Os relatórios
Dois relatórios saídos nos últimos dias arrasam, em definitivo, toda a política de pretensa «guerra ao terrorismo» executada pela administração Bush, nos últimos anos, e deixam exposta a trágica situação em que os EUA e o mundo estão encurralados.
Não são uns relatórios quaisquer: um deles vem das Nações Unidas e acusa, liminarmente, a actual situação de tortura indiscriminada no Iraque ser «pior que nos tempos de Saddam Hussein»; o outro sai dos 16 serviços secretos dos próprios EUA e declara, sem tergiversações, que a invasão do Iraque veio aumentar e agravar o terrorismo no mundo.
Posto isto, vamos aos pormenores.
O relatório produzido pelos 16 serviços secretos norte-americanos, intitulado «Estimativa de Informação Nacional», foi elaborado nos últimos dois anos, com versão definitiva fechada em Abril último e teve as suas principais conclusões - «classificadas», pois claro – apresentadas há dias pelo New York Times, citando dezenas de fontes anónimas que estiveram envolvidas na sua elaboração.
A sua principal conclusão é curta e grossa: responsabiliza a guerra do Iraque pela expansão do radicalismo islâmico por todo o mundo, considerando que «a guerra no Iraque tornou a ameaça do terrorismo global muito pior». E dá pormenores. Assinala o nascimento de novas células fundamentalistas que não têm qualquer relação directa com a Al-Qaeda ou outros grupos terroristas conhecidos, mas surgem por «reacção» à guerra no Iraque ou às políticas norte-americanas para o Médio Oriente. O relatório apresenta igualmente o território iraquiano como o «campo de treino ideal» para que as novas e diversas células fundamentalistas islâmicas possam testar os seus métodos letais, enquanto iniciativas concretas da administração Bush, como a detenção indefinida e sem julgamento dos prisioneiros de Guantánamo, são apontadas como desencadeadoras directas do exacerbamento da filosofia violenta da jihad e do sentimento anti-americano. O relatório acrescenta outra conclusão demolidora: as decisões da administração Bush na chamada «luta contra o terrorismo» só vieram aumentar a ameaça de novos atentados terroristas nos EUA desde o 11 de Setembro de 2001.
Arrogante e alucinadamente, a administração Bush continua, entretanto, a proclamar os seus «sucessos» na luta global contra o terrorismo e a garantir que, graças à sua estratégia, «a América está mais segura». Mas recorde-se, já agora, que no tempo de Saddam não havia um único fundamentalista a actuar no Iraque...
Quanto ao outro relatório, vem do gabinete dos direitos humanos da missão de assistência da ONU no Iraque, foi divulgado em Genebra e afirma que a situação no Iraque «está fora de controlo», com diversos e graves abusos a serem cometidos por toda a gente: os ocupantes, as forças de segurança, os grupos de milícias e os insurrectos que combatem a presença militar dos EUA. «A situação é muito má e muitas pessoas consideram-na pior do que a existente nos tempos de Saddam Hussein», afirma Manfred Nowak, responsável por este gabinete da ONU, acrescentando que as vítimas (assassinados e com os corpos literalmente trucidados por torturas) aparecem interminavelmente em todo o lado: nas prisões controladas pelas forças multinacionais lideradas pelos EUA, nos centros de detenção dos ministérios do Interior e da Defesa e nas masmorras das milícias privadas.
Recorde-se que a administração Bush justificou a invasão do Iraque com o objectivo de «acabar com um ditador» e «levar a democracia» a este país.
Estamos num mundo perigoso, literalmente à beira do abismo. Sobretudo porque a grande potência que domina, actualmente, o planeta continua a ser comandada por um bando de psicopatas imperialistas.
Não são uns relatórios quaisquer: um deles vem das Nações Unidas e acusa, liminarmente, a actual situação de tortura indiscriminada no Iraque ser «pior que nos tempos de Saddam Hussein»; o outro sai dos 16 serviços secretos dos próprios EUA e declara, sem tergiversações, que a invasão do Iraque veio aumentar e agravar o terrorismo no mundo.
Posto isto, vamos aos pormenores.
O relatório produzido pelos 16 serviços secretos norte-americanos, intitulado «Estimativa de Informação Nacional», foi elaborado nos últimos dois anos, com versão definitiva fechada em Abril último e teve as suas principais conclusões - «classificadas», pois claro – apresentadas há dias pelo New York Times, citando dezenas de fontes anónimas que estiveram envolvidas na sua elaboração.
A sua principal conclusão é curta e grossa: responsabiliza a guerra do Iraque pela expansão do radicalismo islâmico por todo o mundo, considerando que «a guerra no Iraque tornou a ameaça do terrorismo global muito pior». E dá pormenores. Assinala o nascimento de novas células fundamentalistas que não têm qualquer relação directa com a Al-Qaeda ou outros grupos terroristas conhecidos, mas surgem por «reacção» à guerra no Iraque ou às políticas norte-americanas para o Médio Oriente. O relatório apresenta igualmente o território iraquiano como o «campo de treino ideal» para que as novas e diversas células fundamentalistas islâmicas possam testar os seus métodos letais, enquanto iniciativas concretas da administração Bush, como a detenção indefinida e sem julgamento dos prisioneiros de Guantánamo, são apontadas como desencadeadoras directas do exacerbamento da filosofia violenta da jihad e do sentimento anti-americano. O relatório acrescenta outra conclusão demolidora: as decisões da administração Bush na chamada «luta contra o terrorismo» só vieram aumentar a ameaça de novos atentados terroristas nos EUA desde o 11 de Setembro de 2001.
Arrogante e alucinadamente, a administração Bush continua, entretanto, a proclamar os seus «sucessos» na luta global contra o terrorismo e a garantir que, graças à sua estratégia, «a América está mais segura». Mas recorde-se, já agora, que no tempo de Saddam não havia um único fundamentalista a actuar no Iraque...
Quanto ao outro relatório, vem do gabinete dos direitos humanos da missão de assistência da ONU no Iraque, foi divulgado em Genebra e afirma que a situação no Iraque «está fora de controlo», com diversos e graves abusos a serem cometidos por toda a gente: os ocupantes, as forças de segurança, os grupos de milícias e os insurrectos que combatem a presença militar dos EUA. «A situação é muito má e muitas pessoas consideram-na pior do que a existente nos tempos de Saddam Hussein», afirma Manfred Nowak, responsável por este gabinete da ONU, acrescentando que as vítimas (assassinados e com os corpos literalmente trucidados por torturas) aparecem interminavelmente em todo o lado: nas prisões controladas pelas forças multinacionais lideradas pelos EUA, nos centros de detenção dos ministérios do Interior e da Defesa e nas masmorras das milícias privadas.
Recorde-se que a administração Bush justificou a invasão do Iraque com o objectivo de «acabar com um ditador» e «levar a democracia» a este país.
Estamos num mundo perigoso, literalmente à beira do abismo. Sobretudo porque a grande potência que domina, actualmente, o planeta continua a ser comandada por um bando de psicopatas imperialistas.