
- Nº 1710 (2006/09/7)
Imigração e Emigração
Travar as lutas do dia a dia
Festa do Avante!
Quando se entrava pela porta da Medideira e caminhava em direcção ao Palco 25 de Abril, do seu lado esquerdo, encontrava o Espaço da Emigração. Com uma paisagem magnífica sobre a Festa do Avante, aqui, para além do convívio e do reencontro, o visitante podia experimentar os mais variados «petiscos», onde a salchicha alemã era «rainha». Para os mais gulosos havia os crepes e para os mais exigentes o champagne genuíno.
Neste espaço, e como curiosidade, havia ainda o «Apoio ao Bebé». Ali, com todas as condições necessárias, os «papás» podiam trocar as fraldas, dar de comer e refrescar os seus filhos.
A rodear o espaço havia também uma exposição. «PCP mais forte para melhor defender o emigrantes», era o que se podia ler, em letras garrafais, num dos placares visitados por todos que por lá passavam.
Ali, havia ainda várias informações sobre o papel dos comunistas junto dos emigrantes. «A par de uma campanha de recrutamento, com resultados muito positivos, já se realizaram as Assembleias de Organização na Alemanha, no Brasil e Angola. Estão agendadas para este ano, a Assembleias na Bélgica, Suécia e França», informavam os «camaradas», dando conta da criação de um Organismo de Coordenação na Emigração da Europa.
«Os comunistas portugueses sabem que o reforço da organização do Partido na Emigração é condição indispensável para travar as lutas do dia a dia e afirmar o nosso projecto de transformação da sociedade liberta de todas as formas de opressão e exploração», lia-se.
Para além da compra de um exemplar do jornal «Em Movimento» (publicação da Direcção da Organização na Emigração do PCP), o visitante pode ainda constatar como o Governo PS se tem caracterizado pelo adiamento, e na maioria dos casos, agravamento da resolução dos problemas mais sentidos pelos emigrantes, dos quais se destacam «a alteração legislativa na contratação de professores de português no estrangeiro», «a não publicação da regulamentação da lei que permite a obtenção de pensões de reforma para os emigrantes ex-militares, «a não tomada de medidas quanto à melhoria dos serviços consulares», «a falta de combate eficaz a empresas e angariadores de mão-de-obra em condições de sobre-exploração», e «o fim do sistema bancário poupança-emigrante».
Sabores e dissabores
Ali ao lado, a uns 50 passos de distância, ficava o Pavilhão da Imigração. Naquele espaço, durante os três dias, o visitante ficou a saber mais sobre a história da imigração, os seus sabores e dissabores.
«A entrada no século XXI marca uma nova fase no panorama da Imigração em Portugal, assistindo-se a um novo e significativo fluxo de imigrantes provenientes da Europa do Leste, nomeadamente moldavos, romenos, russos, e paralelamente continuou a verificar-se um expressivo fluxo de imigrantes provenientes do Brasil», constata-se, informando que estes já ultrapassam o meio milhão em Portugal, «correspondendo a 10 por cento da população activa».
Atentos aos problemas da Imigração, os comunistas portugueses, representados também ali, naquele espaço, deram a conhecer os esforços desenvolvidos no sentido de contribuir para que leis mais justas assegurem ao cidadão imigrante os direitos e a protecção que merecem.
As leis da Imigração e da Nacionalidade, recentemente promulgadas, são exemplo disso. Elas tiveram um forte contributo do Grupo Parlamentar do PCP, apesar de não contemplarem ainda direitos que os comunistas consideram elementares.
Por outro lado, o visitante teve a oportunidade de saborear a já famosa e concorrida cachupa, a deliciosa moamba, os pastéis de atum e de milho, acompanhados de bebidas das mais variadas procedências.