- Nº 1658 (2005/09/8)

Os lançamentos

Festa do Avante!

Como também é tradicional na Festa do Livro, realizaram-se nos três dias do evento diversos lançamentos que constituíram estreias absolutas dos respectivos títulos no mercado nacional, geralmente com a presença dos autores ou apresentados por diferentes personalidades e tendo, algumas vezes, pequenas multidões a assistir aos eventos, sempre realizados num Auditório expressamente criado para o efeito e todo decorado com desenhos de Álvaro Cunhal.
Logo na sexta-feira, foi apresentado um dos títulos que despertara assinalável expectativa no público em geral. Chama-se A Obra Literária de Álvaro Cunhal/Manuel Tiago, um livro assinado por Urbano Tavares Rodrigues, que reúne textos de crítica literária produzidos pelo autor na última década sobre a obra literária de Álvaro Cunhal.
Sábado foi um dia particularmente generoso em matéria de lançamentos. Destacamos três.
O primeiro confirma José Casanova, por sinal director do Avante!, como escritor de fôlego evidente e escrita apurada, ao surgir com o seu segundo romance intitulado Aquela Noite de Natal, obra apresentada pelo escritor Modesto Navarro a que uma verdadeira multidão – tanta, que extravasou largamente os lugares sentados disponíveis no Auditório – augura um sucesso pelo menos tão significativo como o alcançado pela sua obra de estreia literária, O Caminho das Aves.
Seguiu-se a apresentação de um livro que compila as intervenções, documentos e conclusões do XVII Congresso do PCP, trabalho cuja importância no actual panorama político nacional foi resumidamente explanada por Francisco Lopes, da Comissão Política do CC do PCP.
Finalmente, foi apresentado o livro de contos As Lágrimas dos Vivos, de Rodrigues Lobo, um autor que, nas palavras de José Casanova, aqui regressado agora para falar deste trabalho, é responsável por uma vasta e diverficada obra, infelizmente menos divulgada e conhecida do que merece e devia.
Uma referência, ainda, para o lançamento de uma obra sobre a Reforma Agrária portuguesa, da autoria de Américo Lázaro Leal, um comunista profundamente ligado a todo o processo desta extraordinária conquista da Revolução de Abril, intitulada, precisamente, O Rosto da Reforma Agrária.