- Nº 1606 (2004/09/9)
Imigração

Para o ano, mais e melhor!

Festa do Avante!

Ainda não foi este ano que o pavilhão da Imigração teve a sua exposição política. Falta de condições organizativas não o permitiram, explicou ao «Avante!» uma camarada que se encontrava na caixa, contabilizando as receitas do bar. Atarefada, que os clientes eram muitos, disse-nos contar que, no próximo ano, essa lacuna fosse colmatada. «Há artistas, escritores, escultores e muitas outras pessoas interessadas em divulgar as suas obras na Festa», para além de que «a nossa própria actividade política tem também que ser conhecida. Vamos é precisar de mais espaço para isso!».
O pavilhão serviu, contudo, este ano para sensibilizar muitas pessoas, que manifestaram a sua solidariedade com a luta dos imigrantes, neste momento preocupados com a questão dos formulários que tiveram que entregar nos CTT para a sua legalização. São mais de 53 mil imigrantes nestas condições, contudo, segundo dados constantes do site do próprio SEF, apenas pouco mais de 30 mil reúnem condições para serem legalizados, uma vez que apenas para estes foram feitos os necessários descontos para a Segurança Social. Todos eles têm, porém, de esperar pelo menos seis meses, para saber qual a sua situação, o que gera uma enorme instabilidade e insegurança.
O stand constituiu também um ponto dinamizador de outros núcleos de imigrantes. Por exemplo, uma jovem de S. Tomé, depois de ter estado a falar com os camaradas que ali se encontravam, decidiu partir para a criação de um núcleo de apoio à imigração e com um papel mais preponderante na Covilhã, onde se têm limitado a ter encontros lusófonos.
Uma presença positiva, pois, tanto mais que a componente gastronómica acabou por levar muita gente àquele espaço, onde se podia comer uma boa catchupa, uma óptima kitaba e uma excelente paracuca e beber um ponche ou um grogue da Ilha de Stº Antão, Cabo Verde.

MF