
- Nº 1644 (2005/06/2)
Comunistas lançam campanha
«Luta e resiste com o PCP»
PCP
O PCP promove, entre hoje e o próximo dia 5, uma campanha nacional de esclarecimento e denúncia das medidas anunciadas pelo Governo PS em torno do défice. A campanha consta de um documento e de um cartaz, bem como de comícios em diversos locais do País. Hoje, pelas 17.30 horas, na Praça do Rossio, em Lisboa, realiza-se uma acção de protesto e esclarecimento contra as medidas do Governo.
Com esta campanha, que tem como lema «Basta de sacrifícios para os mesmos de sempre», os comunistas pretendem denunciar o que consideram «uma bem encenada preparação mediática» com o objectivo de penalizar e sacrificar os de sempre: os trabalhadores, os reformados, os pequenos e médios empresários e, em geral, as camadas mais desfavorecidas da população. O PCP considera que o PS recolheu os votos e rapidamente esqueceu as promessas feitas de não aumentar impostos ou de não mexer na idade das reformas.
No folheto, o PCP rejeita que alguém tenha sido apanhado de surpresa pelo valor do défice. «Toda a gente sabia – disse-o o PCP durante o debate do Orçamento de Estado, disse-o o líder do Banco de Portugal em Janeiro – que os números e as previsões apresentadas pelo governo de Santana Lopes eram irrealistas», afirma-se no folheto de apoio à campanha. Com as medidas anunciadas, realça o PCP, dispõe-se a «aplicar a repetição das receitas e soluções neoliberais dos governos de Guterres, Durão e Santana Lopes», causadoras da crise instalada. Os comunistas rejeitam particularmente o aumento dos impostos indirectos – por afectarem sobretudo quem menos tem, e o novo ataque aos trabalhadores da administração pública.
O PCP chama a atenção para os «lucros fabulosos» obtidos pela banca e por grandes grupos económicos, ao mesmo tempo que o desemprego aumenta e que a produção cai. Para os comunistas, há outro caminho para resolver a crise. O PCP propõe o pagamento dos impostos por parte de quem foge ilegalmente ao seu pagamento, bem como tributando as mais-valias dos grandes grupos e acabando com as benesses de que gozam os grandes grupos económicos e financeiros.
No folheto e no cartaz da campanha, apela-se à luta e resistência dos trabalhadores lado a lado com o seu Partido, o PCP.