
- Nº 1606 (2004/09/9)
Intervenção de Francisco Leitão
Uma prova de força e vitalidade
Festa do Avante!
Estamos naquela que é a maior realização política, social e cultural do nosso país. Um ano passou e a Festa voltou. Voltou reforçada, rejuvenescida. Esta Festa é mais uma prova da nossa força e vitalidade. A prova de que somos um Partido jovem mas experiente e que é capaz de erguer o que mais ninguém ousa sonhar.
Através dos seus militantes e amigos, o PCP ousou não só sonhar mas também projectar, construir e manter durante três dias um evento com a dimensão da Festa do Avante!. Saudamos em especial os jovens, que mais uma vez povoaram a Atalaia antes e durante a Festa. Saudamos as quase duas centenas de jovens que se inscreveram na JCP durante a 28.ª Festa do Avante!. Saudamos as centenas de excursões que partiram de todo o País.
Sinal da força do povo português, que em tempo de luta e de resistência às políticas de direita ergue juntamente com a festa de Abril um firme cartão vermelho, pois esta festa é também mais uma jornada de luta.
Um cartão vermelho à direita, que lança uma ofensiva sobre a Revolução de Abril e sobre as suas conquistas, fazendo dos jovens e dos trabalhadores os seus principais alvos. Os jovens trabalhadores são particularmente afectados, o desemprego vivido em Portugal atinge uma expressão tão esmagadora que afecta até os licenciados, enquanto o emprego precário alastra.
No ensino, a Revisão Curricular do ensino secundário assenta em princípios antidemocráticos e consagra injustiças que são enfrentadas e combatidas dia a dia nas escolas pelos estudantes. Esta ofensiva ao sistema nacional de educação abrange todos os níveis de ensino. Os estudantes do ensino profissional estão postos perante uma revisão curricular que pretende entregar o ensino profissional aos interesses privados e abrir caminho à existência de propinas no ensino profissional. Contra este Governo estão também os estudantes do ensino superior, que no ano passado, devido à nova Lei de Financiamento do Ensino Superior, foram obrigados a pagar ainda mais propinas. A isto, o movimento estudantil soube responder com prontidão e promete um próximo ano lectivo de forte contestação.
Em todas estas lutas, os jovens comunistas estiveram lado a lado com os seus colegas e tiveram um papel preponderante no desenvolvimento da resistência a esta política, assumindo mais uma vez o papel de vanguarda da juventude portuguesa.
Desenvolvemos desde há 25 anos um profundo trabalho junto dos jovens, nas escolas e nas empresas, que tem contribuído decisivamente para a luta contra os sucessivos governos de direita. Continuaremos esta luta sem tréguas contra o capitalismo e o imperialismo, numa luta que não se esgota nas fronteiras do nosso país. Numa luta que se estende a todo o mundo sujeito a um modelo de sociedade imposto aos povos através das mais brutais formas de violência.
Saudamos os que, como nós, lutam contra os tentáculos do imperialismo. Saudamos os jovens e o povo iraquiano que resistem à ocupação americana. Saudamos os jovens e o povo palestiniano e a sua luta pela independência e autodeterminação. Saudamos os jovens e os povos da América do Sul, que se têm erguido contra o imperialismo americano. Saudamos os jovens e o povo venezuelano e a sua luta contra as ingerências imperialistas. Saudamos Cuba socialista, que resiste hoje e sempre ao bloqueio criminoso.
Saudamos a Federação Mundial da Juventude Democrática, cuja presidência está atribuída à JCP. Saudamos o Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, a realizar em Agosto de 2005 na capital venezuelana, Caracas, no qual a JCP se empenhará com todas as suas forças para que este seja mais uma vez um momento de grande afirmação da juventude de todo o mundo e da sua luta anti-imperialista.
Luta pela independência e liberdade dos povos que em Portugal assume grande expressão na defesa da Revolução de Abril, porque como diz o povo pela voz de Ary dos Santos, «ninguém cerra as portas que Abril abriu». E se ninguém as cerra é porque existe em Portugal um partido firmemente empenhado em mantê-las abertas, o Partido Comunista Português. O Partido determinante na Revolução. O Partido que lutou, luta e lutará ao lado do povo em defesa de Abril e pela construção do Socialismo.
É um sonho que tem Partido, porque um outro mundo é possível e necessário, um mundo socialista, e através deste Partido esse sonho será realizável. Iniciámos com a Revolução de Outubro um caminho histórico rumo a esse sonho, um caminho que apesar de todos os passos em falso, por vezes com grandes passos atrás, levará a humanidade para uma sociedade livre, para o Socialismo. Um caminho que está já trilhado mas que falta percorrer, e cabe-nos a nós percorrê-lo.
Não tenhamos dúvidas, a vitória é difícil, mas será nossa!