- Nº 1700 (2006/06/29)
Castelo Branco realizou VII Assembleia Regional

Restituir a esperança

PCP
O PCP tem as respostas para devolver a confiança aos trabalhadores e às populações do distrito de Castelo Branco. As propostas foram aprovadas sábado, na 7.ª Assembleia da Organização Regional, que contou com a presença de Jerónimo de Sousa.

São muitas as dificuldades e os problemas com que se deparam os trabalhadores e as populações do distrito de Castelo Branco. Na 7.ª Assembleia da Organização Regional do Partido, realizada no sábado na Covilhã, os comunistas mostraram-se conscientes das causas e responsáveis pela grave situação económica, laboral, social e cultural em que se encontra: as políticas de direita e os sucessivos governos PS, PSD e PP.
No Manifesto aos trabalhadores e ao povo aprovado na assembleia, os comunistas consideram ser «necessário, urgente e indispensável percorrer novos caminhos, encontrar novas soluções e adoptar novas políticas que façam sair o distrito do atraso e o lancem no caminho do progresso, do desenvolvimento e da justiça social». O Manifesto declara ainda a necessidade e urgência de «reconstruir a confiança do povo na política, na vida e no futuro e restituir a esperança numa vida melhor».
Para o PCP, só será possível outra política rompendo com as políticas económicas, laborais, sociais e culturais que estão a ser implementadas. O Manifesto avança com as propostas prioritárias dos comunistas em diversas áreas.
A assembleia aprovou a resolução política, que guiará a acção do Partido na região nos próximos anos, e elegeu a nova Direcção da Organização Regional de Castelo Branco.

As respostas necessárias

O emprego e os direitos são algumas das principais preocupações manifestadas pelo PCP. Para os comunistas, a criação de emprego e o combate ao desemprego são algumas das prioridades. O PCP considera ser também necessário o crescimento real das pensões de reforma, dos salários, bem como a aproximação, no distrito, do salário mínimo nacional ao salário médio. Para o PCP, é também importante combater a precariedade, revogando as normas gravosas do Código de Trabalho, assim como reforçar os meios da Inspecção-Geral do Trabalho e reformular as suas orientações.
Para o desenvolvimento económico do distrito, os comunistas defendem a revitalização e dinamização do aparelho produtivo e a modernização da produção agrícola e florestal. O PCP propõe mesmo o lançamento de um Plano de Emergência para a Beira Interior para a defesa do aparelho produtivo existente e dos postos de trabalho. A implementação de um Plano Integrado de Desenvolvimento do distrito, que dê prioridade ao investimento nos sistemas produtivos locais e à diversificação das actividades económicas, é outra das propostas dos comunistas.
Para desenvolver o distrito de Castelo Branco, o PCP propõe ainda a modernização dos transportes e da rede viária, com a respectiva ligação às vias estruturantes. A concretização das principais acessibilidades, a requalificação integral da Linha da Beira Baixa e promoção do comboio e a manutenção da A23 e da A25 sem portagens são algumas das ideias avançadas.
Para os comunistas, é fundamental ainda apoiar os agricultores que vivem da agricultura de subsistência e defender o pequeno e médio comércio.

Jerónimo de Sousa na Covilhã
Ligar o reforço orgânico à acção de massas

Encerrando a 7.ª Assembleia da Organização Regional de Castelo Branco do PCP, Jerónimo de Sousa reafirmou a necessidade de um Partido com mais força e influência «que dê resposta aos muitos dos problemas regionais e nacionais que se têm agudizado pela acção Governo». Para o secretário-geral do PCP, é igualmente preciso um Partido com mais iniciativa e capacidade de mobilização para melhor organizar e dinamizar a luta, potenciando assim a «criação de condições para uma política alternativa, por uma ruptura democrática e de esquerda com a política de direita».
Para o dirigente do PCP, a organização partidária é um «instrumento fundamental para a acção». Isto exige, destacou, a ligação do reforço orgânico à iniciativa política e à acção de massas. Daí ser vital a «ligação e discussão dos problemas das diversas camadas da população», realçou. Considerando o reforço do Partido como uma questão crucial, Jerónimo de Sousa lembrou que esta é uma condição fundamental para «intervir no quotidiano da luta nas empresas, nos sindicatos, nas autarquias, onde se sentem e estão os problemas e onde é necessário agir para os resolver».
Em seguida, o dirigente do PCP realçou algumas linhas de reforço do Partido. Em sua opinião, há que «dar mais atenção à estruturação da organização partidária, visando o reforço do trabalho de direcção e a formação de colectivos partidários a todos os níveis». É também fundamental conceder particular atenção à «estruturação de base e intensificar a responsabilização de mais quadros aos diversos níveis».
Jerónimo de Sousa realçou ainda as conclusões da 7.ª Assembleia da Organização Regional de Castelo Branco, que apontou com uma das preocupações centrais a defesa dos sectores produtivos e do emprego.