- Nº 1710 (2006/09/7)
José Dias Coelho

Um exemplo que permanecerá

Festa do Avante!

Ainda no Pavilhão Central, uma exposição homenageava José Dias Coelho, artista plástico e funcionário do PCP, assassinado pela PIDE há 45 anos, tinha então apenas 38 anos de idade.
A sua vida, o seu exemplo de homem e militante comunista, continuando a constituir um exemplo de homem e militante comunista para as gerações que se lhe seguiram, está ali um pouco retratada, de forma pobre, é certo, para uma vida tão intensa e rica como a dele. Obras suas, dos seus tempos de estudante de Belas Artes à época de funcionário clandestino, mostravam, ainda assim, a rara sensibilidade que possuía.
A ele se deve muitas das gravuras que serviram para ilustrar a imprensa clandestina do Partido, como a que aparecia impressa nas T-shirts à venda naquele espaço. Mas também o amor à família, de quem a clandestinidade obrigou a afastar-se, era visível na sua obra, constituída por óleos, aguarelas, carvões, esculturas em bronze, enfim, até o papel de embrulho lhe servia de tela.
Assassinado a 19 de Dezembro de 1961, escritores, artistas e jornalistas, 65 precisamente, subscreveram um abaixo-assinado, que dirigiram a 26 de Fevereiro do ano seguinte ao então Presidente da República, manifestando a sua indignação e emoção por este crime do fascismo e reclamando a abertura de um inquérito aos «processos desumanos» da PIDE e «a libertação imediata» dos democratas presos.