O surto tardio de infecções respiratórias e gripe que as condições climatéricas têm propiciado tem-se traduzido pelo recurso inusual das pessoas aos serviços de urgência hospitalar e internamento e aos centros de saúde, que neste momento se encontram já à beira da pré-ruptura. Segundo o Sector de Saúde da ORL, esta situação evidencia os efeitos calamitosos da política de direita nesta área.
Na verdade, o recurso acrescido às urgências não deveria colocar problemas de maior, diz o PCP, pois estes serviços devem ser planeados para responder a picos máximos de procura e não apenas a situações de rotina. Acontece, porém, que a política de direita tem sido orientada «para o esvaziamento dos centros de saúde e para a privatização dos hospitais», levando «à crescente individualização destes serviços, quebrando o funcionamento em rede e enfraquecendo a resposta global às necessidades das populações». A isto acresce que os hospitais empresa deixaram de ter em vista as doenças e queixas das populações para se preocuparem cada vez mais com a prestação de cuidados médicos economicamente mais favoráveis.