O urânio empobrecido (
depleted uranium, DU), usado em larga escala pelos EUA no seu primeiro ataque ao Iraque, e posteriormente nos ataques contra a antiga Jugoslávia, contra o Afeganistão e novamente contra o Iraque em 2003, são a causa da chamada «Síndrome da Guerra do Golfo» que está a dizimar os soldados americanos. A conclusão é do cientista Leuren Moret, recentemente divulgada no sítio
Global Search, num artigo de Bob Nichols publicado em
globalresearch.ca/articles/NIC502A.html .
O artigo em causa dá conta de informações veiculadas pela
newsletter número 169 do serviço de Psiquiatria Preventiva das Forças Armadas dos EUA (*), em que Arthur N. Bernklau, diretor-executivo da associação
Veteranos em Prol da lei Constitucional, aponta como causa da demissão do Secretário para Assuntos de Veteranos, Principi, o escândalo que envolve o uso de munições com urânio empobrecido.
Bernklau, reportando-se ao relatório de Moret, escreve que «dos 580 400 soldados que serviram na primeira guerra (do Golfo, 1990/1991), cerca de 11 mil estão agora mortos! No ano 2000, as forças armadas contabilizavam 325 mil com Incapacidades Médicas Permanentes (
Permanent Medical Disability). Este número astronómico de veteranos deficientes significa que, uma década depois, 56% dos soldados que serviram (no Iraque) têm algum problema de saúde permanente». Para se ter uma noção da gravidade desta situação basta referir que a média de incapacitados do últimos século era de 5% e que a taxa mais elevada se registou com a guerra do Vietname, atingindo os 10%.
«O secretário para os Assuntos dos Veteranos, Principi, estava consciente desse facto desde o ano 2000», afirma Bernklau, que acusa aquele responsável e a administração Bush de terem ocultado deliberadamente essas revelações. «Agora, graças ao relatório do dr. Moret, ficou bastante complicado encobrir o crime», sublinha.
Arma de destruição maciçaDisponível em
www.sfbayview.com/081804/Depleteduranium081804.shtml , o artigo do cientista norte-americano revela que a situação dos veteranos se agravou desde 2000 até ao presente, pois segundo Terry Jamison, responsável das relações públicas da associação dos Veteranos, ascende actualmente a 518 739 o número dos que «apresentam alguma incapacidade médica permanente».
No seu trabalho, intitulado «
Urânio Empobrecido: Bombas sujas, mísseis sujos, balas sujas — Uma sentença de morte para nós e para os outros», Leuren Moret dá ainda conta da «bomba» lançada há dias pela
American Free Press sobre o Pentágono, ao revelar que «oito em cada 20 soldados de uma unidade que participaram em 2003 na ofensiva militar contra o Iraque apresentam agora doenças. Isto significa que 40% dos soldados dessa unidade desenvolveram doenças em apenas 16 meses».
Os veteranos das Forças Armadas dos EUA já não ignoram que «detectar DU em alguém é dar-lhe uma sentença de morte» ou lançar um anátema sobre os seus filhos (**). Como afirma a cientista Marion Fulk, uma química da área de medicina nuclear, recentemente aposentada do
Lawrence Livermore Nuclear Weapons Lab, o urânio empobrecido «é a arma perfeita para matar milhares de pessoas.»
Resta saber agora quantas são as vítimas nos países atacados pelos EUA, esse campeão da liberdade e dos direitos humanos.
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(*) Veteranos pela Lei Constitucional, 112 Jefferson Ave., Port Jefferson NY 11777, Arthur N. Bernklau, diretor-executivo, (516) 474-4261, fax 516-474-1968.
Newsletter eletrónica da Psiquiatria Preventiva (Preventive Psychiatry E-Newsletter).
(**) «The Tiny Victims of Desert Storm», artigo da revista Life, sobre as crianças deficientes, filhas de soldados americanos que serviram na Guerra do Golfo em 1991:
www.life.com/Life/essay/gulfwar/gulf01.html .