­tica e res­pon­sável pela Di­recção Re­gi­onal, que traçou um quadro do tra­balho do Par­tido na re­gião, apon­tando os seus mé­ritos mas também as suas in­su­fi­ci­ên­cias, o que está mal e impõe-se su­perar.

Ao longo de 92 in­ter­ven­ções, os 150 de­le­gados pre­sentes na As­sem­bleia pro­ce­deram à ava­li­ação da si­tu­ação po­lí­tica, so­cial e eco­nó­mica do dis­trito, cons­ta­tando estar a pros­se­guir-se, ali como no resto do país, um mo­delo «dito de de­sen­vol­vi­mento» as­sente na uti­li­zação da mão de obra ba­rata e de baixa qua­li­fi­cação, na des­re­gu­la­men­tação da le­gis­lação la­boral, na pri­va­ti­zação, de­gra­dação e su­pressão de ser­viços pú­blicos es­sen­ciais, no apro­fun­da­mento da in­jus­tiça so­cial e fiscal. A isto, acresce o en­cer­ra­mento e a fa­lência quase diá­rios de em­presas, a li­qui­dação de mi­lhares de pe­quenas e mé­dias ex­plo­ra­ções agrí­colas, com in­ci­dência nos pro­du­tores de leite e vinho, o au­mento do de­sem­prego e da pre­ca­ri­zação do tra­balho, a perda de poder de compra dos sa­lá­rios, a su­bida dos preços de bens e ser­viços es­sen­ciais. Ou seja, «a ins­ta­bi­li­dade eco­nó­mica, so­cial e po­lí­tica ga­nham ter­reno como nunca».

Se­gundo a Re­so­lução Po­lí­tica apro­vada, o mo­vi­mento sin­dical e a luta de massas têm cons­ti­tuído o prin­cipal obs­tá­culo aos avanços da po­lí­tica de di­reita, con­ti­nu­ando a apre­sentar-se como «um ins­tru­mento de­ter­mi­nante» na luta em de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções e do exer­cício dos seus di­reitos.

Aliás, na ava­li­ação da si­tu­ação au­tár­quica, a As­sem­bleia con­si­derou que a não eleição do de­pu­tado da CDU, para além das re­per­cus­sões ne­ga­tivas que teve na or­ga­ni­zação do Par­tido, re­pre­sentou uma «grande perda» para os tra­ba­lha­dores e po­pu­la­ções, cujos in­te­resses ficam menos de­fen­didos.


Por um PCP mais forte

«Ra­zões e ob­jec­tivos para lutar não faltam no dis­trito», diz a Re­so­lução Po­lí­tica, con­si­de­rando que, so­bre­tudo, é «pre­ciso con­fi­ança e ini­ci­a­tiva». Esta re­a­li­dade impõe, assim, o re­forço da in­ter­venção do mo­vi­mento sin­dical uni­tário, com as suas ca­rac­te­rís­ticas e na­tu­reza e classe, no qual os co­mu­nistas devem as­sumir um papel de pri­meiro plano.

Os mo­vi­mentos ju­venil, de agri­cul­tores, de mu­lheres, de re­for­mados, bem como ou­tros mo­vi­mentos so­ciais, me­re­ceram a atenção da As­sem­bleia, para quem «as or­ga­ni­za­ções de massas cons­ti­tuem a base or­ga­ni­zada de uma vasta frente so­cial e po­lí­tica contra a po­lí­tica de di­reita».

No ca­pí­tulo da Re­so­lução Po­lí­tica que aborda o tra­balho de or­ga­ni­zação e di­recção do Par­tido no dis­trito, os co­mu­nistas de Braga, em­bora in­sa­tis­feitos com os re­sul­tados con­se­guidos, sa­li­entam al­guns as­pectos po­si­tivos do tra­balho, que mos­tram ser pos­sível e ne­ces­sário «um PCP mais forte» na re­gião. Para tanto, de­fi­niram ob­jec­tivos de tra­balho e apon­taram me­didas de ori­en­tação.

O re­forço da co­esão do Par­tido foi outra questão sobre a qual a As­sem­bleia se de­bruçou. Con­si­de­rando «na­tu­rais e le­gí­timas» as dú­vidas que as­saltam os mi­li­tantes no pe­ríodo po­lí­tico di­fícil que se atra­vessa, a As­sem­bleia de­fende, en­tre­tanto, que a sua dis­cussão se efectue no seio do Par­tido, pois, em caso con­trário, apenas con­tri­buirá para o en­fra­quecer.

Findo o de­bate, os de­le­gados apro­varam a Re­so­lução Po­lí­tica com um voto contra e uma abs­tenção e ele­geram a nova Di­recção Re­gi­onal, agora cons­ti­tuída por 45 ele­mentos, dos quais oito são mu­lheres.


FESTA DA ALE­GRIA
Um enorme de­safio


A Festa da Ale­gria não foi, na­tu­ral­mente, es­que­cida na Re­so­lução Po­lí­tica. De facto, no mo­mento po­lí­tico que se atra­vessa, a re­a­li­zação desta Festa, tendo em conta a menor dis­po­ni­bi­li­dade de meios fi­nan­ceiros e hu­manos e as grandes exi­gên­cias de tra­balho que estão a ser co­lo­cadas ao con­junto das or­ga­ni­za­ções do Par­tido, «cons­titui um enorme de­safio para todas as or­ga­ni­za­ções e mi­li­tantes da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Braga».

A de­cisão da re­a­li­zação da 14ª Festa da Ale­gria vem dar res­posta a um com­pro­misso as­su­mido na úl­tima festa e tem como ob­jec­tivo fazer «uma forte e vi­go­rosa afir­mação do PCP» na re­gião, ao mesmo tempo que cons­ti­tuirá, sem dú­vida, um mo­tivo de en­tu­si­asmo e con­fi­ança no fu­turo para os seus mi­li­tantes e amigos. Afir­mação e con­fi­ança tanto mais im­por­tantes quanto se as­siste, neste mo­mento, a uma das mais bru­tais ofen­sivas contra o PCP.

Porém, para o êxito da Festa da Ale­gria, su­blinha a Re­so­lução Po­lí­tica, é ne­ces­sário o em­pe­nha­mento das or­ga­ni­za­ções do Par­tido na sua di­vul­gação e cons­trução.




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