Aceitar ou não aceitar?

Em muitos locais os trabalhadores estão condicionados pela empresa na aceitação dos panfletos. Por isso, «muitas vezes nem podemos avaliar bem a receptividade», comenta Gonçalo Pereira. «Na Fnac de Santa Catarina têm orientação para não receber propaganda e explicam-nos que não aceitam para não arranjar problemas. Há casos destes noutras empresas e em muitas pode não haver uma orientação formal, mas há pressão.»
Na porta das fábricas, um dos problemas é chegar aos trabalhadores, pois a maioria é transportada em carrinhas directamente para dentro do perímetro da empresa. «Vemos passar muita gente, mas não lhe conseguimos chegar», lamenta João Tiago.
Para José António Moreira, o condicionamento psicológico começa nos contratos de trabalho. «Se estão a prazo, estão condicionados. Por exemplo no Jumbo, há contratos em que o trabalhador se compromete em não se sindicalizar. Isso não tem valor legal, mas é uma pressão.»
«Há casos de patrões, que têm declarações dos trabalhadores de rescisão de contrato sem data, assinada na mesma altura do contrato, e que podem usar quando quiserem. Fica guardadinha no cofre e quando alguém pergunta se os trabalhadores “levantam problemas”, eles respondem: “Eu tenho-os a todos aqui guardados.” Isto acontece muito na área das madeiras, em Paços de Ferreira, por exemplo.»


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