- Nº 1710 (2006/09/7)

Médio Oriente ama a paz!

Festa do Avante!

Uma conclusão óbvia – e explícita – foi fácil tirar das intervenções proferidas pelos representantes do PC de Israel, do PC Libanês, da Organização da Libertação da Palestina e da Frente Democrática de Libertação da Palestina no debate sobre «Médio Oriente – solidariedade com os povos e a luta contra o imperialismo»: os povos do Médio Oriente amam tanto a paz como o povo português. Ângelo Alves havia-o já referido na introdução a este debate, onde apontou os interesses que estão por trás dos massacres do imperialismo nesta região: entre outros, a sua posição estratégica e a existência de gás natural e petróleo que, segundo cientistas, já atingiu o seu pico de produção, só podendo decair daqui para a frente.
Ao longo de 14 anos de negociações, Israel não reconheceu ao povo palestiniano os seus direitos, aproveitando, sim, para proceder a alterações no terreno, denunciou a representante da OLP, para quem a recente vitória do Hamas radica precisamente nesta posição israelita de nada dar. Afinal, disse, «Israel precisa de um inimigo como o Hamas para apresentar o povo palestiniano como um povo terrorista». Já para o representante da FDLP, o «novo Médio Oriente», que Condoleezza Rice dizia ir começar a criar-se com a guerra no Líbano, vai sê-lo, sim, mas «em resistência».
Aliás, «os crimes contra a humanidade» infligidos por Israel ao povo do Líbano são verdadeiramente «dignos dos nazis», denunciou o representante do PC Libanês, para quem esta guerra constituiu uma derrota para os Estados Unidos. Sabe, porém, que «a guerra não acabou», apenas «acabou uma batalha».
Isso mesmo reconheceu o representante do PC de Israel na sua intervenção: a fonte de todos os conflitos do Médio Oriente reside na política agressiva de Israel na região, servindo esta apenas os interesses e posições imperialistas na região. O papel fundamental do seu Partido é, assim, organizar protestos e manifestações contra esta política, como aconteceu em Telavive, no primeiro dia de ataques ao Líbano.
Por fim, para Paulo Marques, que recentemente visitou a Palestina e viu de perto o sofrimento e enormes carências do povo palestiniano, deixou um apelo: que hoje, mais do que nunca, se denuncie este horror, se expresse e alargue a onda de solidariedade a este povo.