É preocupante a situação no concelho de Felgueiras, particularmente devido às dificuldades que atravessa a indústria do calçado, afirmou o coordenador da União de Sindicatos do Porto, que na sexta-feira ali visitou 27 unidades fabris (22 do sector do calçado, três metalúrgicas e duas têxteis), com um total de mais de 20 mil trabalhadores. João Torres, citado pela Agência Lusa, salientou que, nos últimos três anos, o desemprego em Felgueiras quase triplicou: há 4 297 desempregados inscritos, quando em 2002 eram 1 846. A situação agrava-se porque 47,2 por cento são desempregados de longa duração (há mais de um ano), e em 2003 eram 42,3 por cento. Entre os desempregados há mais de um ano, 62 por cento têm mais de 34 anos de idade.
O coordenador da USP/CGTP-IN constatou que «há empresas com ordenados em atraso, há outras em que os salários não são pagos no dia 30, mas sim a 6, a 7 ou a 8», e que «os patrões aplicam conforme mais lhes convém as facilidades decorrentes da flexibilidade laboral, desrespeitando os direitos dos trabalhadores».