- Nº 1535 (2003/04/30)
Na Península de Setúbal

Necessidades de saúde aguardam por respostas

Assembleia da República

Na Península de Setúbal, em matéria de saúde, há carências de vária ordem que estão a pôr em causa o direito das populações a uma adequada prestação de cuidados de saúde. A situação é de tal ordem que levou já as populações a subscreverem duas petições, com mais de dez mil assinaturas, solicitando a intervenção e o apoio da Assembleia da República. Reclamado, num caso, é a construção de uma extensão de saúde na área Sul do Pinhal Novo, e, no outro, a criação de novos equipamentos e a manutenção dos existentes em vários concelhos do distrito.
Foram estas duas petições, bem como uma outra de idêntico sentido relativa a uma freguesia de Sintra, que estiveram em debate, na passada semana, tendo as razões nelas expostas merecido a total concordância e apoio do PCP.
Solidarizando-se com as populações afectadas do Pinhal Novo, Vicente Merendas, em nome da bancada comunista, salientou o facto de mais de cinco mil utentes não terem médico de família, lembrando, por outro lado, os doentes ou seus familiares que, desde há anos, têm de deslocar-se às três e quatro horas da manhã para a porta do Centro de Saúde com vista a conseguir uma consulta de urgência.
Reportando-se à petição da iniciativa das Comissões de Utentes de Saúde da Península de Setúbal, o parlamentar do PCP chamou a atenção para a circunstância de 23 por cento dos inscritos nos centros de saúde da região não terem médico de família, realidade a que se junta – no que é revelador da falta de investimentos nos cuidados primários de saúde – a falta de consultas ao domicílio, a insuficiência ou desadequação de instalações, a falta de equipamentos que permitam efectuar meios auxiliares de diagnóstico e o reduzido número e horários inadequados dos SAP.
Inaceitável, para os comunistas, é ainda qualquer medida, como foi já admitida pelo Governo, que leve ao encerramento da extensão de saúde de Cruz de Pau, Amora.