O VALOR DA LUTA
«As lutas dos trabalhadores, forte expressão da oposição ao Governo e à política de direita»
No quadro do Dia Nacional de Luta, promovido pela CGTP-IN, muitos milhares de trabalhadores dos mais diversos sectores de actividade, vieram para a rua, em Lisboa e no Porto, no passado dia 10 – confirmando uma notável disponibilidade para a luta e uma inequívoca determinação de a prosseguir e intensificar.
Este é um dado de incontestável relevância e, por isso, de consideração obrigatória para quem queira proceder à análise da situação política actual com um mínimo de rigor e de objectividade. De facto, honestamente, não é possível ignorar o elevado significado político de – na sequência de um vasto conjunto de lutas em centenas de empresas e sectores – milhares de trabalhadores descerem às ruas afirmando claramente a sua rejeição da política do Governo e exigindo uma política que tenha em conta os seus interesses e direitos – que são, igualmente, os interesses e direitos do povo e do País.
Da mesma forma, a consideração do papel das lutas dos trabalhadores apresenta-se como elemento incontornável para quem queira proceder a uma apreciação responsável sobre os protagonistas e o conteúdo da oposição ao Governo e à política de direita por ele praticada. E não é difícil concluir, com o rigor e a objectividade que se exigem, que as lutas dos trabalhadores constituem a mais forte expressão da oposição ao Governo e à política de direita.
Não vêem as coisas assim, como se sabe, os analistas políticos que, ao serviço da política de direita, produzem a (quase) totalidade da análise diária e semanal nos média propriedade dos grandes grupos económicos e financeiros. Unanimistas em matéria de apoio à política de direita – e apenas divergindo, ao sabor das circunstâncias de momento, no que toca aos executores dessa política – esses analistas actuam como um espécie de coro síncrono ao serviço de um regime de política única. É isso que os leva a divulgar um conceito de oposição que a focaliza exclusivamente na acção parlamentar e no discurso dos líderes partidários e fingindo não perceber que oposição ao governo não significa, necessariamente, oposição à política do governo – como a realidade tem vindo a mostrar ao longo dos últimos vinte e oito anos. Quem se dê ao trabalho de os ler, facilmente constatará que a palavra «trabalhadores» raríssimas vezes é utilizada por qualquer deles (e quando o é, é para denegrir os trabalhadores e as suas lutas ou para, em nome da sacrossanta modernidade, justificar despedimentos, baixos salários, violação de direitos, etc.). Quanto à expressão «lutas dos trabalhadores», causa-lhes pânico e fogem dela como diabos da cruz.
Assim, não constitui qualquer novidade, nem causa qualquer surpresa, o facto de esses analistas terem assobiado para o ar em relação às manifestações do dia 10; da mesma forma, era coisa esperada, mais que certa, a menorização dessas manifestações (quando não o seu silenciamento total) por parte dos média dominantes. Sublinhe-se que tais práticas – que são suporte essencial de teses como a da desmobilização dos trabalhadores e a da inutilidade da luta – são parte integrante da política de direita.
Contudo, como temos visto, eles – os trabalhadores – movem-se... e de que maneira!, e com que força!. E com objectivos concretos: derrotar o Governo Santana Lopes/PauloPortas; impor uma política de esquerda que inicie a resolução dos muitos e graves problemas que afectam a imensa maioria dos portugueses, derrotando a política de direita que há vinte e oito anos tem vindo a flagelar os seus direitos e interesses – essa política cujos resultados são bem visíveis e sofridamente sentidos por milhões de portugueses e portuguesas: Portugal é, na União Europeia, o país onde o fosso entre ricos e pobres é maior e, entre os quinze países de antes do alargamento, os portugueses são quem tem o mais baixo nível de vida; há mais de dois milhões de pobres, metade dos quais passando fome ou sub-alimentados; o direito ao trabalho, consagrado na Constituição, é negado a mais de meio milhão de portugueses – número que tende a aumentar, ao mesmo tempo que se perspectiva a redução do subsídio de desemprego; a precariedade, também ela violadora do direito ao trabalho, atinge cerca de um milhão de trabalhadores; as contra-reformas da Saúde, do Ensino e da Segurança Social, autênticas machadadas na democracia de Abril, agravam as vidas de milhões de portugueses; o custo de vida aumenta todos os dias e sempre mais do que os salários; etc, etc, etc. Enquanto, do outro lado, nos antípodas dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País, emerge a outra face da moeda: o poder do grande capital reforça-se cada vez mais e o poder político é, cada vez mais, um pau mandado do poder económico – em violação flagrante da Constituição, sublinhe-se.
Importante será que, na luta dos trabalhadores, figure em lugar de destaque o objectivo de que o governo que se segue não seja mais uma fotocópia dos que o antecederam: é que, antes de Santana Lopes, foi Durão Barroso (que fugiu para a Europa); antes deste havia sido António Guterres (que fugiu após um mau resultado eleitoral do PS) e que fora antecedido por Cavaco Silva (outro fugitivo, este perante a iminência de uma derrota eleitoral do PSD) – e por aí fora, até ao longínquo 1976, ano de nascimento do primeiro governo constitucional, presidido por Mário Soares, e iniciador da ofensiva contra-revolucionária visando a liquidação da Democracia de Abril.
Importante será que, nas lutas de todos os dias, os trabalhadores incorporem quer a sua vontade de pôr termo aos repetidos ciclos de alternâncias, quer a consciencialização de que isso passa pelo reforço do PCP – nomeadamente o seu reforço eleitoral.
Este é um dado de incontestável relevância e, por isso, de consideração obrigatória para quem queira proceder à análise da situação política actual com um mínimo de rigor e de objectividade. De facto, honestamente, não é possível ignorar o elevado significado político de – na sequência de um vasto conjunto de lutas em centenas de empresas e sectores – milhares de trabalhadores descerem às ruas afirmando claramente a sua rejeição da política do Governo e exigindo uma política que tenha em conta os seus interesses e direitos – que são, igualmente, os interesses e direitos do povo e do País.
Da mesma forma, a consideração do papel das lutas dos trabalhadores apresenta-se como elemento incontornável para quem queira proceder a uma apreciação responsável sobre os protagonistas e o conteúdo da oposição ao Governo e à política de direita por ele praticada. E não é difícil concluir, com o rigor e a objectividade que se exigem, que as lutas dos trabalhadores constituem a mais forte expressão da oposição ao Governo e à política de direita.
Não vêem as coisas assim, como se sabe, os analistas políticos que, ao serviço da política de direita, produzem a (quase) totalidade da análise diária e semanal nos média propriedade dos grandes grupos económicos e financeiros. Unanimistas em matéria de apoio à política de direita – e apenas divergindo, ao sabor das circunstâncias de momento, no que toca aos executores dessa política – esses analistas actuam como um espécie de coro síncrono ao serviço de um regime de política única. É isso que os leva a divulgar um conceito de oposição que a focaliza exclusivamente na acção parlamentar e no discurso dos líderes partidários e fingindo não perceber que oposição ao governo não significa, necessariamente, oposição à política do governo – como a realidade tem vindo a mostrar ao longo dos últimos vinte e oito anos. Quem se dê ao trabalho de os ler, facilmente constatará que a palavra «trabalhadores» raríssimas vezes é utilizada por qualquer deles (e quando o é, é para denegrir os trabalhadores e as suas lutas ou para, em nome da sacrossanta modernidade, justificar despedimentos, baixos salários, violação de direitos, etc.). Quanto à expressão «lutas dos trabalhadores», causa-lhes pânico e fogem dela como diabos da cruz.
Assim, não constitui qualquer novidade, nem causa qualquer surpresa, o facto de esses analistas terem assobiado para o ar em relação às manifestações do dia 10; da mesma forma, era coisa esperada, mais que certa, a menorização dessas manifestações (quando não o seu silenciamento total) por parte dos média dominantes. Sublinhe-se que tais práticas – que são suporte essencial de teses como a da desmobilização dos trabalhadores e a da inutilidade da luta – são parte integrante da política de direita.
Contudo, como temos visto, eles – os trabalhadores – movem-se... e de que maneira!, e com que força!. E com objectivos concretos: derrotar o Governo Santana Lopes/PauloPortas; impor uma política de esquerda que inicie a resolução dos muitos e graves problemas que afectam a imensa maioria dos portugueses, derrotando a política de direita que há vinte e oito anos tem vindo a flagelar os seus direitos e interesses – essa política cujos resultados são bem visíveis e sofridamente sentidos por milhões de portugueses e portuguesas: Portugal é, na União Europeia, o país onde o fosso entre ricos e pobres é maior e, entre os quinze países de antes do alargamento, os portugueses são quem tem o mais baixo nível de vida; há mais de dois milhões de pobres, metade dos quais passando fome ou sub-alimentados; o direito ao trabalho, consagrado na Constituição, é negado a mais de meio milhão de portugueses – número que tende a aumentar, ao mesmo tempo que se perspectiva a redução do subsídio de desemprego; a precariedade, também ela violadora do direito ao trabalho, atinge cerca de um milhão de trabalhadores; as contra-reformas da Saúde, do Ensino e da Segurança Social, autênticas machadadas na democracia de Abril, agravam as vidas de milhões de portugueses; o custo de vida aumenta todos os dias e sempre mais do que os salários; etc, etc, etc. Enquanto, do outro lado, nos antípodas dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País, emerge a outra face da moeda: o poder do grande capital reforça-se cada vez mais e o poder político é, cada vez mais, um pau mandado do poder económico – em violação flagrante da Constituição, sublinhe-se.
Importante será que, na luta dos trabalhadores, figure em lugar de destaque o objectivo de que o governo que se segue não seja mais uma fotocópia dos que o antecederam: é que, antes de Santana Lopes, foi Durão Barroso (que fugiu para a Europa); antes deste havia sido António Guterres (que fugiu após um mau resultado eleitoral do PS) e que fora antecedido por Cavaco Silva (outro fugitivo, este perante a iminência de uma derrota eleitoral do PSD) – e por aí fora, até ao longínquo 1976, ano de nascimento do primeiro governo constitucional, presidido por Mário Soares, e iniciador da ofensiva contra-revolucionária visando a liquidação da Democracia de Abril.
Importante será que, nas lutas de todos os dias, os trabalhadores incorporem quer a sua vontade de pôr termo aos repetidos ciclos de alternâncias, quer a consciencialização de que isso passa pelo reforço do PCP – nomeadamente o seu reforço eleitoral.