Trégua em campo minado
Apesar da entrada em vigor do cessar-fogo no Sul do Líbano, o exército israelita abateu um libanês, fragilizando a resolução da ONU, aprovada sexta-feira passada.
«O Hezbollah garantiu que vais respeitar o cessar-fogo»
O período de trégua na agressão israelita contra o Líbano começou às seis da manhã do dia 14, mas pouco depois da hora marcada para a suspensão das hostilidades, que desde 12 de Julho atingiram duramente o povo libanês deixando o país praticamente em ruínas e obrigou centenas de milhares de pessoas a abandonarem as suas casas, o exército israelita confirmou ter abatido um alegado membro do Hezbollah e ferido outro, instantes antes, na localidade de Khanduriya.
Os relatos sobre o sucedido são contraditórios. Segundo testemunhos militares, o homem aproximou-se de um posto ocupante sendo imediatamente baleado pelos soldados. Outra versão diz que o resistente libanês disparou contra os militares estacionados na orla do rio Litani, e outra ainda afirma que este não estava sozinho, antes comandava um grupo de homens armados. Em qualquer dos casos, os responsáveis de Telavive já deixaram claro que reservam o direito de matar activistas daquele partido e não parecem nada dispostos a cumprir, mais uma vez, uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas respeitante aos conflitos que Israel alimenta com os países vizinhos. Ga Tzur, um dos generais encarregues da invasão, reiterou a disponibilidade israelita para continuar a ocupar a faixa de território entre a fronteira e o rio Litani.
Resolução inconsequente
O facto ocorrido na segunda-feira coloca a descoberto não só a falta de vontade do governo sionista em por cobro à agressão, mas também a fragilidade da resolução aprovada pelo CS da ONU, deixando a porta aberta para a continuação dos massacres no Sul do Líbano.
Apesar do clima de tensão e do manifesto desacordo com algumas das premissas enunciadas no documento, o Hezbollah garantiu que o vai respeitar. Para aquela formação política, fundada em 1982 na sequência da invasão israelita de então, a resolução 1701 nada diz sobre os crimes cometidos por Israel durante os recentes ataques, pelo contrário, culpabiliza o Hezbollah pela escalada da violência na região.
De acordo com o texto aprovado em Nova Iorque, Israel tem que desocupar o Sul do Líbano e permitir a entrada de uma força multinacional de capacetes azuis e de um contingente de 15 mil homens do exército libanês, mas não estipula prazos para concretizar a deliberação.
Crimes por apurar
Durante o fim-de-semana, o exército, a marinha e a aviação de Telavive continuaram a campanha de destruição e morte, elevando para mais 1200 a número vítimas libaneses, na sua maioria civis.
O Sul voltou a ser a região mais castigada pelos intensos bombardeamentos, que para além de terem tido como alvo diversas localidades, Tiro, Al Hosh, Bazoriya, Al Rwei atingiram também um acampamento de refugiados palestinianos. Baalbeck, cidade no Oriente do país, também não escapou aos canhões de Israel e foi massacrada pela artilharia pouco antes da entrada em vigor do cessar-fogo.
Entretanto, avolumam-se as informações que dão conta do uso de armas não convencionais contra as populações. Organizações humanitárias, fontes hospitalares e testemunhos dos habitantes asseguram que uma chuva de bombas de fragmentação e obuses suspeitos de transportarem agentes químicos tem caído sobre o Líbano, situação que não mereceu da parte da ONU qualquer referência ou demanda de investigação.
Na segunda-feira foram ainda reportados dois casos de civis atingidos por artefactos explosivos deixados para trás pelo exército de Israel. O Hezbollah acusa Telavive de ter «semeado» bombas no terreno que agora ameaçam milhares de libaneses que pretendem regressar às suas casas.
Os relatos sobre o sucedido são contraditórios. Segundo testemunhos militares, o homem aproximou-se de um posto ocupante sendo imediatamente baleado pelos soldados. Outra versão diz que o resistente libanês disparou contra os militares estacionados na orla do rio Litani, e outra ainda afirma que este não estava sozinho, antes comandava um grupo de homens armados. Em qualquer dos casos, os responsáveis de Telavive já deixaram claro que reservam o direito de matar activistas daquele partido e não parecem nada dispostos a cumprir, mais uma vez, uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas respeitante aos conflitos que Israel alimenta com os países vizinhos. Ga Tzur, um dos generais encarregues da invasão, reiterou a disponibilidade israelita para continuar a ocupar a faixa de território entre a fronteira e o rio Litani.
Resolução inconsequente
O facto ocorrido na segunda-feira coloca a descoberto não só a falta de vontade do governo sionista em por cobro à agressão, mas também a fragilidade da resolução aprovada pelo CS da ONU, deixando a porta aberta para a continuação dos massacres no Sul do Líbano.
Apesar do clima de tensão e do manifesto desacordo com algumas das premissas enunciadas no documento, o Hezbollah garantiu que o vai respeitar. Para aquela formação política, fundada em 1982 na sequência da invasão israelita de então, a resolução 1701 nada diz sobre os crimes cometidos por Israel durante os recentes ataques, pelo contrário, culpabiliza o Hezbollah pela escalada da violência na região.
De acordo com o texto aprovado em Nova Iorque, Israel tem que desocupar o Sul do Líbano e permitir a entrada de uma força multinacional de capacetes azuis e de um contingente de 15 mil homens do exército libanês, mas não estipula prazos para concretizar a deliberação.
Crimes por apurar
Durante o fim-de-semana, o exército, a marinha e a aviação de Telavive continuaram a campanha de destruição e morte, elevando para mais 1200 a número vítimas libaneses, na sua maioria civis.
O Sul voltou a ser a região mais castigada pelos intensos bombardeamentos, que para além de terem tido como alvo diversas localidades, Tiro, Al Hosh, Bazoriya, Al Rwei atingiram também um acampamento de refugiados palestinianos. Baalbeck, cidade no Oriente do país, também não escapou aos canhões de Israel e foi massacrada pela artilharia pouco antes da entrada em vigor do cessar-fogo.
Entretanto, avolumam-se as informações que dão conta do uso de armas não convencionais contra as populações. Organizações humanitárias, fontes hospitalares e testemunhos dos habitantes asseguram que uma chuva de bombas de fragmentação e obuses suspeitos de transportarem agentes químicos tem caído sobre o Líbano, situação que não mereceu da parte da ONU qualquer referência ou demanda de investigação.
Na segunda-feira foram ainda reportados dois casos de civis atingidos por artefactos explosivos deixados para trás pelo exército de Israel. O Hezbollah acusa Telavive de ter «semeado» bombas no terreno que agora ameaçam milhares de libaneses que pretendem regressar às suas casas.