Negócios e votos
Quem irá pagar a factura duma tal negociata serão os povos (e a paz) do Médio Oriente e do mundo
Quando os povos da União Europeia forem às urnas neste fim-de-semana, devem meditar na realidade que os rodeia. Por debaixo das (muitas) palavras beatas e de circunstância sobre «a Europa», os seus «valores», o seu «modelo europeu» e «social», a realidade é a de classes dirigentes que estão empenhadas em procurar novas soluções de compromisso com a mais agressiva potência imperialista do planeta, ao mesmo tempo que desencadeiam autênticas guerras sociais contra os seus povos.
Nos últimos anos o imperialismo norte-americano revelou de forma brutal a sua natureza: a guerra como instrumento fundamental para a pilhagem do planeta; a mentira permanente; o recurso crescente à repressão; a subordinação de tudo ao único valor que respeita: o dos lucros da sua cada vez mais voraz e corrupta classe dirigente. A criminosa ocupação do Iraque (incluíndo o recurso generalizado à tortura e o assassinato de presos) e o apoio permanente às práticas fascistas dos sionistas israelitas são as expressões mais extremas desta realidade.
E o que fizeram os representantes do grande capital europeu? No início da escalada militarista e agressiva do imperialismo norte-americano, colaboraram com ela. Participaram directamente na criminosa guerra de agressão da NATO contra a Jugoslávia. Quando começou a ser evidente que a máquina de guerra dos EUA não defendia o «bem comum», mas apenas os negócios e o poder do grande capital daquele país, começaram a gemer. Agora que a humilhação do poder imperial dos EUA às mãos da resistência iraquiana é uma realidade evidente, e ameaça fazer ruir a «nova ordem imperial» (até pelos efeitos da aventura iraquiana sobre o preço do petróleo...), procuram aproveitar-se da fraqueza do seu parceiro imperial para alcançar um novo «acordo estratégico»: um acordo que permita aos EUA (e ao imperialismo todo) evitar uma derrota clara, em troca dum maior equilíbrio nas relações de poder entre as classes dirigentes dos dois lados do Atlântico. É essa a tónica que transparece da visita de Bush à Europa. E que parece ter acolhimento nas declarações do outro candidato a inquilino da Casa Branca: «a América deverá ser sempre a maior potência militar mundial. Mas podemos multiplicar o nosso poder através de alianças» afirma o Democrata Kerry (New York Times, 27.5.04). Como se vê, não se trata de pôr fim a políticas imperiais e de dominação. Trata-se apenas de arranjar forma de «multiplicar o poderio da América» que deverá permanecer a «maior potência militar mundial» até ao fim dos tempos...
O processo de concertação do grande capital euro-norte-americano ainda não se completou. Poderá ainda revelar surpresas e golpes de teatro. As rivalidades são reais (incluindo na questão central do controlo do petróleo) e assentam numa correlação de forças económicas e políticas complexa e movediça. Há outros actores em cena. O desequilíbrio de forças militar permanece esmagador a favor do imperialismo norte-americano e dos seus sectores mais reaccionários e belicistas.
Há, porém, coisas que já são evidentes. As dificuldades que a estratégia de dominação mundial dos EUA enfrenta hoje resultam, acima de tudo, da heróica resistência armada do povo iraquiano à ocupação. As hesitações das classes dirigentes europeias face aos crimes dos EUA não são, nem nunca foram, de princípio. Não há crime que não se encubra com uma boa «comissão de serviço» e a farsa da «transferência de soberania no Iraque» poderá custar apenas alguns contratos. Quem irá pagar a factura duma tal negociata serão os povos (e a paz) do Médio Oriente e do mundo, incluíndo os povos europeus e o tão propalado «modelo europeu».
Para defender a paz há que derrotar o imperialismo (americano e europeu). A resistência na UE passa por um «Não!» claro às suas classes dirigentes, aos seus projectos federalistas e militaristas (abertamente de direita ou com a «capa de esquerda»), ao seu colaboracionsimo ou negociatas com a mais agressiva potência militarista do planeta. Em Portugal, isso significa o voto na CDU neste próximo domingo!
Nos últimos anos o imperialismo norte-americano revelou de forma brutal a sua natureza: a guerra como instrumento fundamental para a pilhagem do planeta; a mentira permanente; o recurso crescente à repressão; a subordinação de tudo ao único valor que respeita: o dos lucros da sua cada vez mais voraz e corrupta classe dirigente. A criminosa ocupação do Iraque (incluíndo o recurso generalizado à tortura e o assassinato de presos) e o apoio permanente às práticas fascistas dos sionistas israelitas são as expressões mais extremas desta realidade.
E o que fizeram os representantes do grande capital europeu? No início da escalada militarista e agressiva do imperialismo norte-americano, colaboraram com ela. Participaram directamente na criminosa guerra de agressão da NATO contra a Jugoslávia. Quando começou a ser evidente que a máquina de guerra dos EUA não defendia o «bem comum», mas apenas os negócios e o poder do grande capital daquele país, começaram a gemer. Agora que a humilhação do poder imperial dos EUA às mãos da resistência iraquiana é uma realidade evidente, e ameaça fazer ruir a «nova ordem imperial» (até pelos efeitos da aventura iraquiana sobre o preço do petróleo...), procuram aproveitar-se da fraqueza do seu parceiro imperial para alcançar um novo «acordo estratégico»: um acordo que permita aos EUA (e ao imperialismo todo) evitar uma derrota clara, em troca dum maior equilíbrio nas relações de poder entre as classes dirigentes dos dois lados do Atlântico. É essa a tónica que transparece da visita de Bush à Europa. E que parece ter acolhimento nas declarações do outro candidato a inquilino da Casa Branca: «a América deverá ser sempre a maior potência militar mundial. Mas podemos multiplicar o nosso poder através de alianças» afirma o Democrata Kerry (New York Times, 27.5.04). Como se vê, não se trata de pôr fim a políticas imperiais e de dominação. Trata-se apenas de arranjar forma de «multiplicar o poderio da América» que deverá permanecer a «maior potência militar mundial» até ao fim dos tempos...
O processo de concertação do grande capital euro-norte-americano ainda não se completou. Poderá ainda revelar surpresas e golpes de teatro. As rivalidades são reais (incluindo na questão central do controlo do petróleo) e assentam numa correlação de forças económicas e políticas complexa e movediça. Há outros actores em cena. O desequilíbrio de forças militar permanece esmagador a favor do imperialismo norte-americano e dos seus sectores mais reaccionários e belicistas.
Há, porém, coisas que já são evidentes. As dificuldades que a estratégia de dominação mundial dos EUA enfrenta hoje resultam, acima de tudo, da heróica resistência armada do povo iraquiano à ocupação. As hesitações das classes dirigentes europeias face aos crimes dos EUA não são, nem nunca foram, de princípio. Não há crime que não se encubra com uma boa «comissão de serviço» e a farsa da «transferência de soberania no Iraque» poderá custar apenas alguns contratos. Quem irá pagar a factura duma tal negociata serão os povos (e a paz) do Médio Oriente e do mundo, incluíndo os povos europeus e o tão propalado «modelo europeu».
Para defender a paz há que derrotar o imperialismo (americano e europeu). A resistência na UE passa por um «Não!» claro às suas classes dirigentes, aos seus projectos federalistas e militaristas (abertamente de direita ou com a «capa de esquerda»), ao seu colaboracionsimo ou negociatas com a mais agressiva potência militarista do planeta. Em Portugal, isso significa o voto na CDU neste próximo domingo!