Economia e Finanças

UE nega recessão e promete crescimento


Reunidos em Atenas, os responsáveis pela economia a finanças dos 12 países que integram a zona euro negam a crise que todos vêem e prometem crescimento.
Para o grego, Nikos Christodoulakis, que exerce a presidência rotativa do eurogrupo, ainda em 2003, a Europa registará um crescimento de um por cento. E, em 2004, «não esperamos uma recessão. O crescimento nesse ano poderá ser superior a dois por cento», declarou.
Fugindo a cenários alarmistas, Christodoulakis reconhece no entanto que «as incertezas geopolíticas atingiram duramente a confiança dos investidores e dos consumidores» e que «a falta de confiança é um obstáculo maior à retoma»
Neste contexto, em nome dos ministros das Finanças da zona euro, o responsável grego apelou «à aceleração das reformas estruturais dos mercados de trabalho, de capitais e bens e ao respeito pelo Pacto de Estabilidade».
A suspensão deste último foi de resto uma hipótese que o comissário europeu Pedro Solbes pôs de lado. Recordando que em circunstâncias excepcionais um país poderá ultrapassar a barreira dos três por cento sem ser penalizado, excluiu qualquer a possibilidade de autorização prévia para que esta regra comum seja violada. E precisou que «as circunstâncias excepcionais relativas aos custos da guerra aplicam-se apenas aos países que estão em guerra». Todavia, admitiu, se a guerra enfraquecer a confiança e o crescimento de um país e agravar o seu défice «teremos isso em conta à posteriori ».
E, pelo menos em relação a alguns países, já foram dados sinais de alguma tolerância. Em Janeiro, a Comissão Europeia ao mesmo tempo que pedia um esforço à Alemanha de reduzir em um por cento o seu défice, escusou-se a exigir medidas de rigor suplementares no caso de um baixa contínua do crescimento.
Também em relação à França, que anunciou, no início de Março, que o seu défice ultrapassaria os três por cento em 2003 e em 2004, a Comissão Europeia adopta agora um tom conciliador, sobretudo depois de o ministro francês das Finanças, Francis Mer, ter apresentado aos seus pares o projecto de reformas no sistema de pensões, na Saúde e de redução das despesas do Estado. «A vontade política de fazer qualquer coisa foi apreciada. Os conflitos sobre a política económica na Europa ficaram para trás».


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