Criticando o anúncio do primeiro-ministro, ameaçando que os portugueses passem a pagar os cuidados de saúde conforme os rendimentos de cada um, a CGTP-IN considerou que tal medida, «além de atentar claramente contra a Constituição, seria desastrosa para os níveis de saúde» no País. A ideia de Santana Lopes «é um exemplo acabado de desonestidade e hipocrisia política», pois em Portugal «os ricos fazem-se passar por pobres, para não pagarem impostos, enquanto quem trabalha por conta de outrem e declara integralmente os seus rendimentos e paga os respectivos impostos é considerado rico». Na nota de imprensa, divulgada segunda-feira, o Governo é acusado de não interferir nesta matéria, «porque tem uma política elitista, orientada sobretudo para proteger os ricos».
No mesmo dia, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses considerou tal ideia como demagógica, injusta e perigosa, alertando que a sua aplicação significaria «um retrocesso de 30 anos». «Começa a ficar cada vez mais claro que este Governo não considera a saúde como uma das funções do Estado e que a sua pretensão é entregar a prestação de cuidados de saúde aos grupos económicos privados«, acusa o SEP.