A revolução cubana «está no coração do povo», afiançou Abelardo Curbelo, da delegação do Partido Comunista de Cuba, sublinhando a ideia de que as eleições «como as que há em outros países, nada têm de democrático». Esta constatação foi proferida no sábado, à tarde, durante o debate «Solidários com Cuba», após a pergunta de um visitante espanhol, sobre o sistema eleitoral cubano.
«Eleições como a que outros têm não as queremos. O que tem elas de democrático? Não é o presidente dos partidos que escolhe os candidatos?», interrogou-se afirmando que «em Cuba é o povo que elege por voto secreto e directo a totalidade da Assembleia Regional, que constitui 50 por cento da assembleia nacional», disse o dirigente do PC de Cuba.
Um outro participante falou na necessidade de defender a revolução cubana, argumentando que «comparar o socialismo como o capitalismo é como comparar o Sol com a Lua».
«O socialismo é o Sol, e aí temos professores, médicos, lares para os idosos. O capitalismo é a Lua, e aqui temos 29 mil professores no desemprego e a saúde, quem a quiser paga-a. Em Cuba isso não existe», disse, provocando os aplausos das várias dezenas de pessoas que assistiam atentamente ao debate.
O bloqueio norte-americano a Cuba foi igualmente tema de debate quando um outro participante questionou Abelardo Curbelo sobre «até quando Cuba vai aguentar o bloqueio», ao que este respondeu: «Era melhor perguntar até quando o bloqueio vai aguentar-nos a nós!», exclamou o representante cubano, frisando que «o bloqueio tem 40 anos e a revolução cubana prossegue».
No debate, onde participaram Armindo Miranda, Sérgio Vinagre e o embaixador cubano em Portugal, Reinaldo Calviac, destacou-se ainda a solidariedade do PCP, e dos comunistas portugueses, no prosseguimento da luta pela revolução cubana, tendo Sérgio Vinagre afirmado que «a solidariedade do PCP com o regime cubano é um dever revolucionário».