- Nº 1682 (2006/02/23)

Défice de auscultação

Breves Nacional

Perante o justo e legítimo protesto de dezenas de munícipes, uns contra o encerramento abrupto, incompreendido, e ainda mal esclarecido, de escolas de 1.º ciclo do ensino básico, outros contra a poluição ambiental provocada pela empresa «Rogério Leal e Filhos», os serviços da Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira, num claro atropelo da Lei das Autarquias, optaram por limitar drasticamente a entrada ao público, na Biblioteca Municipal, onde decorria a sessão, realizada no passado dia 12 de Fevereiro.
«Vivemos em democracia», afirmam os eleitos da CDU, em nota dirigida ao Avante!, sublinhando que «a Assembleia Municipal não está acima da lei, nem pode limitar a presença dos munícipes, a seu bel-prazer».
Note-se que, na sessão de tomada de posse dos órgãos municipais, no mesmo local, não se colocou impedimento à entrada dos cidadãos, permitindo-se inclusive que ocupassem as escadas. «Afinal, parece que os munícipes só são bem vindos para aplaudir!», contactam os eleitos da CDU.
Salientaram ainda o facto «de existir um défice de auscultação das populações, como já recorrentemente vimos constatando e denunciando e que, no caso de encerramento de escolas, é particularmente gritante. A comunidade educativa tem de ser ouvida sobre questões tão basilares para a sua qualidade de vida, como é o caso de ter ou não ter uma escola».